CONTO "Folhetim Extraordinário: O Ouro dos Tolos"

Autor: Luiz Fabrício de Oliveira Mendes

1º lugar no Concurso Brasil Império - 2º concurso de contos do perfil Ficção Histórica BR

O que um índio, um morto-vivo, uma dama da Corte e o portador de um objeto mágico predecessor do polígrafo têm em comum? Bem, no conto "Folhetim Extraordinário: O Ouro dos Tolos", eles têm uma aventura.

Um barco inglês encalhou em terras pindoramenses, e com ele uma carga misteriosa. As relações do nosso Império com a Coroa já não andam no melhor dos seus estados, e o governo se vê obrigado a chamar gente... peculiar para cuidar do caso.

A proposta do conto é ousada: explorar um episódio real e desconhecido do período Imperial da nossa História, abrir suas possibilidades de uma maneira conspiratória, e mesclar uma digna homenagem aos autores clássicos brasileiros, sem ficar nem piegas, nem forçado. Machado de Assis, José de Alencar e Joaquim Manuel de Macedo provavelmente leriam a obra com curiosidade, se surpreenderiam e até se chocariam com o resultado, mas concluiriam seu parecer com acenos aprovadores de cabeça. E quem sabe não arriscassem uns spin-offs...

O leitor leva um instantinho para entender o que está acontecendo, e quem são as figuras misteriosas se materializando no quarto do ladrão de consciência pesada logo no primeiro capítulo. É possível que confunda Peri com o capeta; ainda mais considerando o fogo que arde do lado de fora. Talvez uma das nossas adms tenha confundido... mas vamos ficar no reino das hipóteses. Depois que as figuras começam a ser reconhecidas, o sorriso esperto de "Eu vi o que você fez aí!" que se espalha pelo rosto do leitor é impagável.

E o conto não perde seu ritmo. Acompanhamos a escolha e convocação dos heróis, entendemos como foram parar naquele quarto pobre, e seguimos a solução do caso, permeada por cenas dignas de um filme de ação, talvez com uma pegada faroeste. As características originais dos personagens eleitos são respeitadas e exploradas, de modo que quem já os conhece de outras paradas literárias (as aulas de literatura do Ensino Médio, por exemplo) se vê reencontrando velhos amigos.

Quando se pensa que, diante do desenvolvimento, o final não poderá surpreender, bem, ele surpreende. A conclusão – e a promessa de possíveis novas aventuras – deixam um gosto bom na boca, e uma sensação de tempo bem aproveitado.

Não há dúvida: o conto é ouro, e tolo é quem perde a oportunidade de ler esse Folhetim. 

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