Cenas XVI a XXV
Cena XVI
Uma porta de metal, de frente para a câmera, é iluminada por uma oscilante lâmpada no teto. De repente ela se abre, e surge o grupo de policiais, com Ford sempre à frente. No total são sete oficiais: o tenente, Leon, Marvin, Brad e outros três policiais. Marvin diz, ainda com todos de frente para a câmera:
MARVIN – Espero que este plano dê certo! Perdemos homens pelo caminho!
FORD – E vai dar certo! Luz, por favor!
Um dos policiais acende uma lanterna. A câmera mostra o foco de luz percorrendo a garagem do R.P.D., assustadoramente escura. A luz passa por viaturas do Departamento e um furgão da SWAT.
POLICIAL – Acho que está limpo, senhor!
A imagem volta para os policiais.
LEON – Bem, eu não tenho medo do escuro!
MARVIN – Não tenha medo do escuro, e sim do que se esconde dentro dele!
FORD – Avançar!
A câmera mostra o grupo mergulhando na escuridão, passando entre os veículos, sendo a lanterna a única iluminação disponível. De repente, surge uma música de suspense e a imagem muda de ângulo, mostrando o grupo seguindo de lado, como se algo o observasse atrás de um dos veículos.
Súbito, a marcha pára.
FORD – O que houve?
A câmera mostra o policial com a lanterna apontando o foco de luz na direção da traseira de uma viatura, enquanto responde:
POLICIAL – Acho que vi algo se movendo!
BRAD – Droga, estamos perdidos!
O grupo é mostrado novamente de lado. Ford diz:
FORD – Precisamos chegar até a guarita onde ficam os controles da porta! Lá também encontraremos chaves para as viaturas!
LEON – Que tal nos dividirmos?
BRAD – Não, é perigoso!
MARVIN – Vickers, se não quiser sentir o gosto do meu sapato dentro da sua boca, fique calado!
FORD – Precisaremos de uma lanterna extra!
LEON – Eu também tenho uma lanterna! Apanhei do cadáver do Robinson!
Leon apanha uma lanterna e a acende, enquanto vemos o grupo de cima, como se a câmera estivesse no teto da garagem.
FORD – OK! Eu, Branagh, e Strickland num grupo! Leon, Vickers, Armstrong e Davidson no outro! Está OK?
LEON – Certo!
FORD – Avançar!
A imagem mostra a equipe se dividindo, ainda vista de cima, mas de outro ângulo. Cada grupo segue numa direção da garagem, andando entre as viaturas.
Novamente a música de suspense e a imagem assumindo a visão de alguém que observa o grupo de Ford por trás dos carros. Em seguida a câmera mostra o rosto de Marvin, apreensivo.
MARVIN – Por que tenho a péssima sensação de que não estamos sós?
Cena XVII
Súbito, um grito desesperado toma o ambiente. É Davidson, do grupo de Leon:
DAVIDSON – Ah, minha perna!
A imagem mostra o grupo de Ford e as faces assustadas de seus integrantes.
MARVIN – Eu sabia! Estava muito fácil!
FORD – O que aconteceu aí, Leon?
Ouvimos dois tiros antes da resposta de Kennedy:
LEON – Algo mordeu a perna do Davidson! Está sangrando muito!
BRAD – Ah, merda!
Finalmente a câmera passa a mostrar o grupo de Leon, e em seguida a perna de Davidson, iluminada pela lanterna, que sangra na região do joelho. Uma de suas mãos cobre o ferimento. A câmera focaliza então o rosto de Leon.
LEON – O que era aquilo?
A imagem mostra então o rosto de Davidson, iluminado pela lanterna, suando e com lágrimas nos olhos.
DAVIDSON – Era o Parker! Ele havia descido para a garagem e não voltou mais! Tive que dar dois tiros nele, cara!
LEON – Meu Deus, você foi mordido...
DAVIDSON – E o que importa? O Parker tinha duas filhas! E agora ele está morto!
Num movimento brusco, Davidson saca sua pistola e a aponta para sua cabeça. Vemos então o rosto desesperado de Kennedy, que tenta impedir uma loucura:
LEON – Não, não faça isso!
DAVIDSON, fechando os olhos – Não quero me tornar um deles! Prefiro morrer em paz!
LEON – Não!
