TRINTA E CINCO

Todas as luzes do reino brilhavam só para mim e você
Eu estava gritando: Vida longa a toda a magia que fizemos
e tragam todos os impostores!
___

- Ainda por cima, uma garota que fugiu do hospital. Amanhã, durante o período da manhã o pai dela vai dar uma nota na TV ao vivo sobre isso. Você pode estar ferrado, Peter. - Mj disse.

Arabella arregalou os olhos, e se afastou dos braços do rapaz.

- Ele é só um garoto, não tem como-

- Nós três sabemos a verdade sobre ele, Arabella. - dessa vez, foi May que respondeu com uma seriedade assustadora. Estava preocupada com seu sobrinho, mas pelo visto ele só estava fazendo coisas de adolescentes, isso aliviava um pouco, mas a garota ao lado dele não muito.

- Eu não quero ser um fardo... eu só quero fugir de tudo. Sinto muito. - Green respondeu, correndo para a direção da porta, e Peter foi atrás dela, segurando delicadamente seu braço, enquanto olhava para o rosto dela. Sua expressão parecia congelada, mas ele sabia que havia intensidade nos seus olhos, quando sem o consentimento dela, lágrimas escorreram por suas bochechas e absolutamente todos da sala viram.

Arabella Green nunca se sentiu tão exposta.

A mulher mais velha, compartilhava da mesma humanidade que o sobrinho, e além de tudo era uma amiga da mãe de Arabella, se levantou e abraçou a menina, ignorando os problemas futuros que poderia lidar por causa de uma simples garotinha. Ela também sabia muito bem que algo ruim estava acontecendo com ela, algo bem além daquele atentado que ela sofreu dentro do Midtown.

- Vamos fazer uma festa! - ela anunciou, repentinamente quando se afastou da menina. Arabella a encarou assustada, refletindo que Parker não era a única pessoa que conseguia mudar da água para o vinho em questão de segundos.

Ninguém compreendeu porquê aquela ideia tão repentina saiu da boca de May depois de um clima tão pesado, mas Ned foi único que conseguiu animá-los, e também recordá-los que era May! A mulher que sempre foi a tia legal e moderna, ele pediu que não fossem tão caretas e aceitassem participar daquele momento.

Arabella preferiu ficar de canto, arranjando copos em silêncio, enquanto o resto dos jovens organizavam outras coisas a mando de May, que enfatizou bem no momento que Ned comprava as bebidas "Nada de álcool!" ele apenas soltou uma risadinha e foi comprar os refrigerantes.

- Você está fazendo um castelo de copos? - Arya se assustou com a presença de Parker, que surgiu pelas suas costas. Ela virou-se para ele, e sorriu sem graça.

- May disse para eu me virar apenas com os copos. Me sinto inútil e entediada - ele riu, puxando ela para bem perto dele, com o intuito de abraçá-la. Enquanto no mesmo minuto, ela sussurrou ao pé de seu ouvido. - Eu me sinto um fardo, preciso fugir daqui. E você sabe que ninguém me controla.

Depois daquele sussurro, o clima entre os dois ficou carregado de tensão.

-- Você é livre para ir quando quiser. Eu nunca te forçaria nada. --- ele disse, com a mais absoluta sinceridade que ele conseguiu arrancar de dentro dele, e fez a garota suspirar. Durante aquele instante, a playlist de MJ começou a tocar uma música oitentista, e May surgiu entre os dois, gritando para que curtissem o momento, e conseguindo fazer o sobrinho corar de vergonha, enquanto Arya apenas percebia seu constrangimento e não conseguiu evitar gargalhar. Era como se o momento anterior não tivesse mais existido, como se fosse apenas uma cena que foi cortada do corte final de um grande filme.

- Dancem! - ela juntou os dois quando uma música mais atual começou a tocar no ambiente familiar dos Parker's. A mulher depois sorriu orgulhosa, olhando seu único sobrinho, e único pedacinho da família, a parte que sempre a recordaria de Ben Parker, feliz com sua namorada. Ela entregou as bebidas aos dois pombinhos, pensando já no casamento, e olhando para a carinha dos dois imaginando como seria os traços do bebê. Ele teria olhos castanhos? Azuis? Ou seriam verdes? Definitivamente essa era sua importância agora, saber de tudo sobre eles.

- Vocês fizeram uma aventura típica de adolescentes! Eu e Ben já fizemos parecido... Mas usaram camisinha, né? Nós usamos!

- May, por favor. Eu sou quase um homem.

- Quase um homem.

