Thirty / LOREN
Limpei as pequenas lágrimas que escorriam pelo meu rosto e respirei fundo, tentando manter a calma. Minhas mãos estavam trêmulas e minha respiração desregulada, eu não sei de onde tirei coragem para fazer isso.
Acho que eu nunca me senti tão exposta assim em toda a minha vida.
Quando fiz menção de sair do palco, som de palmas invadiram os meus ouvidos, apenas sorri e sussurrei um "obrigada". Essa era a primeira vez que eu cantava em publico e, para ser sincera, a sensação não é tão ruim quando eu pensava.
Olhei em volta, procurando a mesa que eu estava sentada antes e acabei encontrando a mesma vazia. Suspirei e dei meia volta, com a intenção de ir procurar os meus amigos, mas uma mão segurando meu pulso me impediu.
— Precisamos conversar?
— Olha, eu adoraria conversar, mas é que eu tenho coisas mais interessantes para fazer.
— Para de ser assim — Ele suspirou e passou as mãos pelo cabelo.
— Assim como? — Eu cruzei os braços, eu estava, claramente, na defensiva.
— Sai da defensiva — Ele descruzou meus braços — Eu só quero conversar.
Suspirei e assenti, fazendo com que um pequeno sorriso surgisse no seu rosto. Ele pegou na minha mão e saiu me arrastando para fora do lugar, bom saber que o tempo não aumentou a sua delicadeza quase que inexistente.
Apoiei minhas costas na parede e passei as mãos nos meus braços, em uma tentativa (inútil, diga-se de passagem) de me aquecer. Alguns minutos se passaram e ele continuou me encarando, isso já estava me cansando.
— Seu tempo está passando — Eu disse e olhei para o meu pulso, como se tivesse um relógio nele.
— O que foi aquilo?
— Uma música? — Eu disse em um tom óbvio, afinal, era mais que óbvio.
— Sai da defensiva — Eu bufei mas assenti — O que ela quis dizer?
— Hayes, faz dois anos que nós terminamos e mesmo assim a sua lerdice não diminuiu — Eu soltei uma pequena risada — A música é alto explicativa.
A sua cara denunciava o quão perdido ele estava no meio daquilo tudo. Bufei e dei meia volta, pretendendo ir embora o mais rápido possível, mas ele segurou meu pulso, me puxando para mais perto.
— Não, você não vai embora — Ele disse em um tom autoritário.
— E quem vai me impedir? Você? — Eu disse em um tom de deboche
— Isso mesmo, eu vou te impedir — Ele disse dando ênfase no "eu".
— Tudo bem — Eu respirei fundo — O que você, senhor fodão, vai fazer para me impedir de atravessar aquela porta agora mesmo?
— Eu vou te beijar.
Eu cruzei os braços e arqueei as sobrancelhas, desafiando ele a fazer isso.
— Não, você não vai.
— É, você tem razão, eu não vou fazer isso mesmo.
Dito isso, ele me beijou e saiu correndo, me deixando com a droga de um sorriso bobo para trás.
Que porra você está fazendo comigo, Benjamin?
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top