Capitulo 21

Estou ensopada e fedida. O odor da cerveja chega a arder meu nariz, algo especialmente incômodo pra mim, que nem bebo. Minha vontade é surtar e gritar com essa garota, mas eu já passei por situações de bulling demais para saber que é exatamente isso que ela quer.

Ela nem disfarça o sorriso nos lábios quando eu me aproximo das meninas perguntando onde era o banheiro pra que eu pudesse me limpar.

— Vem eu vou com você. — Fala Flavia que arregala os olhos quando se vira e percebe a situação. — Mas que droga aconteceu aqui?

— A Rita, acabou derrubando a cerveja dela em mim sem querer, no meio das comemorações. Mas não liga pra isso não. — Eu digo firme, apesar de querer esganar ela por dentro.

Flávia segue comigo até o banheiro, onde eu tento, limpar a blusa da melhor forma possível.

— Você sabe que não foi sem querer né?  — Fala Flávia pra mim, enquanto me ajuda a limpar a blusa.

— Claro que eu sei, mas não vale a pena, já lidei com gente assim antes, tudo o que elas querem é ibope.

— Não, tudo o que a Rita quer é te desestabilizar e roubar o Bryan de você.

— Isso, é uma coisa que ela não vai conseguir. Mas qual é o lance dela com o Bryan?

— Nenhum, ela falta esfregar as coisas na cara dele e ele nunca deu moral pra ela. Acho que quanto mais ele recusa ela, mais ela quer sabe?!

— Mas ele já ficou com ela ou algo do tipo? Pra ela achar que ela tem algum direito nele?

— Minha filha, mais fácil um elefante passar numa agulha que o Bryan ficar com essa menina. Cá entre nós, antes de você aparecer, alguns meninos ficavam enchendo o saco dele, pra ele levar ela pra cama, principalmente o Noah. Já ouvi ele até dizer que não achou o pau no lixo pra enfiar em qualquer uma.

Eu fico sem saber o que dizer, primeiro que o Bryan nunca falou usando esse tipo de palavreado comigo, então nem consigo imaginar a cena, mas imagino que seja normal os meninos usando essas palavras quando estão juntos.

Segundo que, o que eu responderia? "Ah, ainda bem que não sou qualquer uma"? E terceiro, como pode tudo acabar no bendito Noah?

Saio do banheiro alguns minutos depois, com a blusa mais molhada e manchada que antes, com certeza da pra ver meu sutiã por baixo, mas pelo menos não está fedendo tanto mais.

Cruzo os braços por cima da mancha molhada pra não mostrar o que não devo, e espero até  que Bryan finalmente aparece.

Bryan é literalmente o último cada a aparecer, então quando ele vem em minha direção, estamos somente eu e a Rita esperando por ele. Não trocamos uma palavra com a outra enquanto esperávamos por ele, mas vi várias vezes ela olhando disfarçadamente minha roupa e sorrindo, aquela cretina.

— Oi, desculpa a demora. Vamos. — Diz Bryan olhando pra mim, não sei se ele ignora a Rita de propósito ou de ele realmente só não percebe a presença dela ali, quando ele  chega até mim. — O que aconteceu com sua roupa?

— Um aci...

— Oi Bryan, belo gol. — É claro que ela me interrompe no meio da frase, e entra entre eu e ele, feito um mosquito chato.

—Ah, obrigado Rita. — Bryan dá um sorriso que não chega até os olhos, que continuam voltados para mim. — Você tava dizendo o que aconteceu com sua roupa.

— Um acidente, alguém comemorou demais e derramou cerveja em mim, mas não importa.

— Você vai acabar ficando doente com essa roupa molhada. — Bryan tira a camisa pela cabeça e estende na minha direção. — Aqui, veste isso. Não é a mesma que eu usei no jogo, então não tá fedendo, eu acho. Haha

— Obrigada. — Eu digo, e pego a camisa meio resistente a deixar ela com ele, ainda mais agora que ela está praticamente babando em cima do peitoral dele, sem roupa. — Me acompanha até o banheiro?

