QUARTOZE
Obs: este capítulo tem relação ao fato de que eu MUDEI o arco inicial da Arabella, ela não é mais uma Bully, no passado ELA FOI uma Bully, então o contexto de tudo que acontecerá nesse capítulo acontecerá de acordo com as adaptações que eu fiz.
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Estacionei o carro na estrada do mirante
Poderia ter seguido meus medos até o fim
E talvez eu não saiba exatamente o que dizer
Mas estou aqui na sua porta
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Arabella agradeceu mentalmente, quase bradando, de que acordou dormindo em uma cama macia. Se não fosse por Harry, ela acreditava com toda certeza do mundo, de que estaria dormindo nas ruas. Ele definitivamente salvou o dia dela, e ela não podia estar mais grata. Mas ter pensado nele no primeiro instante do seu dia acabou se tornando um começo conturbado para ela, porquê se lembrou do beijo que compartilharam na noite anterior. Ela colocou as mãos nos lábios, arrependida, porquê ela nem sequer entendia a necessidade do beijo ter acontecido, só lembrava de pensar que ele estava sendo gentil com ela, e esse pensamento impulsionar um beijo. Ela engoliu seco, receosa de tê-lo magoado, imaginando, ou simplesmente devaneando que Harry ao despertar de seu sono, possa ter mudado de ideia e decidido chutá-la de sua casa, como qualquer homem ressentido faria. Homens não estão acostumado com a rejeição, certo?
Arya se levantou da cama, e se vestiu rapidamente, retirando o amontoado de calcinhas e roupas da mochila, e guardando apenas o caderno, livros e lápis, e seu celular. Quando decidiu sair do quarto, ela receosamente andou até a cozinha, que não era muito distante e encontrou Harry, vestido roupas simples e tomando uma xícara de café. Ela fechou os olhos, aguardando ele afirmar que decidiu que ela não ficaria mais na sua casa. Sabia que seria mais um baque na sua vida e ela teria de aceitar.
— Porquê está de olhos fechados? Está sentindo dor ou algo do tipo? Ou será que está fazendo algum tipo de prece?
Arya arfou, encarando o rapaz sorridente. Ela estava chocada, e ele havia notado isso, apenas não sabia por qual motivo ela tinha tanta surpresa acumulada.
— Está tudo bem, eu só... Apenas esqueça esse momento, ok? — ela sentiu que se embolou ao tentar explicar, mas Harry nem se importou, ele parecia tranquilo demais.
— Estou vendo sua mochila, você quer uma carona?
Arabella assentiu, apertando a alça da mochila no seu ombro, Harry se levantou da cadeira em que estava sentado, e a guiou para fora do seu apartamento, e caminharam rumo ao estacionamento, onde estava o carro de Harry. Arya nem se surpreendeu de ver que era um conversível extremamente caro e nada discreto. Não demorou muito e eles entraram no carrro e já estavam a caminho do Colégio Midtown.
Nesse pequeno meado de tempo, Harry ficou fazendo piadinhas sobre o fato de ser um formando antes de Arabella, arrancando risadas sinceras da garota.
_ Achava que tinha escutado você dizer á dois dias atrás que não tirava vantagens!
Ela escutou ele gargalhar feito uma criança travessa.
— Com você é diferente, eu simplesmente percebi que gosto de te provocar! — ele confessou, deixando ela surpresa, e trazendo uma vaga lembrança na sua mente.
Homem Aranha lhe provocando.
Bem antes de tudo acontecer, ela aprontava bastante e ele sempre estava lá para impedir as merdas estúpidas que ela era capaz de fazer, e sempre ele a provocava, mas não igual Harry, era de um jeito que só o Aracnídeo era capaz de fazer. Arya suspirou com a lembrança, se o assassinato com sua mãe não tivesse acontecido, ela nunca teria sucumbido ao ódio daquela maneira... Ainda achava que estava certa, mas a culpa de sua postura radical com o aracnídeo estavam começando a aparecer por causa de sua mãe. Ela despertou daquele longo pensamento quando percebeu que o carro estava estacionado em frente ao colégio, ela encarou as íris azuladas de Harry e sorriu involuntáriamente (um detalhe que deixou ela um tanto surpresa sobre si mesma) e agradeceu a carona, enquanto pensava que sair do carro de Harry Osbon com certeza iria chamar atenção de todos. Mas o plano por trás disso era não irritar Phill, ela sabia que do jeito que ele era, estar com Harry não perturbaria ele, certamente o agradaria.
