VINTE E SETE


—  Você confia em mim, Arabella?

_____

A garota respirou fundo, e fechou os olhos sabendo que a qualquer momento eles poderiam lacrimejar.

—  Eu não consigo contar...e-eu não consigo. Como posso dizer algo tão pessoal sem poder te olhar nos olhos?

A pergunta borbulhou na mente de Parker, ele nunca pensou no fato de que uma hora ou outra ela teria curiosidade de saber quem ele era por dentro daquela máscara. Ele engoliu toda a saliva que tinha. Ele achava -- ou melhor, acreditava que ela se desapontaria ou se afastaria se soubesse que ele era o Peter Parker do colégio, ainda mais depois de toda a história que Parker e ela tinham.. E ele não queria ficar se revelando para as pessoas por bobeira. Sua tia infelizmente descobriu e não tem um dia que ele não sofra de medo de perdê-la por essa irresponsabilidade dele, Ned e MJ também sabem e ele também não se sente muito confortável com isso. Era legal compartilhar com Ned a dor e as vitórias de ser um herói mas ele também se preocupava com a vida do amigo, que poderia ser afetada por ele. E foi exatamente por esse motivo que ele terminou com MJ, não podia ficar com ela sabendo que a vida dela poderia correr riscos.

Ele a amava demais para perdê-la.

O garoto, silenciosamente pegou a mão da menina, reparando que os dedos finos dela tremiam.

— E se quer saber, se quer tanto me confiar um segredo, ou coisa parecida, será mais fácil se eu não estiver te encarando... Se meus olhos estiverem cobertos. — ele disse, rindo de si mesmo.

Arabella suspirou, quase se dando por vencida por causa da piada repentina do Aracnídeo, estava sentindo que aquela era uma porta que ela não poderia destrancar, e conseguiu refletir, o argumento dele meio que fazia sentido. Se não olhasse nos verdadeiros olhos dele seria mais fácil.

— Eu... vi o meu pai. Phill — ela começou, cautelosamente, praticamente fraquejando e virou para ele, sentindo que seu olhar pesava no seu rosto coberto. — Ele estava fazendo algo imperdoável com a minha mãe. Ele a machucou, colocando as suas mãos sujas sobre ela, de um jeito que ninguém nunca fez, e eu acho que ela morreu guardando isso pra ela. — o rosto da menina que parecia vazio, se encheu de lágrimas, apresentando uma expressão dolorosa. — Eu sinto muito de estar dividindo isso contigo, não é justo, você não é meu terapeuta... — ela riu sem graça, mas depois retomou sua seriedade — Mas você é um herói, certo? Se o encontrar de novo, não haja como se ele não fizesse nada de errado, por quê a persona dele que vi... Me dá medo.

Peter não respondeu nada, apenas a puxou para perto dele, formando um abraço apertado, e enquanto sentia que o silêncio e a respiração pesada de Arya se misturavam, ele olhava o céu escuro sobre a janela do prédio, percebendo que sempre esteve certo sobre a índole de Phill e sentia que estava sozinho até o momento de Arya despejar o que lhe rasgava o peito. Como ela mesma havia dito, a persona de seu pai a amendontrava. Mas para Parker o medo poderia ser diferente, depois de tudo que passou com ele, não tinha haver com relação a força fisíca, mas sim com sua mente quieta, como o quê mais ela conseguiria ser capaz de fazer?

— Ainda me surpreendo de estarmos vivendo tudo isso juntos. Você me esperou, certo? Não possuo muitas pessoas fora da minha bolha, fazendo isso por mim...