Peter corou de novo, pensando que quem deveria fugir dali era ele, enquanto Arabella levava tudo numa boa. Nada deixaria ela alarmada, certo? Havia coisas mais sérias e perigosas para se preocupar do que uma tia feliz deixando seu sobrinho envergonhado. Entretando, May não parava de falar um segundo qualquer, e não deixava uma deixa para os dois poderem abrir suas bocas. Estava ficando engraçado demais, e isso consistia em uma Arabella perdida nas voltas que a tia dava nos assuntos, de tão empolgada que estava. Mas o som de um celular tocando, interrompeu sua falatória, May atendeu e se desculpou aos dois.

- Preciso ir trabalhar. Achei que era minha folga, mas estão precisando de mim.

E pronto, o quarteto estava sozinho.

- Finalmente! - Ned gritou, arrancando um cachote cheio de bebidas alcoólicas debaixo do sofá, surpreendo os três adolescentes. - Não me leve a mal, mas sua tia é muito emocionada, Pete. Toma - ele entregou a garrafa, fazendo o garoto arregalar os olhos. - Ela fez a mesma coisa com a MJ, coitada. Não sei como ela também não perguntou para Arabella sobre casamento, MJ quase teve um surto.

- Ned....Primeiro essas bebidas! E agora você inventou de me constranger na frente delas?

- Da sua ex e da sua atual? --- Peter não se aguentou mais, e despencou um soco no braço do amigo, ignorando completamente que ele não era um jovem normal, e nem seu soco era.

MJ então se aproximou, puxando Arabella que depois da ida de May tinha se distanciado um pouco de Peter. Foi a partir daquele momento que as duas começaram a interagir. A naturalidade delas de conversarem tão facilmente de tudo era hipnotizante, eram como se fossem amigas de infância.

- Peter sou uma pessoa madura, não precisa se envergonhar disso. Eu amo nossa amizade acima de tudo - ela depois riu, quase gargalhando. Peter notou que ela estava mais solta que o normal, ele presumiu que era o efeito do álcool, que ele mesmo ainda não havia ingerido. - Sério, acho que eu e ela até temos coisas em comum, não é?

Arabella sorriu, se iluminando feito uma lâmpada com a resposta da menina, também parecendo estar sobre efeito do álcool. Claro que aquilo não era novo para ela, só parecia datado. Fazia séculos que não se comportava como uma adolescente normal e inconsequente.

- Sim! - respondeu empolgada, e encarou a garota mais alto, precisando erguer o rosto. - Roupas escuras, fisíca, adoramos casos criminais e também escrever! E o mais importante: adoramos ser as estranhas! Definitivamente poderíamos ser irmãs de almas, Peter! Não há nenhuma vibe ruim aqui.

Peter estava incrédulo com o aleatório "irmãs de alma" e "vibe" que Arya soltou, e ao mesmo tempo aliviado por não causar nenhum clima ruim.

- É, Peter. Você tem um tipo. ---- Ned comentou abismado, em meio a musica pop eletrônica alta.

Enquanto isso, tudo que Parker fez foi suspirar, não podia quebrar o braço do amigo, então tudo que fez foi decidir que viraria aquela garrafa goela abaixo e iria se divertir junto com seus amigos.

Aquela era sua primeira vez sendo um jovem inconsequente.

(...)

Já haviam se passado das duas da manhã, o dia estava pedindo incessantemente para se iluminar, mas a noite estava em pé de guerra. Enquanto isso, dois opostos dançavam num apartamento do Queens uma música aleatória da Taylor Swift, e ambos tinham aquela expressão palhaça de jovens bêbados. Eles pareciam tão concentrados em acompanhar os passos um do outro, que nada além disso importava. O resto dos amigos tiveram que ir embora, Ned ficou arrasado com sua mãe gritando da janela do apartamento vizinho e MJ avisou que sua série criminal teria uma maratona essa madrugada, o resultado final desses dois foi que Ned ouviu sua mãe arranhar seus ouvidos com uma voz estridente gritando um sermão de horas, e MJ não aguentou e vomitou todo álcool que ingeriu e dormiu no meio da série.

Arabella sorriu, sentindo que os lábios de Parker estavam quase se colando com os seus, mas antes que eles se juntassem, um estrondo ressonou na sala, transformando completamente o ambiente fazendo com que Peter gritasse, mas não um grito normal, foi um grito doloroso. Arabella jurou ter visto algo escuro se desdobrando do corpo do namorado, quase como se ela estivesse assistindo um filme de terror. Mas não sabia mas se era efeito de sua embriaguez, e o fato da luz queimar piorou seu senso de realidade.

