TRINTA E TRÊS
Não desvie os olhos
Dos braços de um momento
Não desvie os olhos
Dos braços do amor
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Ela encarou ele com uma profundidade, reflexiva, e depois sorriu alarmada, ele estava recitando seu convite feito no dia anterior. Ela tinha sido sincera ao dizer aquelas palavras, mas a sensação no seu coração era que aquilo nunca aconteceria quando falou com Peter Parker no corredor, e agora que ela estava reflentindo, se deu conta de que estava errada. Ela estava prestes a erguer suas mãos, quando dois problemas surgiram na sua mente impedindo de fazer qualquer coisa.
Arabella repentinamente tinha ficado aflita e congelou na frente de um garoto extremamente ansioso.
Meu pai... Não, ele não viria por mim.. Mas ele não precisa saber desse detalhe medíocre. Meu único problema seria Harry, que com toda certeza vai vir me visitar de novo...
— Ahhh, seu pai pode procurar por você... Mas eu te levaria para o meu esconderijo, você não faria esforço algum. — Peter falou num tom de tristeza, tentando ocultar toda sua raiva do homem inexcrupuloso que ela tinha como pai. Ele suspirou, começando a enfiar a máscara na sua cabeça. Arabella ficou apenas observando ele com seus olhos, pensando em Harry, ela tinha certeza que ele viria por ela, e suspirou, revirando seus olhos, que encaravam Peter que já havia se transformado no Homem Aranha.
Mas, e se amanhã ela não tivesse a chance de vê-lo de novo? Por mais que houvesse um profundo remorso queimando no seu peito com a descoberta recente de que Peter era o herói aracnídeo, ela sabia que se não tivesse a oportunidade de estar sozinha com ele, sem máscaras, seu coração arderia enquanto olhasse Harry Osborn nos próximos dias. A menina deu um leve sorriso contendo um toque de travessura e chamou o nome de Peter.
— Quando eu disse não para fazer uma loucura? — ela comentou, mudando de humor rapidamente, agora com um sorriso ardiloso que fez com que Peter sorrisse orgulhoso dentro de sua máscara, mas antes que ela se jogasse nos braços que tanto desejou tocar novamente, Arya foi com urgência no banheiro se trocar, aquela camisola branca de hospital era espantosa demais para usar na fuga que teria!
Quando saiu do banhero, Arya acenou para ele, esperando uma reação da parte dele, Peter ansiosamente avançou para perto dela, pegando sua cintura e arrancando a garota do chão. Arya segurou seu pescoço como se seu mundo dependesse disso recostando sua cabeça no peito dele e atrevidamente ela roçou suas pernas em volta da cintura do rapaz, sentindo uma sensação acalentadora avançar pelo seu corpo.
— Esse seu corte de cabelo novo... eu adorei, achei bem punk! — Peter disse, num tom provocativo, enquanto tinha uma das suas mãos deslizando sobre as madeixas mal cortadas da garota.
— Refletindo quem está falando comigo agora, Parker ou o Homem Aranha! — ela respondeu, lançando um olhar minucioso para o rapaz que estava tão próximo dela.
Depois desse breve momento, os dois saíram pela janela, sobrevoando a cidade de Nova York.
Quando os dois chegaram no esconderijo, Peter com um extinto extremo de delicadeza a pôs no chão, e ela não permitiu que ele se distanciasse dela para nada, e arrancou a máscara vermelha dele, olhando para o rosto juvenil dele, sorrindo fracamente como se estivesse perdendo o fôlego, suas mãos baixaram para sua nuca, e as testas se encontraram.
-— De fato, eu vou ter a eternidade para sentir dor por não merecer nem um pedacinho de você, Peter... Mas agora, que você me roubou do pior lugar possível, e está realizando um desejo meu, eu acho que o profundo agradecimento por você confiar em mim me deixa louca.
Peter gargalhou, abaixando os olhos enquanto se reprimia por suas bochechas estarem corando bem naquele instante.
— Então, é isso? Você apenas desejava ver a pessoa por de trás dessa máscara e se encontrar com ela as escondidas? — ele perguntou, descendo as mãos, deixando elas caírem quase no fim de sua cintura. — Não significo mais nada, além disso?
Arabella afastou uma mão, e com a mesma deu um soco no peito de aço de Peter. Ela reprimiu um grunhido de dor e riu.
— Não provoque uma pedra de gelo, seu estúpido! — respondeu, o puxando para adentrar mais ao lugar, guiando ele para quase perto da engraçada cama de teias. — E-eu... Sabe, eu realmente sou uma pedra de gelo, e não sou boa falando de sentimentos, nunca me ensinaram muito... meu histórico familiar acabou me deixando maluca, mas uma vez eu vi uma pessoa dizendo que sentimentos humanos enfraquecem o homem, então eu acho que sou fraca por você todos os dias, Peter Parker.
