4. numb
oh, i'm tryna play it coy
tryna make it disappear
but just like the battle of Troy
there's nothing subtle here, ah ah
selena gomez - bad liar
☼
- Precisamos te levar pro hospital! - Ryan se levanta e começa a andar de um lado para o outro.
- Não, hospital não, por favor! - Digo com medo, aquele ambiente me causa calafrios.
- Não temos escolha, já que você tá toda cortada, garota. - Justin diz e se levanta, com os outros. Gostaria de saber o motivo dele ser tão rude de vez em quando.
- Vai ser impossível levar ela lá, mano. Pede pra tia Pattie. - Chris fala.
Justin assente e sai do quarto, provavelmente indo falar com a Pattie. Porque eles não podem me levar?
Olho para as minhas mãos novamente e tento tirar os pequenos cacos. Antes de Ryan me interromper.
- Não faz isso. É pior, por que se foi um corte muito fundo, quando você tirar vai sangrar mais e não vamos conseguir estancar.
Concordo, com surpresa por ele saber um pouco sobre essas coisas.
- Com a vida que a gente leva, temos que saber algumas coisas sobre curar ferimentos. - Ele diz ao perceber minha expressão, logo solta uma risada sem humor. - E vamos supor que eu gostaria de ser um médico.
Ele olha pra mim com um sorriso verdadeiro agora, e eu fico confusa.
- O que te impede de ser? - Digo, tentando tirar a minha atenção do sangue.
Ele suspira e olha para Chaz, que havia ido buscar uma vassoura e agora tentava varrer os cacos.
- Não tive oportunidade. Todos aqui são maiores de idade, e ainda muito novos entramos nessa coisa de máfia. Dinheiro fácil, entende?
- Sim, mas não precisa desistir do seu sonho. É o seu sonho, certo?
- O lema dos médicos é salvar a todos, não importa quem. E o nosso é matar todos que nos fazem mal.
Arregalo os olhos com a naturalidade em que ele diz e entendo o que quer dizer. Ele já matou muitas pessoas, por livre e espontânea vontade, algo contraditório a profissão que ele almeja.
Continuamos sentados na cama em que eu irei dormir por um tempo, ambos de cabeças baixas.
Chaz estava saindo com a vassoura, até Chris o interromper e dizer que ele não sabia varrer. Pegou a vassoura e tirou o que sobrou, pondo na sacola e saindo do quarto.
- Esse cara é insuportável. - Chaz diz se referindo ao Chris, enquanto se joga na cama em que estamos sentados, ficando deitado de barriga para cima.
Justin entra e faz um movimento com as mãos, me chamando para sair do quarto. Faço o que ele indica.
- Pattie foi no mercado com a Eva, foram comprar coisas para o almoço. Mas já arrumei um jeito pra você ir. - Ele diz, enquanto olha para a minha mão. - Não tá doendo?
- Não estou sentindo nada fisicamente. - Falo simples. - Poderia me dizer como eu v... - Iria terminar a frase, mas um poste extremamente bonito parado no meio da sala fez eu me calar.
Ele escuta nossas vozes, então desvia seus olhos do telefone para mim. Possui uma pele muito clara, olhos e cabelo castanho escuro. O garoto pálido me analisa de cima para baixo, demorando um pouco mais ao encontrar os meus olhos.
- Essa é a garota? - Ele diz, sua voz fez cada pelinho do meu corpo se arrepiar. Justin assente e ele chega perto de mim.
- Bom te conhecer. - Ele diz e estica sua mão. Noto a tatuagem de um pássaro, fico curiosa com o significado. - Meu nome é Shawn.
Tento disfarçar meu rosto, espero que ele não tenha percebido que fiquei entorpecida com a sua beleza.
- Prazer, Shawn. O meu é Ariel. - Estico a minha mão para poder cumprimentá-lo, mas lembro que possuem alguns cacos nela.
Recolho as mãos rapidamente e as posiciono atrás das minhas costas.
- Esqueci desse probleminha, vamos logo. - Shawn diz e me viro para o Justin, franzindo o cenho.
- Ele vai te explicar no caminho, só segue ele. - Justin diz enquanto sobe as escadas, não antes de lançar um olhar severo para o Shawn. - Cuida dela.
Estranho suas palavras.
- Seguir ele? Qual é o seu problema, eu nem tive uma conversa com ele para simplesmente o seguir! - Digo em um tom baixo, para que Shawn, que já está lá fora, não escute.
- Não vai acontecer nada de ruim, relaxa! - Escuto a voz um pouco abafada de Justin, já que ele agora está distante de mim.
Me viro para a porta e suspiro profundamente, saio da mansão e vejo que há um carro parado no jardim. Suponho que esse seja o carro do Shawn e aproximo-me.
- Não tá doendo? - Ele pergunta ao olhar para a minha mão. Suspiro por ser a segunda vez que me perguntam isso, em alguns minutos.
