SETE
Eu sou um pouco de solidão, um pouco de negligência
Uma plenitude de reclamações, mas eu não posso evitar o fato de que todos podem ver essas cicatrizes
Eu sou o que eu quero que você queira, o que eu quero que você sinta
Mas é como se não importasse o que eu faço
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Sentada em uma das mesas da biblioteca da escola, Arabella permanecia em silêncio enquanto estava tentando se concentrar nos comentários e visualizações de seu novo post, já havia escrito duas notas em sua coluna e sentia um sucesso imediato, e agora todos estavam chocados com com a verdadeira prova de assassinato do Espetacular Homem Aranha, mas naquele momento nada vinha a sua cabeça, apenas a voz dura e fria de MJ pairava sobre a sua mente. Arabella então desistiu um pouco de pensar, e pelas as duas prateleiras a sua frente ela encontrou o rosto de Peter, buscando algum livro e notou que o mesmo acabou se atrapalhando todo e deixando que todos eles caíssem no chão. Ela naquele segundo escolheu olhar atentamente para o rosto distráido dele, e notou que ele expressava confusão e também dor, os livros haviam caído em seus pés, Arabella deixou o lápis escorregar de sua mão, distraída com o menino e quase se permitiu rir com o desastre que ele era, mas seu sorriso desmanchou quando seus olhos analisaram bruscamente a ferida feia que havia no olho esquerdo de Peter. Ela engoliu seco, era feia demais e parecia ter sido feita de uma maneira brutal, ela fechou os olhos então, pensando que ela era uma idiota. Ela mal sabia o que aquele garoto podia passar em casa, e mesmo assim ela disse que ele não seria capaz de compreender a dor dela. Ela deixou um suspiro sair de sua boca, pensando. Cogitando que talvez MJ estivesse certa, ela não deveria ter saído julgando Parker tão facilmente, quando tudo que ela sabia dele era... Que ele era um menino inteligente, doce e educado. Ela mesma havia aprendido desde de que era uma menininha que imagens sociais se constroem, como fantasias, máscaras, e quem as constrói tem o objetivo somente em apresentar aquilo que lhe cae bem, afinal, quem vai querer escutar das histórias ruins e traumatizantes que essa pessoa possa ter grampeada em sua mente?
Doía nela saber que ele podia ser tão controlado e tão bom em esconder suas dores. Ela se irritava de pensar que Peter parker parecia tão bem e tranquilo, enquanto ela a cada dia surtava mais pensando no assassinato de sua mãe.
- O quê está fazendo, amor? - Arabella se assustou com a presença repentina de Flash ao seu lado virou-se bruscamente para seu lado, percebendo que ele tentava lhe puxar para seus braços e lhe pôr de pé. - Você realmente está considerando fingir que nada entre nós nunca aconteceu? - ele soava como uma criança enquanto sorria e deu um beijo em sua boca demasiadamente devagar.
Arabella virou o rosto, com indiferença.
- Eu estou ocupada, Flash. - ela falou séria, e Flash se afastou, aparentemente irritado. Arabella não compreendeu a mudança repentina do garoto.
- Deixa eu pensar um pouco... Está lendo sobre aquele cara que escala paredes? - disse ele com um toque de ironia e isso enfureceu Arabella. - Arya você era minha, eu sinto sua falta. Sinto saudades das nossas aventuras, correndo para o quartinho de limpeza e...
- Você sequer, pode me entender? - ela questionou cortando ele, e o encarando fixamente.
Flash estava hesitante na resposta, refletindo se ele não estava se humilhando demais por uma garota tão complicada como ela. Arabella comparada as outras meninas, não tinha nada de especial além de seu rosto bonito e corpo cheio de curvas, fora isso ela raramente era vista com maquiagens, e quando aparecia, sempre eram dominante um esfumaçado forte nos seus olhos azuis e um batom nude, deixando ela intimidadora, e suas roupas eram não tinham graça, sempre de cores pretas, e somente usando casacos, moletoms e jaquetas de couro, nunca vestiu uma saia ou short jeans no seu pouco período no Midtown. Arabella Green ao todo, não era tão interessante assim, e ele não compreendia porquê a queria tanto naquele momento, mas faria de tudo para conresponder ao instinto que sentia; de tê-la.
- Eu entendo, o cara é um assassino mas... ? A gente podia .... Você sabe, Arya. - Flash deu um sorriso sacana enquanto coçava a nuca, e confirmou o que ela pensava.
