QUARENTA E OITO

contém gatilhos. violência contra a mulher é crime. digite 180. não ignore.

Suas alucinações sobre
Querer me destruir estão se tornando
Sua razão para se construir


Dois dias antes

—  Bem, para que possamos formar a parceria você prometeu. E é óbvio que eu não gostaria de uma garotinha problemática para suportar na minha casa, não sou patético. Isso é apenas um brinde do McDonald's para meu filho. A aliança de vida se firmará quando você me der o que eu quero. E não é aquele projeto vida fracassado que estou obrigado a patrocinar —  Norman Osborn fez uma pausa dramática — É o Homem Aranha.

Phill sentiu um arrepio na espinha quando ouviu o nome daquele menino insuportável.

—  Fez um ótimo trabalho manchando a reputação dele, assim é mais fácil recuperar o que é meu. Afinal, aquelas eram minhas aranhas. —disse, sorrindo — agora se me der licença, preciso atender esta ligação.

O velho se retirou. Restando apenas Phill e seu filho no escritório de Green.

Duraram exatas vinte e quatro para que Arya despertasse do efeito da droga que lhe fora injetada. Ela sentia a consciência lhe tomando novamente, e dor, muita dor. Seus olhos ainda continuavam cerrados, deixando lágrimas rebeldes rolarem, enquanto vermelho era tudo que ela podia ver naquele instante dentro de sua mente, vermelho pingando, escorrendo, espirrando, manchando o jardim, pintando as rosas pertencentes dele e colorindo seu rosto. Ela também viu o sorriso satisfatório que tinha quando tirou a vida daquela cientista, a sensação pulsante de conseguir safar uma dose de sua dor, seu ódio e revolta que sentia, e isso a causou repulsa. Afinal, ela gostou de ter feito o quê fez com aquela mulher, mas isso meio que não poderia deixar ela desumana demais para a boa alma de Peter Parker e para um possível futuro que ela desejasse cultivar? Por pouco naquele momento, ela não pediu por mais drogas para dopá-la, isso talvez lhe fizesse um favor… Ela pensava demais, também relembrando de Brad morrendo em seus braços, pensando nos olhos simplesmente perdendo o brilho num piscar de olhos na frente dela.

Ela começou a respirar ofegante, recordando que ela ainda tinha um motivo para estar viva. Um motivo para lutar. Coisas acontecem... e ela nunca esteve muito perto da moral durante todos esses anos em sua vida. Arya continuou sem abrir os olhos, que permaneceram fechados numa força que poderiam empurrá-los para muito fundo e seria capaz de perdê-los no seu crânio se isto fosse possível, mas foi ali, com seu corpo e sua postura frágil que ela sentiu um toque suave. O toque de uma mão fina e gélida, tomando conta de sua mandíbula e a pele do pescoço, quase apertando-lhe.

—  Calma, fique calma. — Era a voz de Harry, fazendo aquele pedido num tom reconfortante, mas ela viu o autoritarismo dele escapar por alguns segundos. O rapaz a encarava profundamente, puxando sua cabeça para mais perto, e ela pôde sentir os lábios  encostando no meio de seu maxilar, depois baixaram para suas bochechas, provocando-lhe aflição, agitando seu corpo,  fazendo ela gritar de repulsa e com o pouco de força que arranjou, empurrando-o violentamente.

— Eu não vou ficar calma! — ela afirmou com aversão, nojo, esfregando a saliva de seus beijos deixados na sua pele com  a mão.  Ela precisou fechar os olhos por meros segundos, criando mais força para sair daquela cama e se pôr de pé e quando os abriu, ela observou aquele lugar, completamente absorta. — Onde estou… — Ela sentiu uma pontada no peito. Aquele cômodo... Era de sua antiga casa de campo, e ela notou que tudo continuava igual e que somente envelheceu com o tempo, como suas bonecas já desfavorecidas largadas na instante, a maquiagem que ela ganhou de presente no aniversário de doze anos de sua mãe, os pôsteres rebeldes, seu antigo espelho agora sujo e envelhecido. — meu deus —  ela olhou diretamente para o reflexo do espelho, e enxergou suas vestes sujas, assim como toda sua face e cabelo, manchadas pelo sangue daquela mulher, e percebeu que ela também estava tão decrépita quanto a mobília daquele quarto.

