VINTE E TRÊS

Eu preciso de um herói
Estou esperando por um herói até o final da noite
Ele tem que ser forte
Ele tem que ser rápido
Ele tem que ter acabado de voltar da batalha

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6:35 AM

May gritava desesperadamente com o sobrinho que dormia tranquilamente no carpete, com o rosto sujo de manteiga de amendoim e saliva escorrendo dos lábios. Aquela era uma cena humilhante de se ver, pois parecia que Peter Parker havia tido um porre na noite anterior, e o que era bem engraçado, considerando o histórico corretíssimo do menino. Quando ele abriu seus olhos castanhos, levou um tempinho até que pudesse enxergar perfeitamente a tia, e que também tivesse em plenas faculdades mentais para assimilar as palavras de desespero dela.

A mulher vestia seu uniforme de enfermeira, e estava preste a trabalhar quando se deparou com o sobrinho, adormecido no chão da sala, praticamnte desmaiado. Ela soltou um grito tão assustado, pensando que algo sério pudesse ter acontecido com o menino.

Aquilo era demais para ela.

— Peter Benjamin Parker, levanta! —  ela gritou, assustando o garoto —  AGORA! — a mulher proferiu num grito, e o menino a obedeceu. May encarava o estado do sobrinho, e decidiu por si mesma que ele não estava bem. No seu rosto tão bonito, olheiras fortes eram presentes e os lábios pareciam extremamente ressecados. Naquele instante ela queria puxá-lo para um abraço forte e acalmá-lo de todo o mal do mundo, mas não queria perder sua postura de "mãe". — Meu Deus, o que acabou de se passar com você garoto, está destruído. E eu nem te vi chegar! Você me deu perdido por dois dias,  e eu sinceramente não estou suportando mais isso, principalmente se cenas assim se suderem com mais frequência! Anda, eu necessito de uma explicação rápida, me dê!

— Eu estava fazendo meu trabalho, como sempre e... — respondeu ele, o tom quase parecido com de um sussurro.

—  Você sumiu por DOIS dias, Peter! Dois dias, e mentiu para mim. Eu vi você na tv, na primeira vez todos acharam que você havia morrido, inclusive, eu achei! Eu pensei que estava revivendo tudo de novo, Ben, sua morte na guerra dos vingadores...E depois, eu te vejo, parecendo completamente esquisito e agressivo na televisão... E agora isso! Eu juro que não estou entendendo o que está acontecendo com você!

Peter em um ato de nervosismo puxou os cabelos castanhos para trás, bufando. Sentia-se tão sufocado pela proteção da tia.

— Tem pessoas querendo a minha vida numa bandeja tia... Mas eu não posso ignorar que eu tenho um dever a cumprir! E nem você pode evitar a verdade disso.

May respirava descompassadamente, Peter presumiu que ela parecia com raiva e muito chatedada. Ela apertou forte a alça da bolsa, e o encarou penetrantemente.

— Eu mandei não vestir o uniforme! Você descumpriu uma ordem minha...Você é só um garoto, não tem que carregar o peso do mundo das suas costas! Quantas vezes terei que te dizer isso, hein? Você é apenas uma criança.

Peter comprimiu os finos lábios, refletindo na fala da tia.

O peso do mundo infelizmente era sua responsabilidade enquanto ele respirasse.

— Eu tenho 17 anos de Idade , você não pode me controlar dessa maneira. — ele retrucou, com a voz subindo num tom mais alto. May o encarou, surpresa, Peter nunca teve um comportamento assim. Algo nele estava mudando.

— Então, é assim? Está se tornando homem e começando a desprezar minha presença nesta casa? — Peter não respondeu nada, apenas abaixou seu rosto enquanto cruzava os braços, sentindo os cachos de seu cabelo se espalharem por sua testa. — Se não há nada mais a dizer, eu vou trabalhar, estou me atrasando por sua causa. E você, vá para a escola!

—  Sinto muito tia, mas não vou hoje. Preciso descansar mais.

May nada disse, apenas deu -lhe uma leve encarada e soltou um suspiro carregado de decepção e dor, ela então virou as costas e foi embora. Enquanto que Peter realmente fez o que falou, ele entrou em casa e se jogou direto na sua cama e dormiu de novo.

Pena que em seu íntimo, pesadelos sombrios lhe atormentariam, devido ao tom cheio de gatilhos da conversa que tivera com sua tia.

(...)

