C A P I T U L O 1 1

Era dia de aula e também o dia que teria o tal encontro com Bryan depois da aula. Depois do que aconteceu na noite anterior, a vontade era desmarcar tudo com Bryan, mas que diferença fazia? James continuava tendo uma namorada, linda e loira. Ele disse que a amava, mas isso também não muda nada, ainda mais quando ele nem deu a ela chance de responder. Ou quando precisa fingir que nada aconteceu no dia seguinte.

Tomo um banho e me arrumo para a escola, confesso que talvez eu tenha dado uma caprichada a mais, mas nada de mais, uma calça jeans mom, coturno, uma regata cor de rosa e uma jaqueta de couro compunham o look. Além de uma maquiagem básica como sempre.

Saio do quarto e vou até a cozinha onde minha mãe se prepara para sair para o trabalho. Sorrio a abraço e dou um beijo em seu rosto.

— Tchau mãe. Espero que de tudo certo para você, eu te amo. E mãe, você está linda.

— Obrigada filha, eu também amo você. 

— Mãe, só para avisar que vou tomar um sorvete com um amigo depois da escola hoje, tudo bem?!

— Esse amigo é o James?

— Não mãe, não é o James, o nome dele é Bryan.

— Sem sorvete antes de almoçar, se esse Bryan for um cara legal, ele vai te pagar pelo menos um lanche decente, e por favor filha, toma cuidado.

— Claro mãe. — Digo e ela sai.

Minha vontade é ir com ela, só para ter certeza que vai ficar tudo bem, mas não posso fazer nada, afinal ela que é a mãe. Vou até a geladeira pego um iogurte e como um sanduíche rápido, confesso que se minha mãe não me vigiasse, eu comeria sanduíche todo dia, em todas as refeições. Termino de comer, pego meu material, fecho tudo e vou para a escola.

Chego na escola quase em cima da hora, mas mesmo assim meus amigos estão em uma rodinha me esperando. Bryan também está lá, juntam te com o James.

— Oi, gente, desculpa a demora. — digo e faço um aceno com a mão para cumprimentar todo mundo.

— Isso são horas, bonita? — Fala Max e me dá um abraço. 

— Eu nem tô atrasada, nem vem. 

— Oi, Alicia, tudo certo para hoje? — Pergunta Bryan. 

Meu coração acelera, eu olho para o James, a última frase que ele me disse martelando no meu ouvido. Como posso sair com alguém após ouvir algo assim? Mas aí eu me lembro dele e da loira, não importa o que ele disse, isso não muda as coisas e eu prometi que ia fingir que aquela conversa nunca existiu, então preciso manter minha palavra.

— Olha, se não tiver como, tudo bem tá bom? Sério. — Continua Bryan, claramente constrangido devido ao meu silêncio. 

— É, não é que… Minha mãe me disse que devíamos sair para comer algo ao invés de tomar sorvete.

— Claro! Sem problemas, fico feliz de agradar sua mãe te dando uma refeição completa. Eu, preciso ir agora, antes que eu perca o horário, sabe… Tchau Alicia. — Bryan se aproxima de mim e me dá um beijo no rosto, antes de entrar correndo na escola.

— Vocês sabem que nós devíamos entrar também né? — Fala Tiff.

— A gente já tá entrando, só queríamos ver a Alicia com o novo namoradinho.

— Ele não é meu namorado. — digo, rápido demais. E por dentro me lembro de todas às vezes que eu não corrigi quando diziam que o James era meu namorado.

— Não é ainda né, porque por favor. — Diz Max. — Mas, olha se você não quiser, eu quero viu.  Haha

— Max, você não presta! — Fala Tiff enquanto entramos na escola.

— Claro que presto, estou sendo ecológico e reciclando. Se a Ali jogar fora pego para mim. 

— Sabe Max, não querendo te desanimar, mas eu não acho que ele seja bi, nem gay.

— É por isso odeio essa escola. Aqui só tem hétero, credo, chega a dar arrepio, como vou viver um romance arrebatador assim?

Todos rimos inclusive James, que permaneceu calado o tempo todo. Quando estamos na porta da sala sinto sua mão roçar na minha, ele nem chega a pegar na minha, minda assim abro um sorriso.

As aulas correm normalmente, mas hoje James fica em todas as aulas, o que é quase um milagre. Até mesmo Max percebe e chega a fazer piada sobre o assunto.

— James, você esqueceu uma coisa.

— Esqueci? O quê?

— De sair depois da primeira aula. 

— Max. Assim ele vai achar que somos estranhos e não vai mais querer ser nisso amigo. — fala Meghan e faz um biquinho.

— Meu amor, não se preocupa que o James aqui já é meu brother. 

Eu não consigo escutar a resposta do James porque alguém grita meu nome nesse momento. Me viro e vejo Bryan saindo da escola, eu paro para esperá-lo e me despeço dos meus amigos, dando um abraço em cada um.

— Tchau amiga, divirta-se. — Se despede Max.

— Tchau, Ali, juízo hein. — Fala Tiff com um sorrisinho.