Harry surgiu por trás dela, parecendo um espírito obsessor.

Ela lançou um olhar cortante para ele.

— Você me traiu, — houve uma risada ríspida dela, disfarçando sua mágoa— tentou se aproveitar de mim, quando eu nunca dei sinais — Ela suspirou, olhando para trás, tentando recuperar algum ego morto. Seu olhar debochado foi construído aos poucos enquanto fitava o rosto do herdeiro. — Tentou me libertar? — a pergunta salivando seu escárnio pelo menino.

— Eu te salvei, e pretendo te salvar daqui, não enxerga isso? — surpreendentemente, quem se acercou dele foi ela, segurando seus bracos finos, com um olhar rente e firme para ele.

— Então, porquê eu sinto que aquela porta está trancada, seu capacho de merda? — puxou com brutalidade o colarinho do rapaz, os dedos delicados de Arabella deslizando na sua pele e a fala inesperada dela deixaram Harry aturdido, mergulhado num frenesi quase louco, e quando buscou o olhar dela novamente, percebeu que já não tinha mais aquele toque e que ela já não estava mais perto dele. A garota na realidade, estava tentando arrombar uma das portas do quarto.

A menina urrava de dor e raiva. Ela usava um abajur de metal para ver se a fechadura rachava, ao mesmo tempo que chutava às duas portas, desesperada e com sangue nos olhos, e berrou de ódio quando sentiu ele novamente agarrando seu corpo, e constatando que mesmo sendo magrelo, infelizmente Harry possuía mais força que ela, principalmente naquele momento onde ela ainda sentia os efeitos da droga no seu corpo. Arya acabou se desequilibrando quando tentou se desvencilhar dele, e o abajur acabou levemente arremessado para longe dela, enquanto Harry bloqueava sua passagem, se colocando por cima dela.

— Eu quero você bem — afirmou, com uma de suas mãos pressionando o pulso dela sobre o carpete, a menina gemia de dor. — Eu te salvo milhares de vezes, se puder. Prometo te levar para longe daqui, você vai ser feliz. Do jeito que você sempre quis…

O corpo dele foi se abaixando mais, até se encostar com dela, que respirava com dificuldade, sentindo medo dele e do que poderia fazer a seguir. Ela tentou se mover, mas a fraqueza e um sentimento de fracasso não lhe permitiram. Ela respirou mais, puxando fundo. Precisava de alguma arma, o abajur estava longe demais. Precisava de algo… Isso, a mente! Precisava dela de volta.

É que, na real?! Eu nunca te pedi nada disso, Harry. — soltou, com a voz ainda trêmula, mas sendo trabalhada a vapor. — Pois é, temos uma aliança, um noivado marcado, mas eu nunca- te-quis! — ela conseguir arrancar de si uma risada descarada. — Mas, talvez você seja um cara bonito, talvez gostoso, talvez eu deveria te desejar não, é? A gente se casaria, no começo as coisas ficariam abertas, mas depois eu me apaixonaria por você, e a gente repetia aquele beijo de novo!— Ela estava sendo tão maquiavélica, tão… ela. — Você nunca esqueceu daquele nosso beijo não é? Que foi tão repentino, bem no meio de sua sala de estar. Desesperado, você deseja ele todos os dias, novamente não é? É isso que você quer? — puxou novamente seu colarinho, sentindo ele se regozijar de seu consentimento. Os lábios dela estavam quase encostando no seu pescoço pálido, desnorteando o rapaz.

Era de dar pena, uma alma tão caçoada.