A imagem volta para o grupo de Ford, enquanto ouvimos o disparo suicida. A câmera passa a mostrar o rosto do tenente, iluminado pela lanterna.
FORD, balançando negativamente a cabeça – Adeus, Davidson...
MARVIN – Santo Deus...
FORD – Vamos em frente!
Vemos mais uma vez de cima o grupo de Ford, que segue em frente. Logo a imagem volta para o grupo de Leon, que faz o mesmo, focalizado de lado.
LEON – Tomem cuidado, OK?
BRAD – Isto é o inferno!
Cena XVIII
Um corredor do R.P.D., tão escuro quanto a garagem. Vemos Brian Irons de frente, arma em mãos, caminhando na direção do espectador. Súbito, a imagem de um braço ensangüentado agarrando uma das pernas do chefe de polícia. A câmera mostra então a face de Irons virando-se para baixo e, como se fosse sua visão, vemos um zumbi caído no chão, segurando a perna de Brian.
IRONS – Oh, droga!
Música de tensão. A imagem focaliza o morto-vivo gemendo, aproximando os dentes da calça de Irons, enquanto este tenta se libertar. Em seguida a câmera mostra ambos de cima, Brian apontando a Desert Eagle para o zumbi, e logo acaba disparando.
A câmera volta a mostrar o zumbi de perto, sua cabeça encostando-se no chão, suas mãos se soltando da perna de Irons, boca aberta, já sem a vida que lhe restava. Vemos sangue em seu pescoço, local atingido pelo tiro.
Então, como se a câmera estivesse no chão, o espectador vê Irons ainda apontando a arma para baixo com uma das mãos, coçando o queixo com a outra, enquanto diz:
IRONS – Há como deter essas coisas afinal... Um disparo bem mirado, uma bala bem alojada...
Vemos o chefe de polícia agora de costas, seguindo pelo corredor como antes.
Cena XIX
Voltamos à garagem. A câmera mostra brevemente o grupo de Ford, com o oficial Strickland à frente, segurando a lanterna. Em seguida a imagem exibe o foco de luz iluminando o que parece ser uma porta. Então vemos novamente o grupo de Ford, de frente.
FORD – É ali, a guarita!
Em seguida a câmera mostra os policiais de costas, seguindo na direção da entrada. A imagem focaliza a mão do tenente Ford girando a maçaneta e abrindo a porta lentamente. Depois vemos o rosto de Marvin.
MARVIN – Será que é seguro?
FORD – Avançar!
A imagem passa para dentro da guarita, sendo que o espectador vê o grupo de Ford entrando de frente, a luz da lanterna apontada na direção da câmera.
FORD – Acendam a luz!
A câmera mostra um interruptor numa parede, iluminado pela lanterna, que é acionado por Strickland. As luzes da guarita se acendem, mostrando o grupo de lado.
FORD – OK, vamos procurar as chaves!
De repente, Marvin solta um grito de dor e espanto:
MARVIN – Ai, meu braço!
A imagem mostra um zumbi, segurando um dos braços de Branagh e mordendo com vontade a região perto do cotovelo, que sangra. Depois vemos Ford apontando sua pistola e atirando. A câmera mostra então o zumbi desfalecendo, soltando um gemido, enquanto Marvin se liberta.
MARVIN – Filho da mãe, ele me mordeu!
O espectador vê Strickland de frente para um painel onde há várias chaves penduradas.
STRICKLAND – Encontrei, senhor!
Ford se aproxima e apanha duas chaves, com as inscrições “071” e “123”, respectivamente.
FORD – Vamos usar meu carro e o do Parker! Eles estão parados perto da saída!
A câmera exibe Marvin rapidamente, mordendo os lábios enquanto coloca uma das mãos sobre o ferimento no braço. Em seguida o espectador vê Ford acionando uma alavanca ao lado do painel das chaves.
FORD, sorrindo – Abra-te, Sésamo!
Vemos então a grande porta da garagem se abrindo, de baixo para cima, primeiramente vista pelo lado de dentro, e em seguida pelo lado de fora, numa rua com névoa e carros batidos. Ainda externamente, vemos um homem de costas correndo pela rua. Ele é Douglas Harper, que em seguida é mostrado de frente com vários zumbis o perseguindo, e depois de lado, olhando para a garagem que se abre, estando a poucos metros da entrada.