- Quando você vai entender que foi somente a porra de uma distração para mim, Eugene! Eu não te quero, já te usei suficiente para sexo e agora tenho coisas mais importantes para pensar do que transar com você! - ela se levantou golpeando seu peito - Minha mãe morreu, e, e.. por favor, não me chama de Arya, é Arabella para você.
- É muito para mim, achei que já tinha superado. - ele comentou e a mente da garota gritou: "ISSO NÃO TEM NEM CINCO MESES!" - Eu realmente estava cometendo um breve erro de me envolver com uma garota problemática como você, estava... me humilhando, para receber isso em resposta! Distração... Você não presta garota.
- Se não queria um problema, seu babaca, não me pegasse. Está estampado bem na minha testa quem eu sou, você só foi cego de acreditar que eu, eu! Seria tão bobinha por você e seus malditos músculos. - Arabella cuspiu as palavras, encarando o loiro alto com nojo. - Eu devia saber disso antes... Há muita testoterona demais no seu cerébro para entender o quê é um luto, seu filho da puta.
- Você está... terminando comigo? - Ele estava incrédulo.
- O quê você não entendeu? - Arabella riu, se divertindo - Além de tudo não tem neurônios também. Estou encerrando o quê nem comecei, seu, hum... devo te lembrar? Assediador! - ela disse pegando suas coisas e indo embora, e deixando um cara de um metro e noventa de altura estático e constrangido.
Peter, ainda estava perto daquela prateleira, e fechou seus olhos, a sorte era que agora estava de costas, pelo silêncio mútuo da biblioteca conseguiu escutar toda a discussão daqueles dois e seu coração flamejou, porque ele sabia o que era aquele sentimento de perder alguém; você nunca está preparado para isso. As coisas simplesmente perdem o controle e acontecem, e você fica maluco, não sabe aonde se apoiar, e as pessoas ao redor as vezes te sufocam, querendo que você seja a melhor versão de si mesmo nesses momentos díficeis.
Ele sentiu isso com seu tio, Arya com sua mãe. Peter puxou a bússola e olhou para ela, sentindo o coração apertar lembrando dos olhos triste de Cláire, que eram iguais aos de Arabella, azuis cristalinos.
A culpa sempre o culsumiria.
(..)
Arabella chegou em casa, e grunhiu escutando o silêncio mútuo daquela mansão, provavelmente Phill não estava em casa. Arya gritou, com seus olhos ficando molhados, ela não tinha ninguém com quem falar ou escutar, estava sozinha. Ela queria um apoio e poderia ter de seu pai, se ele não se importasse tanto com a Ciência. Arya caminhou pela sala, e olhou para os enfeites expostos a mesa, eram tão polidos e brilhantes, tão belos, e sem pensar tanto, ela os pegou, atirando eles contra o chão e vendo o piso da sala ser tomado por inúmeros cacos, revelando seu reflexo desesperado e carregado de dor sobre eles, ela então gritou expulsando parte de sua dor. Ela só queria uma coisa e era impossível, o dinheiro todo que ela herdava não era suficiente para fazer milagres de ressurreição. Ela olhou para os pedaços de vidro espalhados, e seus olhos azuis marejados brilhavam sobre ele.
Ninguém sabia, mas hoje era seu aniversário.
Ela completaria 17 anos.
Phill odiava seu comportamento rebelde e cheio de revoltas, algumas vezes suas atitudes bruscas e extremas o humilhavam demais diante de seus renomados amigos, mas quando Cláire morreu, Arya prometeu a si mesma não agir mais dessa maneira. Por causa somente de sua mãe. Mas infelizmente ela era imprudente demais para cumprir uma promessa tão simples.
Ela se sentou no sofá e procurou pelo seu pai enquanto telefonava para ele, recebendo apenas uma resposta em mensagem de que estava ocupado. Ela grunhiu, fechando os punhos, e decidiu procurar pelos seu antigo amigo, Brian, o rapaz loiro e indisciplinável, procurando fazer o passatempo preferido deles que era brincar com uma lata de spray.
Arabella saiu de casa com uma capuz que lhe cobria o rosto, e sabia muito bem o que estava fazendo, faria algo que afetasse Phill novamente e isso seria seu próprio presente de aniversário, ela acreditava que só aquilo lhe traria paz, pois ele a perceberia por bem, ou por mal. Talvez fosse vingança, mas e daí?
Com cuidado fechou a portão e o carro de seu amigo estava no fim da rua, ela correu até ele e entrou rapidamente, avistando o cabelo roxo da amiga de Brad - que Arabella automáticamente presumiu que ela não era para estar ali, era frágil demais para se comprometer com as besteiras dela - e o seu amigo recostado sobre o banco, com os fios loiros cobrindo-lhe o rosto.
