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˖࣪ ❛ CAPÍTULO CENTO E QUINZE
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O SILÊNCIO PAIROU entre os dois enquanto caminhavam juntos, sem falar muito mesmo quando entregaram a comida para Gowoon, que disse ter concordado em vigiar a loja um pouco mais antes de voltar para casa.

E então, Seojun e Miyeon foram deixados sozinhos, caminhando em uma direção que não levava para suas casas. Não foi estranho, apenas cheio de uma certa tensão e confusão após o que acabaram de vivenciar.

— Então você já sabe há algum tempo? — Seojun finalmente perguntou, enquanto eles desciam por outra rua lateral e entravam em uma estrada bastante iluminada. — Desde aquele dia que você estava na lanchonete.

— Sim... Ela deixou cair a carteira antes de sair correndo e eu a peguei e vi sua carteira escolar. Foi um choque... Mas então conversei com ela sobre isso e entendo por que ela quer tanto manter isso em segredo. — Miyeon assentiu. — Eu me sinto péssima por ela.

— Elas são pessoas horríveis. Nunca gostei de Park Semi. Agora tenho ainda mais motivos. — Seojun cerrou os dentes, praticamente exalando raiva.

— Eu não acho que você agindo assim com ela vai mudar alguma coisa da parte dela. — Miyeon comentou, Seojun olhando para ela. — O quê? Está claro que ela gosta de você e tenho pena de você por isso.

— Não preciso de pena. Só espero que ela entenda a mensagem de que não quero mais vê-la. Deixei isso claro, você acha? — Seojun se virou para seu amigo.

— Acho que quebrar o telefone dela realmente explicou tudo. Duvido que ela vá incomodar você, pelo menos por um tempo. — a resposta de Miyeon deu-lhe uma sensação de conforto, concordando com suas palavras. Ele observou quando a expressão dela ficou azeda mais uma vez, aproximando-se um pouco mais e cutucando seu ombro.

— O que está errado? — ele perguntou.

— Eu me sinto muito mal por Jugyeong. Eu sabia que Semi a intimidava... Mas não sabia a extensão disso. Aquelas fotos eram horríveis - e ela a fez comprar bolinhos para elas. — Miyeon estremeceu com o pensamento. — Eu não a culpo por decidir que queria um novo começo.

Ao lado dela, Seojun assentiu. — Me pegou de surpresa, mas nunca me importei com aparência. Ela tem uma personalidade legal, que é o que importa. Sabe se mais alguém sabe?

— Você quer dizer Suho, certo? — Miyeon percebeu sua pergunta. — Ele sabe, ele é sabe há muito mais tempo do que eu. Quase desde que ela veio para a escola, eu acho. Não consigo me lembrar exatamente - mas acho que Soojin também sabe.

— Kang Soojin? — Seojun repetiu. — Ela tem agido de forma estranha recentemente... Você acha que ela disse a Park Semi que Jugyeong era a mesma Jugyeong que ela costumava intimidar?

— Eu... Não quero presumir. Ela está agindo de forma estranha, mas espero que seja porque ela se sente estranha porque Jugyeong está namorando o cara de quem ela gosta. Eu realmente espero que ela não esteja sendo horrível apenas por causa de que. — Miyeon respondeu.

Seojun não teve coragem de dizer a ela que Soojin provavelmente estava sendo horrível por causa disso. A esperança que pairava nos olhos da garota Hwang pareceu despertar uma onda de simpatia por ele. Ele nem sabia por que - parecia tão puro e simplesmente gentil da parte dela.

Tudo o que Miyeon queria era ter uma vida normal. Ele sabia disso. Ele sabia que ela queria voltar à normalidade quando voltasse para Seul e estragou isso nos primeiros dias. E então ela consegue aquela normalidade, e ela consegue um bom grupo de amigas, faz as pazes com as duas pessoas que nunca poderiam odiá-la, mesmo que parecesse o contrário, e ela consegue um garoto legal que secretamente gosta dela desde o ensino médio e tinha apenas agiu de acordo então.

