QUATRO


Esta voz sem som,
voz que chora pra você.
você está tentando não ter medo
dizendo isso está na sua cabeça,
mas ela sussurra em seu ouvido
Dizendo que isso é o que você recebe

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Durante a noite, Peter esperou sua tia ir descansar e vestiu-se com o traje, saíndo delicadamente pela janela exatamente como um fugitivo, que era o que acontecia na maioria das vezes que saia como Homem aranha, sabendo exatamente o que iria fazer naquela noite.

Com ajuda de Karen Peter descobriu onde a dona da bússola morava, então foi fácil encontrar o caminho de sua casa e quando chegou se deparou com uma mansão e franziu o cenho com a arquitetura extremamamente tradicional e antiquada. Peter por dentro respirava fundo, sentindo arrepios. Mas tomou impulso e lançou suas teias e se chocando quase no telhado da mansão, ele murmurou um palavrão baixinho por quê não era exatamente um susto que ele estava planejando causar. Mas seguiu o fluxo e focou em um janlela, dentre tantas outras esta era que Karen indicou que seria o lugar certo onde ele resolveria as coisas. Então lentamente, de cabeça para baixo ele foi se abaixando até ter toda a visão da janela para si.

Arabella se encontrava deitada, sentindo-se em um completo tédio enquanto assistia TV quando escutou leve batidas em sua janela, assustada ela se lavantou e andou despreocupadamente até ela, e quando viu quem era pelo outro lado do vidro, deu um grito alto de susto.

Assim como o Homem Aranha também, que pelo impacto do susto acabou caindo metros abaixo.

Arabella saiu correndo de seu quarto, descendo rapidamente os degraus da escada de sua casa, e foi para o quintal, conseguindo avistar a figura vermelha estirada no chão.

— O que você pensa que está fazendo aqui? - ela perguntou exasperada e cheia de indignação — É melhor dar o fora daqui ou eu chamo a ... — antes que Arabella completasse a frase, spidey a calou com suas mãos.

— Não seja tão sórdida. Eu vim em paz! — avisou e tirou suas mãos do do rosto dela, a mesma agia nervosamente, o encarando com seus olhos arregalados. — Aliás, eu sempre venho em paz! - afirmou ele batendo contra seu peito, protestando.

No fundo, Peter Parker estava realmente assustado e não era apenas por causa do grito ensurdecedor da garota. Ele não esperava se encontrar com Arabella Green, a pessoa que ele já colecionava tantos problemas e uma pequena história.

1) Ela era uma garota maluca que adorava vandalizar locais públicos com sua arte denominada grafite, e que curiosamente estava muito sumida ultimamente.

2) Ela era uma das pessoas que ele mais detestava pelo fato de ter que desperdiçar seu tempo impedindo ela de fazer suas bobagens de garota rica e problemática, e agora também era garota que ele conheceu no colégio, onde ambos se ajudaram. Era confuso demais.

3) E agora, para piorar ela era a filha da mulher que ele deixou morrer.

— Eu vim te devolver algo, também. — completou, tirando de seu pescoço a bússola, e seu ato causou estranheza a ela.

Peter pegou a mão da garota e colocou a bússola em sua palma, fechando então a mão dela com as suas. Foi impossível não sentirem intimidados com aquele rápido e curto toque que tiveram.

—  O quê... - perguntou extasiada com sua atitude e quando abriu sua mão, sentiu seu coração queimar dentro de seu peito. Era a querida bússola de sua mãe. A mulher nunca em nenhum momento de sua vida tirara aquilo do pescoço, e lembrar disso machucou a garota. Ela ergueu os olhos para ele, intrigada com o Homem aranha. — É a bússola da minha mãe. O quê estava fazendo com ela?

— Devolvendo — Peter corrigiu — Porque é algo que te pertence. Ele é de sua mãe, eu acredito que significa muito para você.

Arya estava estática, e permaneceu assim, segurando aquela corrente com seus olhos marejando, e percebendo a vulnerabilidade que se encontrava ela apertou os punhos, sentindo a o objeto pressionar sobre a palma de sua mão. Olhou para o rapaz vestido de vermelho, e com todo o desprezo que sentia, ela inspirou profundamente.

— Como pode ser tão hipócrita?! —  ela berrou e agressivamente o empurrou começando a socá-lo, mas Spidey permaneceu imóvel, a força dos soquinhos de Arabella não significava nada para o corpo de aço que o garoto tinha. — Você deixou a minha para morrer! Fique com essa bússola estúpida de lembrança e se recorde do seu fracasso, e da dor que me causou... — ela confessou, continuando a distribuir tapinhas no corpo de aço do Homem Aranha. O mesmo se cansou e pegou seus dois pulsos delicadamente impedindo que ela continuasse com aquela vergonha.

