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˖࣪ ❛ PORQUE, GAROTA, EU CASARIA COM VOCÊ COM UM RING POP
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NÃO PODE SER bom para ela ficar lá tanto tempo. — Mike exclamou, andando de um lado para o outro na sala de estar da cabana.

— Mike, você precisa relaxar. — Max disse, seus dedos trabalhando no cabelo de Addison enquanto ela o trançava.

Addison concordou com a cabeça. — El tem isso, Mike. Ela é tipo... Super poderosa. Não há razão para nos preocuparmos, ela tem seus limites, com certeza. Mas ela os conhece muito melhor do que qualquer um de nós.

— Bem, e se ela tiver danos cerebrais ou algo assim? — Mike parou em seu caminho, cruzando os braços enquanto batia o pé contra o chão de madeira repetidamente.

— Oh, merda. Isso é uma coisa real? — Lucas ergueu os olhos da caixa de cereal que segurava nas mãos.

— Não, não é. Ele inventou. — Max disse, amarrando as pontas do cabelo de Addison com a presilha.

— Lucas, eu... — Addison começou, cortando-se. — Dano cerebral é real, sim, mas... Não vai chegar a isso.

— Certo. Mike não sabe do que diabos ele está falando. — Max continuou, envolvendo um braço em volta dos ombros de Addison e dando um beijo em sua bochecha.

— Ah, e você sabe? — Mike estalou, seu olhar endurecendo.

— Não, eu... — Addison bufou quando o par começou a discutir implacavelmente. Ela gemeu se levantando da cadeira e andando até onde Nancy, Jonathan e Will estavam na cozinha. Logo seguido por Max e Mike.

— Ok, vocês podem resolver uma discussão por nós? — Max perguntou, parando na frente de Nancy e cruzando os braços. — Quem você acha que deve decidir os limites de El? Mike ou Eleven?

— O jeito que você enquadrou isso é uma merda! — Mike acusou. Addison suspirou, compartilhando um olhar com Lucas enquanto a discussão começava a esquentar novamente.

— Não é besteira! Mike, este é todo o seu problema e também é precisamente a razão pela qual ela terminou com você!

— El largou você? — a boca de Nancy se abriu em choque.

— Sim! Porque as três estão conspirando contra mim! — Mike acusou, apontando para Max e Addison. — Elas estão corrompendo ela.

— Eu nunca faria isso, Mike. Você já deveria saber disso. — Addison zombou, balançando a cabeça.

— E nós a estamos esclarecendo. O fato é que ela não é sua. Ela é sua própria pessoa, capaz de tomar suas próprias decisões. — Max argumentou, seu olhar fixo nele enviando-o seis pés abaixo.

— Ela está arriscando sua vida sem motivo.

— Sem motivo? Mike, os esfolados estão por aí fazendo Deus sabe o quê.

— Matando, esfolando...

— Comendo.

— Transformando-os em monstros.

— E El não é estúpida. Ela conhece suas habilidades melhor do que qualquer um de nós. — Nancy explicou suavemente, cruzando os braços.

— Exatamente! Obrigada.

— E ela é sua própria pessoa. — Nancy continuou.

— Exatamente.

— Com seu próprio livre arbítrio.

Addison se encolheu, esperando que Mike surtasse novamente. — Certo.

— El salvou o mundo duas vezes e Mike ainda não confia nela.

— Max... — Addison começou antes de Mike se virar para a sua namorada com uma expressão de raiva.

Bem, foda-se. Pensou Addison. Aí vem.

— Você quer falar sobre confiança, realmente? — Mike riu amargamente. — Depois que você e Addison fizeram Eleven nos espionar?

— Não traga minha namorada para isso, Mike. — Max interrompeu, cruzando os braços. — Você fez algumas coisas muito ruins com ela no passado.

— Você também! — Mike acusou.

— Eu sei! Eu me desculpei! — Max retrucou, raiva e culpa inundando seu corpo.

— Tanto faz, acho que namoradas não mentem! Elas espionam! — Mike o encarou. Addison suspirou, balançando a cabeça enquanto colocava a mão no pulso de Max.

— Espere o que? — Lucas franziu as sobrancelhas, olhando para Max e Addison.

— Ah, elas não te contaram isso?

— Não.

— Max e Addison usaram os poderes de El para nos espionar.

— Não, não, não! Nós não a usamos! Foi ideia dela, e por que estamos falando sobre isso? Sério?

— Sim, quem se importa? — Will gemeu, apoiando-se no balcão atrás dele.

— Eu me importo. — Lucas cruzou os braços.

— Nós estávamos apenas brincando. — Max defendeu.

— Não teria sido tão engraçado se eu estivesse fazendo uma grande merda ou algo assim?

— Isso é nojento. — Addison engasgou, mostrando a língua para dar ênfase.

— Você não estava.

— Mas e se eu estivesse?

— Então, nojento. — Max a sacudiu.

— Sério, Mike? — Nancy beliscou a ponte do nariz.

