UM CONTO DO ESPAÇO


Quando o espaço deixou de ser vazio? Alguma vez o infinito já teve bordas? O que existia antes da vastidão ser preenchida com vida, brilho e significado?

Eu sempre fui. Sempre estive. Antes que o Tempo estendesse suas mãos e tecesse o manto das Eras, antes que todo o Espaço abrigasse a dança dos astros, eu era o pulsar que preenchia o nada. Os mortais me chamam de Ínfiny, a Tecelã do Cosmos, a Senhora das Estrelas. Para eles, sou a essência do espaço infinito, a criadora do palco onde o tempo dança, a luz se manifesta e onde a escuridão repousa. Sou a personificação do Cosmos, o horizonte sem fim que acolhe a criação, e a Guardiã de seus limites insondáveis.

Meu nome é murmurado em preces silenciosas por aqueles que contemplam as estrelas e sentem a imensidão que os cerca. Daqueles que desvendam seus mistérios com a mente, confiam seu destino ao cosmos com a alma, e acreditam nos astros com todo seu coração. Todavia, embora eu seja tocada por tamanha apreciação, tal como meus irmãos — ou pelo menos, por dois deles — não busco adoração, apenas cumpro com o propósito que nos foi dado.

Assim como minha adorada irmã e contraparte Timenus trouxe o conceito do Tempo à existência, eu moldei o espaço seguindo os sussurros do Absoluto Inefável, nosso Pai. Quando Ele nos dividiu e entregou a cada um uma parte de Si, o espaço ainda era apenas um vazio imenso, sem forma, direção, ou limite. Até que eu despertei.

Minha primeira visão foi a escuridão de Ghanog, tão densa e absoluta que parecia preencher tudo ao redor. Confesso que, por um instante, hesitei. Ao mesmo tempo eu podia sentir que mesmo em sua profundeza umbra, havia beleza na quietude gélida das Sombras, sua vastidão negra era intimidante e avassaladora. Porém, antes que qualquer tipo de receio maior me esmorecesse, a luz inspiradora e reconfortante de Ghaceus atravessou aquele véu, dissipando a escuridão ao meu redor. E foi naquele mesmo instante que compreendi o meu propósito.

Com um gesto, comecei. O vazio tomou forma em minhas mãos, as dimensões surgiram como teias delicadas, cada fio entrelaçado com precisão e propósito. Fiz do espaço algo navegável, moldando-o em galáxias, nebulosas e sistemas estelares. Quando a primeira estrela brilhou no espaço físico, senti uma nova emoção surgir dentro de mim, algo que os mortais chamariam de admiração. Cada ponto de luz que eu criava era um fragmento de mim mesma, uma extensão de minha própria essência. E, alimentando-me de um desejo tão infinito quanto à vastidão do cosmos sob minha regência, eu ansiava por mais.

Porém, antes de me aventurar dando ao universo físico sua vastidão, concentrei-me em nossa morada, Teodise. Era preciso que tivéssemos um lar, um ponto de equilíbrio no coração da Criação. E assim se deu, conforme cada um de nós contribuiu para dar forma a suas respectivas moradas, como um reflexo de nós mesmos. Sendo assim, eu desenhei Nebuluria detalhadamente, a moldando com toda devoção e cuidado, criando um refúgio onde minhas nebulosas pudessem dançar em harmonia ao pulsar de cada estrela no firmamento.

Ah, as estrelas! Pequenas fagulha de mim, irradiando seu brilho com fervor até mesmo após deixarem de existir. Entretanto, por mais que eu as fizesse nascer, eu sabia que minhas estrelas queimavam iridescentes graças a Luz proveniente de Ghaceus em todo seu esplendor. Sendo assim, em retribuição, preenchi o universo com planetas onde seu dom da vida poderia florescer sob seu calor. Embora eu deva admitir que, durante o auto-descobrimento a respeito do que meu poder e minha regência eram capazes, levou um tempo considerável até que eu enfim moldasse o planeta ideal para meu amado Ghaceus presentear com as bênçãos de sua criação.