— Eu vejo brilho nos seu olhar quando faço isso — Arya disse rindo, roçando seus lábios com os dele, que estava completamente seduzido. — Mas poucas coisas me dão mais prazer, do que ver algo tão patético igual você pensar que eu te consideraria… desejável. — ela roçou os lábios no lóbulo de sua orelha, sussurrando — Eu só te beijei porquê... Tive pena, e eu precisava de um abrigo, seu trouxa. —  sorri maldita, divertindo-se com as coisas que disse sem misericórdia, e sentindo orgulho de ter segurado a dor lancinante de ter sido tratada de forma tão asquerosa.

A humilhação conseguiu deixá-lo incapaz por alguns segundos, permitindo uma brecha para que Arya pudesse ter a chance de dar uma rasteira por suas pernas, e acertando seu joelho direto na genital dele, com a dor dilacerante, ele recuperou a consciência, e tentou alcançá-la, mas o abajur já estava sobre as mãos da garota, — ela também pegou um pote de vidro que guardava moedas por precaução — e começou acertar várias vezes o abajur na cabeça do Herdeiro de Osborn, enquanto ele processava uma tentativa de lutar contra ela. Mas as pancadas do objeto de luz eram muito fortes, e retardavam todo o seu embate. Ainda sim, ele conseguiu derrubá-la de novo, pressionando-a contra a parede, ela gritou quando sentiu suas mãos apertarem seu pescoço, mas rapidamente puxou o pote de vidro, e com desespero atingiu seu crânio, finalmente desacordando o filho da puta.

— Espero que ele tenha morrido…

Ela afastou o corpo dele, enojada. Não aguentando segurar o choro.

O quê havia acabado de acontecer? Ele era seu amigo de infância!

Ela nunca se sentiu tão desprotegida, fragilizada, e objetificada em toda sua vida. Era como se ela não tivesse valor, fosse apenas uma moeda de troca.

Ela recostou a cabeça na porta, impossível de destrancar, e respirou profundamente.
Foi quando, ela ouviu o som da chave, girando a tranca.

— Levanta! —  o marmanjo berrou, ela olhou pelos ombros e era um capanga. — Sr. Green está te esperando.

Peter acordou, levemente grogue. Fora preciso mais injeções para drogá-lo, já que Peter não era um humano normal, e mesmo que ele estivesse em coma, ninguém aceitaria ganhar tão facilmente do Homem Aranha e furaram ele até acabar o estoque de medicações. Várias partes do tecido de seu uniforme, nas proximidades do ombro foram rasgadas e reataram as feridas, com o sangue já em estado seco, eles de fato, se divertiram com Parker, prato desumanizando o adolescente.  Quando ele despertou, a primeira coisa que percebeu foi estar em uma espécie de terrário, como se fosse uma aranha mesmo, e se enojou um pouco pensando nessa comparação, mas respirou fundo, pensando em qual seria seu valor para Phill Green, a ponto de prendê-lo que nem um animal. Respirou mais, e lançou um golpe, percebendo a vidraçaria rachar, e revirou os olhos. Aquilo foi muito sutil, ele tinha força de sobra e não estava usando ela de maneira certa, então preparou um golpe com muito mais intensidade, conseguindo destruir aquele terrário em pedacinhos num piscar de olho e comemorou feito uma criança.

Depois, por culpa do impacto, ele percebeu que sua mão foi dilacerada pelo vidro e sangrava bastante, mas não se incomodou.

Estava livre!

Ele sorriu vitorioso acreditando estar sozinho, até sentir uma pontada na sua nuca, arrepiando seu corpo. Foi então, que sua consciência pediu que ele olhasse para cima, seus olhos se arregalaram, percebendo a câmera escondida entre os cantos do teto.

— Tem alguém me observando… — ele constatou, sentindo-se burro demais quanta tocou seu rosto, sentindo que metade de sua pele surgia entre a máscara destruída. Até o momento, que tudo era apenas um silêncio ensurdecedor dentro daquele laboratório, ele escutou uma risada abafada, e respirou ofegante, temendo a merda que fez. Havia um segundo andar naquela sala, a porta para ele então foi aberta com delicadeza, revelando sem novidade nenhuma, Phill Green, com toda sua pompa descendo a escada pequena.

