UM


Procurando por uma mensagem, em meio ao medo e a dor
Destruído e esperando por uma chance para sentir-me vivo

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Peter Parker estava sentado sobre o mais alto prédio da rua, cujo nome ele nem sabia e observava tudo, ele tinha uma respiração ofegante e um rosto completamente desmascarado, esquecendo-se por completo de que por um segundo, alguém poderia vê-lo ali. Porquê o que mais lhe importava naquele momento era a vida de alguém que ele não foi capaz de salvar. Uma lágrima escorreu de seu rosto. Aquilo era sua responsabilidade e ele não cumpriu com ela. Isso lhe enchia de culpa, fazendo-o chorar cada vez mais, pois não tinha mais jeito, a mulher morreu no primeiro tiro que o cara deu.

O aracnídeo havia voado pelos prédios o mais rápido que podia, mas quando chegou no pequeno beco entre os prédios, só teve tempo de olhar para as costas da moça e tentar impedir que o ladrão atirasse, o quê foi em vão, cara já havia disparado o gatilho. Mais tarde, quando todos foram embora do local do crime, Peter quis passar ali novamente e se amargurou vendo o sangue derramado no chão do beco sujo da mulher que lhe encarou com tanto apego e confiança, porém tudo que restou foi sua poça de seu sangue, e como Peter se sentia um fracote, preferiu se agachar para contemplar melhor sua desgraça, uma nova culpa, pensou enquanto encarava o vermelho quente — depois de seu tio e o mais recente, Tony Stark — e parando ele para observar melhor o líquido vermelho, percebera que haviam esquecido um medalhão de uma bússola ali, mas antes que pusesse as mãos no medalhão, sentiu pelas suas costas um flash de uma câmera e saiu às pressas dali, levando o objeto consigo, e agradeceu por já estar mascarado, assim não fracassaria mais uma vez.

Peter sentia-se completamente responsável pela morte daquela mulher.

(....)

Semanas depois

— Meu Deus, esse cara me odeia! — Peter praticamente gritou sentindo muita raiva, e todos que caminhavam pelos corredores do colégio Midtown olharam torto para ele, alguns até achavam que ele se referia a Flash Thompson. Mas não era exatamente isso.

— Ah cara... é só fofoca. Você não é inexperiente como eles afirmam, e nem um perigo para a sociedade e...Meu deus, ele disse o mundo inteiro! — Ned dizia enquanto lia, e franziu o cenho ao terminar de ler a nota ele emitiu um "uau!" e encarou o amigo com um olhar divertido. — Como é ser o brinquedinho preferido de um jornalista, Pete? — zombou encarando seu amigo.

— Você é um belo amigo. — ironizou Peter Parker, hoje o garoto despertou com mal-humor raro, normalmente tentava ser normal quando só era o garoto nerd da escola e fazia de tudo para não misturar sua vida de herói com sua vida normal mas nessa manhã...Parecia impossível esquecer de tudo. Ver uma pessoa morrer bem embaixo do seu nariz é algo que poucos saberão o que é, e Peter sentia muito bem o peso que isso lhe trazia, e agora reviveu isso tudo outra vez.

Já não bastava seu tio e o Sr. Stark?

— Sei lá cara, existem outras coisas pra esse homem focar sabe? Aquele cantor adolescente maltrando fãs, algum chilique de uma socialite, mas ele só se importa contigo, é curioso.

Peter estava prestes a respondê-lo. quando repentinamente seu corpo fora atingido por um esbarrão, ele não caiu, apenas seu jornal que não se livrou dessa. A responsavel por tudo apenas gritou assustada, chamando um pouco da atenção de garoto ao seu lado. Ela era novata naquele colégio, e Flash Thompson era o único que acolheu a garota. Enquanto isso, Peter Parker endireitava sua postura, e assim que ergueu seus olhos para a garota de olhos azuis, ele imediatamente a reconheceu. Quando se é um herói como ele você nunca esquece rostos. Principalmente de uma patricinha rica, com uma obssessão por preto e também por vandalizar lugares públicos em nome de sua arte.

Arabella Green era o nome dela. Ela tinha uma grande história e datada de uma reputação suja, sua mãe acabara de falecer e ela havia recentemente mudado de colégio, uma mudança motivada por consequências geradas pelo sua linda reputação de filhinha de papai. Até os 15 anos de idade Arabella Green, era o tipo de garota detestável, rude e mimada, seu passatempo divertido era atormentar qualquer um que aparentasse qualquer fragilidade á ela. Isso perdurou até o instante que ela viu a dor com seus próprios olhos, a surra que levou foi tanta... e a sua última vítima Midge Brocke, descobriu um câncer raro e cruel demais, e isso aumentou mais o seu remorso e desgosto por si mesma, e somente então ela decidiu nos seus plenos 15 anos que nunca mais faria mal a ninguém. Mas como sua mãe sempre dizia "tudo o que você planta, vai semear Arya" ela teve os piores dois anos de sua vida, recebeu tudo que fazia em troca, a vida havia escolhido bater nela do pior jeito possível. Aqueles dois anos foram tão insuportáveis que ela se sentiu obrigada a pedir a mãe que a colocasse em outro colégio, sua mãe ficou bem feliz de ouvir isso porquê já estava pensando em mudá-la de escola. Ela sabia do que a filha vinha passando mesmo que Arya se recussesse a falar, e também porquê a mãe esperava que sua filha pudesse conhecer o sobrinho de sua amiga de trabalho, May Parker e tinha esperança numa amizade saudável entre os dois.