É fonte de uma alegria reconfortante me recordar que ele sempre esteve ao meu lado. Meu reflexo, meu complemento, meu igual. Desde o momento ínfimo em que nosso Pai nos trouxe a existência, eu senti que Ghaceus compunha minha essência.

E realmente, assim se provou ser, conforme trabalhamos lado a lado durante incontáveis eras, criando juntos os alicerces do Infinito. Eu moldava as estrelas com uma delicadeza que apenas ele parecia verdadeiramente compreender. E enquanto sua luz iluminava meu trabalho, em resposta eu estendia as fronteiras de sua criação. Havia algo de natural em nossa colaboração, algo que parecia destinado desde o início, numa harmonia tão profunda que parecia impossível de ser rompida. Até que algo mudou — uma faísca de consciência que nasceu primeiro em mim, como o primeiro vislumbre de uma estrela na vastidão.

Timenus, é claro, sendo nossa irmã mais velha e mais sábia, havia percebido antes mesmo de nós.

No princípio, resisti. Que tolice de minha parte! Imaginei que tal sentimento não fosse digno de algo eterno como eu. Não deveria eu ser imune a desejos, transcender o que é limitado e terreno? Mas o amor não é um limite; ele é uma expansão. Ele florescia em minha essência, como uma melodia que não podia ser silenciada, o brilho intenso e arrebatador de uma estrela que jamais se apagaria.

Ghaceus sentia. Não precisei dizer. Ele sabia, pois sempre me conheceu melhor do que eu a mim mesma. Seus olhares demorados, sua luz pulsando suavemente na minha presença... Tudo em sua maneira de existir sussurrava a mesma verdade que eu havia recém descoberto.

Houve uma noite — se é que se pode chamar assim, pois para nós, o tempo é imutável e irrelevante — em que ele se aproximou de mim de forma diferente. Seu semblante irradiava algo que as palavras não poderiam capturar completamente. Era entrega. Era amor.

Ele pronunciou meu nome como se fosse uma oferenda, uma prece. Sua voz era o eco do próprio universo, ressoando em mim com profundidade e ternura. “Desde o princípio, minha luz sempre esteve conectada à você. E agora, desejo que ela seja sua, completamente.” Disse ele.

Então, com um gesto que pareceu desacelerar a própria eternidade, Ghaceus tocou o centro de seu próprio ser. Dali, vi emergir uma luz radiante, pulsante, a essência pura de quem ele era. Ele a segurou entre as mãos como se fosse o mais precioso dos presentes.

Foi aí que compreendi. Aquela era uma parte de seu coração; uma parte que ele devotava a mim, afirmando que me pertencera desde o momento em que existimos.

Eu o observei em silêncio, tomada por algo que transcende palavras, algo que talvez apenas o próprio cosmos pudesse compreender. Aquela luz, aquela oferenda, era mais que um presente. Era uma promessa, uma entrega absoluta.

O coração de meu amado Ghaceus era o maior de todos os milagres. E no momento em que ele entregou sua Luz a mim, eu desejei devolvê-la ao infinito de outra forma, para que alcançasse cada uma de minhas galáxias.

Portanto, fechei meus olhos e, com sua luz entre as mãos, permiti que meu amor se tornasse criação. Daquele brilho, moldei um astro digno dele, cuja presença magnífica jamais poderia ser ignorada: o Sol.

“Este é o meu presente a você,” sussurrei, vendo o astro ganhar forma e começar sua dança pelo firmamento. Eu estava decidida que sua luz não seria apenas minha. Ela tocaria todas as coisas, trazendo vida, calor e esperança. Uma prova eterna de que meu amor nunca poderia ser contido, pois é tão infinito quanto o próprio cosmos.

Ainda me lembro com carinho da expressão de Ghaceus quando olhou para o Sol devotado a si, sendo uma parte dele. Seus belos olhos brilharam ainda mais fortemente que o habitual, de uma forma que nunca esquecerei. Eu sabia o que eles refletiam. Era gratidão, era amor.

