VINTE E UM

E diga a eles que eu não poderia me ajudar
E diga a eles que eu estava sozinho
me diga que eu sou o único
E não há nada que me faça parar


______

O raio de sol vindo da grande janela, despertou Arabella, que lentamente foi percebendo até onde sua impulsividade a trouxe, e por anseio, tentou achar o corpo do aracnídeo com sua mão, mas tudo que tocou foi num pequeno pedaço de papel, ela se sentou na rede, e era uma pequena cartinha de Spidey. Ela sorriu, feliz que ele se importou de avisá-la de que estava partindo, ao invés de ir embora sem lhe dar explicações. Isso geralmente era comum com seus ficantes, e até ela mesma, já fez isso. Mas com ele era diferente, e ela não compreendia os sinais de porquê.

Então abriu o papel, que estava dobrado, e se deparou com uma letra meio torta, e riu, porquê achou fofo esse detalhe tão imperfeito e começou a ler a cartinha.

O dever me chama, Arabella! Mas antes que eu enfim, fosse embora, me incomodava o fato de que te deixaria só sem explicações... Eu não sou "homem" disso, e sei que seria ridículo te abandonar do nada. Mas cá estou eu escrevendo para minha ex-hater

Ela precisou parar e gargalhar alto, com o jeito como ele estava lidando com as coisas. Ex-hater era demais para ela, e realmente fazia sentido.

e agora convertida minha fã número 1! Ah, como eu amo isso... Ao mesmo que penso que pode ser só o destino zoando com a minha cara. Mas sem mais delongas senão transformarei isso num enorme texto e estou com pressa. Tem um ponto de ônibus na rua da frente do prédio, se você pegar ele chega em casa segura, tudo bem? E eu cumprirei nossa promessa, retornarei para te devolver o seufio vermelho, enquanto escrevo penso nele escondido no pulso, já que o uniforme tampa ele, Arabella. Agora eu vou, ok?

obs: Não se meta em nenhuma problema ou confusão, por amor a sua vida! Fuja disso.

Spidey :)

Ela suspirou suavemente, guardando aquela carta na mochila, e se colocou de pé. Pensando que aquela noite de sono que teve foi uma das melhores que teve em toda sua vida, ela dormiu tão tranquilamente em uma cama - ou rede, se preferir chamar assim - feita de teias! Para se acostumar a cama de hóspedes de Harry osborn — que era muito confortável por sinal — ela levou alguns dias para se adaptar, mas ali... Naquele lugar feio e empoleirado, ironicamente ela encontrou mais tranquilidade. Porém, agora tudo que ela sabia que precisava se concentrar era no seu pai. Ele sentia que por mais sujo e distorcido fosse a mente e o coração dele, ela precisava vê-lo e saber se ele estava bem. Ela sempre soube que o instituto dele era sua vida, era toda dedicação dele imposta ali, e ele perdeu tudo ontem. Ela precisava saber se o pai dela estava bem.

(...)

Um assalto a luz do dia era noticiado, e para despertar mais ainda o caos do telespectador, era ninguém que o homem aranha assaltando um banco.

Obviamente isso era mentira, mas parecia que a imprensa escolhia acreditar na sua própria verdade e ignorar o quê estava debaixo do seu próprio nariz. Aquele cara era um farsante, ele sequer escalava paredes! Peter já estava a par da situação e fez sua entrada no banco com um grande salto, surpreendendo a todos ali que estavam sendo feitos de refém, e encarou o fantasiado, que agarrava uma moça pressionando uma pistola no pescoço fino dela, um tiro e ela perderia sua vida. Peter engoliu seco, relembrando um de seus fracassos recentes, mas escolheu ignorar, ele era forte e estava ali para fazer o seu papel. Ele correu, atirando suas teias no homem, e uma especificamente na moça, e a afastou de vez dali, pedindo em voz alta que algúem a tirasse, assim como também pediu que todos saíssem.

— Por que você está fingindo que sou eu? —  Peter escolheu ficar parado, frente a frente com o farsante. — Há alguma particularidade, fascinação nisso? — O homem também permaneceu parado, e o sentido de Peter anunciou um perigo próximo quando o viu tentar esconder outra arma. Mas ele fingiu que não viu, queria ver do que o homem era capaz. — Um desejo de ser tão bom como eu?

Aquela simples frase em questão foi o gatilho, e o homem disse um severo "já chega" erguendo a pistola, e o Homem Aranha maroto como sempre é, arrancou a pistola em questão de segundos e a partiu no meio com os próprios pés, e segurou os ombros do rapaz.

— Se essa é sua maneira de me enfrentar, sinto muito mais seu percurso em tentar me imitar falhou parceiro. — O homem tentou acertar um soco no rosto do aracnídeo, que facilmente o impediu, segurando seu punho, ele tentou outro, dessa vez na barriga e Peter riu por dentro da máscara. — Você é completamente despreparado para esse mundo, seria incrivelmente covarde te dar uma surra.