De um jeito metafórico, Peter por dentro daquele uniforme quase desabou ali, ele não queria ser o responsável pela morte ou dor de ninguém, mas na sua cabeça, de fato ele era.

A menina remexeu seus braços, quase se desequilibrando, mas Peter a impediu de cair. Quando ele fez isso, conseguiu encontrar a vulnerabilidade dela de novo, a menina engoliu seco erguendo os olhos para o máscarado, ele continuava segurando de maneira fraca os pulsos dela, enquanto ambos se encaravam no meio de um jardim.

— Me solta, merda! - ordenou, gritando furiosamente e assim ele fez, Arya sentindo então a corrente em suas mãos, e a lançou contra ele com fúria e Peter não percebeu que uma lágrima escorreu de um de seus olhos azuis. — ... E dá o fora daqui! —  exclamou, dando uns pequenos passos para trás. - Seu heróizinho de merda - ela proferiu em voz baixa, mas Peter escutou, estremecendo com aquele comentário.

Ele obedeceu, pois também sentia que precisava ir, algo lhe dizia que a presença dele poderia ocasionar algo maior do que aquela conversa com Arabella, e então lhe deu as costas escalando o enorme muro dela.

E foi impossível negar que ela não se impressionou ao ver as suas habitalidades de perto...

Quando já estava longe, ele avistou um topo de um prédio que parecia bem a cara de ser um lugar executivo, e se saltou para ali e sentando-se no topo daquele edifício, e tirou a sua máscara em seguida sentindo seu cabelo esvoaçar por causa da ventania, e um suor respingava de sua testa. O garoto engoliu seco, sentindo-se totalmente perdido, ele se sentou ali para poder encarar as estrelas e se distrair um pouco, mas quando abaixou os olhos viu seu rosto máscarado por todos os telões da cidade acusando ele de assassinato. Os posts do Anônimo surtiram efeito, as hashtags também... De repente, a ajuda que Steven Strange lhe deu de apagar da memória de todos de que ele era Peter Parker, um estudante pobre, de 16 anos não adiantava mais, por quê agora ele novamente eo Homem Aranha acusado de assassinato. Era questão de tempo até começarem as buscas por ele.

E se buscariam por provas concretas de que ele era inocente? Era óbvio que não. A Polícia adoraria pegar o Homem Aranha, já que ela odiava aquele garoto.

"Essa droga de bússola ainda continua comigo, parece até uma maldição, e quanto mas eu me afasto, mais próximo eu fico da vida dessa garota." Ele pensou, segurando aquela bússola brilhante, e algo dentro de si o proíbia de jogá-la fora, e foi que mais o irritou e ele grunhiu.

Era a única recordação de que ele tinha daquela mulher.

Ninguém sabia, exceto ele e a moça, mas os dois tinham uma ligação. Depois de uma luta sangrenta, o corpo de Peter estava ferrado e a mulher a quem a bússola lhe pertencia o encontrou caído pela rua - que por sorte estava deserta - e o levou para o Hospital onde ela trabalhava, e para que ninguém o reconhecesse ela colocou um blazer preto do marido dela sobre ele e tentou cobrir seu rosto com o capuz preto mas parte de sua máscara ainda ficava á mostra. Quando já estava no saguão do hospital lhe perguntaram o motivo da máscara do garoto, ela usou a desculpa de que ele tinha 14 anos e estava tentando imitar o Homem Aranha e por isso se machucou feio. A mulher de nome, se chamava Cláire, e era praticamente a chefe daquele hospital, e seu privilégio permitiu que ela o levasse para uma área privada e assim, sozinha, ela tratou dele com muito carinho, e tudo que ele mais se recordava era do sorriso carinhoso dela, da bússola brilhando sobre sua clavícula e dela dizendo que ele era o sonho perdido dela. A mulher tinha um sonho de ter mais um filho. Um menino.

E então, além de sua tia — e metade do mundo inteiro antes de terem suas memórias apagadas — Cláire fora a única pessoa à ver o rosto de Peter Parker.

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Desculpa se houve algum erro de português, algo assim, eu revisei mas sei lá né kkk

Arabella Green, é uma personagem complicada, mas isso aqui é uma fanfic e como tal, vai rolar um desenvolvimento tanto nela quando em Peter principalmente, que é o mais afetado. ;)

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