— Ei, ter deixado os óculos foi um erro, nerd! — Flash disparou, segurando o braço da garota que o encarou assustada e revoltada com a atitude que ela pouco esperava do rapaz com quem vinha se envolvendo a puco tempo, ele estava começando a pressionar forte a mão sobre seu braço, e também não estava gostando disso. — Aliás, Parker sempre quis perguntar isso: como é a sensação de perder um estágio para Stark Industries? Deve ser horrível, eu presumo. — ele provocou e Arabella bruscamente conseguiu se soltar. — Que triste derrota. Ainda mais agora que ele está morto. — ele ironizou.

— Cale a boca, Flash! Você é um babaca por falar desse jeito com ele! — a garota protestou, defendendo Parker. —  E nunca mais me agarre desse jeito, eu não pertenço a você!

— Fique aí então com o grupinho de nerd esquisitos Arabella, só não corre atrás de mim depois quando estiver sentindo minha falta! — Flash respondeu para ela, mencionando discretamente que eles tinham uma coisa, que provavelmente em decorrência do seu comportamento estúpido terminou naquele momento. O rapaz havia conseguido disfarçar bem que não era um babaca quando se aproximou de Arya, mas máscaras sempre caem.

Ela riu, de um jeito seco e maldoso assustando Flash, que antes somente enxergava uma faceta cinzenta e carregada de luto no rosto pálido de Green.

— Eu só estava com você porquê estava entediada e você foi o único que surgiu no meu caminho. Eu não me importo nem um pouco com seu grupo fudido de amigos vestidos de camisa polo. Filho da Puta.

Flash ficou sem argumentos, e bufou fechando os punhos com a força obtida pela raiva, demonstrando mais ainda a idiotice do cerébro dele. Ele não aguentou olhar para a cara dela e se mandou, e Arabella se virou para Parker e seu amigo, percebendo que os dois estavam intimidados pela garota. Ela engoliu seco, fechando seus braços um no outro e suspirou, esperando que um deles tomasse a coragem devida e se pronunciasse, e se isso não acontecesse ela se mandaria dali na hora também. Aquele era um evento que ela nunca havia previsto, ela sequer olharia ou conversaria com aqueles dois garotos, se fecharia no seu mundinho silencioso e cinza, e seguiria a vida, porém agora estava ali, olhando fixamente para um deles, o de cabelo castanho que tinha os olhos mais adoráveis que ela já havia visto.

— Eu e meu amigo não precisamos de sua defesa, já estamos acostumados com as palhaçadas do Flash, a gente prefere ignorar do que respondê-lo toda vez que ele nos provoca — Parker disse sério, olhando fixamente para a garota que por causa de sua resposta seca e defensiva ficou sem graça, mas ela entendia muito bem o que ele queria dizer, ou simplesmente passar para ela: Que ele não era fraco. Ela engoliu seco, juntando suas mãos e mordeu levemente seus lábios.

— Eu fiz porquê achei necessário, não por pena... Ele me enganou, então também fui uma vítima.... — ela se defendeu, sentindo-se observada pelos dois rapazes e suspirou pesarosamente. — Qual nome de vocês, pelos menos? Sou nova por aqui, eu não sei quase nada.

— Sou o... Peter Parker e este é Ned Leeds  — Parker disse também sem graça, enquanto apontava para o amigo. Aquela garota estava perguntando demais, se enturmando demais com ele, e ele simplesmente não conseguia ser agradável com ela depois de ser obrigado a prendê-la sobre suas teias quase todas as noites desde o ano passado. Se desocupando dos seus pensamentos, ele ergueu a cabeça e encarou brevemente Arabella e seus olhos azuis brilhantes, percebendo a expressão carregada de dor e luto no seu rosto, era deprimente ficar olhando para ela. — Nós já conhecemos você, todos aqui parecem conhecer... Arabella Green.

— Graças ao Flash? — ela bufou, disparando os olhos para o chão. — Para minha defesa, só precisava de um apoio superficial para não morrer de tédio, e me ferrei. Mirei errado, sabe?

Peter anuiu com a cabeça, impressionado com a frieza da garota, ela só queria alguém para lhe tirar do tédio de ser uma novata, ela era tão maluca quanto a garota que ele encontrava durante a noite. Mas nesse caso, ele tentou entender ela, Flash era uma cobra, o jeito como ele simplesmente mudava a fala e as expressões perto dos professores ou do diretor era simplesmente diabólico.

