10. red lips, french kiss
say the word, on my way
yeah babe, yeah babe, yeah babe (yeah, babe)
any night, any day
say the word, on my way
yeah babe, yeah babe, yeah babe (yeah, babe)
in the mornin' or the late
say the word, on my way
justin bieber - yummy
☼
Nesse momento estou deitada em minha cama, balançando as minhas duas pernas em claro sinal de tédio. A revista que está em minha mão não consegue tirar aquele maldito momento da minha cabeça.
Quero dizer, eu não acreditava que Shawn tinha um grande afeto por mim, mas achava que as coisas poderiam melhorar em algum momento. Agora está claro que não, pelas ações dele.
Para falar a verdade, não me arrependo tanto assim de ter entrado naquele lugar. Serviu para que eu pelo menos tivesse alguma noção do que eles fazem da vida, mesmo que já desconfiasse. A única coisa que quase fez com que me arrependesse foi a certeza de que havia decepcionado os garotos.
- Visita para você, querida. - Esther diz ao bater levemente em minha porta.
Estranhando, mas tendo quase a certeza de quem era, fechei a minha revista e saí do quarto. Ao chegar na sala, ficou claro de que era quem eu desconfiava, Aaliyah.
- Oi, Ari. - Ela diz se levantando e me dando um beijo na bochecha, seguido de um abraço apertado.
- Ei, o que aconteceu? - Aperto-a em meus braços.
- Briguei com o Shawn, não foi nada sério.
Ao levantar minhas sobrancelhas, minha dúvida não pôde deixar de ser notada.
- Não parece que não foi sério. Vamos lá pra cima.
Ela confirma e vai em minha frente, ao chegar no quarto, ela larga a bolsa em cima da escrivaninha e me encara.
- É sério, coisa de irmão, ele só não queria que eu frequentasse tantos lugares. - Ela revira os olhos.
- Pelo menos você tem uma vida fora de casa.
Aaliyah me lança um sorriso pequeno com compreensão. Retribuo até que sinto meu telefone vibrar no bolso traseiro da calça, pegando-o com rapidez, vejo que se trata se Attina.
- Attina, oi. - Digo ao atender, ao escutar minhas palavras, Ali não esconde sua cara de nojo, e eu não deixo de repreendê-la.
- Fala gatinha, então, qual é o seu endereço?
- Por que?
- Meu Deus, Ariel, hoje é a festa do seu primo e eu não vou deixar de ir. Estou indo com uma mala de roupas para que você me ajude a escolher.
Droga, a festa dos meninos, como pude esquecer? Eu estava tão animada.
- Ah é, tudo bem, te mando por mensagem. Beijos!
- Ok, Beijos.
Menos de cinco segundos após desligar a ligação, Aaliyah já faz questão de perguntar.
- O que ela queria com você?
- O endereço daqui, a chamei pra festa que vai ter.
- Sério que você chamou justo ela? - Ali abre meu armário antes de prosseguir. - Você tem alguma roupa diferente pra vestir hoje?
- Ela é legal, não sei o motivo por vocês terem tanta implicância uma com a outra. E não sei sobre a roupa.
- Sorte a sua que trouxe mais que uma peça.
Depois de umas duas horas, nós duas já estávamos tentando ajudar o barmen, muito bonito por sinal, com o nome de uma bebida.
- Ah, por favor, pra te ajudar com o nome desse novo mix a gente precisa saber o gosto dela. Não tem ninguém por perto, e já te disse que mesmo se tivessem, não iriam brigar! Não é, Ariel? - Ela olha pra mim em seguida.
- O quê? Ah sim, é verdade, Josh!
Ele estreita os olhos para nós duas e suspira pesadamente.
- Ok, provem aí. - Ele empurra dois pequenos copos e coloca a mistura que estava dentro da garrafa.
Os olhos de Aaliyah chegam a brilhar com a permissão do mais velho.
