A rosa vermelha de sangue que nunca morrerá, ela queimará como uma chama na escuridão da noite
Eu não tenho medo
Eu daria tudo se você me ouvisse nesse lugar

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Friamente, Peter encarava o corpo desacordado de Mason, que estava estirado no chão. A aparência do rapaz que antes era normal e até bonitinha, agora estava horrorosa. Se Peter não tivesse arranjado controle no último instante, ele com certeza teria matado o cara, embora sua mente já estivesse ficando cada vez mais perdida, ele ainda conseguia ouvir sua essência cantarolar ao pé de seus ouvidos, alertando que ele nunca matava pessoas. Contudo, Parker não se importou de que no calor de sua raiva, ele perdesse totalmente seu controle. Mason atacou as duas pessoas mais importantes da sua vida, e ele também foi o responsável por piorar sua imagem enquanto roubava sua identidade assaltando bancos, ele também era um dos porquês dele ter se tornado atualmente hospedeiro de um parasita no seu corpo. Então sua perda de controle era sua própria vingança contra o cara que nem vivo merecia estar.

Ele apertou as mãos, meladas de sangue e olhou para sua volta, sentindo os olhares de choque de todos os adolescentes, aquilo de certa forma o afetou, mas a indiferença que sentia no momento era mais forte e o impediu de se culpar instanteneamente. Ele então preferiu partir dali, embora não fosse para muito longe, porquê seu coração ardia na necessidade de vê-la, de poder estar perto de Arabella.

Então, como Peter Parker, ele fez questão de visitar Arabella durante os três dias que ela esteve inconsciente, ele sentia muito por ela, e isso já estava ficando cada vez mais claro.
Porém, era difícil todas as vezes em que queria olhar nos seus olhos fechados e sua boca entreaberta , porquê ela o recordava de suas atitudes, e ele se odiava.  Peter estava começando a se desconhecer, aquela versão bruta e violenta sua nunca seria o velho Amigão da Vizinhança, e também nunca traria a paz ou a esperança que ele tanto queria, apenas amendontraria a todos. Ele queria se ver longe dessa imagem, porém o seu maior dilema era se livrar dessa espécie de parasita de seu corpo, que a cada dia roubava mais de sua energia, e que ficava bem visível se encarasse as feições cansadas do rosto de Peter com atenção. Entretanto, para o seu alívio, seus pensamentos maçantes foram então interrompidos pela porta, que foi aberta, revelando um rosto familiar.

—  Parker! — Harry sorriu, sinceramente e anuiu com sua cabeça, parecendo o chamar. — Preciso falar com você.

Peter e Harry deixaram de ser amigos fazia tempo, o último encontro dos dois foi justamente na época que Parker se tornou o conhecido Aracnídeo. Então, obviamente aquele encontro seria carregado de uma dose desconfortável de estranheza, enquanto também havia também uma pontada de ciúmes cintilando nas orbes esverdeadas do ex-amigo. O garoto aracnídeo cruzou os braços, expressando uma seriedade madura e pouco vista naquele rosto juvenil.

— O quê quer tratar comigo...Harry. —  O menino rico bufou, sentindo falta da intimidade que tinha com seu amigo de infância, que mais parecia um estranho na sua frente. Não podia negar os ciúmes, mas ele não se deixaria levar por um sentimento tão profano desses e atacar seu antigo amigo, se fosse por essa lógica ele teria que atacar o Homem Aranha também, e cenas como essas pareciam constrangedoras demais na sua cabeça.

Peter sabia que Harry estava morando com Arabella Green, e que provavelmente — de acordo com sua teoria, ele era caidinho pela garota rebelde —  e sua teoria estava comprovando real, o rapaz realmente estava incomodado por suas visitas diárias no quarto de Arabella Green. Peter conhecia o garoto de quem fora amigo, sabia que Harry muitas vezes podia ser mimado e orgulhoso, então não se surpreenderia de que um surto de ciúmes bem novelista acontecesse naquele quarto hospitalar.

