010
CHARLES LECLERC
japão race week, media day.
Me sentei na cadeira do motorhome da Ferrari e rezei mentalmente. Já tinha uma ideia do que estava por vir, depois do show que Margot deu ontem ao telefone.
John estava de pé, com as mãos apoiadas na mesa de vidro, e seu olhar era tão sério que tirou minhas dúvidas de onde Margot tinha herdado o seu.
- O que diabos você estava pensando, Charles? - Ele começou com sua voz baixa, mas eu podia sentir a irritação.
- Eu... foi um mal entendido. - Tentei responder, mas ele ergueu a mão, me cortando no ato.
- Um mal entendido?! - Ele riu baixo, mas não havia humor algum em seu tom. - Você acha que é assim que um piloto da ferrari deve se comportar? Você representa a marca mais prestigiada do automobilismo mundial, e eu confiei em você para manter uma imagem digna disso.
Mantive meu olhar fixo em um ponto qualquer da mesa, tentando evitar o contato visual.
- Margot exagerou, John. Helena não é... - Vim a tentar me defender, mais uma vez.
- Não me interessa quem ela é! - Ele me interrompeu novamente, sua voz ecoando pelas paredes. - O que me interessa é que você colocou a reputação da minha filha e da ferrari em risco. Você está ciente do impacto que isso poderia ter, certo?
Engoli em seco, sentindo o peso de cada palavra.
- Sim, John. - Respondi, e o encarei.
- Você assinou o contrato sabendo exatamente o que era esperado de você, Charles. - Ele continuou, seu tom mais alto agora. - Eu achei que essa ideia de um namoro falso porque parecia conveniente para ambas as partes, mas agora me pergunto se foi um erro colocar minha confiança em você.
Meu sangue ferveu com a última frase, mas mantive a calma.
- Com todo o respeito, John, eu não pedi para estar nessa situação. Assinei o contrato porque fui pressionado. Isso não é só sobre mim, e você sabe disso. - O retruquei de volta, deixando claro meu descontentamento.
John me olhou por um longo momento, parecia estar encarando até a minha alma.
- Pressionado ou não, você tomou uma decisão. E agora você vai lidar com as consequências. - Ele disse, e então continuou. - Isso significa que você vai fazer tudo o que for necessário para reparar a bagunça que causou. Começando por Margot.
- Margot? - Perguntei, confuso.
- Sim. - Ele assentiu. - Você vai se certificar de que ela não tenha mais motivos para ligar para mim reclamando de você. Não quero mais minha filha passando por um mau entendido como esse.
- Entendi. - Concordei, sem muita escolha.
John se endireitou, ajeitando a camiseta que usava.
- Ótimo. E lembre-se, Charles, um erro a mais e pode considerar sua carreira na ferrari em risco. - Ele deu um sorriso após sua ameaça.
Me levantei da cadeira, sentindo como se um peso gigantesco tivesse sido colocado sobre meus ombros. Saí do motorhome sem olhar para trás, sabendo que o verdadeiro inferno ainda estava por vir.
Não queria ter me colocado nessa situação. Não queria ter que estar passando por tudo isso.
Caminhei pela área da hospitalidade da Ferrari, tentando organizar meus pensamentos. O sermão de John ainda ecoava na minha cabeça, e a ideia de encarar Margot de novo não era nem um pouco animadora. Precisávamos aparecer juntos dentro de 15 minutos, e depois de tudo o que aconteceu, isso parecia uma tarefa impossível.
Ao entrar, avistei Margot sentada em um canto, com os braços cruzados e os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. Ela não parecia ter notado minha presença, e por um momento, pensei em sair antes que ela me visse. Mas sabia que tinha que lidar com isso cedo ou tarde.
Suspirei, passando a mão pelos cabelos antes de me aproximar.
- Por que você está chorando? - Perguntei e um sorriso apareceu em seus lábios. - Seu pai bloqueou o seu cartão crédito?
Ela levantou um pouco a cabeça, passando a me encarar e franzi a testa.
- Você é um idiota. - Ela disparou, com a voz falhando. - E isso é tudo culpa sua!
Mais lágrimas saíram dos seus olhos e olhei ao meu redor, vendo que pessoas já circulavam por aqui e Margot parecia estar armando mais uma cena.
Suspirei, cruzando os braços enquanto a olhava. Já estava cansado e o dia mal tinha começado.
- O que é minha culpa agora, Margot? Do que você está falando? - Minha voz saiu carregada de impaciência.
Margot apertou os lábios, desviando o olhar.
- Meu pai me obrigou a cortar todo e qualquer contato com o Matt, o cara com quem eu estava saindo. - Ela finalmente falou. - Eu gostava dele!
- E isso é culpa minha? - Debochei, arqueando uma sobrancelha. - Não foi você quem assinou aquele contrato?
Margot me olhou feio e meu sorriso aumentou. Me sentia péssimo por admitir que ver ela assim, se ferrando, me trazia serotonina.
- E você esperava exatamente o quê? Que ele te deixasse sair por aí com qualquer um enquanto finge estar comigo? - Continuei a provocando e dei de ombros. - Isso faz parte do jogo, Margot. Você sabia disso desde o começo.
Ela ficou em silêncio, mas as lágrimas continuavam caindo. Estava fazendo uma grande cena a troco de nada.
Revirei os olhos, impaciente.
- Para com o drama, Margot. Nós temos que aparecer juntos em frente às câmeras. - Minha voz saiu mais ríspida do que eu planejava.
Margot não respondeu, apenas continuou encarando o chão, como se eu nem mesmo estivesse ali.
Apertei a mandíbula.
- Se você não aprender a lidar com isso, nunca vai conseguir nada na sua vida. - Minha paciência estava se esgotando. - Vai continuar sendo uma modelo fracassada.
Dessa vez, ela reagiu. Seus olhos se ergueram para mim, carregados de ódio. Seu rosto se tornando vermelho.
- Vai se foder, Leclerc. - Ela disse, a voz um pouco mais alta.
Margot então secou as lágrimas com a manga do suéter e se levantou sem nem me olhar, caminhando apressadamente até o banheiro.
Fiquei parado, observando-a sumir porta adentro.
Bufei, passando a mão pelos cabelos. Essa garota era um pesadelo.
Queria que John conseguisse logo o que queria para que eu pudesse me livrar dela. Não aguentava nem mesmo olhar no rosto de Margot por muito tempo.
Minutos depois, Margot saiu do banheiro. Seu rosto estava limpo, e ela aparentemente tinha retocado a maquiagem. Não havia mais sinal do choro de antes.
- Vamos. - A loira disse apenas, estendendo a mão para mim.
Segurei sua mão sem hesitar, entrelaçando nossos dedos, e começamos a caminhar pelo paddock. Cada passo dado parecia mais pesado que o anterior, estava me esforçava para colocar um sorriso no rosto.
Os flashes dos fotógrafos que estavam aos redores, disparavam de forma rápida a medida que caminhávamos. Olhares curiosos nos seguiram, e cochichos se espalharam pelo ambiente.
Eu mantive a expressão neutra, um leve sorriso no rosto, como se nada estivesse acontecendo. E pelo que vi, Margot fazia o mesmo.
Afinal, era isso que esperavam de nós.
[...]
oi oi !! até o final eles vão se matar 😭
META DE VOTOS: 200 !!!! o wattpad ainda não tá entregando notificação que odiooooo
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