- Vamos virar! - Ela exclama olhando para mim. Já bebi uma vez, e foram só dois copos, e hoje eu estou com vontade de passar disso.
Balanço a cabeça em confirmação, e antes que eu possa ao menos encostar no copo, uma voz me interrompe.
- Então vocês nem me esperaram para começar a beber? - Attina diz ao entrar com seu moletom amarelo, e uma mala.
- Meu Deus, eu achei que era o Justin! - Coloco a mão no peito, sem mais disfarçar para Josh que aquilo era permitido. No caso, nós ao menos perguntamos aos meninos se havia algum problema.
- Gilbert. - Aaliyah diz, curta e direta.
- Mendes. - Attina responde com um sorrisinho. Debochada.
Josh empurra mais um copo com a mesma bebida, sabendo que nós iríamos pedir mais uma vez.
- 1, 2... - Ali conta e nós viramos rapidamente.
*
- Vermelho literalmente é a cor mais quente pra você, ficou perfeito na sua pele! - Attina diz e passa a mão pela minha cintura, até chegar em minha bunda e dar um tapinha. Salto com o susto e me olho mais uma vez no espelho.
- Não sei, ainda acho que é demais...
- Demais? Ariel, todas as mulheres lá em baixo estão do seu nível pra cima, se é que isso é possível. Você está uma bela de uma gostosa, e nós iremos arrasar.
Abro um grande sorriso e concordo com elas. Termino de passar meu batom, também vermelho, e me certifico de que ele marque com precisão todo o contorno da minha boca.
- Vamos descer? - Chamo a atenção das meninas, elas concordam, então coloco o salto preto que estava largado no chão ao lado da minha cama e me direciono a porta, com elas vindo atrás de mim.
Highest in the room, do Travis Scott, começou a tocar assim que chegamos ao final da escada. Olhei de um lado para o outro procurando os meninos e não os achei, então entrelacei meus braços nos de Aaliyah e Attina, indo em direção ao bar.
- Aqui tá lotado, e só com gente gostosa. Incrível. - Attina diz com um suspiro logo depois de girar o olhar pelo primeiro andar.
Eu e Ali soltamos uma risada ao constatar que é a mais pura verdade.
- Garotas, qual bebida irão querer? - Josh, o mesmo cara de hoje cedo, pegunta.
- Tequila! Queremos sal e limão também, por favor.
- Sempre tive curiosidade de provar isso! - Não consigo deixar de dar duas batidas na mesa ao escutar Aaliyah fazer o pedido.
Quando Josh coloca tudo o que ela pediu em nossa frente, Attina começa a explicar, pois eu só consegui demonstrar confusão.
- É simples, Ari. Espalha uma pitada de sal nas costas da mão, assim. - Ela mostra e eu a copio. - Segura uma fatia de limão com a mesma mão, e com a outra, a tequila. Então, lambe o sal, bebe todo o shot da tequila e, por último, morde o limão!
Balanço a cabeça em concordância e sigo todos os passos, o shot desse queimando a minha garganta, e a careta foi inevitável.
- Ugh, isso tem um gosto horrível!
*
Eu me arrependo completamente se um dia disse que esse pedaço de caminho pro céu era ruim. Duas horas depois daquele shot, e vários mais, nós três ainda estamos nessa pista de dança.
Anaconda, de Nicki Minaj começa a tocar e eu solto um grito junto com várias outras pessoas que estão ao nosso redor. Há tantos garotos lindos aqui, agora com o efeito da bebida me sinto confortável o bastante para tentar chamar a atenção de um deles.
- Boy toy named Troy used to live in Detroit, big dope dealer money, he was gettin' some coins. - Eu, Aaliyah, Attina, e as garotas ao nosso redor começamos a cantar e gesticular umas para as outras.
- Quer agora? - Attena oferece o baseado novamente, eu estou com tanta vontade de provar.
- Eu quero, mas... Não sei, estou com medo. - Pondero ao olhar para ele em suas mãos.
