Capítulo 18

Já virou rotina acordar nos braços desse homem, nem estranho mais, sempre acordo em posição de conchinha envolto pelo corpo dele, não sei como esse homem consegue, mas apesar de tudo o que já aconteceu me sinto protegido quando estou assim, ele me dá segurança, esse é o máximo de contato físico que ele tem comigo, nunca mais tentou sequer me beijar, fico grato, mas as vezes penso em como seria ficar com ele do jeito certo, o que sinto com ele nenhuma mulher me fez sentir, elas me deram muito prazer, mas apenas físico, carinho, aconchego e proteção só senti pelas mãos desse homem loiro que está agarrado a mim, será que vou estragar tudo se pedir para tentarmos com calma? Por enquanto vou ficar quieto, estou confuso demais, adormeço novamente na nossa bolha.

Acordo sozinho, saio do quarto e encontro Aninha e Risto na cozinha preparando o almoço, cacete dormi demais

- Bom dia dorminhoco – Aninha apesar de tudo ainda consegue sorrir, é bom ser criança, elas ficam tristes mas mesmo assim conseguem superar mais rápido

- Bom dia gente, pq não me acordaram?

- Você merecia dormir, agora senta aí que daqui a pouco sai o almoço

- Hum... e o que vai ser?

- Minha especialidade, macarronada - Dou risada pq me lembro de quando ele fez isso pra nós no outro apê dele

- Hei, não ri, é a única coisa que eu sei fazer

- Tá melhor que eu, não sei nem fritar ovo – olhamos pra Aninha

- Nem olhem pra mim, sou criança, só sei ligar na pizzaria

- Droga, minha esperança estava em você – disse rindo – vamos viver de restaurante, fast food e macarrão

- Para de enrolação e arruma a mesa, tá quase pronto aqui

- Tá bom senhor mandão - Recebo uma estilingada de guardanapo na bunda

- Aii

- Você mereceu, anda logo

- Sua traíra – Digo pra uma certa ex-irmã que está quase caindo da cadeira de tanto rir

Almoçamos e ficamos em casa o dia todo, eu estava naquele período de nojo da empresa, férias da facul e a Aninha de férias também, Risto, putz ele é chefão né, se ele não for trabalhar quem vai falar alguma coisa?

A noite coloquei Aninha pra dormir e fui conversar com Risto, não era certo ficar assim na casa dele, eu preciso sair daqui, mas não sei o que fazer, como ele é mais velho talvez possa me ajudar a pensar melhor, deitamos na cama pra dormir e aproveito para conversar com ele

- Risto, preciso falar com você

- Sim...

- Não preciso te contar a história toda pq você já sabe né? E eu também não acho certo, praticamente me mudei pro seu apartamento com uma criança embaixo do braço, você é só meu chefe e amigo, não precisa me ajudar tanto, acho que estou abusando

- Não está não, eu adoro você e sua irmã, tenho espaço aqui, posso e quero te ajudar

- Eu sei, obrigado, mas não é certo, eu tenho que me virar, preciso arrumar grana pra cuidar da Aninha, pagar a escola dela, balé, não posso tirar ela disso agora, já é um trauma muito grande, perdeu o pai, abandono da mãe, tira-la da rotina vai ser pior, estou pensando, acho que vou arrumar um apê pra nós dois, com o meu salário não conseguirei pagar, estou pensando em voltar para a rua, você sabe... – Ele fechou a cara e ficou bravo na hora, me deu medo, parecia o Risto de antes

- De jeito nenhum você vai voltar pra rua tá me ouvindo?

- Mas o que eu vou fazer? Tenho uma irmã pra sustentar agora, pelo menos até ganhar melhor, preciso disso

- Não, você precisa focar nos seus estudos, trabalhar duro na empresa e crescer profissionalmente, se inventar de voltar pra rua pode pegar uma doença ou morrer, aí sim tua irmã vai estar na rua e sozinha, eu disse que vou te ajudar

- Mas pq?

- Não percebeu ainda? Eu to completamente apaixonado por você, desde aquele dia estou te mostrando como posso ser bom pra você, mas eu quero que você me queira então não vou forçar nada, mas jamais te deixarei na rua, nunca mais você venderá seu corpo, eu tenho o suficiente por nós três e sobra, então até você se restabelecer ficará sob a minha asa entendido?

Comecei a chorar, mas que merda, to ficando mole mesmo, ele me abraça enquanto encharco sua camiseta de lágrimas e me faz confirmar com a cabeça que tinha entendido, segurei o choro, esperei meu corpo voltar ao normal para continuar com a conversa

- Risto, obrigado, mas você não precisa fazer isso, nem sei se um dia vou poder corresponder o que você sente

- Não me importo, sua amizade, poder sentir você e ainda mais a Aninha, ela está fazendo a tristeza que tenho desde que perdi a Anne ir embora do meu peito, eu posso e vou te ajudar, quero vê-lo formado com um bom emprego e a Aninha também, nem que pra isso eu viva na friendzone e tenha que viver de cinco contra um lembrando do seu corpo pro resto da vida.

Com isso ele me fez rir, achei que não fosse conseguir gargalhar desse jeito tão cedo, mas ele está trazendo tanta coisa boa pra minha vida de merda, acho que ele merece o meu melhor, não sei se conseguirei, mas preciso tentar por ele e por mim, nunca senti isso por ninguém, essa vontade de agradecer, de agradar, de ficar perto, ele me dá tudo e estou sendo novamente aquele moleque mimado, não eu não sou mais assim...

- Risto, preciso te contar uma coisa – pqp to pra ficar tímido agora, não to me reconhecendo perto desse homem mais

- Pode falar – ele me olha curioso

- Eu nem sei como falar ou me explicar, mas tenho que tentar, nesses últimos dias daquele monstro que eu tinha na memoria, você se tornou um grande amigo, um símbolo de carinho e proteção que eu nunca tive, espero que você me entenda, não sei se irei conseguir, mas por nós eu quero tentar

- Não estou entendendo onde você quer chegar

- Risto, acho que estou começando a gostar de você, eu nunca me senti assim com nenhuma mulher, prazer físico é fácil, mas esse prazer de estar perto, de querer estar junto eu nunca tive antes de você

- Isso quer dizer que?

- Eu quero tentar, não sei o que vai acontecer, mas preciso tentar por você e principalmente por mim, se não der certo, espero que me entenda

- Você me fez o homem mais feliz do mundo falando isso, eu sei que pra você é mais difícil, eu já tive outros relacionamentos homo antes, mas em nenhum me senti como me sinto ao seu lado, tão forte e ao mesmo tempo tão impotente em suas mãos

- Risto, estou falando sério, de todo o coração quero tentar, mas pode não dar certo, você está bem com isso?

- Meu lindo, não me importo se amanhã você me chutar pq prefere uma buceta, pq terei o hoje pra sempre em minha memoria, e eu vou me esforçar que o hoje dure para sempre

- Eu prometo me esforçar também

- Posso te beijar? todos os dias quando olho pra sua boca sinto vontade, mas me contenho, só farei qualquer coisa com seu consentimento

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Tags: #gay#romance