— Sim, eu estava esperando por você. — ela respondeu, timidamente — Você sumiu por uma semana, e ficou diferente do nada. Eu sonhei todos os dias com você, o que é bizarro para uma pessoa como eu, na verdade e ridículo —  ela se forçou a rir — um dos sonhos você me entregava minha fita vermelha, que no momento eu acho apropriado continuar com você! Assim possuo um sinal de que você vai voltar para mim hora ou outra... Mesmo que meu companheiro de apartamento não se sinta confortável comigo sumindo durante a noite ou dia, dependendo de como a gente vai se esbarrar. Você acredita que ele fez um escarcéu, porquê eu sumi? Tipo... Ele te acha um criminoso --- ela gargalhou, sárcasticamente --- Como ele possui expectativas assim de mim? Logo eu, que sou tão problemática? Acho que ele está ignorando quem eu sou de verdade.

O rapaz revirou os olhos entediado, não podia acreditar que seu melhor amigo de infância estava fazendo aquilo, mas também não era tão surpreendente para ele, conhecia o jeito meio chato (e mimado) de Harry.

— Seu companheiro de apartamento só está com ciúmes, minha cara Arabella. — ele disse aquilo como se fosse a sua piada mais engraçada, e ela o encarou com surpresa, enquanto sentia ele puxar seu corpo para perto dele, deitando ela em sua barriga, enquanto suas mãos se mantinham presas na sua cintura. — E eu nunca machucaria ninguém inocente. Esse garoto é um ignorante.

— Mudando de assunto... — Arya disse numa tentativa de não recordar que ela também o chamou de criminoso uma vez. — Porquê você sumiu?

— Eu me afastei de você, porquê.... — ele começou dizendo, mas ficou incerto de denunciar que sua "mudança" repentina se dava por culpa de seu pai, um homem totalmente maluco. Ela só se machucaria mais e ele não queria isso. —  Eu estava confuso sobre mim mesmo, mas houve momentos que eu te procurei e você não estava em lugar nenhum.

Eu também estava muito confusa sobre tantas coisas, Spidey, Arya pensou, sentindo um peso na garganta.

— Porquê não descansamos? Eu falei demais, e você por mais herói que seja não deve ser a pessoa apropriada para me ouvir. — ela disse deitando a cabeça sobre o ombro do rapaz, enquanto sentia seu corpo se recostando na barriga de Spidey, podendo sentir o quanto ele podia ser quente embaixo dela. A menina suspirou, imaginando como seria ele sem aquela tonelada de tecido.

— Eu posso te ouvir o quanto você precisar. Não se reprima, por favor. Eu acredito em você...

— É, só que... As coisas entre nós começaram rápido demais, e veja só, já estamos aqui, abraçados. Estamos fazendo, certo? Éramos mesmo para estarmos... agindo como, você sabe... Será que isso sensato?

— Eu não sei de nada, e você mesma falou mais cedo: O quê aconteceu, aconteceu. — ele disse fechando seus olhos enquanto mantinha os braços apertando a cintura de Arabella contra o seu corpo. —  Mas concordo com você, acho que seria melhor descansarmos agora... Principalmente você depois de tudo que passou hoje. —A garota respirou fundo assentindo, enquanto mudava sua posição para abraçar o corpo do rapaz.

E sem seu consentimento, puxou levemente sua máscara, beijando sua boca,e  sorriy satisfatóriamente depois.

— Você está me provocando! — a voz de Peter soou engraçada, e ela riu.

—  Você está cansado, e eu cansada. Mas um dia... essa teoria pode passar a ser prática entre nós, acredite em mim. --- ela brincou, rindo junto com o Homem Aranha, e quando elas cassaram, eles se ajeitaram na cama como se fossem realmente um par que já conviviam juntos a anos.

O casal parecia sentir a calmaria do sentimento mútuo que compartilhavam acalenatarem seus corações e mentes. Infelizmente, enquanto adormeciam entrelaçados na simples rede de Peter, um fato pairava sobre os dois: as dores que compartilhavam entrelaçavam a vida daquela dois em jovens em um simples nó.

(...)