- É só um baseado, não vai te matar. - Ela acha graça e deposita um beijo no canto da minha boca, no mesmo momento arregalo os olhos. - Qualquer coisa ainda tenho aqui, caso queira mais tarde.
Assinto com um sorriso de lado e a música chega no seu refrão, procuro o cara com quem eu estava trocando olhares há poucos minutos e o acho. Ele é bem alto, negro, com a ponta dos cachinhos loiros. Simplesmente impecável. Uma ideia surge em minha mente e nem paro para pensar antes de pô-la em prática. Ele me olha e a sombra de um sorriso malicioso aparece em seu rosto.
- My anaconda don't, my anaconda don't, my anaconda don't want none unless you got buns, hun. - Minha mão direita desce até o chão, enquanto meu quadril continua levantado, e eu rebolo a minha bunda como quem não quer nada. Sem olhá-lo, mas com a certeza de que ele viu.
Espero alguns segundos e quando olho para a direção dele novamente, vejo que já está em minha frente. Prendo a respiração, não sei o que fazer a partir de agora.
- E aí, linda. - O sorriso não deixa seu rosto por um minuto, olho para as meninas e elas estão com sinais de ''jóia''. - Estava te observando do bar, você dança muito bem. Posso pegar uma bebida pra você?
Não, eu penso. Quase não consigo focar a minha visão, mas ainda tenho plena consciência de que esse cara pode colocar algo na minha bebida.
- Oi. - Abro um grande sorriso e mordo um pouco o lábio inferior. - Na verdade, estava pensando em darmos uma volta.
O sorriso dele se alarga e ele estica uma das mãos.
- Com certeza.
Aceito de bom grado, e de lá, já não lembro como paramos encostados aqui do lado de fora, enquanto ele aperta a minha cintura fortemente e nossos lábios não se desgrudam. Toda vez que o mesmo desce a mão, eu a levanto e ponho de volta onde estavam.
- Ariel?
Me separo do cara a minha frente e arregalo os olhos ao ver Ryan com a boca parcialmente aberta, enquanto segura um cigarro em uma mão e um copo na outra.
- Sai daqui, Ryan. - O homem que eu estava beijando há segundos atrás se pronuncia e eu congelo, eles se conhecem! - Tá atrapalhando.
- Vai tomar no cu, seu idiota, larga a minha irmã! - Ryan me puxa pelo braço delicadamente e eu só quero me enfiar em um buraco. Começamos a andar pra dentro da casa de novo e vejo que não está mais tão cheia quanto antes.
Olho para o rosto de Ryan sem saber o que esperar. Ele cruza os braços e me encara.
- Olha, não vou bancar uma de pai, mas tem opções melhores por aí, ein.
O quê?
- Achei que ia me dar uma bronca, mas de qualquer modo, eu só estou curtindo irmãozinho, qual o problema nisso? - Pisco os dois olhos ao mesmo tempo, e parece que demoro mais que o normal para abri-los e levantar uma sobrancelha em claro deboche.
Ryan solta uma gargalhada escandalosa, chamando a atenção de algumas poucas pessoas.
- Você está bêbada?
Friso os lábios por um segundo.
- Talvez.
Ele balança a cabeça de um lado para o outro em negação, enquanto entrelaça nossos braços.
- Cuidado por favor, mas depois a gente conversa sobre isso. Vou te levar até o pessoal.
- Não precisa! Vi as meninas entrando na cozinha agora. - Minto com um sorriso amarelo.
Ryan só me solta e assente, seguindo reto enquanto vou para o banheiro.
Fico provavelmente muitos minutos sentada no vaso, já que o xixi parece não ter fim. Após dar descarga, lavar e secar as mãos, abro a porta e vejo o poste ambulante que estou tentando evitar desde que desci.
Ele me olha e franze o cenho na mesma hora, enquanto continuo congelada na porta.
- Parece que a noite foi bem divertida.
Desvio o olhar do seu para o chão e faço uma careta confusa.