20:30 PM

Arabella quando chegou em casa, estava transtornada, praticamente desequilibrada. Ela sentia que precisava de um tempo sozinha naquela noite, onde pudesse repensar sobre as informações jogadas na sua cara e reuní-las feito um quebra cabeça, mas quando estava prestes a fugir para o quarto se deparou com a figura de um rapaz preocupado e de olhar pesado, deixando ela atordoada e irritada ao mesmo tempo, não estava com paciência para falar com ele, pois ela meio que esperava o quê ouviria da boca dele, e como esperado franziu a testa, escutando suas reclamações carregadas de preocupações sobre ela. Era estranho ver essa cena, pois não imaginava que ele pudesse ser tão emocional, e também sempre que alguma pessoa demonstrava alguma empatia por ela, seu inconsciente automaticamente achava que era uma grande piada. Ela mesma sabia que nunca foi uma boa pessoa, e acreditava que merecia sofrer muito.

—  E também tem uma coisa... — a voz dele apertou, causando um certo desconforto á ela. Ele até virou o rosto.

Ela tentou cobrir a aura do ambiente com uma piada.

— É o quê, você se deu conta de que minha falta significava tanto para você e que ela te mostrou o quanto gosta de mim? — disse rindo, mas Harry não mexeu um músculo de sua expressão que era séria. — O quê, é Harry?

—  Você beijou o Homem Aranha... Duas vezes —  ele entregou o jornal do Clarím Diário para ela, a data da publicação dele era de dois dias atrás, e foi o tempo que ela sumiu. A menina engoliu seco, apertando os lábios encarando a si mesma beijando o Aracnídeo em tantos ângulos. — Arabella, eu deixei você ficar na minha casa... E até hoje não perguntei por quê diabos, você do nada chegou aqui com o rosto machucado, eu simplesmente te aceitei. Mas-

— Mas o quê seu idiota? Está querendo chegar em que ponto? Que se eu estiver na sua valorosa casa, eu tenho que lhe dar satisfações das merdas que eu posso fazer na minha vida íntima? —  cuspiu, impaciente e atirou o jornal na pequena mesinha centrada no meio da sala de estar, e andou até o rapaz, ficando frente a ele e precisando olhar para o alto, pois o mesmo era extremamente alto em compensação a pequena estatura dela.

— Por favor, você está entendendo tudo errado, eu não quis jogar-

— Mas jogou, não seja sonso! Meu melhor contra argumento para você é que sou tão rica quanto você seu filho da puta... Imagine se eu fosse pobre e estivesse na sarjeta, o quão mais humilhada eu me sentiria, seu arrogante de merda... — Arya percebeu que já estava xingando demais, mas não quis parar. — E eu beijo quem me der vontade, porra!

—  Ele é um criminoso, Arya — ele segurou levemente os ombros dela, e tocou seu rosto com uma das mãos, enquanto ela apenas observava tudo, com seu olhar penetrante sobre ele.

Arya

Odiava quando usavam seu apelido para tentar acalmá-la...

—  Você não imagina quantos caras maus eu beijei na minha antiga escola, a lista é absurda Osborn. Você quer saber? — agora ela sabia que tinha pegado ele, o mesmo se encontrava sem reação, ele parecia olhar para ela em busca de argumentos para contra atacar.

— Ele tentou matar seu pai e sua mãe, Arabella. — a voz dele era firme, mas o efeito que ele queria causar não aconteceu, ele não a intimidou.

Arabella suspirou, segurando a gola da camisa social de Harry e tentava apenas concentrar seu olhar nela.

— Você disse que eu não te conto nada, mas então o momento chegou né? Então chega de cortinas, você sabe que meu pai é um louco, certo? Você mesmo disse que o seu também era naquele dia, lembra? Mas aí nós escolhemos jogar conversa fora, e não te culpo meu dia tinha sido um verdadeiro pedaço de merda, e eu queria esquecer, e então nos beijamos. Foi bom, me fez esquecer que havia uma marca firme e roxeada de uma mão masculina em toda região da minha bochecha! Eu fiquei feliz de não ter questionado sobre ela... porquê seria tão embaraçoso contar. Mas agora que chegamos aqui, eu deixo essa com você Osborn. Quem você acha que me estapeou?

A cara do rapaz já era pálida, mas após aquela pergunta, o tom branco de sua pele parecia ter se empalidecido muito mais, ele engoliu seco, não conseguindo encará-la dessa vez.