- Meu deus, o som pifou de vez! - Parker comentou se esforçando para parecer normal novamente, mas a dor que sentiu foi excruciante.

A risada de Arabella ocupou o lugar silencioso.

Ela estava tão bêbada!

- Acho que está na hora de descansarmos, sabe... - ela pegou na mão de Peter, ele olhou para ela tentando entender porquê ela parecia tão esquisita, mas tudo que ele fez foi rir enquanto se sentia arrastado pela garota até seu quarto.

O caminho inteiro foi eles pisando em pedras literalmente, estava escuro demais e eram jovens bêbados se esforçando para ter equilíbrio. Mas como um belo final feliz, eles chegaram no quarto minúsculo de Peter, e Arya fechou a porta com força, e depois virou a tranca por precaução, e sem dizer nada, avançou para cima do garoto, pressionando-o contra a parede. A pouca iluminação da janela trazia um brilho lindo para os olhos de cristal da menina, e isso fez Peter sorrir inconscientemente,

- Você é tão maluca - Peter disse bêbado, olhando apaixonadamente para ela.

- Você me conheceu assim, está surpreso? -; ela sussurrou tomando o lábio dele num beijo lento, enquanto agarrava o tecido de sua camisa vermelha.

- Só estou constatando.

- Ei, vamos viver esse dia, ou o fim dele. Vamos encerrá-lo como dois escritores inspirados. - Seu tom era de esperança, mas Peter sentiu que havia um sigificado triste nele. - Aceita a minha proposta, estamos só eu e você, vamos escrevê-lo, pontuá-lo.... - ela pediu graciosamente, e assim que ele deu sinal, ela brutalmente arrancou sua camisa, sendo acompanhada por braços fortes apertando sua cintura, aquele foi ponto certeiro para eles inverterem os papéis e Peter lançou sua boca levianamente contra o seu pescoço, precisando arrancar seu moletom para poder preencher mais aquele pescoço. Arya podia sentir seu corpo inteiro reagir enquanto os dentes de Parker deixavam marcas na sua pele vazia. Tudo entre eles estava começando a ficar mais apressado, mais bruto, mais selvagem, os lábios de Peter pareciam que desciam a cada segundo, e por fim, se encontrando no fim da clavícula da garota, onde ficava seus seios. Ela se colou mais nele durante os amassos, enlaçando suas pernas na sua cintura, e eles caíram finalmente na cama.

- Quem é você? Homem Aranha, ou Peter Parker? - ela perguntou, sentindo seu corpo queimar por cima de Parker.

O rapaz deu um sorriso de lado, provavelmente irá esquecer que disse isso na manhã seguinte.

- Eu sou os dois, mas eu gosto de ficar separando. Mas eu sou os dois. Agora mesmo poderia estar agindo como o Spidey com você, mas por dentro o Peter pode estar se perguntando se está agindo certo.

- Aham - ela sorriu maliciosamente, deixando sua mão partir em busca de algo.

- Você não está fazendo isso, Arya - ele falou, sentindo ela abrir o zíper de sua calça e se afastar um pouco de perto do rosto dele, traçando uma linha de beijos no seu abdómen perfeito.

- Você quer que eu pare? - ela sussurrou, parando bem no fim de seu abdómen.

- Não, eu não quero. - o garoto respondeu ofegante, enquanto fechava seus olhos, e Arabella sorriu arrancando o seu jeans. Ela já podia ouvir a respiração entrecortada do rapaz, enquanto ele sentia seu corpo reagir completamente ao toque de Arabella.

- Eu te adoro, Peter Parker. - Arya disse, enquanto brincava com ele.

Quando Arabella disse "Vamos viver, nem que seja só um dia" não foi apenas uma fala retórica, ela estava falando sério. Havia ambição e realismo no seu tom de voz, porquê ela sabia que o dia de amanhã, ela já teria se rendido. Estaria agradando aquele ego dela, que há tanto tempo se esforçava para ignorar.

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música citada: Long Live, Taylor Swift.

não gosto de explicar as coisas, mas vocês pediram mais desenvolvimento, o parasita, simbionte, como é conhecido está piorando no corpo de Peter, é nítido que ele está fingindo. E eu deixei claro, que o personagem (simbionte) tinha dado férias a ele, por isso ele se divertiu tanto. A cena do som pifando, e o ruído que fez só foi uma amostra de que ele tá lá.

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