Após ele falar isso, o seu plano era emaranhá-lo em suas teias e deixá-lo para a polícia, mas ela chegou antes, se assustando ao se deparar com os dois homens aranhas. Peter agarrou o braço do farsante e tudo que pensou foi:

Merda, ferrou!

Ele engoliu seco.

— Aqui está o respon-

— Calado! Vocês dois, virem-se de costas e você que está agarrando ele — o polícial se referia a Peter. — Solte-o. E só se pronunciem, quando forem chamados!

—  Você não percebe a besteira que está fazendo cara? — Peter gritou, quase perdendo a paciência com um dos policiais. Ele contou, eram quatro caras.

— Solte-o agora e virem-se — o policial afirmou firmemente, apontando uma arma que era mil vezes maior que a pistolinha do farsante, os outros fizeram o mesmo sacando suas armas.

Peter suspirou, com raiva.

— Vocês estão me atrapalhando, quando na verdade o trabalho de vocês era me ajudar! — Peter reclamou, mas fora ignorado, sentindo que o policial quebrava mais a barreira de distância entre eles dois. Ele bufou de raiva.

— Eu vou contar e você vai me ouvir! — o cara falou

— UM!

Peter continuou, intacto,

— DOIS!

— TRÊS — o cara se virou — Atirem!

Parker se esforçou para fugir com agilidade das balas ( ele era bom nisso apesar de já ter sido baleado umas duas vezes, ninguém é totalmente perfeito né? Ainda mais no momento da emoção) e atirou uma de suas teias no teto, e com o impulso que ela lhe deram ele chutou um dos policiais indo direto para o teto, mas quando fez isso, ele sem querer deixou o farsante para trás e nem suas teias foram capazes de pegá-lo porquê o cara fugiu. E ao invés de Peter continuar ali, naquela luta eterna com a polícia, ele usou suas teias e criou outro impulso para ir contra a vidraça do banco e fugiu dali, em meio a vários fragmentos de vidros, alguns deles feriram muito sua pele e pioraram o estado de seu uniforme, mas ele estava pouco se importando, ele tinha uma cicatrização rápida e tinha uma coisa específica para se concentrar.

O farsante.

E para deixar tudo mais drámatico, ou só piorado mesmo, começou a chover. Mas Peter não se incomodou com isso, ele concentrava toda sua atenção no homem, que ele perseguia silenciosamente. O homem era tão burro que nem pensava que na probabilidade que ele poderia estar sendo perseguido, ou qualquer coisa semelhante, tudo que ele fazia era correr, para um caminho até então desconhecido por Peter que o seguia de longe, saltando de prédio em prédio, e foi naquele momento que ele percebeu que o tal homem chegou no seu destino. Ele franziu a testa, percebendo que aquilo não se parecia com uma casa e sim com um lugar de base científica. O homem pelo menos era esperto para invadir lugares sem não ser percebido, Peter pensou, pena que ele não era o verdadeiro homem que poderia escalar paredes, ele riu pensando nisso também, enquanto fazia exatamente o que pensava, escalando o edífico não tão alto quanto era o falecido instituto de Phill por exemplo e entrando discretamente, ficando pregado ao teto.

Mas quando seus olhos viram o lugar que ele foi parar, seu corpo quase despencou. Havia um pequeno grupo de cientistas ali, encarando um homem sendo aparentemente ... Devorado por uma pespécie de gosma preta, que aparentemente tinha vida. Peter estava amendontrado e chocado, e quando percebeu ele havia perdido toda sua atenção e o homem devorado estava morto, e inesperadamente o farsante apareceu com outra arma, ele tinha tantas armas pois o que diferenciava o uniforme de Peter era um cinto, onde ele guardava armas, e aquela Peter deduziu ser sua última, já que perdeu as outras duas no Banco. E ficou boquiaberto, quando o homem gritou o nome de Phill, puxando ele pelo colarinho e lhe apontando a pistola ao seu pescoço. Phill engolia seco, os cabelos castanhos e lisos caiam pela sua testa e estavam ficando úmidos pelo seu suor causado pelo medo da morte.

Aquele homem estava prestes a fazer um favor á toda humanidade e será que ele se dava conta disso? Ele estava sendo como aquele soldado, que poderia ter matado Hittler e mudado o destino de toda uma geração. Mas assim como ele havia poupado o ditador nazista, Peter estava prestes a fazer o mesmo, quando pulou do teto, assustando os cientistas e o próprio Phill, e seguidamente puxando o farsante, que lutava contra Peter e num ato despreparado os dois acabaram esbarrando sobre um vidro e o quebrando , e no mesmo instante ele deixou o farsante escapar de suas mãos, tudo porquê que caiu sobre aquela gosma preta, e de repente a atenção de todos os cientistas, inclusive Phill, estava sobre ele.

Aquele negócio estranho atacou ele agressivamente pentrando seu corpo, e lhe trazendo uma sensação esquisita, e totalmente gélida, mas lhe trouxe também dor, muita dor e rapidamente aquilo foi se espalhando sobre ele, tomando toda sua roupa, tornando-a escura, e se hospendando em seu corpo fácilmente. Peter respirava descompassadamente enquanto apoiava as mãos e os joelhos no chão.