— Essa é a pior declaração que eu já ouvi! — ele disse, rindo e apertando o corpo de Arya mais forte contra o seu. — Mas eu gostei, não é usual, e é a sua cara mesmo, sua pedra de gelo. — a risada de Arya foi alta, e ela sorriu largamente, pulando no colo de Parker, adorando roçar suas pernas em volta de sua cintura, e ele teve que andar para trás enquanto carregava ela, olhando fixamente seus olhos azuis que pareciam estar muito mais brilhantes agora. O sorriso que ele tinha nos lábios era tão largo quanto o dela, e naquele pequeno minuto ele se viu tão perdido dentro daquele momento, que acabou tropeçando numa muda de roupa que ele deixou esquecida na última que esteve no loft velho, sua queda fez com os dois caíssem na rede de teias. O gritinho que Arya deu foi estridente e carregado de divertimento, enquanto Parker apenas sorria. Ela se ergueu um pouco e ele também enquantos ambos se olhavam penetrantemente.
Sem aviso prévio, Arya deu ínicio aquele momento arrancando a fina camiseta preta dela, e ficando apenas com seu sutiã amostra, surpreendendo Parker, que parecia um pimentão olhando para a garota. Eles eram mistura de timidez e confiança, de experiência e inexperiência, e isso era o que juntou eles até aquela linha fina que o destino ousou traçar. Arya sorriu divertidamente para o garoto.
— V-ocê é linda... — ele disse timidamente e Arabella Green corou, e tentou soltar uma risada sem graça. — Mas, tem certeza de que quer isso? — Peter perguntou com preocupação, ele sabia que os últimos dias não haviam sido fáceis, e não queria que ela fizesse algo que pudesse se arrepender profundamente.
— Não é um relapso de carência Parker, você é tudo que eu tenho no momento. Eu quero que esse dia seja marcado como o dia mais feliz e satisfatório da minha vida, não quero me oporturnar pensando agora sobre a minha vida medíocre vazia, quero... estar com você. — ela se colocou mais perto dele, e uma de suas mão foi parar nas costas, bem específicamente no zíper de seu uniforme. — Você também, deseja isso? Eu quero que o nosso lance seja mútuo. — ela encostou um dos ouvidos sobre o coração de Parker --- Seus batimentos cardíagos estão bem agitados... O quê você me diz? O quê acha que eles querem me dizer? — questionou, olhando penetrantemente ao garoto.
— Que eu quero isso. Eu desejo você Arabella... — Peter disse, hipnotizado pela garota. Ele até sentiu um bobão, por estar tão rendido, por não ter a devida confiança e orgulho que ele vinha demonstrando em combate recentemente. Porquê, naquele fio de momento, ele era apenas o Peter Parker desmascarado, e não tinha nenhuma conjuntura para salvá-lo, ou servir de refúgio. Ali, ele era somente o garoto timido e inteligente da escola, desejando arduamente fazer o que quiser com a garota que somente tem deixado ele louco.
Arya então, com o consentimento dele, puxou o zíper, abaixando o uniforme escuro de Peter Parker, e arfando com a bela visão que aos poucos estava obtendo.
— Sou obrigada a te dar elogios também? — ela perguntou, escorregando sua mão por seu peito e deixando ela cair por sua barriga trincada, o olhar que ela lançava para ele era carregado de desejo e carinho. — Você é uma obra de arte de Peter, desenhada pelos deuses, e com o coração feito pelos anjos.
— Droga, Arya! Volta ao seu estado pedra de gelo, porquê eu não se rio ou se fico sem graça com essa afirmação repentina e poética. — Peter ria, nervoso e vermelho, fazendo Arabella gargalhar com a situação que ambos se encontravam.
De fato, suas palavras eram completamente melosas e exageradas, e ninguém imaginaria sua boca pronunciando coisas tão bonitas, normalmente saíam de lá palavrões, palavras frias e nada de sentimentos, mas agora, olhando para a figura adorável na sua frente, ela recitou o que seu coração sempre sentiu. Você é uma obra de arte de Peter! Porquê ela sempre admirou a beleza dele, isso era algo que incoscientemente ela não podia negar mesmo na época em que pouco conhecia figura dele. E com o coração feito pelos anjos. Ela disse isso em virtude de como ele abraçou ela nos seus piores momentos, naqueles mais sombrios, que ela sabia que ele não tinha obrigação alguma de aturá-la. Chutá-la era uma alternativa mais inteligente.
— Bem, minha mãe com certeza lhe diria isso... Eu só estou tentando copiá-la — afirmou Arya, com um sorriso de linha reta, Peter assentiu, puxando ela para perto e mudando de posição, e a garota suspirou apaixonada pela visão. Essa parte ela nunca contaria para ele, mas ela sonhou com esse momento tantas vezes, que chegou ao ponto de se desconhecer, pois não era assim, como falou antes era uma pedra de gelo e momentos como esses eram banais demais, mas o que ela estava vivendo agora era único. Ela deitou a cabeça na rede e fechou os olhos, abrindo levemente a boca, e sentindo os lábios quentes e macios de Peter tocarem nos dela.