— Me desculpe por ter beijado você, Miyeon, realmente sinto. — Seojun estava dizendo de repente, o sentimento de culpa aumentando mais uma vez. — Eu não deveria nem desculpar isso com os analgésicos, eu beijei você, mesmo sendo apenas amigos e você tendo Hyunwoo. Sem desculpas, foi simplesmente injusto.

Miyeon piscou, os olhos fixos nele. A mudança de assunto foi repentina e completamente inesperada, e com os resquícios daqueles pensamentos horríveis sobre o que aconteceu com Jugyeong, Miyeon só conseguiu encolher os ombros.

— Está tudo bem, com desculpas ou não. Você acabou de me beijar, por qualquer motivo que tenha. — ela respondeu. — E mesmo que você diga que eu tenho Hyunwoo... Eu nem sei o que sinto por ele. — ela
admitiu calmamente.

Seojun ignorou aquela centelha estúpida de esperança.

— Você não sabe? Mas eu pensei que ele estava sendo muito legal... Ele disse alguma coisa? — demorou apenas alguns minutos para Seojun saltar para sua versão das piores conclusões. Ele mal conseguia pensar no que faria se Hyunwoo tivesse dito algo horrível para ela.

— Não - não, nada disso. Só estou confusa. Ele é muito gentil comigo... Me traz livros como presentes para encontros de maquiagem, lembra da minha bebida favorita. Mas... — Miyeon suspirou, parando.

— Mas? — a faísca estava se transformando em chama.

— Os sentimentos estão confusos. Estou confusa. — a chama explodiu em um incêndio.

— Sobre o que você está confusa? — Seojun perguntou gentilmente, quase como se estivesse adicionando lenha às chamas.

— Como eu o vejo, eu suponho. E como eu vejo... Outra pessoa. — alguém desenganchou o extintor de incêndio.

— Alguém?

— Não se preocupe com quem é. — Miyeon respondeu. — Só preciso pensar nas coisas, em como o vejo. — alguém havia apagado o fogo, espuma branca sufocando as chamas.

— Se ele fizer algo estúpido, me avise, certo? — Seojun disse a ela. Ele nem sabia por que se sentiu tão esperançoso de repente. Ele tinha sentimentos por Jugyeong - ele não poderia ter sentimentos por Miyeon também.

Embora considerando suas ações da semana passada, isso se tornou mais possível a cada minuto. O que não poderia acontecer. Ele não poderia perturbar o mundo dela daquele jeito, não poderia dizer a ela como se sentia.

— Eu vou te levar para casa. — o menino Han engoliu em seco, movendo-se atrás dela e manobrando suavemente os ombros cobertos pelo casaco na direção em que deveriam ir. — A propósito, obrigado por trazer a comida para Gowoon.

— Oh, não tem problema. Aparentemente Eunjoo e sua mãe se encontraram no hospital, onde ela descobriu tudo sobre o trabalho de Gowoon. — Miyeon decidiu omitir a parte em que Eunjoo morava no mesmo prédio de Hyunwoo.

— De qualquer forma, foi legal da sua parte. — Seojun empurrou. — Gowoon... Nem sempre foi bem tratada pelas pessoas. Suponho que você fez a conexão entre Jugyeong ajudando-a?

— Quase assim que descobri. — Miyeon assentiu, continuando a contar-lhe outros pequenos detalhes que vieram à tona enquanto caminhavam em direção ao apartamento de Miyeon.

Foi então que os dois decidiram simultaneamente deixar de lado os sentimentos um pelo outro. Era injusto os dois gostarem de duas pessoas ao mesmo tempo. Nenhum deles estava pronto para lidar com sentimentos tão reais.

E eles não teriam tempo, em breve, considerando o que sairia em apenas alguns dias. Então eles não teriam tempo nem para se preocupar consigo mesmos.

Muito menos um ao outro.

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