Forty-Three / LOREN
Olhei para o Nate e o fez um sinal pra ir com o Hayes, eu realmente não devia ter desabafado com ele ontem à noite. Bufei e assenti, saindo de casa e sendo seguida por Hayes.
— Da pra você andar mais devagar?
— Da pra você andar mais rápido? — Eu retruquei, escutando ele bufar.
Hayes destravou o carro e eu entrei, virando a cara para o vidro assim que escutei ele entrar também. O carro começou a andar e Hayes ligou o rádio, tentando disfarçar o silêncio constrangedor que se formou.
— Então...
— Nem começa — Eu o interrompi — Nem tenta puxar assunto.
— Por que você está brava desse jeito?
— Eu não estou brava.
Ele assentiu e eu aumentei o rádio, deixando claro que a conversa tinha acabado ali, mas Hayes pareceu não entender o recado e tentou puxar assunto, sendo ignorado todas as vezes.
— Como você não está brava? — Eu não falei nada — Você está me ignorando o caminho inteiro.
— Não estou brava, estou triste.
O sinal ficou vermelho, fazendo Hayes freira o carro e olhar pra mim, tentando entender qual o motivo da minha tristeza. Não sei por quê ainda me surpreendo com a lerdeza dele.
— Por que você está triste?
Em resposta, eu apontei para o sinal, que já estava verde. Hayes bufou e resmungou alguma coisa que eu não consegui entender e continuou o caminho para a minha casa que, para a minha tristeza, ficava do outro lado da cidade.
— Você sabe que eu ainda tenho muito tempo para convencer você a me responder, não sabe?
Eu apenas peguei meu celular e comecei a fingir que estava mexendo nele, tentando fazer com que Hayes calasse a boca e continuasse o caminho em silêncio.
O carro parou e eu olhei para o lado, tentando entender o porque dele ter parado em uma praia e não a minha casa.
— Aqui foi a praia que nós nos beijamos pela primeira vez, lembra?
— Lembro.
— Qual é Loren, você não vai abaixar a guarda nem no nosso lugar especial?
Eu fechei os olhos e respirei fundo, tenho muitas memórias boas desse lugar e não posso estragar elas por causa de uma discussão idiota. Senti uma mão fazendo carinho na minha bochecha, o que me fez abrir os olhos e perceber que Hayes estava perto, muito perto.
— Eu apenas estou... — Fui interrompida por lábios sendo pressionados contra os meus.
O beijo não tinha segundas intenções, era como se fosse uma necessidade para os dois. Porra, eu senti muita falta disso. Senti Hayes me puxar para o seu colo e sorri entre o beijo, fazendo ele soltar uma pequena risada rouca, o que fez todos os meus pelos do meu corpo arrepiarem.
Saímos do transe quando escutamos o toque de um celular. Hayes bufou e olhou o seu celular, mudando sua expressão logo em seguida.
— Oi Lucy — Ele atendeu.
Voltei para o banco do passageiro e olhei para a janela, segurando o choro. Eu achei o que? Que a gente ia de beijar e tudo voltaria ao normal, como dois anos atrás? Acorda Loren, agora ele tem uma namorada e você está fazendo uma coisa que prometeu nunca fazer, você está sendo a outra.
— Desculpa por isso — Ele disse.
— Tudo bem — Eu suspirei — Você pode só me levar pra casa?
Ele assentiu e começou a dirigir, mas dessa vez, não falando nada o caminho inteiro, o que me fez agradecê-lo mentalmente. Depois de alguns minutos ele parou na frente da minha casa e suspirou.
— Está entregue.
— Se você ainda quer saber — Eu abri a porta — Eu estou triste por causa de alguém que me deixava loucamente feliz mas é um idiota.
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