— Só achei importante frisar que você não precisa estar aqui todos os dias, ela está bem. E vai melhorar, talvez nem ela desejasse tanta atenção... Você sabe como ela é bem imprevisível, Pete. — houve uma pausa naquele ponto, Harry parecia perdido no que poderia falar. — E gostaria de agradecer por... por ter estado ao lado dela esses dias, soube que bateu no babaca do Flash (o quê é muito surpreendente para mim se tratando de você), e creio é amigo dela. Arya não me conta muitas coisas, então eu fico apenas supondo... —  A cara de Arabella fazer isso com o pobre garoto, Peter pensou, quase rindo da irreverência da garota. --- Mas obrigada, Peter. A gente teve uma bela amizade, e saber que você se importa com a única pessoa que me importo na vida, é importante. — Por outro lado, seu agradecimento poderia ser válido, mas bem no fundo estava carregado pela inveja. O cuidado que Peter tinha com a garota o incomodava, principalmente aqueles toques, que não pareciam coisas de amigo, e sim algo totalmente íntimo, que apenas um jovem apaixonado faria.

—  Arabella é uma pessoa muito especial pra mim também, Harry.  Amo sua impulsividade, acho ela encantadora as vezes, mas na maior do tempo eu penso que ela tem uma raiz cômica. Isso a torna única, sabe? — Ao mesmo tempo que Parker demonstrava sua admiração pela caraterística impulsiva da personalidade da garota, ele próprio adotava isso para a postura dele, enquanto dizia aquelas palavras em um tom provocativo para Harry.

Um olhar carregado de decepção e ciúmes caiu sobre o rosto do ex-amigo, odiava sentir esses sentimentos, principalmente por Peter, mas queria desesperadamente saber porquê era tão insignificante para Arabella.

Ele era apaixonado por ela desde a infância, e ela nunca deu bola. Enquanto por uma ironia filha da puta do destino, seu melhor amigo parecia ter algo que ele nunca foi capaz de ter. Já não bastava o criminoso do Homem Aranha, tambem?

—  Minha noiva é uma figura muito especial mesmo —  soltou Harry Osborn enfatizando bem a palavra noiva, enquanto sorria no mesmo tom provocativo que Peter.

—  Engraçado, sou um dos amigos mais íntimos atualmente dela, e nunca a escutei dizer que estava noiva, mas somos só amigos, relaxa —  ele riu, disfarçando sarcasmo e mentira nas palavras, com um desejo insáciavel de pôr um fim naquele relacionamento sufocante que seu ex-amigo estava fazendo Arya passar.

—  Mas é real Peter, e não vai demorar muito e nos casaremos. Ela vai ser bem feliz distante de tudo daqui.

Ele estava prestes a dizer, ou melhor, acusar Harry de agir como se estivesse sobre posse da garota, porquê era exatamente isso que Parker sentia desde que começou a visitá-la, todos os dias ele o via, e sempre estava a expreita, constantemente agindo como se ela fosse dele. Talvez fosse uma espécie de ciúmes, mas quando o pegou, lado a lado com Phill, ele sentiu que suas conclusões não eram precipitadas e ele realmente era um filho da puta. Entretanto, antes que pudesse atingir o rapaz pálido, Peter foi impedido pelos seus dois amigos, que assim que entrararam no quarto e perceberam o clima pesado da conversa dos dois, trataram logo de tirar Parker dali.

Quando já estavam na lanchonete da enfermaria, MJ decidiu que era hora de se pronunciar.

— Você está enloquecendo? Primeiro, você agride brutalmente aquele cara! Ok, não estava errado, mas conheço você e sei que aquele não é seu modo de agir Peter! E agora, você estava quase —  e não adianta discordar! — brigando com seu ex-melhor amigo por causa de uma garota! Você perdeu a cabeça?!

Ned estava incrivelmente surpreso e assustado com MJ, não esperava esse pronunciamento repentino dela.

— MJ, pare por favor. Você está agindo como se fosse minha mãe, eu simplesmente estava sendo impulsivo, me permitindo de verdade. Você tem noção de que Harry pensa que só porquê está praticamente noivo dela por causa daquele pai sanguessuga, ele acha que tem direito de sua vida, e agir como se fosse um marido, como se tivesse responsabilidade sobre a vida dela. Você acha isso é justo? Você, sendo tão protestante quanto casos assim, acha que é?

MJ suspirou, descarregando a expressão irritada de seu rosto e abaixando os olhos.