— Tchau Ali. Quero saber tudo mais tarde. — Meghan diz no meu ouvido quando me abraça. 

— Tchau amiga. — Fala Brie.

E por último.

— Tchau James.

— Tchau Alie. — nossos olhos se encontram, eu consigo ouvir os passos do Bryan se aproximando. — Posso te ligar mais tarde. Para falar sobre o livro? 

— Claro, sempre vou querer falar com você. — Assim que termino de dizer, James vira e se vai, deixando engasgado tudo que eu queria dizer e não digo. 

— Oi, Alicia. Vamos? 

— Vamos.

Bryan me traz até um McDonald's, o que já é um ponto para ele visto o meu amor por sanduíches. Ele pergunta o que quero, faz o pedido e nos sentamos.

— A história do dinossauro é o seguinte, quando eu era criança eu amava dinossauros, uma vez fui ver um filme no cinema e tinha um dinossauro no filme, e eu não conseguia entender como tinha um dinossauro no filme e meu pai também não soube explicar, aí ele simplesmente disse que o dinossauro era uma pessoa, e eu fiquei tipo “uau, pessoas podem ser dinossauro. Que massa! Quero ser dinossauro quando eu crescer”. Demorou anos para eu entender que nunca ia poder ser um dinossauro. 

— Nossa, eu nunca teria imaginado, essa é uma das melhores histórias que eu já ouvi. 

— Você esta exagerando. 

— Bryan, você achou que podia ser um dinossauro de verdade, isso é demais, sério.

— Eu era burro, ué, acontece, crianças são burras às vezes.

— Não foi burro, foi fofo e um pouco inocente. 

— Eu ainda sou fofo, mas já não sou tão inocente. — diz Bryan e encosta sua mão na minha perna. Não é uma sensação ruim, então deixo ele ficar com ela lá. 

O encontro até agora tem sido ótimo, Bryan é realmente engraçado e é uma ótima pessoa apesar de ser um pouco atrevido. Ele definitivamente tem um charme, e ele tem razão, ele é bem fofo. Eu me sinto bem ao lado dele, sinto até vontade de beijar ele, e sinceramente isso não é tão comum assim.

Ficamos um bom tempo conversando, no fim ele me compra um sorvete e insiste em me acompanhar até em casa. Tirando a mão na minha perna, ele não tentou nada, nem mesmo me beijar, eu me sinto quase decepcionada com isso, quase.

— Olha quem tá ali, não é seu amigo?

Olho em volta procurando Max, ao invés disso vejo James, do outro lado da rua. De mãos dadas com a loira, em frente a uma casa grande e bonita. Ele tem a cabeça baixa, olhando para ela de forma que eu não consigo ver sua expressão. Ela tem um olhar de admiração no rosto, quando ela solta a mão dele e a leva a cabeça dele passando os dedos longos nos fios de cabelo dele e o trazendo para perto, eu desvio os olhos. É um mundo muito pequeno para uma cidade que deveria ser tão grande.

— Quer ir lá falar com ele? 

— Não, ele parece meio… Ocupado, se é que você me entende. 

— Haha, é você tem razão. Podíamos estar ocupados também, sabe.

— Podíamos. 

Não falamos nada até chegar em frente ao meu prédio, mas sinto que a energia mudou. Ele para em frente ao meu prédio, e o convite simplesmente escapa pela minha boca. 

— Quer subir?

— Claro. Por que não? 

Poucos segundos se passam, entramos, subimos, entramos em casa, fomos para o meu quarto. E ele me agarra, quando ele me beija não é um beijo doce e tímido, é algo voraz, é intenso e cheio de desejo. Eu nunca tinha me sentido tão desejada antes, é algo tentador. 

Bryan agarra minha cabeça com força e cola minha boca na dele, eu me espelho nele em força, minha mão agarra tão forte os cabelos dele que me pergunto se cheguei a machucar, não que ele pareça se importar. Sua língua pede passagem pela minha boca e eu abro, nossas línguas se encontram e travam uma batalha deliciosa. 

Bryan é quente, beijá-lo é uma das coisas mais gostosas que eu já fiz, eu cheguei a achar que o James seria o único a me provocar desejo e sensações, fico feliz de estar errada, feliz de experimentar isso pela primeira vez, não o beijo, não o amasso, mas a intensidade da sensação, de me sentir atraída e de desejar, mas principalmente desejar algo que possa ter.

Envolvo minhas pernas na cintura de Bryan, ele agarra minha bunda me segurando firme contra ele, nossos beijos são ávidos, enlouquecidos. Ele solta um suspiro na minha boca, e isso me causa sensações nunca imaginadas, um arrepio que vai da nuca até minhas partes baixas, que me faz contrair, me faz me apertar mais contra ele.

— É melhor a gente ir mais devagar gata. — ele diz, entre um beijo e outro.

— Você não parece querer ir devagar. — eu digo. E me aperto ainda mais contra ele.

— Não quero, mas é melhor. 

Eu me afasto alguns milímetros dele, solto minhas mãos, confiando apenas nas minhas pernas e nas mãos dele para não cair. Levo minhas mãos até a bainha da minha blusa e retiro, primeiro o casaco e depois a regata que estava por baixo, ficando só de sutiã.