- Já se olhou no espelho? - Ele fala de novo.
Com receio, volto para dentro do banheiro e suspiro ao olhar meu reflexo. Meu batom vermelho agora está concentrado em qualquer parte do meu rosto, menos na boca.
- Acontece. - Dou de ombros e solto uma gargalhada.
Shawn revira os olhos e também entra no banheiro, logo fechando a porta.
Ah meu Deus, será que ele vai querer brigar agora?
Sem saber porque não saí do ambiente ao vê-lo entrar, me encosto na parede e o observo pegar uma toalha de dentro do armário e molhá-la. Minha cabeça está tão bagunçada que a única coisa que pensei quando ele pegou em meu queixo e me virou pra ele foi: ele vai me beijar.
O que felizmente ou infelizmente não aconteceu. Ele começou a deslizar a toalha por toda a extensão do meu rosto, causando uma sensação geladinha e prazerosa, não pude deixar de fechar os olhos.
- Tá gostosa. - Solto sem pensar.
- O quê? - Ele fica tenso e afasta a toalha.
- A toalha, continua.
Ele hesita, mas continua
- Por quê não gosta de mim?
Digo mais uma vez sem pensar nas consequências, se estou com coragem agora, não vejo motivo para não perguntar.
Ele suspira pesadamente e eu abro os olhos, péssima ideia. Ele me encara fixamente enquanto passa a toalha que era branca, mas agora aos poucos ganha um tom de vermelho. Meus lábios estão secos e tenho a mania de molhá-los com a língua, então não deixo de passar a mesma por eles. Shawn desvia o olhar para o teto e espera alguns segundos para responder.
- Não quis dizer aquilo, não de um modo tão sério. Só acho que... Que ainda somos irresponsáveis, tenho medo que aconteça algo que fique fora do meu controle.
Junto minhas sobrancelhas e pendo a cabeça para o lado ao escutá-lo.
- Mas eu não entendo, que coisas?
- Não é nada importante, só... Só quero saber se está tudo bem entre nós agora.
Ele aperta os lábios e só consegue ficar mais fofo.
- Sim. Tudo bem entre a gente. - Um sorriso fraco ilumina o meu rosto.
Ele assente devagar e joga a toalha na pia.
Mas, o sorriso que estava em meu rosto não demorou muito para apagar. Minha barriga parece uma pista de Hot Wheels agora.
- Quer vomitar, né? - Ele gargalha ao me fitar.
Não respondo a pergunta, mas dou a entender que sim.
- Se encontrar com as meninas por aí, pode avisar que eu subi?
Ele solta um ''uhum'' bem baixo.
- Obrigada por ter me ajudado. - Digo ao abrir a porta, sem saber se há algo a mais para ser dito.
- Sempre que precisar. - Ele pega o seu celular, que havia deixado em cima da pia. - Na verdade, não.
Mostro a língua em claro sinal de infantilidade e saio com rapidez do banheiro. Ao chegar no quarto só me preocupo em tirar o salto e me jogar na cama. Esse enjoo é horrível, eu quero vomitar e o vômito não vem.
A última coisa que pensei antes de adormecer, é o dia de amanhã.
☽
tradução do trecho da música no início: ''é só chamar que eu vou
sim, querida, sim, querida, sim, querida (sim, querida)
qualquer noite, qualquer dia
é só chamar que eu vou
sim, querida, sim, querida, sim, querida (sim, querida)
de manhã ou de noite
é só chamar que eu vou''
e aí amores! saudades?
primeiramente, feliz 2020! nem acredito que tô viva até hoje. e que ainda existam pessoas que leiam essa fic, kkkkk.
começar o ano agradecendo pelos momentos incríveis do ano passado, como o show do SHAWN! até hoje deito na cama e penso em como surreal foi ter estado lá e ter presenciado o amor da minha vida todinha ao vivo.
alguém sabe de onde é a música do título rs
espero que tenham gostado...ツ
xoxo, éshi♡
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