Ela suspirou, e seu campo de visão se voltou para o midtown. Ela sentia que a persona dela de dias atrás não era a mesma de agora, alguma coisa havia mudado e tranformado o coração dela. Quando adentrou no colégio, pisando no corredor rodeado de gente, sentiu a presença de todos olhares sobre ela, e seu coração começou a bater com mais força. Havia alguma coisa estranha, pensou com desconfiança e encontrou o rosto de MJ, que era a única que não quis olhar com estranheza para ela, Arya não se surpreendeu com isso, MJ era madura e racional demais para se importar em ser como todos, mas o que chamou atenção de menina de olhos azuis era que ela parecia preocupada, Arya engoliu seco aproximando-se da garota.
— Por que todos estão me olhando? — ela praticamente cochichou para a garota, que ficou levemente assustada com a aproximação repentina de Arabella.
— Todos estão chocados, Arabella — MJ respondeu naturalmente, pronunciando o nome da garota com desdém, encostada no seu armário enquanto abraçava um livro de fisíca. Ainda não havia esquecido do dia em que a herdeira rica ofendeu seu amigo e bem... Ex-namorado.
— Mas por quê? — a menina estava confusa — Eles só olham para mim.
— Uau, você ainda se questiona? Sei que tem vários motivos para ficar brava porquê está de luto, mas você foi longe demais com Peter. Mas se quer tanto saber, sabemos que a hipocrisia existe em qualquer ambiente, aqui não poderia ser diferente, Arabella. Eles são Maria-vai com as outras e estão chocados demais com a discussão que teve com meu amigo no refeitório, apenas isso. — MJ explicou tudo sériamente, e Arabella arregalou os olhos —Depois que nós tivemos aquela conversa conturbada perante todo refeitório, ele só apareceu uma única vez no colégio depois disso, e desapareceu. Dizem que ele se acidentou. — Arabella engoliu seco, relembrando a ferida roxa no olho esquerdo do garoto, e depois lembrando de si mesma com uma ferida tão parecida com a dele causada por seu progenitor, automaticamente ela colocou a mão sobre o lugar afetado, a bochecha não ardia mais, porém ainda estava ferida e para não chamar atenção ela enfiou um quilo de maquiagem. — E com isso, eles começaram a aumentar as coisas e vilanizaram totalmente você.
— Talvez, eles não estejam totalmente errados...Eu realmente fiz merda com ele.
E se ela e Peter realmente fossem realmente iguais? Compartilhassem uma história quase idêntica, apenas com a diferença de que ela era um monstro e ele era doce demais para ser comparado a ela? E se quando ela o julgou como insensível, como alguém que nunca compreenderia a história dela, ele realmente se ressentiu e decidiu que era insuficiente demais para viver um dia a mais aqui na terra ? Se a própria Arabella foi capaz de pedir que o próprio Homem Aranha tirasse sua vida em troca de vingança e por um favor a ela mesma que não aguentava mais a própria vida... Ela pensou que Peter podia ter os mesmos pensamentos também.
Nunca te ensinaram que não se julga alguém sem antes conhecê-lo?
De repente, as palavras de MJ fizeram mais sentido ainda. Peter nunca seria a primeira pessoa afetada por ela, ela sabia disso, mas naquele breve instante, ela imaginou que ele poderia ser a primeira pessoa que ela pediria desculpas sinceras, por mais díficil que fosse para o coração duro dela.
E isso se ele estiver vivo ainda.
Mas ela tinha a esperança de que ele estava, e que seu sincero pedido de desculpas pudesse fazer uma diferença na vida dele de alguma maneira, por mais inusitado que fosse.
Arabella agradeceu a informação de MJ e correu para a aula de fisíca, estava atrasada. Quando chegou na sala, teve a impressão de que ninguém a queria por perto, e estranhou. Aquelas eram as mesmas pessoas que estavam atrás dela nos últimos dias, e ela não dava a mínima, mas naquele momento ela reparou o quão falsos e superficiais eles poderiam ser. Ela suspirou, arranjando um lugar bem no fundo da sala, e tentou focar sua atenção no professor, mas sua cabeça só focava no seu novo problema.
Peter Parker.
— Semana passada aprendemos sobre a segunda lei de newton, como o prícipio fundamnetal da dinâmica, hoje aprenderemos sobre a terceira lei. — A ideia de que as forças e reações têm a mesma intensidade pode ser muito intuitiva. A força de um caminhão faz sobre uma pluma é igual á força que uma pluma faz sobre o caminhão, a aceleração produzida pelo veículo é muito pequena, em razão a sua inércia. E é por isso que o efeito das forças de reação é muito mais expressivo em corpos de menor massa. — Arabella tentou esquecer um pouco os problemas que a rodiavam, ele eram tantos... e ela já se sentia desgastada, então se focou na aula. Física era uma matéria complexa, e poucos gostavam dessa matéria, mas ela secretamente tinha atração por ela. — Então, me expliquem o que vocês entenderam sobre a minha explicação?