HARPER – Há alguém vivo no R.P.D., afinal!
Cena XX
Vemos agora o grupo de Leon, de frente, olhando a porta da garagem se abrir. Depois, como se a câmera fosse a visão de um deles, o espectador vê um vulto humano aparecer na entrada da garagem. Leon grita:
LEON – Hei, você!
A câmera focaliza o vulto, que na verdade é Douglas Harper.
HARPER – Não atire, não sou um deles!
O segurança corre para dentro da garagem, e a imagem, como se fosse sua visão, mostra o grupo de Leon visto de frente, com dois vultos se aproximando por trás dos policiais.
HARPER – Cuidado!
Tarde demais. Vemos o oficial Armstrong ser agarrado por dois zumbis, enquanto é devorado aos berros. Leon e Brad correm para frente, atirando nos mortos-vivos. A câmera mostra-os sendo atingidos e caindo, e em seguida o cadáver de Armstrong, todo ensangüentado e sem vida.
LEON – Merda!
BRAD – Meu Deus, nós vamos morrer!
Ouvimos um coro de gemidos e a imagem mostra os zumbis que perseguiam Harper entrando pela saída da garagem.
HARPER – Droga!
LEON – Ande logo com isso, tenente!
A imagem passa para o grupo de Ford, que se aproxima de algumas viaturas estacionadas. Entra a música de fundo “Duality”, do Slipknot. Vemos novamente os zumbis penetrando na garagem, agora de perto, aos gemidos, enquanto a câmera focaliza seus rostos mutilados. São homens e mulheres, que um dia foram cidadãos de Raccoon City.
O espectador vê então Leon, Brad e Douglas, correndo de lado na direção do outro grupo de policiais. Depois a câmera mostra Ford abrindo uma viatura com uma das chaves, e sobre ela há a inscrição “071”. Vemos os zumbis se aproximando cada vez mais.
FORD – Entrem, rápido!
Ford joga a chave da viatura “123” para Leon, que a apanha no ar. Na viatura “071” entram Ford, que se senta no banco do motorista, Strickland, que se acomoda no banco do passageiro, e Brad mais Marvin, na parte de trás.
Em seguida a câmera mostra Leon entrando na viatura “123”, que está parada ao lado da “071”, sendo que Kennedy senta-se no banco do motorista. Harper entra pelo outro lado e se senta no banco do passageiro.
Então, como se a câmera estivesse no teto da garagem, vemos os dois veículos dando ré, enquanto os zumbis encontram-se a poucos passos. Em seguida vemos a viatura “071” de lado, que, ao virar-se na direção da saída, derruba três zumbis. Porém, um outro consegue saltar sobre o teto do veículo, e a câmera o focaliza rastejando sobre o carro. Depois a imagem passa para o interior do veículo, focalizando Brad e Marvin (este ainda sofre com o ferimento no braço).
BRAD – Ai, tirem essa coisa de cima do carro!
A câmera passa para dentro da viatura “123”, sendo que está entre os dois assentos da frente, mostrando as cabeças de Leon e Harper de costas, além da viatura “071” através do vidro.
LEON – Meu Deus!
A visão volta para fora das viaturas, mostrando novamente o zumbi sobre a “071”, gemendo. Em seguida a imagem volta para dentro da “071”, mostrando Marvin sacando sua arma, deixando assim seu ferimento à vista. Vemos Brad notando a mordida e exclamando, apavorado:
BRAD – Droga, ele foi mordido!
Mas todos o ignoram. A câmera agora está fora da garagem, e mostra as duas viaturas saindo de dentro dela derrapando, vistas de cima. Os dois veículos seguem pela esquerda (da câmera), e o zumbi ainda está sobre a “071”.
A câmera volta para dentro da “071”, e mostra Marvin apontando sua H&K para o teto. Vemos a face de Brad rapidamente fitando o policial, e em seguida a imagem volta para Branagh, que dispara uma rajada de balas.
O espectador vê o rosto de Brad virando-se para o vidro traseiro, e em seguida a câmera assume sua visão. Vemos algumas gotas de sangue escorrendo sobre o vidro, e sem que o espectador espere surge o cadáver do zumbi, seu rosto ensangüentado colado ao vidro. A imagem mostra o rosto de Brad de frente para a cabeça do morto-vivo, enquanto Vickers grita de horror.