Quando Arabella despertou, ela sentiu um vazio do seu lado, e só se deu conta quando abriu os olhos e não viu o Homem Aranha. Ele tinha ido embora antes dela acordar e ela nem havia percebido, a garota sentiu uma pontada forte no coração mas respirou fundo, recordando-se de que ele era um herói, e as responsabilidades dele sempre seriam o topo de sua vida, e ela... era só um caso amoroso, Arabella suspirou confirmando para si mesma essa "verdade" para ela. Depois de tantos pensamentos negativos, ela puxou sua mochila e pegou o celular e quando ligou a tela, viu umas 30 chamadas de Harry e bufou, deletando todas as notificações e colocando ele de volta na mochila. Ela estava prestes a ir embora também, precisava aparecer na escola, ou ela arrumaria mais problemas na vida dela.

Quando chegou no Midtown, ela olhou tudo com o maior tédio possível, percebendo que nada havia mudado. Todo dia, a mesma rotina. Uma situação comum em qualquer ambiente escolar. Contudo, ela só não contava que sua primeira impressão depois de um sumiço de uma semana seria dela trombando á caminho do chão no corredor do colégio. Após já estar estirada sobre o piso, ela começou a escutar risadas conhecidas. Ela virou o pescoço enquanto sentia seu corpo todo doer, e viu seu ex e o grupo de amigos rindo dela.

Ela então soube de imediato que foram eles que atiraram o maldito caderno para ela cair.

Parecia óbvio demais para duvidar.

— V-ocê quer ajuda, Arya? — disse uma voz atrapalhada, que conseguiu o efeito de distraí-la, e deixá-la calma. Também trazendo aperto no seu coração, como se ela já tivesse vivido momentos assim antes, e aquilo baqueou ela. Quando foi buscar o dono da voz, reconheceu os sapatos surrados, que há muito tempo ela vinha observando nos pisos brancos do colégio. Aquele par de tênis pertencia á Peter Parker, que estendia sua mão para ela, oferecendo-lhe ajuda. Ela obviamente aceitou, segurando a mão dele enquanto revia novamente Flash Thompson e seus amigos.

Eles pareciam prontos para fazer uma nova provocação. Flash então, parecia ter seus olhos verdes focados somente na mão da garota, que naquele instante estava agarrada com a de Parker. Ela quando percebeu o que estava fazendo, afastou rapidamente a mão, mas já era tarde.

— Além de beijar o Homem Aranha, você também está se aventurando com os perdedores? — Flash riu cheio de sarcasmo enquanto cruzava seus braços em volta de seu abdomêm definido, e depois olhou para Parker, aquele era um olhar cheio de desprezo.

—  Qual a porra do seu problema, você era o maior fã dele! Eu nunca entendi, como você é tão falso! Eu sentir raiva dele na época era uma coisa, mas você? — se ela dissesse mais alguma coisa, acabaria entregando sem querer de que era a escritora do falecido blog contra o spiderman.

— Eu já falei pra você, garota. Ele é um assassino, ele não matou sua mãe, ou se esqueceu rapidinho quando deu para ele? — Peter estava se segurando para perder o controle que lhe restava.

Eram três da manhã quando ele despertou e percebeu que já não estava deitado em sua rede improvisada de teias. Estava com seu uniforme e haviam homens estirados no chão,  ele tremendo de medo foi obrigado a conferir se os corpos estavam respirando, e suspirou aliviado quando percebeu que sim, e percebendo que estava respirando com dificuldade, arrancou a máscara. Seu rosto pingava suor, e isso o desesperou mais, porquê ele não lembrava de que tinha gastado tanta adrenalina, e com medo ele fugiu dali.

Não estava compreendendo que tipo de fenômeno era aquilo, e ainda estava sentindo um cansaço quase doentio em seu corpo, então a sua paciência parecia se esgotar a cada minuto daquele dia que ainda estava em seu começo. Arabella sabia de algum jeito que ele parecia querer assumir o controle da situação e agarrou o braço dele. Ela queria ouvir o que Flash diria sobre ela.