— A experiência deu certo! Foi um sucesso! — Uma cientista bradou, sorrindo enquanto encarava o homem aranha, que continuava sobre o chão.

Phill já não corria mais perigo, porquê o rapaz que tinha plano de matá-lo estava tão chocado quanto todos estava chocado demais enquanto olhava atentamente para o garoto que agora trajava preto.

— Não, ela pode ter dado certo, mas a gente não pode esquecer de que ele não é um humano normal. — Phill andou calmamente até o aracnídeo —  Você agora é parte de uma das minhas experiências, e sinceramente, Aranha eu não sei se gosto disso ou não. Porquê sei que não possuo o poder de controlá-lo.

Peter se pôs de pé, e se intrigou do fato de que se sentia mais forte, mais potente. Ele esperava mais dor, não ser presenteado. Se bem que ele não conseguia compreender que aquilo fosse de fato um presente, quando os minutos anteriores que viveu pareciam ter saído de um filme de terror.

—  Eu odeio você! Eu odeio você! —  Peter gritou, se exasperando de raiva — Sujou meu nome, e agora deixou que isso acontecesse comigo! Eu virei uma aberração?

Phill nada respondeu, apenas deixou que seus olhos castanhos ficassem olhando diretamente Homem Aranha.

—  Eu diria que você foi abençoado pelos deuses mais uma vez. Sortudo não, é? — provocou Phill, cruzando seus braços fazendo uma referência a aranha radiotiva, e sorriu ironicamente para ele. Peter não conseguiu se conter com sua raiva repelida e se atirou em Phill, o levando de encontro á uma parede, e o baque foi tão forte que a parede fez uma pequena rachadura e Phill acabou ruindo de dor. — Me mate, Espetacular Homem Aranha, não deixe essa oportunidade passar.

O aracnídeo, pressionava fortemente o pescoço pálido do cientista sobre a parede, obrigando que o queixo dele ficasse erguido para Peter, e mesmo sentindo dores insuportáveis, o homem tinha um sorrisinho maldito no rosto, fazendo Peter pressionar suas mãos fortes na pele do homem, se ele persistisse naquele ato, o mataria por asfixia.

— Eu poderia matar você, ainda mais agora que literalmente você me afirma que fui "abençoado pelos deuses" porquê sabe cara eu sempre tive esse privilégio, te achar é a coisa mais fácil do mundo, acabar com teus seguranças então... nossa! Belezinha pra mim, porquê eu tenho força sobre humana, sem nenhum esforço eu parei um trem com as minhas próprias mãos e segurei um navio se partindo ao meio. Mas sabe, eu não me importo com nenhum fio de cabelo seu, tudo que eu quero é que você PARE de encher o meu saco!

Peter então, ao se calar, livrou o cientista de suas pesadas mãos, e respirou fundo encarando a si próprio, ele nunca tivera um surto de raiva assim com ninguém, ele engoliu encarando feio Phill.

— Perdeu sua chance, e espere pelas manchetes de amanhã — Phill riu, com satisfação — Se eu morresse, meu estudo ficaria aqui e você faria um favor aos que sofreram nas minhas mães. Eddie Brock, por exemplo, perdeu todo o dinheiro dele em remédios e comigo para o tratamento da filha com câncer, e a coitada morreu porquê o corpo não aceitou o hospedeiro, mas você parece que ele adorou!

Peter tocou o uniforme, sentindo a textura dele se tornar mais dura, mais forte.

—  Como tira essa coisa de mim!

O cara apenas ria da situação.

— Descubra sozinho, parceiro. — provocou Phill, escondendo o fato de que nem ele mesmo sabia dar essa resposta, mas estava sendo muito divertido ver o herói se contorcer de ódio na sua frente.

Peter inspirou todo ar que podia e olhou para o então chamado farsante, e notou que ele estava sem máscara e percebeu que ele era tão jovem quanto Peter e se perguntou porquê ele queria matar Phill, o mesmo cara lhe lançava um olhar de pena. Depois disso, em um vulto ele partiu, a noite caía e ele se sentia tão mais aprimorado, como se suas habilidades houvessem sido evoluídas. Mas, ao mesmo tempo sentia um ódio descomunal, que nunca havia sentido antes por ninguém, mas Phill causava esse sentimento nele, e no momento que usava suas teias para poder se locomover pelos pequenos prédios e arranha céus, sentiu os flashs e bufou de frust, olhando para baixo vendo um rapaz forte segurar uma câmera e apontar para ele, e sem nenhuma delicadeza ou piadas momentâneas ele atirou as teias em sua câmeras e jogou para longe, quebrando ela em pedacinhos, deixando o cara arrasado, pois não tinha mais dinheiro para pagar uma nova, e depois o Aracnídeo partiu porquê mais uma seu dever lhe chamava. Havia gente em perigo e ele mesmo sentindo-se completamente distorcido ou entorpecido, não fugiria das responsabilidades que ele carregava nas costas desde os 14 anos.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top