QUARENTA E QUATRO

Porque eu fiquei emocionado com a fantasia muitas vezes
eu, acabei de morrer em seus braços esta noite
Deve ter sido algo que você disse
Acabei de morrer em seus braços esta noite

— Você quase morreu. De novo, Arya. — Peter disse, pele contra pele, enquanto desfrutavam do som e respiração um do outro. A expressão de Arya, que anteriormente parecia estar encontrando alívio com a presença de Parker, se embrulhou. A dona de olhos praticamente cintilantes, tinha eles apagados agora.

— Mason morreu diante dos meus olhos, e-eu não pude fazer nada.  Ele morreu tentando me matar… — ela fungou, deixando uma porção significativa de lágrimas molharem o uniforme vermelho de Peter. Seus lábios tremiam enquanto partilhava isso.

— Calma, eu tô' com você Bella. Por você. — Ele sabia que estava sendo brega, mas queria de algum jeito expressar seu carinho por ela. Peter também desistiu de segurar sua cintura, e puxou o rosto dela com suas mãos, inclinando-a para ele. — Mas sabe que se continuar andando por esses trilhos, não vou te ter mais. Está sangrando, Arya.

— Peter...  — ela abriu a boca, ainda trêmula, prestes a discursar que ele apenas precisava relaxar, tentando convencê-lo de que estava tudo bem e que ele se esquecesse daquilo, ela se estava esforçando para ele lembrar de que ele conhecia bem a garota que ele beijava, e que não era muito comum ela se sair como a vítima. Entretanto, nada disso saiu de sua boca, pois um salto brusco de Peter Parker interrompeu tudo, deixando Arya novamente em choque.

O Homem Aranha pousou num lugar bem distante daquela trágica estação de trem. Ele voltou a cobrir seu rosto com a máscara, e apertou Arya fortemente contra sua barriga. Ele não compreendia por que sentia tanto carinho, mas quando ele colocava seus olhos sobre ela, se imaginava numa situação onde tudo seria simples e romântico entre os dois, pensava como seria as coisas se eles fossem apenas simples colegiais. Mas seu mundo desmoronava sempre que despertava com a realidade de Arabella.

No momento, ela estava se queixando de dor, enquanto sangrava.

Isso simplesmente era vida para os dois?

Parker pousou no solo, reparando todo o cuidado para não machucar a garota que carregava consigo. Arabella cada vez ficava mais fraca.

Peter andava rente ao velho carro de Brad. — os dois haviam combinado de se encontrar no curto período de minutos que Peter precisava salvar a garota. —E quando já não sobrava mais distância para enganar o tempo, ele se sentiu relutante em entregar Arabella. Mas mesmo assim, o fez. Observando depois o rapaz loiro, que parecia muito ter saído de uma banda grunge, apoiar os braços dela sobre seus ombros largos.

Arya sentia seu corpo gritar fraqueza, enquanto se apoiava no corpo de seu amigo. Ela, com uma certa dificuldade interna, encarou a face cansada de Parker, e soltou:

— Eu disse que precisávamos ficar afastados. Meu lugar não pertence ao seu lado!— ela disse, certa de que viraria e daria as costas ao menino.

— Aham. Sim, com um cara metido a cosplay do Kurt Cobain! Eu lembro dele, pichando o instituto com você! — Ela enxergou, com certeza havia um sorriso debochado nos lábios, algum olhar raivoso, e desejo mútuo.  Aquela era a chance!

Ela se viu arrancando energia de onde não tinha para poder voltar para perto de Parker. Ela desesperadamente, apressava seus passos e assim que podia, envolveu seus braços sobre o corpo do menino esbelto, e o beijou, literalmente morrendo sobre os braços dele, em ternura, em prazer descabido, em desilusão, em pecado.

Mas de repente, ela despertou, e se viu realmente certa de que deveria lhe dar as costas, e deixar a chance de lado.