— Claro. — Ele diz. — Tchau Rita.

Apesar, do Bryan se despedir, claro que a praga vem atrás da gente, puxando assunto sobre com ele o tempo todo, com aquela voz irritante.

Eu entro e saio o mais rápido o possível, a camiseta do Bryan, ficou grande demais em mim, mas ficou fofo de certa forma.

Claro que quando eu saio do banheiro Rita está tentando se jogar pra cima dele, de novo. Então não consigo me conter. Olho pra ela, com os olhos cheios de raiva, e tento manter a calma enquanto falo.

— Rita, não sei se você está sabendo. Mas eu e o Bryan estamos namorando.  Então se você puder parar de se jogar em cima de alguém que não está interessado, eu agradeço.

— Amiga, se você não se garante ou não confia nele, não é problema meu. Eu não tô fazendo nada.

Eu dou um passo em direção a ela, minha intenção é clara, meter a mão na cara dessa menina. Mas antes que eu perceba Bryan está ao meu lado, segurando forte minha cintura.

— Na verdade, você está me incomodando Rita, se eu não quis ficar com você quando eu estava solteiro não é agora que eu vou querer. Você é bem grandinha pra saber, que você está me assediando. Eu não estou interessado em você,  e não estaria, nem que só existisse eu e você no mundo. Chega Rita.

Bryan quase me arrasta até o carro, e vejo como ele está nervoso, mas não resisto olhar para a cara de Rita, que tem uma expressão ao mesmo tempo chocada e cheia de ódio,  lágrimas descem pelo seu rosto, mas não consigo sentir pena dela. Ela tá justamente colhendo o que plantou.

Entramos no carro e ele pega um casaco que estava no banco de trás e o veste, felizmente, como é um moletom, nem da pra ver que ele está sem camisa por baixo. Ele começa a dirigir, mas está em silêncio, os nós dos dedos brancos conforme ele aperta o volante com força.

— Você tá bem? — Eu pergunto.

— Eu que devia te perguntar isso, essa coisa toda, foi horrível, não queria que fosse assim.

— Ei, não foi horrível,  foi divertido. As meninas são bem legais, você fez o gol da vitória, além de ficar um gato de uniforme e sem o uniforme também. — Eu digo, e um rubor sobe pela minha bochecha pela ousadia. — Não vamos deixar que algo tão pequeno estrague todo o resto.

— Você tem razão, é só que... Eu me sinto mal com tudo isso.

— Tenho certeza que sim, mas, não é culpa sua. Agora vamos esquecer isso e focar em nós dois. Onde você vai me levar?

— É uma surpresa.

— Adoro boas surpresas.

Chegamos ao restaurante, é um ambiente acolhedor com música suave. Não é um lugar chique, é um lugar encantador, o tipo de lugar que você se sente em casa.

— Meus pais, sempre vem aqui. Eles tem muitas lembranças boas neste lugar,  e a comida é maravilhosa. Minha mãe. Foi pedida em casamento aqui,  e contou que estava grávida aqui. Eu sempre quis trazer alguém especial aqui também.

— Fico feliz por ser eu a estar aqui com você.

— Eu também fico.

O garçom se aproxima, e eu peço um macarrão a bolonhesa, enquanto Bryan pede um bife com molho e fritas, que tem um nome gourmet demais pra mim, mas tem uma cara ótima, que acompanhamos com uma água,  já que nenhum de nós dois bebemos bebidas alcoólicas, e não estávamos a fim de refrigerante.

A comida era maravilhosa, uma das melhores macarronadas que eu já comi, sem sombra de dúvida. Pedimos uma cheesecake de sobremesa, que também estava divina. E felizmente a conta não fixou num valor alto, que mesmo que eu tenha insistido pra dividir, o Bryan se recusou e fez questão de pagar sozinho.

São quase 11 horas da noite quando Bryan para o carro, em frente ao meu prédio. Então temos algum tempo pra ficar juntos antes que eu precise subir.

— Eu amei hoje, obrigada pelo jantar. E eu amei sua família, sua mãe é um amor e seu irmão,  é uma criança incrível.