Aquele com certeza seria o melhor dia de sua vida.
(...)
A tarde já havia se excedido, e dado o sinal da noite, os dois jovens ainda estavam sobre a rede, abraçados e cobertos por uma fina coberta enquanto olhavam fixamente para a lua. Aquela com certeza era uma cena linda demais para ser apreciada. Os braços finos de Arya envolviam a cintura de Peter e sua cabeça deitava levemente no ombro do garoto, o corpo dos dois queimava, e eles apenas se mantinham presos no silêncio, que tranqulizava os seus corações. Arya suspirou, mexendo levemente a cabeça e virou-se para Parker, olhando para ele assustada, de todos os rostos que ela pensara ser o Homem Aranha, o dele nunca passou na sua mente, e ela gostava disso, apesar da indiscutível culpa possuir o seu coração a cada segundo que se encontrava com aquelas irís acastanhadas olhando para ela, ela se sentia que se perdia nelas, mas o abismo sempre puxava ela de volta, levando para o caminho contrário de seus sentimentos felizes, recordando-a de quem ela era, das marcas que ela deixou, e doía demais, porquê ninguém, com excessão de sua mãe a fez tão feliz em tão pouco tempo, como ele conseguiu.
— O quê é essa marca, que você tem centralizada no seu quadril? — Arya arregalou os olhos com pergunta repentina de Parker, ele até se virou completamente para ela, e com seu dedo, levemente tocou na cicatriz, sentindo a pele morta nos dedos. Mas quando olhou para a menina, se arrependeu da sua maldita curiosidade, pois enxergou algo estranho expressar sobre seus olhos, então ele rapidamente tentou se desculpar. — Sinto muito, eu... Falo sem pensar as vezes, foi sem maldade. Eu ocasionalmente acumulo tantas cicatrizes não visíveis, que nem pensei que seria parte de alguma insegurança sua.
Ele estava quase se virando de lado, decepcionado consigo mesmo por ser tão idiota. Mas a morena pegou seu braço, obrigando ele a encarar ela.
— Pare! Você não foi indiscreto, nem nada... estamos a muito tempo juntos, uma pergunta aleatória dessa não me é ofensiva, foi só impactante. Você me fez quebrar minha promessa inicial de hoje...
— Não me diga, que ele... — as feições de Parker se endureceram, deixando Arabella chocada com esse detalhe. Ela sabia de quem o garoto estava se referindo, e não ele não havia sido o responsável pela sua cicatriz, mas em partes ele tinha culpa sim dela existir no corpo da garota.
— Foi um cão, um dia estava brincando no meu quintal... Eu tinha oito anos. E um cão, surgiu desesperado, e correndo para minha visão, e eu lembro de gritar pedindo ajuda, mas acho que meu grito o assustou mais do que ele já parecia estar, e bem... ele me atacou, e eu não tive saída, e fiquei pressionada no meu portão, gritando por socorro. Meu pai estava dentro de casa, e estava em reunião, e com toda certeza do mundo ele escutou meus gritos, mas ignorou o pedido de socorro da filha. A vizinhança que me salvou. Ainda me lembro de como foi ver toda a minha vida passar perante meus olhos. — Houveram tantas vezes que ela desejou que sua vida houvesse terminado ali, graças aquele cão... — E quando eu pude percebi, minhas roupas eram trapos, e só via sangue, nas costas, braços e quadril. Ainda tenho a marca dos dentes dele nas minhas costas.
— E-eu também reparei. — Peter respondeu, puxando a garota para ele, e colocando seu corpo por cima do seu. As mãos de Peter preenchiam o quadril dela, uma delas delicadamente massageava a cicatriz, e Arabella sorria fracamente segurando os braços do garoto. — Seu pai é um babaca.
— Ele é perigoso, Peter. Um demônio desgraçado de anjo... Você é a única pessoa na minha vida que não me trás perigo, medo ou desejo de fuga.
Perigoso...Aquela palavra interrompeu Peter, que congelou ali mesmo, deixando a amante perdida, confusa de porquê ele havia parado com suas carícias.
— Você não me acha, perigoso?
Que tipo de pergunta era aquela?
Arya estava confusa demais com a mudança brusca de humor de Peter parker.
— Não, você é a pessoa mais genuína e confiável que conheço, de onde tirou essa ideia?
— Do instante em que minha cabeça se perdeu, e eu quase matei um cara na frente de uma porção de estudantes do Midtown.
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música citada: the forgotten, green day. (música dos últimos créditos de crepúsculo 💘)
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eu bem que falei que haveriam adolescentes com hormônios hahahaja!!!!
e uma curiosidade, o capítulo terminaria assim, mas eu achei que ficaria nada ver usar um meme como conclusão do capítulo.
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