- Então garota, vamos para onde? - a amiga perguntou.
- O Instituto de Ciências do meu pai.
- Você é a dona daquilo, está louca? - a menina de cabelo roxo arregalou os olhos, e por causa covardia dela, Arabella estava começando a ficar irritada.
- E daí? Meu pai tem dinheiro para pagar um banco. É só consertar depois. - Arabella deu de ombros rindo e Anabeth admirou a coragem da garota.
- Arabella, você é louca. - comentou Brad se recompondo, estava sobre efeito de drogas. Ele era um traficante bem fracassado, era de dar pena. Mas Arya não se importava muito com isso, portanto que ele fosse inofensivo, ela estava de boa. - Estava com saudade de você - o rapaz sorriu fracamente para ela, sobre seus olhos um filme de quando eles estiveram juntos passava e Brian se deliciava mentalmente enquanto pensava na garota.
- Eu também. -repondeu, soltando um risinho. Lembrando as noites selvagens que tinham. - Annabeth é melhor você ficar, já está morta de medo mesmo. - avisou Arabella se referindo para a garota de cabelo roxo com segundas intenções, enquanto encarava brian, com um sorriso malicioso. Annabeth sempre foi a covarde do grupo, Arabella nem sabia porquê elas andavam juntas de fato, presumia que era coisa de Brad. E já queria se livrar dela faz tempo, e ele chamá-la hoje para aprontar foi um erro bem grande. - Anda garota, vai!
- Tá bom... - A menina de cabelos roxos praticamente deu um pulo do carro e os deixou a sós.
- Graças aos Deuses - Arabella pronunciou puxando Brad para si, e colocando ele por cima dela.- Nunca suportei essa garota chata com esse cabelo besta.
Brad riu, passando as mãos grandes por dentro da camiseta preta de Arabella e tocando a pele fria e pálida dela, deixando-a arrepiada enquanto aproximava bem seu rosto do dela, a ponto dos dois sentirem seus narizes se encostarem levemente.
- Nem eu. Dormimos juntos uma vez e a bichinha nunca mais descolou de mim.
- Você e suas fodas ...- gargalhou a garota e depois foi beijada por ele, sentindo ele tocar cada parte de seu corpo.
- Considere isso um presente de aniversário - o rapaz sussurou ao pé de seu ouvido, e foi distribuindo beijos do seu pescoço, clavícula, até seus seios.
- Não esqueça de que temos um compromisso hoje a noite... - Arabella disse soltando um gemido, os olhos delas estavam fechados, sua voz fraca e naquele estante, no escuro do carro velho de Brad, ela sentia prazer e liberdade.
Mesmo que houvesse um certo prazo de validade até tudo acabar.
(...)
Normalmente as notícias de seus atos rebeldes chegavam logo para Phill, e tudo se resolvia através de dinheiro, é claro. Arabella não se sentia preocupada, tampouco com medo que nem a maldita Annabeth, ela só queria se divertir esta noite. Era seu aniversário, e ela adorava que o que faria seria sádico. Ela ria só de imaginar a cara de seu pai no dia seguinte.
Quando chegaram ao local do instituto, Brad não deixou de notar o lugar que era muito maior que sua casa e complemente branco e polido. Arabella pegou o saco dos sprays e seu amado taco, e desceu do carro, o rapaz desceu depois puxando e abraçando a cintura da ficante. Os dois estavam uma bagunça, Arabella tinha os cabelos parecidos com pália e rapidamente os cobriu com capuz enquanto Brad estava com a camisa aborrotada e abotoada de uma maneira totalmente errada.
Os dois andavam confiantes como se fossem Bonnie e Clyde.
E sorriram sadicamente enquanto pulavam o muro, que não era muito alto. Arabella quando criança era uma moleca, então pular muros era uma especialidade para ela.
A garota pegou o taco e quebrou o primeiro vidro, xingando o pai e gritando alto, Brad pichava tudo e depois tacou uma lata para a amante. Arabella pegou, e pensou bem nas palavras que escreveria.
A primeira foi:
MERCENÁRIO
Porquê ele só pensava em dinheiro, e estava sendo capaz de vender a própria filha.
FILHO DA PUTA
Porquê ele era hipócrita o suficiente de odiar que ela proferisse palavrões a mesa. Imagina ver isso escrito no seu trabalho.
E por último.
TRAÍRA
Porquê bem antes da morte repentina de sua mãe, ela o pegou com duas mulheres, se divertindo muito e sem roupas. Para que ela ficasse calada, ele aumentou a mesada dela.