— Ele é, eu tenho certeza que todo mundo amou te conhecer também. Sinto muito de novo, pelo lance com a Rita. E pelo acidente da sua blusa.

— Não importa, ter visto você sem camisa fez valer a pena.

— Fez? E eu achando que você não estava interessada no meu corpo... Não foi isso que você disse?

— Ah, cala a boca vai. — Eu digo e agarro sua cabeça com uma das minhas mãos e o puxo contra mim, colando minha boca na sua.

Beijar o Bryan é sempre delicioso,  e dessa vez não é diferente, enquanto nossas línguas dançam, eu passeio com minha mão livre por baixo de sua blusa, sentindo sua pele com meus dedos.

Ele me agarra pelas costas com força,  sua boca esmagada contra a minha. Eu perco o fôlego com o beijo, com o calor, com a intensidade de sensações. Bryan morde meu lábio inferior e o puxa levemente, e isso causa arrepios e sensações em cada parte do meu corpo.

— Acho que você precisa ir. — Ele diz depois de um tempo.

— Eu também acho. — Digo, apesar de não me soltar dele.

— Eu sei que sou irresistível,  mas você precisa me soltar pra ir, não quero que você chegue atrasada e sua mãe não queira deixar a gente sair mais.

— Você,  não é irresistível.  — Eu digo e me afasto dele.

— Alicia, antes de você ir... Eu tenho uma coisa pra você.

Bryan abre o porta luvas do carro e tira um pequeno embrulho e entrega pra mim. Quando eu o abro, tem um anel dentro, prateado, com algumas flores feitas de metal, e pequenas pedrinhas nos centros de cada flor.

— É lindo.

— Não é nada caro, nem chique, nem nada, nem é orata de verdade, é folhado. Mas, eu queria que... Sei lá... Representasse nosso namoro... Não sou bom em me explicar...

— Bryan,  eu amei. — digo colocando o anel no dedo. — Obrigada. Eu amo você.

— Eu também amo você.

Demos um selinho rápido, saio do carro e subo até meu apartamento com um sorriso bobo na cara. Quando abro minha porta minha mãe está na sala, me esperando.

— Como foi o seu dia? — Ela pergunta antes de olhar pra mim. — O que aconteceu com a sua roupa?

— Alguém acidentalmente derramou cerveja em cima de mim, aí o Bryan me emprestou a camiseta dele.

— Mas e ele?

— Ficou de casaco. Ele também me deu isso. — estendo a mão pra que minha mãe veja. — É tipo um anel de compromisso. É folhado a prata.

— É lindo filha.

— E seu encontro?

— Não foi bem um encontro.

— Você parece decepcionada. Quem é ele?

— Alguém do trabalho.  Ele queria, falar sobre projetos, projetos de verdade acredita.

— Ele é um idiota mãe. Você merece mais que outro idiota.

— Você tem razão.

Deixo ela pensando em tudo e sigo até meu quarto. Tomo um banho, troco de roupa, e mando uma foto da minha mão pro grupo de amigos.

Alicia: Estou morta de cansaço. Mas conto tudo pra vocês amanhã, e olha que tem muita coisa pra contar!

Max: Notícia urgente! Fofoqueiro belíssimo morre por falta de fofoca.

Alicia: Amanhã Max, prometo. E vamos falar sobre a festa da Brie?

Meghan:  Vamos, depois da aula. Aqui em casa.

Alicia: Ok. Até amanhã. Max, se você morrer, nunca vai saber as fofocas.

Max: Droga.. você tem razão.  Até amanhã.

Desligo o celular, e me deito na cama pensando no dia de hoje. Depois de algum tempo me levanto,  vou até onde coloquei a camiseta do Bryan, que apesar do tempo que eu a usei ainda tem o cheiro dele.

Seguro a camisa contra meu rosto e respiro algumas vezes, quando me dou conta já a levei para a cama comigo. Acabo dormindo daquele jeito, abraçada a camiseta dele, sentindo o cheiro nela.

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* Anel dado pelo Bryan

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