Arabella, tomou coragem, chamando atenção de todos, já que ela não era uma garota metida á inteligente e levantou o braço.
— Que a terceira lei de Newton, explica que o princípio da ação e reação afirma que se um determinado ponto material A, exerce uma força sobre um outro ponto material B, então B exercerá sobre A uma força de mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário.Ou seja toda ação, tem uma reação.
Após sua resposta, todos na sala estavam chocados, até mesmo o professor. Arabella engoliu seco, adorava atenção, mas dessa vez foi desconfortante. Por quê estavam chocados, aquela era uma resposta extremamente...
Óbvia?
(...)
Arabella tinha um plano.
Ela procuraria por Ned e sabia exatatamente onde achá-lo.
Encontrá-lo, na verdade parecia bem fácil, já que ele era um nerd e sempre devia andar junto com gente parecida com ele, e o clube dos matemáticos ou seja lá qual nomes eles tinham era o lugar certo, ela pensou caminhando direto para a sala deles e sorriu percebendo que sua teoria estava certa, o garoto realmente estava lá.
Ned Leeds estava completamente distraído, enquanto se concentrava no seu trabalho complexo, ele apenas percebeu que estava sendo observado, quando um colega seu o cutucou chamando sua atenção de que Arabella Green estava olhando diretamente para ele, e de acordo com o amigo, que nem uma maluca. Ned a avistou, e percebendo que ela realmente o encarava fixamente , se assustou. Arabella com um gesto sútil com sua cabeça chamou ele. Quando o menino se aproximou, ela sem dizer uma única palavra o puxou para o canto, rapidamente o levando para um ligar discreto, e quase matando o menino do coração.
— Você está louca? — ele quase gritou para a garota.
— Não, cem por cento sã, garoto. — ela disse rindo e com os braços cruzados para ele.
— O quê você quer? — ele foi logo perguntando — Por quê eu não deveria estar falando com garotas que ofendem meu amigo em público!
— É por isso que te chamei Ned! — ela explicou, com um pouco de vergonha. Sua voz saiu por um fio.
— Para julgá-lo mais? Para achar que só porquê está machucada, tem que ser uma babaca?Acho melhor eu dar logo um fora daqui, por quê essa conversa está ficando estranha.
Arabella suspirou, observando que de fato para o alívio dela ele estava vivo ainda. E pensou que talvez se algo tivesse acontecido com ele, os corredores do colégio estariam estampados com o seu rosto... Mas de qualquer maneira, ele ter sumido não era normal. E ela assumia isso como culpa dela.
Quando percebeu Ned já estava lhe dando as costas.
— Não vá...e-eu preciso me desculpar com Peter. Me sinto culpada pelo seu sumiço... E você com certeza sabe o endereço da casa dele!
— Se fizer mal ao meu amigo, eu tenho meus contatos! — disse e a garota fez o possível para reprimir o riso.
Que contatos?
Ned voltou para a sala, e Arabella apenas tratou de anotar o endereço de Parker no papel e foi embora. Matar aula estava numa das atividades mais comuns que ela costumava fazer. Mais um dia não faria diferença alguma e ela nem se se importava de fato.
(...)
Queens
Era aonde Parker residia, e seu apartamento era um dos mais pobres no distrito do Queens. Sério, Arabella imaginou que se houvesse qualquer ventania ele despencaria. Ela entrou no prédio, e teve que se explicar para o porteiro que era só uma visita, depois foi direto para o elevador, e por fim chegou no andar de Peter.
505 era seu número.
Ela bateu na porta três vezes já que não havia campainha e aguardou, e a espera já estava começando a fazê-la repensar se aquela era uma boa ideia ou não, mas quando decidiu que era e iria embora, a porta de Peter se abriu.
E Arabella arregalou os olhos com a visão que obteve, engolindo seco. Enquanto obtinha a visão de um rapaz com o torso completamente torneado e desnudo. Peter vestia apenas um short e estava descalça, os fios cacheados de seu cabelo estavam uma bagunça, Arabella presumiu que ele estava dormindo, enquanto sentia suas bochechas queimarem de vergonha de tanto secá-lo com os olhos.
Mas Peter também estava vermelho.
— Arabella Green... O quê você está ... — Peter engoliu seco, coçando a sua nuca — fazendo aqui?
Arabella se esforçou para tentar não ser safada por pelo menos um segundo, porquê aquele breve minuto que teve ela se esqueceu de tudo, distraída com a visão que tivera. Mas tentou retornar a realidade, olhando diretamente para os olhos dele.
— Eu preciso conversar com você!
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Música: This is me trying, Taylor Swift.
Gostaram gente?
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