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˖࣪ ❛ CAPÍTULO CENTO E SEIS
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MIYEON NÃO TINHA ideia do que estava fazendo. Ela não tinha ideia de por que estava chorando, para onde planejava ir e qual parecia ser a mais importante de todas essas questões - o que Seojun estava fazendo?
Campainhas de alarme e fogos de artifício pareciam estar disparando simultaneamente dentro dela, o coração batendo forte em seus ouvidos enquanto ela se afastava da área de estar, os nós dos dedos ficando brancos enquanto ela segurava a bolsa por cima do ombro.
Ela virou outra esquina e ficou ali por um momento, encostada na parede enquanto fazia isso. As lágrimas ainda escorriam por seu rosto e sua respiração falhava estranhamente. — Poxa. — Miyeon murmurou, olhando em volta e encontrando uma placa para os banheiros mais próximos, abrindo a porta de um deles em pouco tempo.
Lavar o rosto com água fria pareceu acalmá-la, mas deixou suas mãos dormentes e ela teve que enrolá-las nas mangas compridas demais do suéter, com a mente acelerada.
Por que diabos Seojun a beijou?
Considerando seus sentimentos que ela tentou enterrar por um tempo, ela deveria estar comemorando e provavelmente ainda sentada ao lado dele. Mas lá estava ela, parada em frente à pia do banheiro, com os olhos vermelhos e inchados, os lábios inchados e o nariz rosado, as lágrimas ainda alojadas na garganta.
Por que ele a beijaria - por que ele faria algo assim se gostasse de Jugyeong? Você não pode estar apaixonado por alguém e beijar outras pessoas, simplesmente não funciona assim. E ele nem sabia por que tinha feito isso.
Não fazia sentido. E não era justo, não era justo beijá-la e confundi-la quando ele claramente sentia algo por Jugyeong. Também não era justo para ele, e não havia um pensamento na cabeça da garota Hwang que estivesse perto de descobrir por que ele tinha feito isso.
Seu cérebro estava trabalhando horas extras enquanto ela tentava acumular teorias, perguntas e ideias sobre o que poderia fazer a seguir e Miyeon caiu contra a parede do banheiro.
Seria razoável se ela fosse embora, certo? Miyeon duvidava que Seojun contasse a Suho o que havia acontecido e ela poderia simplesmente voltar para o quarto, juntar suas coisas e ir embora. Se ele perguntasse o porquê, bem, o pai dela poderia ajudar com isso, considerando as mensagens que ela recebeu perguntando se ela voltaria para a escola.
Outro suspiro saiu dos lábios de Miyeon enquanto ela pensava nisso. Não havia como ela evitá-lo ali, considerando que eles se sentavam um ao lado do outro e pedir para mudar de lugar só levantaria suspeitas. Qual era a última coisa que ela queria.
E então houve Hyunwoo. O doce Song Hyunwoo, que a levou a uma livraria familiar com gatos, lembrou-se de suas bebidas favoritas, a acompanhou até sua casa, gostava de ler e sempre foi muito gentil. Como ela poderia explicar que seu melhor amigo - por quem ela estava praticamente apaixonada - a beijou? Como ela poderia explicar isso para alguém?
Miyeon estava realmente aproveitando seu tempo com Hyunwoo, ela adorava passar tempo com ele e ele era uma pessoa incrível. E com o tempo certo, a garota Hwang poderia ter se livrado dos sentimentos que sentia por Seojun - seus sentimentos por Hyunwoo já estavam crescendo. Mas Seojun a beijou e estragou tudo.
Passando os polegares sob os olhos para enxugar qualquer lágrima que sobrou, Miyeon apertou ainda mais sua bolsa enquanto se virava em direção à porta do banheiro e continuava pelos corredores até chegar a uma porta familiar.
Olhando para dentro, parecia que era apenas Suho deitado em sua cama, e forçando um sorriso no rosto, Miyeon abriu-o. — Onde está Seojun? — a expressão de Suho se enrugou em confusão quando ele não viu o garoto Han seguindo atrás dela.
— Ah, ele ainda está sentado no banco. Recebi uma ligação do meu pai, ele acha que não é bom eu ficar mais tempo no hospital e que eu deveria voltar para a escola antes que sinta muitas saudades. — Miyeon estava mentindo descaradamente e ela se sentiu péssima por isso. — E vendo como você e... Seojun parecem estar melhorando e não estão perto da morte, pensei que seria uma boa ideia eu ir.
— Bem. Suponho que sentirei falta da visitante permanente. — Suho observou Miyeon ir até o sofá onde estava dormindo, pegando suas coisas e a bolsa que Eunjoo trouxe para o hospital no dia do acidente. — Miyeon... Você está bem?
— Maldito seja você e suas estranhas habilidades de percepção. — Miyeon ainda estava de costas para ele, mas ele podia ouvir algum tipo de emoção em seu rosto, e quando ouviu uma fungada ele sabia que não era bom.
— Porque você esta chorando? — Suho sentou-se, pegando sua cadeira de rodas para sentar nela. — E qual é a verdadeira razão pela qual você está indo embora - eu sei que você não se importa com a escola o suficiente para voltar para ir, e eu sei que você não se importaria se seu pai quisesse que você fosse. Você estava tão determinada ficar aqui até recebermos alta.
— Não é nada, Suho, na verdade. Só acho que é melhor eu ir para casa. — a garota Hwang respondeu, dobrando as roupas de maneira bagunçada e colocando-as na bolsa.
— Miyeon... — Suho não insistiu no assunto, mas quando Seojun entrou na sala, puxando o suporte intravenoso e segurando o livro de letras de Miyeon, ele pareceu descobrir alguma coisa. — O que aconteceu entre vocês dois?
A garota pulou fora de si quando ouviu as palavras, correndo por um momento, um olhar fugaz de pânico cruzando suas feições quando seus olhos pousaram em Seojun, que deu um passo à frente antes de parar.
— Miyeon... Eu... — o menino Han começou, e o menino sentado na cama do hospital observou com os olhos arregalados enquanto Miyeon fechava o zíper de sua bolsa e passava por ele, abrindo a porta e correndo pelo corredor.
— O que você fez? — o tom de Suho foi muito mais áspero quando ele fez a pergunta, as palavras cortando o torpor em que Seojun parecia estar como um caco de vidro. — Por que ela olhou para você daquele jeito? Por que Miyeon estava quase chorando? Han Seojun...
— Acalme-se, okay? — o menino Han praticamente cuspiu, os olhos vagando para o livro de letras em sua mão, indo até a cama e colocando-o na mesinha de cabeceira e voltando para debaixo das cobertas.
— Seojun. O que você fez? — Suho repetiu a pergunta, observando enquanto os olhos do menino pareciam desfocar e sua mão boa se erguia para tocar seus lábios, os dedos roçando-os. — Por que Miyeon estava tão chateada? Você discutiu com ela?
— Não é da sua conta, mas se você realmente precisa saber... — Seojun começou asperamente, mas morreu no final. — Não... Eu a beijei. Eu beijei Hwang Miyeon.
E Lee Suho apenas olhou para seu outrora melhor amigo em completa descrença.
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