Vemos mais uma vez rapidamente os veículos por fora, seguindo em alta velocidade por uma rua com carros destruídos e alguns zumbis. A câmera focaliza o corpo do zumbi morto por Marvin caindo de cima da viatura “071” sobre o asfalto da rua, e a imagem é centralizada em seu rosto, onde notamos um buraco no lugar de um dos olhos, por onde escorre sangue.
A visão volta para dentro da viatura “071”, e vemos uma das mãos de Ford acionando algo no painel do carro. A imagem mostra então o rosto do tenente, enquanto as sirenes da viatura começam a soar.
FORD – Creio que agora tudo está bem!
A imagem volta para a parte de trás do veículo.
BRAD – Não, não está bem! Branagh foi mordido, e todos nós sabemos o que acontece com quem é mordido!
Vemos rapidamente o rosto de Marvin, dentes cerrados, depois sua mão sobre a mordida e por fim o rosto de Strickland, que diz:
STRICKLAND – Cale a boca, Vickers!
A câmera passa então para dentro da viatura “123”, mostrando Leon de lado, que também liga as sirenes.
Cena XXI
Vemos as duas viaturas vistas externamente, sirenes ligadas, seguindo pela rua de costas para o espectador. A câmera se transfere para o interior da “123”, mostrando Harper olhando a rua. Depois a imagem passa para Leon, que pergunta, sem descuidar da direção:
LEON – Quem é você?
HARPER – Douglas Harper, segurança da Umbrella Corporation, ex-oficial do R.P.D., afastado há dois meses!
A câmera começa a se alternar entre os dois rostos.
LEON – Segurança? Onde?
HARPER – Raccoon Hospital. Eu saí de lá há cerca de uma hora, o lugar foi tomado pelos zumbis!
LEON – O R.P.D. também. Acho que não há nenhum lugar seguro nesta maldita cidade!
Segue-se um instante de silêncio, no qual a câmera se situa entre os dois assentos do carro (ver cena XX) e ouvimos apenas as sirenes. Em seguida a imagem volta para Leon.
LEON – Diga-me, por que você foi afastado?
Novamente a câmera se alterna entre os dois rostos.
HARPER – Insubordinação!
LEON – Como assim?
HARPER – Houve uma misteriosa explosão dentro do quartel-general da Umbrella na cidade. Eu estava cuidando do caso, e quando descobri pistas sobre uma espécie de laboratório secreto da corporação sob a cidade, o chefe Irons me chamou em sua sala e ordenou que terminasse a investigação.
LEON – Mas, por quê?
HARPER – Ele disse que a Umbrella havia feito muito pela cidade, e seria imprudente incriminá-la. Mas eu continuei investigando.
LEON – E então foi afastado...
HARPER – Exatamente. Aquele maldito Irons... Não passa de um fantoche da Umbrella controlando o Departamento de Polícia! Arranjei então um emprego como segurança no Raccoon Hospital, com o objetivo de me infiltrar na Umbrella e descobrir a verdade. Um dia, entrei sem ser percebido na sala do novo diretor, William Birkin, e encontrei evidências sobre a existência da “Colméia”, um laboratório secreto situado debaixo de Raccoon City, e que era usado para a produção de armas biológicas.
LEON – Essa maldita Umbrella...
HARPER – Não tive tempo para procurar mais provas, pois esses zumbis começaram a tomar a cidade. Unindo o que os S.T.A.R.S. disseram com o que eu descobri, cheguei à conclusão que a Umbrella estava produzindo o T-Virus na Colméia e de alguma maneira ele vazou, contaminando toda a cidade.
LEON – Que história...
HARPER – Agora precisamos escapar desta cidade para incriminar essa maldita corporação!
Cena XXII
Uma rua de Raccoon City. Numa imagem aérea, vemos alguém vestindo jaleco e abraçando uma mala fugindo de uma horda de zumbis. A câmera mostra então o doutor William Birkin de frente e próximo, com os mortos-vivos avançando atrás de si, aos gemidos.
A imagem se amplia novamente e vemos Birkin caminhando para uma calçada, onde há um portão de ferro em meio a um alto muro de concreto. A imagem centraliza Birkin de costas abrindo o portão e, ao chegar do outro lado, fechando-o bruscamente, enquanto o coro de gemidos continua. O cientista exclama, olhando os mortos-vivos através do portão, suas mãos sem pele atravessando as grades:
WILLIAM – Fiquem aí, seus malditos!