— Você só pode estar brincando com a minha cara! — ela olhou de soslaio para ele, o apelidado cosplay de Kurt segurava ela com muito cuidado, observava tudo. — Eu sei que se eu disser que você escolheu esse caminho, você vai como uma boa garota irritante dizer que já havia me dito isso. Não foi só eu que corri atrás de você, o quê tivemos foi mútuo. Mas eu precisava te salvar, é o meu trabalho. Não seja ingrata comigo, e aceita pelo amor de deus que você só está cavando seu próprio fundo de poço, e realmente acabando como uma vítima.

Peter Parker, despejou tudo aquilo.

— Meu Deus, você é patético! Eu tô terminando com você, pelo, pelo… — o olhar fixado de Peter nela, a desestabilizou. — Seu bem! E caralho, você tá com ciúme?

Com certeza, se fosse em outra situação, ela riria de Peter. Ciúme de Brad, o cara que ela casualmente transava e nunca conseguiu sentir uma faísca de paixão por ele, apenas amizade e coleguismo.

— Eu espero que ele cuide muito bem de você — Ele respondeu, enquanto vestia sua máscara vermelha e lançou suas teias longe, e se foi, para bem longe dali.

Arya tentava acreditar que aquela situação podia marcar uma nova fase na vida deles; A indiferença que eles tanto acreditavam que tinha poderia surgir a partir dali. Mas se dependesse de Peter, o caminho seria de ressentimento, não de esquecer tudo.

Bella, Bella… — Brad cantarolou seu apelido, depois de muito tempo dirigindo em silêncio.  Ele observou pelo espelho, que Arya lutava para permanecer acordada.  — Sempre tentando fugir para não se sentir frágil.

Arya bufou.

— Não me chame de Bella, Brad. Por favor, limites caralho!  —  ela reclamou, cobrindo a testa com uma das mãos.

Podia ter vários apelidos, mas Bella  de fato sempre seria o único verdadeiramente íntimo. Apenas sua falecida mãe, e bem seu... Peter, podia chamá-la assim.

— Ok, Arya. Mas não desconverse, e relembre que ele tem razão, você quase morreu, porra! Seu castelo de vidro tá' estilhaçando hein!

— Eu sei. A culpa é minha. Não precisa explicar o óbvio. — ela resmungou — Eu tô literalmente sangrando aqui, enquanto recebo sermão. Não acho isso muito legal!

— Ué, então está fazendo o Amigão da vizinhança de idiota? Quantas vezes ele vai precisar te salvar pra' você parar com essa palhaçada?

Ela não respondeu.

A cabeça loira oxigenada tombou para o lado, o ambiente dentro do carro não era nada silencioso tocava a balada romântica I Just Died in Your Arms que invadia seus pensamentos, e fazia ela emergir dentro da música enquanto seu corpo fraco começava a tomar controle dela, obrigando seus olhos a fecharem lentamente.

— Ele tem um coração bom demais, e nunca vai conseguir entender que pessoas ruins, serão sempre ruins. Nós não temos ... salvação. — ela respondeu com pesar, virando-se para a janela, e deixando-se adormecer logo em seguida.

— Você é uma idiota, pena que você deixa a gente esquecer disso…. — Brad suspirou, enquanto dizia aquilo com pesar. Ele também já esteve na situação de Peter. Ele sabia o que era lidar com a mente maluca de Arabella Green.

Arabella nunca deixaria de acreditar que ela sempre mereceu morrer.

Peter entrou pela janela de seu quarto, atordoado. Para ele, aquele dia havia sido um grande sonho bizarro, que poderia facilmente ser facilmente um resultado causado por drogas. Do quê adiantou se libertar do simbionte?  Com ele dentro de seu corpo, há essas horas já teria feito coisas realmente vingativas com Phill e Mason, mesmo que custasse tudo que ele era.

Sua vida estava um inferno.

Ele respirou fundo, estando de pé no meio do espaço pequeno de seu quarto, e arrancou sua máscara.

— Peter! Você está nos jornais!! — Ned gritou.

música citada: i just dying in your arms

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