Olá, Garoto-Aranha. Como vai a sua reputação, hum? — O cientista apontou para simplesmente, o rosto de Peter Parker em parte descoberto.

Ele não cederia tão facilmente a um humano tão miserável e fraco, e tampouco retiraria o resto do pano de seu rosto, era sua válvula de escape e força.

— É engraçado, pois, eu estava pensando em perguntar o mesmo pra você, cientista maluco. Os bastidores do seu circo são bem suspeitos, mas a mídia está cobrindo bem o seu rosto?

Phill não o surpreendeu quando riu descaradamente.

— Não responder sem meus advogados é uma boa resposta? Você não precisa saber de nada e nem tem como impedir, e ah! Eu não me escondo atrás de uma identidade falsa.

Peter firmou o olhar no homem, confuso, aquilo que ele dizia parecia uma lição de moral.

— Bem, eu achei que sua identidade era de um homem morto… pela própria filha— Peter respondeu, debochado e deixou uma gargalhada escapar ao mencionar Arya, e touché, a guerra de argumentos tinha um campeão. — E sincerão aqui, sua hipocrisia tá me irritando já… Talvez você seja rico demais ou seu cérebro pode ter sido acometido pela química, mas deveria saber que todo mundo tem horário para tudo, e eu, bem, eu tenho os meus! Agora, adeus, ricaço— respondeu, desbocado, olhando para os lados. — Onde estão os seus homens? — perguntou, mais confuso ainda, olhando o cenário vazio envolta deles.

Phill sorriu, enquanto Peter apenas tentou entender. Sem homens, sem perda de tempo, significando caminho livre para ele. Mas, por algum motivo isso parecia divertido para o maluco a sua frente.

Veja! Não tem eles! — o homem gargalhou, dessa vez sendo ele o desbocado em cena. Peter se arrependeu do pensamento, mas ele conseguiu ver uma semelhança no tom e humor do psicopata com a filha, mas dispersou o pensamento, Arya era boa demais perto dele. — Estamos só eu e você, o quê acha?

A tensão começou a ficar estranha. Peter deu um passo para trás, já pensando no caminho de ir embora, seria tão fácil.

— Você pode sair daqui livremente, garoto. Mas somente após acabar comigo, estraçalhar todo o meu rosto, não resistindo aos poderes que lhe foram abençoados com aquela querida aranha. Eu sei que você é capaz e fica reprimindo.

Aquela conversa já estava durando tempo demais, o que fez Peter se sentir obrigado a ignorá-lo, em virtude de sua conduta.

— Vai se foder.

Phill Green não era inocente, mas Peter Parker não matava. Muito menos estraçalhar alguém tão inútil como Phill. Talvez umas teias e a possível denúncia seria o seu melhor trabalho. Além de que ele salvava pessoas, as consequências aconteciam atrás dele através da natureza. E ele tinha certeza que ela arranjaria um jeito de voltar para Phill.
A proposta era tentadora, mas ele precisava se conter em nome de tudo que seus ideais pediam.

— Pode estar me dando as costas, pular da janela, fazer um buraco e fugir, mas se eu fosse você pensaria na proposta. — mais uma vez, ele fingiu não ouvir — Porque agora eu consigo te enxergar.

Novamente uma das mãos de Peter parou na pele descoberta de seu rosto, a raiva reprimida dele passou para ela e sentiu sua unha perfurando a bochecha. Ele fingiria também não escutar aquilo? Ou deixaria para trás, como se não pudesse significar uma tragédia?

— Até onde eu sei, você não precisa de óculos. — Peter respondeu cínico, vibrando apenas metade de seu rosto para trás, encontrando o olhar castanho de Phill.