Mais uma vez vemos Birkin de cima, e percebemos que ele está agora num pátio de concreto cercado por arbustos, com uma fonte no centro, desligada. A imagem se aproxima e vemos William de costas contornando o chafariz, sempre abraçando a mala.
De repente, a câmera muda de ângulo e mostra Birkin olhando para frente, em seguida assumindo sua visão. A imagem mostra uma porta de metal bem ornamentada, dupla e esverdeada, e vai subindo aos poucos, revelando um andar superior com um bonito vitral colorido sobre a porta e em seguida uma torre, em cujo topo há um relógio. Essa é a Torre do Relógio de Raccoon City, que aparece no game “Resident Evil 3: Nemesis”.
Vemos agora Birkin de costas, caminhando na direção da porta do lugar. A câmera mostra uma de suas mãos girando a maçaneta, e em seguida o cientista entrando, ainda de costas para o espectador. A câmera mostra pela última vez os zumbis no portão, gemendo enquanto tentam forçar a entrada.
Surge uma música de suspense. Mais uma imagem aérea, que mostra Birkin já dentro da Torre do Relógio, fechando a porta. Podemos notar que ele está num hall amplo e iluminado, com uma grande escada de mármore no centro, que leva ao piso superior, além de um grande e bonito lustre no teto. Vemos William parado observando o lugar, e em seguida a câmera assume sua visão, percorrendo-o. Vemos vasos e belas estátuas distribuídas pelo hall, num ambiente que lembra o hall da Torre do Relógio do jogo “RE3: Nemesis”, sendo que a imagem pára numa porta de madeira situada numa das extremidades da sala.
Agora podemos ver William Birkin caminhando até a porta de madeira que foi mostrada, parando na frente dela e girando a maçaneta. A imagem se aproxima, enquanto a porta se abre sozinha, lentamente, rangendo. A música de suspense se acentua. Enquanto com uma de suas mãos ainda abraça a mala, com a outra o cientista da Umbrella saca novamente sua pistola calibre 45, entrando com grande cautela pela porta...
Cena XXIII
O ambiente é escuro, mas sem mais nem menos uma luz se acende. A primeira coisa que vemos é William de frente para a câmera, apontando sua arma. A imagem gira, e vemos que uma mulher loira e atraente que assim como ele veste jaleco também lhe aponta uma pistola. Essa é ANNETE BIRKIN, esposa de William.
Em seguida a imagem os mostra de lado, aliviados, enquanto abaixam as armas. Podemos ver que estão numa espécie de biblioteca, forrada com carpete e repleta de estantes de livros. A imagem começa a se alternar entre os rostos dos dois.
ANNETE – Você me assustou! Está tudo bem?
WILLIAM, mostrando a mala – Sim, como você pode ver...
ANNETE – Houve algum contratempo?
WILLIAM – Fui obrigado a eliminar dois agentes da Umbrella que invadiram o laboratório!
ANNETE – Eles nunca desistem...
Vemos os dois novamente de lado, enquanto trocam um breve beijo de amor. Começa a tocar a música de fundo “Vermilion – Part 2”, do Slipknot. Depois vemos William caminhar na direção de uma escrivaninha, seguido pela esposa, e colocando a mala sobre ela. Em seguida ele a abre.
Como se a câmera estivesse dentro da mala, vemos William e Annete olhando para seu conteúdo.
WILLIAM – O trabalho de uma vida inteira!
ANNETE – E eles querem tomar de você... Nosso precioso G-Virus...
WILLIAM – Eles ainda vão tentar algo, tenho certeza!
Vemos William de lado, apanhando um dos frascos que contêm substância roxa.
WILLIAM – Eu espero apenas que nosso bom e velho amigo cumpra o que prometeu, enviando um helicóptero...
ANNETE – Ele está muito interessado no seu trabalho... Não desistirá agora!
WILLIAM – A Umbrella não soube valorizar meu trabalho, mas alguém me dará o devido valor!
A câmera mostra William guardando o frasco com o G-Virus num dos bolsos do jaleco, e em seguida beija Annete novamente, enquanto fecha a mala sobre a escrivaninha.