E voltou com o taco, queria quebrar mais, destruir mais. Isso lhe dava mais prazer que o sexo que teve agora há pouco.
- O que está fazendo Arya?! - Brad gritou, vendo ela destruir tudo. O rapaz já estava começando a ficar nervoso. - Você já fez demais, vamos embora! O alarme vai apitar...
Arabella lançou um olhar irritado para o rapaz, apitar o alarme era tudo o quê ela mais queria.
- Não foi você que estava chamando Annabeth de covarde junto comigo?
- Sim, mas... Você está exagerando! - ele gritou e o alarme como previsto começou a tocar.
O rapaz nem disse nada em justificativa, apenas deu o fora dali.
- Correndo feito um fracote - comentou Arabella baixinho, pensando que ele só foi útil na hora que estava no carro mesmo, depois não serviu para mais nada.
Ela ficou parada ali, virada de frente para o Edifício GREEN. Destruído e pixado, as palavras que escreveu no momento da raiva estavam começando a ficar meio derretidas pois começara a chover, e o ambiente anoitecido e o clima solitário para ela tornava tudo deprimente. As vezes gostaria de não ser tão maluca, talvez se houvesse outra vida, ela seria normal. Mas desde que era uma criancinha acreditava que nasceu com o caos dentro de si, e que ninguém compreendia isso. O seu silêncio foi interrompido quando ouviu passos, ela pagava de durona mas também tinha medo da polícia mesmo ora ou outra se desejando de um jeito masoquista ser presa, talvez seu plano fosse louco e grande demais para a mente impulsiva dela. Ela engoliu seco brigando consigo mesma, aquela era sua chance! Ela realizaria seu maior anseio, e seu pai seria finalmente humilhado, então porquê se preocupar?
Os passos foram aumentando, e ela ficou assustada, não parecia ser a polícia, ela puxou seu taco de beisebol da mochila, e respirou fundo tremendo, e se preparou para o pior, mas foi nesse momento que algo pegajoso prendeu seu braço sob uma das paredes e o taco rolou pelo chão molhaado. Ela reconheceu na hora de quem era aquele artifício.
- Eu não acredito que encontrei você de novo!
O aracnídeo soltou uma risadinha, enquanto era encharcado pela tempestade forte.
- Eu que me pergunto! Decidiu se tornar artista agora, moça? Isso aqui está melhor que o Picasso. - Parker fingiu admirar a bagunça que Arabella fez.
- Um dia, provavelmente eu irei herdar essa coisa. Eu tenho direito a fazer meus ajustes, certo? - a garota respondeu sarcasticamente a provocação, sentindo seu braço pinicar naquela teia.
- Isso me surpreende. - O garoto disse, observando o que Arya causou. - Até que não tá feio, tem um gosto muito peculiar e grosseiro. - ele leu as frases referentes a Phill e se impressionou. - Não é de se jogar fora um talento desses!
Os dois riram. O que foi um pouco estranho, afinal eram inimigos. Arabella foi a primeira a refletir isso.
- Agora me solta daqui, por favor? - pediu ela, quase demonstrando o desespero que sentia internamente, o plano dela não contava com a participação especial do Homem Aranha, mas Peter fingiu não escutar e estava prestes a dar as costas, sabendo que hora ou outra a polícia chegaria ali por causa do alarme ensurdecedor a qualquer ouvido. - AGORA - a garota praticamente ordenou, berrando.
- Não é você que almeja tanto ser pega pela polícia, está arregando agora? - ele provocou, rindo que nem criança do desespero da garota. Ele julgou naquele momento que ela era somente uma garotinha impulsiva, que não pensava nas próprias consequências, ou afundo nas ideias masoquistas que ela tinha. Mas quando ele se virou um esquadrão de polícia se encontrava atrás dele. Agora era a vez do garoto engolir seco, um esquadrão inteiro para pegar uma garota mimada? Arabella estava tão chocada quanto ele, não era isso que ela tinha previsto. De repente a ideia de fugir era mais racional, e fez ela ser incoerente com o que dissera a Brad. Porquê também estava fugindo. Ela conseguiu dar um jeito de se soltar das teias encontrando um caco enorme e pontudo de vidro no descanso da janela e fugindo, deixando o homem aranha sozinho ali.
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Música citada: Faint, Linkin park.
Oi gente! Espero que tenham gostado do capítulo sete, confesso que tentei deixar o finalzinho mais expressivo, mas não sei se tá bom ainda.
E, vocês? Gostariam de um capítulo sábado?
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