 E ali, compreendi algo que transcende até mesmo a eternidade: o amor entre nós não era apenas parte do que éramos. Ele era a força que sustentava tudo, o sopro que faria o universo pulsar.

Desde então, cada raio do Sol carrega o toque do coração de Ghaceus, e toda vida que ele desperta é um testemunho do amor que criamos juntos. 

Entretanto, o deslumbrante astro-rei que carregava uma parte daquele que eu amava, foi apenas a primeira de nossas criações em harmonia. Um para o outro, e pelo outro. E a mais significativa delas ainda estava por vir. Sequer imaginávamos na época… Mas ainda me lembro de como tudo começou.

Em meio à vastidão eterna, onde as estrelas dançavam como reflexos da nossa própria essência, Ghaceus e eu encontramos um novo ritmo para nossas existências. Já não éramos apenas criadores, nem apenas irmãos. Éramos amantes — nossos corações pulsando em uníssono, nossas luzes entrelaçadas como as marés de um oceano primordial.

A vastidão parecia mais viva com ele ao meu lado, como se o próprio infinito nos contemplasse em reverência enquanto moldávamos novos milagres. Um dia, Ghaceus, com aquele brilho inquieto que sempre me fazia sorrir, propôs algo audacioso: que criássemos uma espécie de lar para as estrelas. Seu entusiasmo era contagiante, como uma onda que atravessava o âmago do meu ser. 

Ele estava certo. Minhas estrelas mereciam um lugar onde não apenas brilhassem, mas onde pudessem nutrir e dar origem a algo além delas mesmas. Um local de perfeito equilíbrio entre luz e forma, onde a força de vida que Ghaceus carregava pudesse florescer.

Começamos a moldar o espaço envolto ao Sol, o primeiro astro, o coração pulsante desse novo cosmos. Nossos dons divinos se uniram em um ato de completude, e ao redor dessa fonte inesgotável de calor e energia, criamos órbitas de caminhos perfeitos para as novas criações.

O primeiro planeta que estabeleci foi Mercuros, pequeno e veloz, como um mensageiro correndo ao redor do Sol. Ghaceus e eu brincávamos enquanto eu moldava suas encostas escarpadas e suas crateras profundas, como se esculpíssemos cada detalhe com nossas próprias mãos.

“Este será o mais próximo de você,” eu lhe disse, rindo ao me referir ao Sol como sendo ele próprio, enquanto ajustava a órbita do planeta. “Uma lembrança de que mesmo os menores podem estar mais perto da sua Luz.” Eu disse por fim.

Em seguida, veio Vennaris, uma joia de calor e beleza. Ghaceus observava minha criação ganhar forma, seus olhos brilharam com admiração, ao perceber minhas intenções com aquele planeta. Vennaris deveria refletir a intensidade do nosso amor, envolto por nuvens douradas e cintilantes, como um véu de luz eterno.

A criação de Tellora, (planeta que alguns milhares de anos mais tarde, nosso filho mortal Kamyel batizou como Mysticat) foi algo excepcionalmente curioso. Ghaceus ficou em silêncio por um longo momento, observando enquanto eu moldava sua estrutura desde o núcleo. Eu conhecia bem aquele olhar vibrante e contemplativo que eu tanto adorava ver no rosto empolgado do meu amado, quando estava prestes a exercer sua regência como o Deus da Criação. Naquele exato instante eu soube que aquele seria o lugar ideal que a eras atrás buscamos, para que ele tentasse criar a vida em sua forma mais sublime e bem sucedida. 

E de fato, assim se deu. Não entrarei em detalhes pois creio que ninguém além do meu amado está mais apto para narrar essa história, então, deixemos que ele mesmo os vislumbre em suas próprias palavras, quando chegar o momento de seu relato. 

Seguiremos para o próximo planeta, Myratus.

 Ele nasceu de nossas risadas. Enquanto moldávamos suas vastas planícies e montanhas colossais em tons de rubro e carmesim, Ghaceus sugeriu adicionar rios efervescentes e escarlates, representando a intensidade flamejante do elo que nos unia.