O sinal do Midtown então tocou, indicando que as aulas começariam e Arabella ainda estava meio sem graça, ela apenas ergueu sua mão em um gesto de despedida e sorriu torto.

— Tenho aula de fisíca... A gente se esbarra depois por aí, Parker... E Ned!

Arabella Green era o tipo de garota que nunca ficava sem graça na frente de qualquer pessoa, mas essa segunda-feira foi uma surpresa humilhante para ela.

— Arabella Green defendendo vocês, perdedores. Que filme, é esse? —MJ apareceu, repentinamente assustando os dois garotos e riu, de dar gargalhadas. — Vocês foram responsáveis por um término de relacionamento, se bem que... foram heróis, salvando a alma daquela garota que quase foi destruída. Flash é um escroto.

— Aconteceu tudo por acidente... Quando percebi, ela já estava tomando nossas dores MJ. Foi... constrangedor. —  Parker respondeu caminhando ao lado da amiga, um pouco envergonhado, odiava parecer tão frágil quando na realidade ele era o oposto.

— Deve ser do feitio dela, não se sinta mal por isso. Arabella Green tinha tudo para ser uma babaca aqui no colégio, mas ela prefere apenas ser problemática irritando o pai cientista dela pichando muros. Ela agora está passando por um luto pesado também... Não se sinta mal por ela querer te defender, a gente nunca sabe o que se passa na cabeça de outra pessoa.

Arabella entrou para a sala onde seria sua próxima aula, se permitindo então ficar possessa de raiva por ter sido feita de idiota por Flash Thompson e seus músculos chamativos, ela foi a primeira aluna a entrar e agradeceu por estar sozinha, então logo arrumou um lugar bem ao fundo, pegando seu caderno e o jornal do Clarim diário, lendo primeira notícia do dia: sobre o Homem Aranha. Seu passatempo preferido era olhar qualquer veículo de notícias para encontrar qualquer tipo de informações sobre o herói aracnídeo, desde que sua mãe morreu, nada foi resolvido sobre o assassinato cruel dela, e Arya culpava muito o herói por não ter feito o seu trabalho, que era apenas ter salvado sua mãe.

Ela leu todas as palavras que estavam escritas na notícia e que difamavam o alter ego de Peter Parker, e depois encarou a foto do Homem Aranha de costas, agachado, enquanto tocava numa pequena poça de sangue. — O sangue de minha mãe, ela pensou sentindo-se com ódio, e puxou seu caderno.

— Adorável amigo da vizinhança — proferiu baixinho enquanto olhava para o seu caderno vazio, ela ainda continuava sozinha naquela sala e suspirou pesarosamente enquanto pegava uma caneta para começar a escrever, mas a raiva era tanta, que ela pressionava a ponta da caneta com força no papel chegando ao ponto de rasgá-lo. Ela naquele estante sentia-se no total direito de queimar a adorável reputação do Espetacular Homem Aranha, que em nada lhe ajudou.

Ela faria a justiça que a sua mãe não teve.

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música citada no início do capítulo:
- In My Remains, Linkin park.

Avisos.

Uma curiosidade sobre a nova versão de reputation: desenvolvi, e coloquei um monte de teorias e lendas possíveis, as mais claras (efeito borboleta) são as do caos que vocês somente entenderam no fim ou quem for muito, MAS, muito esperto, ao decorrer da história, e haverá várias outras.

Também queria avisar e enfatizar, que eu estou criando coisas que serão de fato coisas da minha cabeça, fantasias baseadas em ficção científica (gravem isso, pq isso é importante) e bem eu sou LOUCA, e eu estou morrendo de medo de vocês acharem estúpido o que esses fatos causaram a vocês que estão lendo, poe que um pequeno aviso, precisarei usar licença poética para desenvolver essa fantasia, que na verdade é baseada em uma teoria popular (que não contarei qual é, por que é spoiler)

Peço apoio e compreensão. Por que nem eu mesma sei se tá bom mesmo ou só é tudo fruto da minha mente doida.

Mas aqui vai a lista de teorias que usei e que vocês só entenderam onde elas se encaixam ao decorrer da história:

A teoria do caos ou efeito borboleta:

A idéia central da teoria do caos é que uma pequenina mudança no início de um evento qualquer pode trazer conseqüências enormes e absolutamente desconhecidas no futuro. Por isso, tais eventos seriam praticamente imprevisíveis - caóticos, portanto.

A terceira lei de newton

A terceira lei de Newton, explica que o
princípio da ação e reação afirma que se um determinado ponto material A, exerce uma força sobre um outro ponto material B, então B exercerá sobre A uma força de mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário.

Ou seja toda ação, tem uma reação.

(essa está na sinopse, é basicamente o contexto da relação Arabella+Peter/Spidey)

Lei de murphy

E uma lenda. Que eu não contarei qual é. Pq é surpresa.

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