— Eu te reconheço. Sobrinho da enfermeira do hospital que Cláire trabalhou, elas eram grandes amigas, sabia? E olha que grande coincidência, além de beijar minha filha, ainda é conhecido da minha mulher! — Phill se permitiu quebrar a distância com o garoto, divertindo-se— E agora você é o assassino dela, não é lamentável?  Que mundo cruel é esse nosso tempo moderno. — Ele ousou tocar no ombro de Peter, fingindo uma proximidade mentirosa. Seu rosto aproximou-se do ouvido de Parker, um sorriso formou no lábio do pai de Arabella — Estou falando de sua reputação adorável destruída, e você, abençoado pelos Deuses, continua aí imóvel. Não possui nenhuma resposta a me dizer? Nenhum soco? Ou melhor… Porquê não me mata logo de uma vez?

— Filha da Puta! — Teias, muitas teias foram contra a parede atrás fora a única reação de Peter,  ele lançava elas em seus braços, pescoço, abdômen e principalmente, calando a porra da boca daquele verme. — Não acha que seja suficiente que tenha conseguido me destruir? Eu sei o quê você fez! Eu não sou trouxa, eu sou um herói, vigilante e possuo uma experiência no ramo, você apenas me achou charmoso para tapar a lacuna do culpado da morte da sua esposa! Eu sempre soube que foi você!

Então porquê não contou a minha filha! Phill se questionava, sinceramente confuso, enquanto tentava, mesmo com seus braços presos tocar no seu telefone, mas quando ele conseguiu, o objeto caiu, mas a sua maldita sorte foi que caiu exatamente na hora certa.

— Eu sabia que faria isso, sua aberração… Se não fizer exatamente o que eu ordenei, sua querida tia, a quem eu conheço tanto como mencionei, será morta. Tem alguém com uma bala na cabeça dela nesse instante. — Phill ameaçou, mas a voz saiu de uma mensagem pré-gravada, mas quando Peter pegou o telefone, que nem bloqueio tinha, percebeu que também tinha a notificação de uma live exibida, ele então clicou, revoltando-se com a visão do rosto assustado de sua tia e avistando uma pistola enorme direcionada para seu pescoço. Peter precisou de muita energia para fitar o responsável pelo crime, enfaixado sobre as teias à sua frente. A troca de olhares foi curta, mas significativa, Phill acostumado com uma persona gentil e cheia de piadas infantis, testemunhou a postura de Peter Benjamin Parker mudando abruptamente, com seus traços mais humanos sumindo. O único olho visível sobre a máscara rasgada, teve o seu brilho apagado, tornando-se frio e seu comportamento se irrompeu, virando selvagemente ameaçador. Peter conseguiu realizar o quê tanto Phill Green queria, tornando-se uma máquina sem emoção, o rasgo na sua máscara desta vez meio que combinou com a mensagem que seu corpo e olhos passavam, e sem esperar uma dose de consciência, ele foi logo agarrando pescoço do velho, as teias de sua pele soltaram junto de uma maneira nojenta e sem medir qualquer força, lançou sobre sua face um soco, exigindo de si mesmo nenhum limite contra sua força, porque por mais que ele batesse em bandidos, ele sempre limitava muito do que ele tinha de poder, mas ali, sabendo da sua tia e identidade em risco, o estado mental que ele estava suportando, socar aquele rosto branco e cínico era um desabafo doloroso da mente bagunçada de Peter.

O impacto de seu punho fez o sangue espirrar para todos os lados, causando hematomas no nariz e lábio de Phill.

Phill riu, satisfeito, tocando seu nariz, convicto de que estava ferido. — Você ainda está se limitando, rapaz. Eu não desmaiei, mas devo admitir que estou tonto. Mas agora é o meu show. — Uma frente de fumaça começou a cobrir o local, Parker não entendeu nada, apenas sentiu um cheiro forte que o recordava…

Inseticida?

— Isso é uma piada? — Gritou, arrastando o  homem caído, pelos ombros, causando um impacto sobre a parede atrás e respirou fundo, pensando que havia algo estranho começando acontecer dentro de si,  sentindo sua visão ficar turva.

— Oh, meu deus, vejam só, senão é o Espetacular Homem Aranha enfraquecendo, sentindo o quê é ser humano pela primeira vez! — Phill comemorou, e também sobre os efeitos da química, ele tossia. Peter começou a sentir tontura. — Além dessa fumaça, eu também a injetei em você desacordado, quem mandou se meter no que não devia?