—  Não, eu realmente dessa vez estou tão desesperada por preocupação por você que nem tive tempo de analisar essa situação... Você pode estar certo, mas já parou para se perguntar se ela gostaria disso? Arya é uma garota independente, talvez queira se resolver sozinha. Você não está fazendo o correto também falando por ela, está sendo insensato. Você apenas não é igual o idiota do Harry, o que é bom, mas não está sabendo lidar com essa situação isolada, que só diz direito a Arabella agora.  Eu sei que é uma situação injusta e arcaica, mas espere ela acordar primeiro. Ela mal deve saber que esse menino está tomando conta da vida dela como se estivesse no século 15. —  Peter bufou, se obrigando a concordar com ela --- Sabe Peter, eu sei que algo está te acontecendo e isso está te machucando. Você não é assim, tão cansado e tão sem vida.

—  Eu concordo com ela Peter, você sempre foi um cara altruísta, e continua sendo, mas agora tudo que vemos são expressões sem vida e cansaço em seu rosto, e óbvio, sua repentina mudança de lutar contra inimigos. — Ned afirmou, enrugando a testa de preocupação.

Peter engoliu seco, ouvindo de seus amigos o resumo de sua vida atualmente, e tudo que ele mais sentia no momento era que estava afundando, caindo totalmente em desgraça, enquanto desconhecia a si mesmo, mas não queria expor esse fato tão irracional e triste aos amigos.

(...)

A vida de Parker parecia torturar ele sempre que podia, ele mal sabia no que focar direito, seus pensamentos estavam avulsos demais, porém desta vez ele mal conseguia cessar os pensamentos dele direcionados a Arabella, ele simplesmente não conseguia parar de pensa nela. Sentia falta dela, do seu jeito durão, sua impulsividade maluca, de poder sentir o calor quando seu corpo chocava-se contra o dela... e aquele seu maldito sorriso provocativo. Como visitá-la como um civil não deu muito certo, ele esperou madrugar, e saiu como a persona do Homem Aranha. Mas para seu azar, ele escutou um clique, que se sucederam de vários, por trás de suas costas. Ele tinha seu corpo grudado na parede do hospital, quando percebeu que havia certo alguém lhe fotografando. Peter virou o rosto mascarado, e encontrou com um rosto conhecido, mas ele não se lembrava de onde, eram tantas pessoas que ele via continuamente por dia, que ele não conseguia dizer de onde conhecia aquele homem, que se pudesse mataria ele com os olhos. Sua raiva, deu um ataque de risos a Parker.

—Você ainda consegue zombar de mim? Depois de tudo?

— Tudo o quê? Eu nem lembro de você, mano!

O homem pareceu transtornado com a confissão.

— Meu nome é Eddie Brock, eu sou tio daquele delinquente que você quase matou, e também o fotógrafo que você fez o favor de quebrar a câmera, por um surto de raiva! Por sua culpa, tenho que aguentá-lo todos os dias, porquê seus rosto vende e assim posso pagar por essa nova!

Peter revirou os olhos.

— Sinto muito pela sua câmera, mas não é uma escolha eficiente fotografar heróis, eles são perigosos. — E eu pretendia fazer esse trabalho sujo sozinho no próximo semestre, as fotos desse cara são péssimas! Pensou. — Vai procurar as Kardashians, Paris Hilton, sei lá cara. —  Peter reclamou, pontuando a conversando e saindo de cena antes que Eddie respondesse qualquer coisa.

Pelo menos, ele acabou rendendo mais um clique a Brock. Mais um clique, mais dinheiro na sua conta vazia.

Peter já estava bem próximo da janela de Arabella, enquanto escalava uma das paredes do prédio, ele torcia para que ela finalmente tivesse acordado. Então, quando chegou bem perto do quarto de Arabella, percebeu um pequeno finco de luz, e viu o rosto de sua garota encostado no travesseiro da cama hospitalar, e sorriu, a menina estava acordada! Seu sorriso era emocionado, enquanto batia na janela esperando uma reação ou resposta vindo da parte de Arabella. A garota infelizmente não estava nos seus melhores momentos naquele instante, bateu os olhos do vidro da janela, e arregalou os olhos, percebendo a silhueta preta do Homem Aranha. Enquanto do lado de fora, Peter tentava a todo custo ignorar, mas seus olhos pareciam mortos.

Peter somente entrou no quarto, quando ouviu o consentimento dela.
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Música citada: wish you were here

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