- Estou focada em outro tipo de dor agora. - Ele levanta suas sobrancelhas, como se só tivesse perguntado isso por educação e eu abro a porta de traz, encontrando um ser me olhando.
É uma menina, ela se apresenta como Aaliyah, irmã de Shawn. Ela tem a minha idade e é bem animada, diferente do seu irmão.
- Sinto muito pela sua mão. - Ela aponta e eu abro um sorriso pequeno. - E pelo seu pai. - Suspiro lentamente enquanto tento não lembrar daquelas imagens.
Shawn olha para ela como se dissesse "cala a boca, você não pode falar disso" e ela se encolhe no banco.
- É o seguinte. - Ele começa a dizer, dirigindo. - Vou deixar vocês perto do hospital, Aaliyah entrará com você. Você dirá que quebrou uma garrafa e caiu em cima. É isso.
Levanto uma de minhas sobrancelhas e o encaro como se ele estivesse falando algum idioma completamente desconhecido.
- Você só pode estar brincando. - Digo me encostando no banco. - Isso não vai dar certo, não é assim tão simples.
Ele respira fundo e vira seu corpo totalmente para trás, me encarando sério antes de dizer.
- Não vai dar merda, só faz o que eu tô dizendo.
Decido deixar acontecer, caso algo de ruim aconteça a culpa será do poste ambulante.
Aaliyah sai do carro e eu a sigo. Vamos correndo para a recepção do hospital e a moça que estava lá põe uma ficha em cima do balcão, começo a ditar minhas informações pessoais para Aaliyah escrever, todas falsas, menos o meu primeiro nome.
A mulher pega a folha e leva para alguma sala, ao voltar ela nos encaminha para a sala do médico que irá me atender.
Abro a porta e o homem que estava sentando rapidamente se levanta e se apresenta.
- Bom dia, menina. Pode me chamar de Doutor Davidson. - Ele diz enquanto pega um papel em sua mesa, provavelmente minha ficha. - Você deve ser a Ariel... Grande? - Ele termina e me encara com dúvida.
Aaliyah olha para mim muito nervosa, ela sabe que retirei aquilo da Ariana Grande e acha que o senhor irá reconhecer.
- Sim! - Abro um sorriso pequeno e sei que ele não duvida novamente, se tem uma coisa que eu sou muito boa, é fingimento.
- Ok. Vamos ver essa mão mocinha. - Ele diz e eu assinto, sentando em uma maca. - O sangue está quase seco, se machucou a quanto tempo?
- Uns 30 minutos. Não vim logo pois estava com medo, hospitais não são muito agradáveis, sabe? - Digo e solto uma risadinha falsa.
- Realmente. - Ele ri verdadeiramente e começa a limpar as feridas.
Enquanto ele fazia o necessário com as minhas mãos, Aaliyah recebe uma ligação. Ela atende no canto da sala e volta com as mãos nos bolsos.
O doutor termina de enfaixar a minha mão e me libera, a menina sorriso começa a me puxar rapidamente para a saída e eu só me concentro em não deixar ela encostar em minhas mãos.
Avisto o carro de Shawn e rapidamente eu e Aaliyah entramos. Ela solta um longo suspiro de alívio.
- Você me deve um favor agora, maninho. - Ela diz com um sorriso pequeno, começa a observar - com discrição - o rosto dos dois, eles se parecem bastante.
- Eu não te devo nada, pirralha. - Ele revira os olhos e continua. - Vou te deixar em casa, avisa para a mãe que eu vou dormir no apartamento hoje.
- Por que? - Ela fecha o sorriso. - Eu quero ir para a casa dos meninos com você, agora. Quero ficar mais um pouco com a Ariel.
Ele levanta uma de suas sobrancelhas e a encara pelo pequeno espelho.
- Não gosto de você na casa do Bieber. Vai brincar com as suas amigas.
Reviro os olhos, sei que vou presenciar uma briga de irmãos.
- Eu não sou criança, argh! - Ela resmunga. - Pare de me tratar como se eu fosse uma.
- Você tem 14 anos, quer dizer que é adolescente? - Ele ironiza. - Na verdade, vocês duas são.
Qual é o problema dele? Acabamos de nos conhecer!
Levanto meu olhar para encará-lo e percebo que ele já está me olhando, as palavras fogem da minha boca, mas consigo me recompor.
- Eu estou quieta, pare de mexer comigo.
Ele morde os lábios inferiores e volta a encarar a rua a sua frente. Respiro fundo e encaro a janela.
Shawn é bem provocador, mas não vou negar que gosto disso.
☽
tradução do trecho da música no início: "ah, eu estou tentando esconder
tentando fazer isso desaparecer
mas assim como na batalha de Troia
não há nada de sutil aqui"
shawn, vamos supor que você seja o refrigerante de laranja e eu seja o Kel...?
espero que tenham gostado...ツ
xoxo, éshi♡
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