— Você disse que só beijou caras maus... Eu presumo que possa ter sido um deles? — ele deu uma pequena olhada para a garota.

—  Fala sério, nem você acredita nessa merda que está dizendo! — ela riu secamente e o encarou, lambendo seus lábios. — Eu sei que você sabe quem foi, já que foi ele que me fez fugir para cá, Harry.

Naquele instante, os dois se encararam fixamente. Nenhuma palvra foi dita naquele espaço de tempo. Mas o olhar que Harry lhe dava era carregado de pena, e sobre um gesto impulsivo ele pôs a mão sobre a bochecha dela, Arya quase chorou naquele instante, mas se orgulhou por segurá-lo. Expôr aquela situação não era algo que ela queria, ou estava pronta para fazer, mas foi o único jeito de contra-argumentar as ideias ridiculas que se passaram na mente do rapaz.

— Sinceramente, não vejo motivos de continuar aqui para ficar te enchendo com meus problemas... — ela simplesmente disse, quase lhe dando as costas, mas Harry conseguiu pegar seu braço, e virá-la para ele.

— Me desculpa... seu pai é um escroto --- ele continuava segurando o braço dela, mas de uma maneira leve, isso desde o começo. Ele desviou os olhos azulados, e quase concentrou em outro canto de sua casa, mas voltou para ela. — Eu também acabei de ser um, com minha incoveniência, com o jeito que fui presumindo que quem te machucou pudesse ter sido um dos caras que você beijou, ou quando falei sobre minha casa. Tudo que eu quero é te proteger, eu me importo com você, Arya. Você mal imagina o quanto.

Arabella estava surpresa, com o pedido de desculpas. Tão surpresa, que não conseguia dizer nada só ouví-lo falar.

— Beije quem quiser... mesmo que seja aquele atirador de teias. Não cabe a mim cuidar de sua vida íntima. --- ela notou. Havia um certo ressentimento na sua voz quando ele se referia ao Aranha. —  Mas não vá embora, depois de tudo que passou, você não merece ficar sozinha. — ele terminou, puxando seu corpo para um abraço. Ela acabou devolvendo o gesto e envolvendo seus braços sobre o corpo dele também. — Eu prometo nunca mais fazer isso, eu só...

— Deseja que eu confie mais em você? — ela completou, deitando sua cabeça sobre seu ombro, enquanto ainda continuavam abraaçados no meio de uma enorme sala de estar. — Poderia ter sido direto, sabe? Você fez um show, Harry. Odeio coisas assim, sou um ser que preza pela liberdade. Então, por favor, se quiser continuar a ser o meu único amigo. —  ela enfatizou a palavra único, porquê a realidade é que ela não tinha ninguém além dele. — Não se intrometa sobre os caras que beijo ou sobre o que faço da minha vida.

A verdade era que ele não queria ter feito isso. Ele era apaixonada por ela há muitos anos, mas nunca se deixaria levar pelos ciúmes inexcrupulentos que era visto comumente entre os homens de sua idade, o real problema para ele era que como não sabia a verdade sobre o Homem Aranha como ela sabia, ele sentia que devia protegê-la, e acabou sendo um idiota. Ele se arrependia disso. Principalmente de tê-la feito reviver um trauma. Exposto-a sem querer.

— Nunca mais farei isso, apesar de ...odiar aquele cara. — ele apertou ela contra o seu abraço e Arabella suspirou, com o pensamento focado em Harry.

Enquanto ainda continuavam abraçados, o olhar da garota pairou para a vista da enorme janela de Harry, já havia anoitecido há séculos, e a noite era tão estrelada quanto aquela que passou com o herói aracnídeo, e subitamente seus olhos brilharam e suspiro escapou de sua boca, mas não pelas estrelas brilhantes, pois o sorriso que seus lábios desenhavam era muito significativo para somente estrelas no céu, ela sorria assim porquê viu ele, se deslocando por aí com suas teias e aquele unifome preto novo dele.

Arabella era fria demais para se dar conta de algo tão óbvio, mas seu coração distorcido e quebrado estava criando sentimentos por aquele herói aracnídeo, e o triste e que ela nem conhecia seu rosto.

Na sua cabecinha oca, aquilo tudo não se passava de uma pequena diversão para ela, mas seu coraçao dizia o contrário.

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Olá!!!! Bom dia pra vocês.

O que vocês acharam da atitude de Harry? É uma pergunta importante.

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