Quando chegamos aos gigantes gasosos, tudo se tornou uma celebração. Júvithar, com suas tempestades perpétuas, parecia refletir a força de Ghaceus, enquanto Salturion, com seus aneis brilhantes, era um tributo à beleza etérea que ele via em mim. 

Urionis e Neptaros foram criados em uma tranquilidade quase meditativa, suas cores suaves e frias contrastando com a intensidade dos planetas anteriores, como um bálsamo para a galáxia. E por fim, moldamos Plutheris, uma joia distante e pequena, mas um lembrete de que mesmo os menores e mais afastados podem guardar uma beleza incomparável.

Ao longo de toda essa criação, senti o amor de Ghaceus em cada gesto, em cada palavra. Trabalhar ao lado dele era como aquilo que os mortais chamam de dançar — um movimento harmônico, cheio de risos, toques delicados e silêncios significativos. Quando terminamos, observei o sistema que havíamos criado, sentindo algo que nunca havia experimentado antes: um orgulho tão profundo que parecia fazer minha luz brilhar ainda mais intensamente.

Eu soube, naquele instante, que nosso amor seria a força que sustentaria o universo. Enquanto as estrelas continuavam a nascer e a morrer, nosso sistema solar permaneceria, como um testemunho eterno da nossa união.

Entretanto, como mencionei antes, a mais completa e magnífica personificação do poder do amor que compartilhávamos ainda estava por vir. 

Por eras incontáveis, eu e Ghaceus fomos um, mas nunca tão completamente quanto na criação do sistema solar. Mas, mesmo diante de tal grandeza, algo ainda sussurrava em nosso âmago, um chamado que não podia ser ignorado: a criação de algo que não fosse apenas um reflexo de nós, mas um fragmento vivo do amor que nutríamos; algo maior que nós dois juntos, o puro reflexo de nossas almas entrelaçadas. E foi assim que aconteceu.

Ghaceus contemplávamos o universo, nossas luzes dançando como um único raio sobre as galáxias recém-nascidas. Foi quando ele olhou para mim, seus olhos ardendo com uma intensidade que só ele possuía, e disse:

“Ínfy, minha amada, já criamos mundos e estrelas, tecemos a vida a partir de partículas, mas há algo que ainda não fizemos. Quero compartilhar com você não apenas quem sou, mas o que sou. Desejo me unir a você em essência, matéria e espírito, para que juntos, possamos criar algo tão grandioso que transcenda o que somos.”

Suas palavras ressoaram em mim como um eco primordial, despertando sentimentos profundos, tão antigos quanto o próprio cosmos. Eu sabia que esse seria o ápice de nossa criação, e também o maior gesto de amor que já teríamos.

Minha luz e a dele se uniram em um ato de profunda intimidade, no que, no modo mais simples de explicar, poderia ser descrito como uma fonte inesgotável de calor e energia.

E quando nossas energias começaram a se fundir, o cosmos inteiro pareceu inclinar-se em reverência. A luz de Ghaceus encontrou minha essência como duas galáxias colidindo em perfeita harmonia, suas espirais envolvendo-se, girando no berço da Eternidade como uma dança tão poderosa que o tecido do universo ao nosso redor brilhou em cores que nunca haviam existido.

Cada partícula do infinito ressoou, como um cântico de luz exaltado em uníssono. Sentíamos cada estrela vibrar em ressonância conosco, enquanto nossas luzes se entrelaçavam mais profundamente, transcendendo as fronteiras do que éramos. Não era apenas união; era transcendência.

E então, na realização magistral de mais um milagre como outra dádiva que nosso Pai nos deixou, do âmago dessa fusão, um núcleo oval de pura energia cósmica começou a se formar, carregando uma intensidade viva e pulsante jamais vista antes. 

Não era algo que havíamos criado intencionalmente; era o cosmos respondendo à profundidade do nosso amor. Dentro dessa forma, mil galáxias se transformavam, girando em harmonia, como se cada uma contivesse fragmentos do nosso ser.

