Capítulo IV: A troca de espíritos
Richart se encontrava em uma casa de madeira, parecia um boticário, haviam ervas em potes em várias estantes, muitos livros, e um caderno em capa dura com folhas sem pauta e um tinteiro, sentiu uma vontade enorme de escrever uma bela fantasia quando escutou assustadoras batidas na porta de madeira.
Ao caminhar tropeçou em suas longas vestes de bruxo, e ao abrir deu de cara com Umberto, que lhe encarou com um olhar de curiosidade.
-Senhor Onofre, eu encontrei a raposa, vim buscá-lo com o remédio do rei Krenany!-disse o auxiliar de bruxaria de forma frenética e imponente.
-Não estou sabendo de nenhum remédio! - respondeu o então agora Onofre.
-Pela Alquimia, tu vais ser morto se não levares o remédio ao rei, o mesmo está muito estressado, precisa se acalmar. - falou o auxiliar desesperado.
Em silêncio o bruxo entrou outro quarto do casebre, e buscou com os olhos por valeriana, camomila e erva de São João, aproveitou por encontrar canela também, enquanto isso o homem com a raposa lhe esperava incrédulo com tamanha lerdeza, o garoto interior não se importava, portanto fez a infusão com muita cautela.
-Agora vamos entregar ao rei o remédio! - disse Onofre retirando-se e olhando o lindo caderno para contos de fadas com imensa dó de deixá-lo.
Andando em pleno silêncio pelo bosque escuro e nevado viu logo um lindo arco-íris surgindo da floresta escura que estava entrando, ele imaginava muitas histórias para escrever, mas aquele alquimista nunca dedicava seu tempo a isso, apenas desejava em meio a tantos trabalhos.
Ao passarem pelos soldados, Richart viu-se interagindo com a pobre raposa imobilizada e viva a caminho de um castelo.
-Umberto, o que você vai fazer com essa linda raposa?
-É para ser sacrifício na presença do grande rei!
-Você não pode matar um animal assim como se ele não tivesse sentimentos.-disse o garoto indignado.
-Como é possível que consideres um animal superior a um homem? - Questionou Umberto parando abaixo das sombras de uma imensa árvore assustadora.
-SOMOS TODOS ANIMAIS, NÃO EXISTE INFERIORIDADE OU SUPERIORIDADE ENTRE NÓS!-gritou o adolescente irritado com aquele mundo do qual pertencia.
Ao chegarem diante da presença do rei Krenany, o bom bruxinho entregou a poção, porém o rei insistiu que precisa ter seus pés beijados, o alemãozinho não sentiu-se confortável com aquilo, e logo não acatou, não existia superioridade entre os membros de sua espécie, e ao desviar seu olhar das unhas enormes do rei deparou-se com Umberto erguendo um potente machado para ceifar a vida da pobre raposa, e num impulso corriqueiro lançou um feitiço qualquer contra aquilo, e no mesmo instante Umberto e a raposa tiveram seus espíritos de corpos, e agora o psiquismo da raposa pertencia ao corpo de Umberto, e o de Umberto ao corpo da bolinha de pelos.
A majestade divertiu-se tanto com a cena que engoliu todo o remédio sem instruções, ao mesmo tempo em que decretava a prisão do trio em uma jaula, o medo ali agora instaurava entre eles, e fazia os olhos de um rei mimado feliz.
24/04/2023
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