— Eu preciso ver minha tia! — Ele berrou, novamente apertando aquele pescoço até que ele desejando que os olhos de Phill explodisse na sua frente, mas foi surpreso com um chute na sua genital e ao se reerguer, a visão turva e o sentido quase tonto, um soco. Não doeu, mas retardou a luta.

O cloreto de etila apenas o enfraqueceu levemente deixando que Phill pudesse apenas tentar se defender chutando Peter ou conseguindo ter a chance de socá-lo, até não conseguir mais essa proeza, pois a força sobre-humana de Parker parecia mais forte que qualquer químico.

Peter devolveu, com um punho acertado no abdômen e foi desferindo violência mais vezes naquela região torácica, ele podia sentir algumas costelas quebrando, ouvindo os gemidos tornando-se mais altos que antes eram reprimidos por um ego megalomaníaco e um sorriso de lado, eles eram pronunciados a cada golpe, quase como ae fosse uma música de tortura. Phill arranjou forças malignas dentro de si para conseguir erguer os olhos e fitar o selvagem a sua frente.

— É uma tentativa de não deixar rastros da aberração gritando dentro de você? Porquê se for.. — Phill foi dizendo com dificuldade, mas sorrindo tão vilmente. — Todos te acham um monstro sanguinário.

Peter precisou engolir seco toda sua paciência, transferindo tudo para as mãos, ofegante e suado, ele apertou aquele pescoço quase fazendo o cientista morrer sem oxigênio.

— Foi você que pediu isso, seu merda. — avisou, acertando outra vez o rosto de Phill, não satisfeito com a imagem, ele fez a mesma coisa de novo, sentindo o molhado do sangue melando seus dedos, e golpeou mais uma vez, agora notando uma hemorragia descer de seu nariz e quando fez de novo, viu dentes escorregarem de sua boca caindo diretamente nas suas mãos enquanto Phill começava um engasgo com o próprio sangue.

Peter riu jogando os dentes de lado, agora  segurando o rosto realmente destruído de Phillp Green. De repente, ele enxergou uma lágrima delirante escapar de um dos olhos castanhos do ricaço.

Oh! Você está chorando…—  As risadas de Peter eram gostosas demais. Praticamente o som de um Peter Pan maligno. — Nem Arya fez esse feito, mas eu estou? Que indivíduo inútil, um verdadeiro verme perto de mim mesmo, não é? Achou mesmo que iria me conter com inseticida?— ele então com as mãos brutas, virou o tronco do homem para frente, e por um instante apoiando-se sobre o ombro do cientista, ergueu o rosto para a câmera, pensando na segurança da tia e engoliu seco, sabendo que tudo aquilo era apenas para mantê-la viva. O menino, puxando o homem pelos fios de cabelo de trás da cabeça e a ergueu para a parede já vermelha de tanto sangue derramado, e golpeou a primeira vez, e foi golpeando pela segunda, a terceira, percebendo mais dentes dele caindo, mais vermelho pintava a tinta branca da parede, e quando estava prestes a fazer a quarta, escutou um grito ecoando seu nome.

— Você, pare imediatamente.

música citada: Savage, by AESPA.

* O cloreto de etila (\(C_{2}H_{5}Cl\)) é um composto químico inflamável e incolor que pode ser usado como anestésico local, solvente, refrigerante e agente de expansão. 

o quê acharam do capítulo? o que esperam? comentem!

Arte da capa e a separação dos parágrafos feita pela talentosíssima @PERLIM4 ! Queria também agradecer pela ajuda e conselhos que têm me sempre dado sobre o universo do Homem Aranha, principalmente essa cena, eu acho que devo muitos créditos a você, certas vezes 😅

te desejo todo o sucesso do mundo💕💕 galera ela é escritora de fic do spidey hein, se eu fosse vcs seguia ela agora! A personagem dela se chama YUNA e sinceramente, Karma é uma das melhores fanfics do Peter Parker.

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