WILLIAM – Onde está Sherry?
ANNETE – Ali!
Annete aponta na direção da câmera, e a imagem passa a mostrar uma garotinha loira vestindo roupa de marinheiro, dormindo graciosamente sobre um sofá na frente de uma estante de livros. Ela é SHERRY BIRKIN, filha de William e Annete. Há um medalhão pendurado em seu pescoço. Depois a câmera volta a mostrar William e Annete, abraçados.
WILLIAM – Ela fica tão bela quando dorme... Talvez tão bela quanto a mãe!
E, após trocarem mais um beijo, os dois deitam no chão e começam a fazer amor...
Cena XXIV
Outra rua de Raccoon City. Numa imagem aérea, o espectador vê a moto de Claire Redfield seguir pela via em velocidade lenta, de frente. Atrás da motoqueira há névoa e sombras humanas.
A câmera assume então a visão de Claire sobre a moto, e, movendo-se na velocidade do veículo, mostra alguns zumbis vagando pela rua, gemendo e cambaleando.
CLAIRE – Mas que diabos está havendo nesta cidade?
A imagem então mostra a moto de frente, próxima, enquanto o som de hélices girando é ouvido. Vemos Claire voltar a cabeça para cima e em seguida a câmera assume novamente sua visão, mostrando um helicóptero sobrevoando a rua e logo desaparecendo sobre um prédio. Há um cabo de metal pendurado sob a aeronave, com uma espécie de cápsula presa à ponta.
Vemos a aeronave por cima sobrevoando alguns edifícios, e logo a câmera focaliza a cápsula que ela transporta: avermelhada, com a inscrição “T-00” em branco e o símbolo da Umbrella Corporation.
O espectador vê então o interior do helicóptero. A câmera mostra o piloto da aeronave, e podemos notar o símbolo da Umbrella nos ombros de seu uniforme e em seu capacete.
PILOTO – Operação T-00 em andamento! Alpha se aproximando do ponto de inserção! Bravo está levando as armas para o Nemesis!
CAIN, pelo rádio – Entendido! Lance a cápsula assim que sobrevoar o local!
O helicóptero é mostrado mais uma vez por fora, e depois a imagem volta para Claire, que ainda olha para o céu. Em seguida a câmera mostra a moto seguindo pela rua de costas para o espectador, ganhando velocidade, enquanto alguns mortos-vivos tentam em vão perseguí-la.
Cena XXV
A câmera mostra um muro de concreto no qual há uma placa de metal. Nela há a inscrição “Raccoon Park”. A imagem vai subindo, mostrando a copa de algumas árvores atrás do muro, enquanto ouvimos o som de um helicóptero. A câmera sobe mais, mostrando finalmente a aeronave da Umbrella cruzando o céu noturno, enquanto carrega a cápsula do T-00.
Mais uma vez a imagem passa para dentro do helicóptero, exibindo o piloto da Umbrella, que diz pelo rádio:
PILOTO – Alpha sobrevoando o ponto de inserção!
CAIN, pelo rádio – OK, solte a cápsula!
PILOTO – Entendido!
Vemos uma das mãos do piloto acionar um botão vermelho no painel do helicóptero. Em seguida a câmera mostra a cápsula se soltando do cabo de metal. Segue-se a queda da cápsula, vista de vários ângulos diferentes (primeiramente de cima, mostrando o Raccoon Park em terra, depois de lado, e por último de baixo, como se alguém observasse a queda em terra). Quando a cápsula está próxima do chão, o espectador vê que sua envoltura se desintegra, restando apenas um corpo de aparência humana, que continua caindo.
Em seguida a câmera mostra um coreto de madeira, desses que encontramos em parques, de cor branca, todo cheio de plantas. De repente o corpo que estava dentro da cápsula é mostrado caindo bem em cima da estrutura, fazendo seu telhado cair no centro desta, junto com ele.
Entra uma música de suspense, enquanto a imagem mostra apenas poeira e tábuas caindo. A câmera vai se aproximando, a poeira se dissipa aos poucos, e podemos então observar o que restou do telhado dentro do coreto. Há uma pilha de tábuas que parece ter caído em cima de algo. A imagem se aproxima mais, e, subitamente, uma mão usando luva marrom surge entre as vigas de madeira, movimentando os dedos. A tela escurece.
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