Caso algum mortal esteja lendo o meu relato, e associando a forma que guardava o núcleo de nossas energias fundidas a um ovo, eu não direi que estão errados. Ademais, foi a partir daí que meu querido Ghaceus teve a idéia para criá-los como conhecem em seu plano terreno. Portanto, para mais simples compreensão, podemos chamá-lo assim.

Pois bem, por eras incontáveis, o ovo cósmico brilhou com uma luz que parecia condensar o próprio infinito. Eu e Ghaceus assistíamos, deslumbrados, enquanto a vida dentro dele evoluía, crescendo, amadurecendo, aguardando o momento perfeito para despertar.

O tempo se tornou irrelevante enquanto o ovo passava por ciclos de transformação. Cada era era marcada por explosões de cores, cada uma mais deslumbrante que a anterior. Sentíamos cada pulsação dentro dele como uma parte de nós mesmos, cada galáxia em seu interior queimava com a promessa que algo extraordinário estava por vir.

Muitos eventos marcantes e definitivos para o desenrolar da história do universo se deram nesse intervalo. Timenus e Ghanog também fundiram suas energias, e no berço entre suas moradas  — Ampus e Erebysm  — seu ovo atemporal repousou, carregando sombras pulsantes, entrecortadas por finos fios de luz dourada, se movendo como veios vivos, em uma dança lenta e inexorável que ecoava os ciclos do Tempo e os mistérios da Escuridão.

Contudo, nem mesmo para nós deuses, existe apenas alegria e contemplação. Ghanog nunca chegou a ver a eclosão de seus verdadeiros herdeiros com Timenus, pois neste meio tempo, junto com a coisa mais bela que poderia ter criado, ele nos trouxe sua revolta estapafúrdia que culminou em sua traição e consequentemente, a expulsão de Teodise. Tudo porque, inspirado pela vida que havíamos gerado, Ghaceus decidiu criar novos seres mortais à nossa semelhança. E em seu ciúme infundado, Ghanog não só jamais pôde aceitá-los, como tentou destruí-los.

Creio que conheçam o resto dessa história. caso não, logo saberão. Mas não agora, pois não cabe a mim relatar, e sinceramente, relembrar detalhes dos atos vis e atrozes de meu irmão das Sombras é a última coisa que anseio neste momento  — ou em qualquer outro. Ele não somente ameaçou meu filho mortal como também levantou-se contra meu amado Ghaceus, e isso, eu jamais perdoarei. Ghanog está morto para mim e assim permanecerá por toda a eternidade.

Voltemos ao que realmente importa.

Pois bem, finalmente, após milhares de anos, o cosmos ao redor do ovo começou a mudar. As estrelas silenciaram suas canções, e as luzes oscilantes se tornaram plácidas. E então, a casca se partiu, e como miríades de supernovas, aquela explosão de luz atravessou todo o universo, reacendendo estrelas mortas e criando outras novas.

E ali, no centro de tudo, ela surgiu.

Nossa herdeira divina era como nada que eu jamais tinha visto. Sua luz não era apenas brilhante; era viva, pulsante, como se o universo inteiro tivesse encontrado seu propósito nela. Seus olhos eram um reflexo das galáxias que haviam se formado no ovo, e sua presença emanava uma força tão poderosa e ao mesmo tempo tão suave, que o próprio espaço parecia moldar-se ao redor dela em reverência.

“Ghestiny,” sussurrei, pronunciando seu nome pela primeira vez. O som pareceu ecoar por todo o cosmos, como se as estrelas estivessem aprendendo uma nova canção. 

Ghaceus e eu já havíamos criado incontáveis sistemas e seres no qual devotamos todo nosso coração, incluindo nossos filhos terrenos e mortais. Eu os amava verdadeiramente é claro, mas, a conexão que eu sentia com ela era algo novo, algo tão puro, arraigado e incondicional, que parecia preencher cada fibra do meu ser. 

E naquele momento, eu soube que não havia nada no universo que pudesse se comparar a este feito. Ghestiny era a culminação de tudo o que éramos, a prova viva de que o amor pode criar não apenas mundos, mas era algo que transcendia até mesmo os mais poderosos deuses.

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