— Meu Deus, Alicia. 

Retiro minhas pernas de volta dele e me apoio no chão, eu agarro sua camiseta e o empurro até ele cair na minha cama. Subo em cima dele e o beijo novamente. Retiro sua camisa e ele abre o meu sutiã. Bryan inverte as posições, me deixando debaixo dele, eu sinto minha pele na sua, ele pega um dos meus mamilos e aperta com os dedos, sua boca vai até meu pescoço e ele morde e chupa ali, o que arranca gemidos de mim. 

Quero mais, eu ponho minha mão na sua calça, eu sinto ele duro lá dentro, meus dedos vão até a braguilha e abro o botão, mas no momento que eu vou abaixar o zíper o telefone da minha casa toca.

— Preciso atender, já volto. — digo praticamente sem fôlego. 

O telefone toca novamente. Saio do quarto e vou até ele e tiro do gancho. 

— Alô.

— Devo chegar em casa em 15 minutos, resolvi ligar antes porque bem, queria ter certeza de não ter nenhuma surpresa, e como liguei umas 10 vezes no seu celular e você não atendeu, achei que talvez fosse necessário. Se o rapaz quiser pode ficar. 

— Mãe, eu…

— Eu já tive sua idade, Alicia, só toma cuidado por favor. Com… a parte, uh, física. E com seu coração também. 

— Tá bom mãe, conversamos quando você chegar.

Volto ao meu quarto, e paro um segundo antes de abrir a porta, me preparando para dizer para o Bryan se vestir. Mas quando entro ele já está vestido, sentado na cama. Minha blusa e meu sutiã estão arrumados ao lado dele, e não tem nenhum volume visível nas calças.

— Não foi assim que você estava quando eu saí. 

— Não… — Ele diz, o rosto ficando vermelho. — Acho melhor a gente parar por aqui, a gente já foi longe demais, Alicia. 

— Ok, então, era minha mãe no telefone, ela vai chegar em 15 minutos. Se quiser ir embora, a hora é agora, mas se quiser conhecer ela pode ficar. 

— Nossa, eu não esperava por isso. Calma. — Ele solta um suspiro e logo em seguida abre um sorriso largo. — Vou adorar conhecer sua mãe. 

— Ei, o que foi esse suspiro? 

— Só tava me preparando para me livrar do seu ataque ao meu corpo, haha! Acho que fiquei chateado de não ser necessário. 

— Até parece que eu ia atacar o seu corpo!

— Você acabou de fazer isso agora mesmo!

— Eu não! Jamais! Vem, melhor a gente esperar minha mãe lá na sala, antes que você resolva atacar meu corpo.

— Eu não vou dizer que não atacaria seu corpo gata. — diz ele rindo e me segue até a sala.

Estar com o Bryan, é diferente de qualquer coisa, até das coisas que eu já li, ele é divertido, e quando estamos na sala parecemos bons amigos, é como se fosse outra pessoa me agarrando loucamente e agora conversando palhaçadas e rindo. Ele é tímido e atirado ao mesmo tempo, e isso faz com que ele seja fofo e alguém fácil de conviver, não quero comparar, mas é bem diferente do James que é uma montanha-russa de emoções com a qual eu nunca sei o que esperar.

Minha mãe entra em casa e nos vê sentados no sofá falando sobre zumbis, é engraçado como sempre rola uns papos aleatórios do nada com o Bryan. 

— Eu só tô falando que se tivesse uma invasão zumbi eu morreria primeiro que você.

— Isso não faz o menor sentido.

— Claro que faz, você só não quer aceitar. Você não aceita que seu namorado morra primeiro que você numa invasão zumbi.

— Oi, crianças, cheguei.

— Oi, mãe! 

— Dona Valéria, tudo bem? Como você está? Sou o Bryan muito prazer. — Bryan se levanta do sofá e vai até a minha mãe cumprimentar ela, aperta sua mão e até dá um beijo no rosto.

— Muito prazer Bryan. Sobre o que vocês estão conversando?

— Sobre eu ser uma presa fácil para zumbis dona Valéria. Ela não aceita a verdade.

— Bryan, você é jogador, você corre, não faz nenhum sentido. 

— E essa seria minha fraqueza, enquanto você ficaria quietinha em casa eu ia tentar ser um herói e fracassar.

— Ele tem um ponto filha.

— Viu, sua mãe concorda comigo. Agora, se me dão licença, preciso ir. Tô atrasado para o treino, mas queria esperar a senhora chegar, dona Valéria, tava ansioso para te conhecer! 

— Você já vai? — até eu me surpreendo com a tristeza na minha voz. 

— Eu preciso. Mas eu te mando mensagem depois. E amanhã eu te vejo na escola, e se quiser fazer algo, no sábado eu não tenho treino… Posso vir aqui responder as eventuais perguntas que sua mãe possa ter para permitir que eu namore com você. 

— Namorar? 

— Sim Alicia. Quero namorar com você. Por quê? Você não quer?

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