— Eu só estou tentando demonstrar o quão descuidado Max é com os poderes de Eleven. Na verdade, quão descuidados todos vocês são. Vocês estão tratando ela como uma espécie de máquina, quando ela não é uma máquina, e eu não a quero morrer procurando pelos esfolados quando eles obviamente desapareceram da face da Terra! Então, podemos, por favor, bolar um novo plano, porque eu a amo e não posso perdê-la novamente. — Mike vociferou com raiva, sua voz subindo uma oitava.

— Uau. — Addison acenou com a cabeça com uma risada. — Que bom que você finalmente admitiu isso.

Ela sentia falta de quão perto eles estavam antes de tudo isso acontecer. Addison sentia falta de seu melhor amigo.

A expressão de Mike mudou quando ele cruzou os olhos com Eleven quando ela tinha acabado de sair de seu quarto. — O que está acontecendo?

— Mike está gritando com a gente. — Addison suspirou. — Mas está tudo bem, estamos todos acostumados com isso.

— Meu Deus, Addie. — Mike balançou a cabeça. — Nada. Nada está acontecendo.

— Apenas uma discussão em família. — Lucas disse, sua voz tensa enquanto segurava a risada que ameaçava escapar.

— Oh. — El assentiu, olhando de Mike para Addison. — Eu o encontrei.

— Encontrou quem?

Max olhou para Addison enquanto ela enxugava o suor do rosto olhando no espelho. Lentamente, ela se levantou do chão do banheiro e passou os braços ao redor do corpo de Addison.

Addison corou quando Max aninhou sua cabeça na curva de seu pescoço. — Sinto muito. Eu sinto muito, Addison. E...

— Por que? — Addison franziu as sobrancelhas, travando os olhos com Max através do espelho.

— Tudo. Mike está certo. Eu fiz coisas com você. Eu sou uma pessoa de merda, uma amiga de merda, e uma namorada ainda pior. — Max puxou o corpo de Addison para mais perto dela. — Você merece alguém muito melhor do que eu.

— E o que é melhor? — Addison se virou, apoiando-se na pia e apoiando as mãos nas bochechas de Max.

Max deu de ombros em silêncio, fazendo Addison se levantar e balançar a cabeça. — É Mike?

Max desviou o olhar dos olhos de Addison. — Não sei.

— Eu não quero Mike. Mike partiu meu coração muitas vezes, e eu não preciso disso dele de novo. Eu quero você, Max. Você é a melhor que você acha que eu mereço. — Addison murmurou, o canto de seus lábios se transformando em um sorriso. — Você é a melhor. Eu te machuquei também. Lembra disso... Daquela discussão que tivemos? 

Após quatro meses de relacionamento, Max e Addison tiveram uma grande discussão. Nenhuma das garotas conseguia se lembrar do que se tratava agora.

Addison disse algumas coisas das quais se arrepende até hoje, sobre como ela nunca poderia realmente amar Max assim e o relacionamento delas era inútil. Addison nunca quis dizer nada disso, e ela se arrependeu até hoje.

— S-Sim. — Max assentiu.

— Eu sou uma namorada de merda também. — disse Addison. — Nós podemos ser uma merda e apaixonadas juntas, como isso soa?

Max fungou. — Bom.

— Bom. Porque, garota, eu casaria com você com um ring pop!

— Um ring pop? — Max riu, enxugando as lágrimas de seu rosto.

— Sim, é tudo que eu posso pagar. — Addison deu uma risadinha, esfregando a bochecha de Max com o polegar. — Então, vamos apenas concordar em algo... O que você disse antes mesmo de namorarmos não significa nada, e o que eu disse também não significa nada.

— Ok... Sim, sim. É uma boa ideia.

— Eu te amo, Max. Pra caralho. Você é a melhor coisa que já aconteceu comigo. E o que Mike diz, ou o que qualquer outra pessoa diz neste maldito mundo, não significa nada para mim. Você é minha namorada, uma muito incrível, e eu te amo mais do que qualquer outra coisa, e continuarei a te amar até o dia em que eu morrer. O que, espero, daqui a oitenta anos, porque quero passar o resto da minha vida com você e eu quero que seja um longo tempo porque você é tão... Tão uau, e eu não consigo imaginar a vida sem você, e isso é meio assustador, porque e se uma de nós morrer durante isso? Não, não me deixe pensar assim...

Max puxou Addison para um abraço apertado, balançando-a para frente e para trás. — Eu amo você.

— Eu também te amo.

— E isso não é normal, certo? — Nancy andava de um lado para o outro, os olhos focados no chão enquanto esperava a resposta de Max.

— Billy ficando em seu quarto no dia 4 de julho? — Max ergueu as sobrancelhas, inclinando-se sobre os joelhos. — Não, isso não é normal.

— De jeito nenhum. — Addison balançou a cabeça rapidamente, estremecendo quando sua trança a atingiu na boca.