— Acredito que putas não se importam muito com o sujeito que se envolvem, elas só...Deixam eles entrarem com força na situação, Não é pessoal? — Ele afirmou, sentindo-se satisfeito da humilhação que fez, e o seu povo gargalhou alto.

E sem aviso prévio, o som eloquente da risada daquele valentão cessou, do mesmo jeito que todos também ficaram quietos.

Todos que estavam reunidos no corredor ficaram chocados com a aquela consequência repentina, inclusive Arabella que colocava suas mãos no rosto assustada, enquanto via com seus próprios Peter Parker, que era considerado o cara mais zoado do Midtown por Thompson por simplesmente parecer fraco acabar com o cara mais popular da escolar em uma questão de segundos quando partiu para cima dele tão facilmente, fazendo questão de jogar o corpo do jogador de futebol sobre um dos ármarios do colégio, e um som alto acabou ressoando por causa do impacto do corpo de Eugene contra o metal, e o breve vislumbre do descontrole de Parker não parou por aí, porquê ele torceu os braços torneados de Flash contra suas costas, fazendo o popular gemer de dor enquanto sentia seu rosto doer sendo prensado na estrutura metalizada, ele implorava chorando para que Peter parasse aquela tortura imediatamente.

— Eu só vou parar... quando você pedir desculpas a ela. --- Parker disse, sombriamente. — Anda, pede. — ele estendeu sua voz num tom mais alto.

Todos continuaram chocados.

Essa atitude bruta e embaraçosa era algo que Peter Parker nunca faria, ele apreciava defender seus amigos, mas em um estado normal e saudável mentalmente, ele nunca partiria para a violência tão fácilmente.

—  Pa-arker solta ele — Ele sentiu as mãos delicadas de Arabella pousarem sobre seus ombros, o efeito dela sobre ele acabou fazendo ele voltar a sua consciência, relaxando gradativamente — Você não é assim, — ele se virou para ela com os olhos vazios, e ela tornou a encarar ele enxergando apenas cansaço e dor. Onde estava a doçura que ela tanto via nele? Se perguntou. — Você é um garoto extremamente doce e inofensivo, quase inocente. O quê houve com você? Por favor não cometa esse erro. Ainda mais sendo eu, a causa! Eu não sou digna de sua defensoria, se quer saber.

Após ouvir suas palavras, que lhe serviram de acalento e choque de realidade, ele acabou soltando o rapaz. Sentindo-se completamente entorpecido, e percebendo que tudo deu errado estava acontecendo dentro dele.

— Nisso eu tenho que concordar. Se Parker fosse esperto, saberia que defender uma vadia como você é um tiro no pé! Mas ele é burro demais para entender isso, né. — Flash mesmo dolorido ele se esforçou para rir do que a garota disse.

Peter bufou de ódio.

— Você não tem jeito mesmo, não é? —  Parker, disse quase perdendo o controle novamente. Havia um instinto dentro dele queimando, enquanto dizia para ele estraçalhar a cara de Flash.

Arabella olhou para o rosto lindo de Flash, queria tanto acertar seu rosto com uma força que seu nariz pularia para fora do rosto, mas desistiu.

Ela simplesmente decidiu que seria melhor chutar o espaço entre suas pernas e pegar ele desprevenido. O corpo inteiro de Flash se contraiu, enquanto Arya ria de sua desgaça. Sua risada só cessou quando ouviu a voz do diretor chamar seu nome no microfone, e ficou surpresa quando percebeu que não era somente o nome dela que ele enunciava, mas o de Peter Parker também.

______________________________________

Olaaaaaaaaaaaaaa, i'm back!!! hahahah

Pergunta pessoal: O quê vocês acham da Arabella como Leitor?

Minha opinião pessoal, é que ela é especial pra mim, pq eu nunca escrevi ninguém tão intenso, e cheio de camadas, mas se tá lendo isso, eu não quero que se influencie por meu comentário e pode dizer o que quiser, com todo respeito, claro!!

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top