— Ele quer que o encontremos. — Will percebeu, seus olhos se arregalando quando ele olhou para cima do chão.

— Sim. É disso que eu tenho medo. — Nancy parou em seu caminho. — Se formos para Billy, então o resto dos esfolados saberá onde estamos...

— O que definitivamente não é bom, porque então eles podem nos comer ou nos transformar em esfolados e então todos nos tornaríamos como aquela criatura nojenta no hospital. — Addison falou rapidamente balançando a cabeça. — O que também não é bom, porque então estaríamos todos mortos. E eu não quero que nenhum de vocês morra, e eu não quero morrer,  porque finalmente estou recebendo meu conto de fadas depois de esperar toda a minha maldita vida por ele.

— Eu não vou deixar você morrer, Addie. — Max sussurrou, apertando sua coxa para o conforto.

— É uma armadilha, eu concordo. Seremos emboscados. — Mike assentiu solenemente.

— Nós não ficaremos surpresos! Nós saberemos que eles estão vindo e vamos chutar seus traseiros esfolados.

— Você quer dizer que El vai chutar seus traseiros. — Max corrigiu.

— Eu quero enfiar meu guarda-chuva rosa tão longe na bunda dessa coisa. — Addison suspirou. — E depois chutar. Mas isso é perigoso e estou com medo.

— É muito arriscado. — apontou Mike. — El poderia se machucar, e Addie poderia ter uma convulsão de tudo o que aconteceria.

— Sim, e é desnecessário. Matar os esfolados não vai parar o Devorador de Mentes. Temos que descobrir de onde ele está se espalhando. Temos que encontrar a fonte...

— Billy sabe disso. — Eleven disse, surpreendendo Addison, pois ela não sabia que ela estava lá. — Billy esteve lá... Até a fonte.

— Sim, mas...

— É uma armadilha. Eu sei. Não podemos ir até Billy, mas acho que há outra maneira. Uma maneira de eu ver onde ele esteve.

O som de estática encheu a sala quando Eleven ligou a TV e sentou na frente dela.

Addison olhou para o teto, com a cabeça apoiada no colo de Max enquanto mantinha os pés no ar.

— El, eu sei que você acha que tem que fazer isso, mas você não precisa. É só que... Você só fez isso uma vez antes... E sua mãe, ela te amava. — Mike disse suavemente, observando com preocupação enquanto Eleven olhava para a TV à frente: — Ela queria que você soubesse o que aconteceu, e a mente de Billy está... Está doente, doente. O devorador de mentes está nele.

— Ele não pode me machucar. Não lá. — Eleven respondeu, confiança em seu tom.

— Nós não sabemos disso. — Mike contra-atacou. Eleven franziu os lábios, entrelaçando os dedos com os dele enquanto olhava em seus olhos.

— Mike... Eu preciso que você confie em mim.

Mike olhou para Max, fazendo-a franzir as sobrancelhas e acenar em confirmação enquanto Addison brincava com os dedos.

— Sim. Apenas... Tome cuidado. — Mike se afastou e se sentou na poltrona de Hopper. Eleven assentiu, amarrando a venda em volta dos olhos.

Um silêncio pesado caiu sobre a cabine até que a respiração em pânico de Onze mudou a atmosfera.

Mike travou os olhos com Addison enquanto ela se sentava no colo de Max. — El?

De repente, o pânico parou e Eleven ficou em silêncio. — Estou... Na praia.

— Na praia? — Addison franziu as sobrancelhas, inclinando-se para frente.

— Ok, eu posso ser estúpido... Mas a última vez que verifiquei, não há praias em Hawkins. — Lucas disse lentamente, olhando para Max e Addie, que estavam com as mãos entrelaçadas, apoiadas na coxa de Addison.

— O que mais você vê?

— Uma mulher... Ela é bonita. E-eu acho que ela está olhando para mim... Ha... Um menino. — Eleven disse lentamente: — É Billy.

— É a Califórnia... É uma memória. — Max disse lentamente, piscando para afastar as lágrimas que se formavam em seus olhos.

— Acho que vejo. A fonte.

Addison endireitou as costas, apertando a mão de Max enquanto ela inalava bruscamente.

— Acho que encontrei. A fonte.

— Onde, El? Onde você está? — Max perguntou rapidamente, inclinando-se para frente.

— Brimborn... Siderurgia. — Jonathan se levantou rapidamente, correndo para pegar a lista telefônica no balcão da cozinha. Ele começou a folhear as páginas até parar na página S.

— Encontrei! 6522 Cherry Oak Drive.

— Isso é perto. — Nancy ergueu os olhos do livro para Jonathan.

— El! El, nós encontramos. Saia daí. Saia!

O corpo de Eleven congelou, fazendo com que a preocupação inundasse os corpos de sua amiga quando eles começaram a atacar ela.

Eleven de repente arrancou a venda de seu rosto, um grito saindo de seus lábios quando ela caiu nos braços de Mike, soluçando. — Ele está vindo.

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