Capítulo 08
Olha só quem chegouuuuuuu... Desculpem se houver erros e bora, bora e bora!!!! Fuiiiii..!!
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Beto Cabral
Espero que Diana comece a gritar, espernear, jogar um monte de maldições em mim, mas nada acontece. Ela me encara com seus lindos olhos verdes acinzentados como se não acreditasse nas palavras que saíram da minha boca. Eu continuo firme na minha posição, pois estou decidido a não dar mais continuidade a esse relacionamento. Tudo bem que o beijo louco e bastante delicioso de Nardelli, que me tirou totalmente de órbita, foi uma das coisas que me impulsionaram a tomar essa decisão. Mas com certeza o beijo não foi tudo, não foi mesmo, por que esse meu relacionamento estava mais sem sentido que qualquer outra coisa. Eu não posso negar que a mulher na minha frente é muito linda, linda de fazer qualquer homem se orgulhar de tê-la ao seu lado, mas a beleza não é tudo.
Pelo menos para mim, isso nunca significou muito, não posso falar pelos outros. Mas Diana é uma mulher difícil de se conviver, não que algumas pessoas não sejam também, só que há casais que mesmo com as personalidades difíceis de lidar eles conseguem chegar a um denominador comum nos seus relacionamentos. O que não é o meu caso com ela, por que Diana quer mudar quem eu sou e isso eu não posso aceitar. Ela tenta de todas as formas me controlar para o seu bel prazer, mas eu não sei quase nada de sua vida ou da sua rotina. Tudo o que eu sei sobre ela é por causa dos seus posts nas suas redes sociais, mas fora isso eu não sei nada. É claro que muitas pessoas podem até pensar que era por falta de interesse meu, mas não é bem assim, eu não sou esse tipo de cara.
Eu sempre quis conhecê-la mais, mas ela tinha mais coisas para se preocupar do que ter um encontro como namorados normais que devem aprender um pouco sobre cada um. Sim, eu queria sair com ela para jantar nos restaurantes aqui em Lisboa, queria fazer perguntas sobre a sua infância, e responderia sobre todas as suas perguntas se assim ela viesse a me perguntar. Eu sou um cara romântico, pode até não parecer muito, mas durante a minha vida eu estive apaixonado mais vezes do que eu deveria admitir. Chega até ser ridículo como eu fui esnobado pelas mulheres que eu estive apaixonado, e uma delas foi Analú.
Lembro muito bem no dia que eu cheguei para ela e disse que estava gostando dela de verdade e que queria uma chance para nós dois. Ela chegou bem na minha cara e disse que eu não seria nada na minha vida além de um mero manobrista. Que merda cara! Ouvir as palavras de Analú foi como jogar um balde de realidade na minha cabeça. Foi ali que eu percebi que as pessoas podem machucar seu coração com pouquíssimas palavras, por que doeu demais ouvir isso da menina que estava apaixonado. Mas agora olha onde estamos não é mesmo? Ela continua no restaurante, onde é um emprego muito digno, e eu estou aqui em Lisboa trabalho para um dia Aandreozzi. Coisa louca né?
- Você não estás a falar isso! - Diana fala depois de muito tempo chamando minha atenção.
- Sim, Diana, eu estou e tenho certeza que deveria ter feito isso a muito tempo. - Fui totalmente firme com minhas palavras.
- Não, não pode ser isso assim. - Ela disse negando com a cabeça.
- Claro que pode, nosso relacionamento já não estava indo bem a muito tempo. Eu estava empurrando com a barriga para ver até onde iria, mas vendo você na minha sala como se fosse a dona do lugar me fez ver que não dá mais. - Apontei irritado na direção dela sentada na minha cadeira.
- É disso que estás a tratar, Roberto? Você está irritadinho por que entrei na sua sala? - Diana diz entre dentes e eu respiro fundo.
- Não Diana, não e só sobre isso, mas isso também. Já falei a você várias vezes que aqui eu sou o chefe e você não pode vir aqui e entrar como se fosse o seu lugar para controlar. - Falei duramente e ela fez uma cara de ofendida.
- Mas eu sou sua namorada, eu tenho todo o direito. - Ela reclama e eu reviro os olhos.
- Aqui eu não sou seu namorado, que na verdade eu não sou mais mesmo. - Expliquei o óbvio. - Aqui eu sou o chefe, nada mais além disso. - Terminei e ela levantou na minha cadeira mostrando sua irritação.
- Estás louco? É isso, tu está a ficar louco! - Diana fala entre dentes e tenho vontade de rir da sua súbita loucura.
- Eu não estou louco Diana, eu estou o mais lúcido que nunca. Eu nunca pensei que pudesse enxergar as coisas do jeito que estou vendo agora. - Falei em tom baixo e ela negou com a cabeça rindo.
- Vamos nos casar Roberto, eu já disse que isso vai ser muito bom para nós dois. - Diana explica e eu nego horrorizado.
- Você ainda continua com essa ideia absurda de que vamos nos casar? - Pergunto ela rodeia a mesa para vir na minha direção.
- Sim, eu tenho certeza que vamos ser um par muito lindo, cada vez que estamos juntos somos sucesso nas mídias sociais. - Diana começa a explicar de modo calmo enquanto vem na minha direção.
- Eu não ligo para toda essa merda de rede social, Diana. - Falei cansado e ela me alcançou. Olhei para suas mãos no meu ombro e isso começou a me incomodar.
- Querido, olhe para mim. - Ela pediu em tom sexy como sempre faz.
- Isso não vai funcionar dessa vez, Diana. - Falei me afastando dela quando o meu incômodo começou a aumentar.
- Você estás me evitando? - Ela perguntou como se não acreditasse.
- Diana, eu estou falando sério quando digo que estou terminando com você. Não tem mais volta, eu não quero mais. - Olhei bem dentro dos seus olhos quando disse cada palavra.
- Isso não pode ser verdade. - Ela murmurou como se não acreditasse.
- Claro que é verdade, eu não sou um homem de brincar ou de fazer joguinhos para ter as mulheres. - Falei ofendido e ela tentou me alcançar novamente.
- Vamos lá, vem aqui, eu vou fazer você entender novamente como somos bons juntos. O nosso sexo é alucinante, isso prova que podemos ficar bem. - Ela disse e foi impossível não fazer uma careta de desgosto.
- Eu nunca faria algo assim com você, tudo bem que somos muito bons na cama, você é uma mulher bonita e tudo mais. Mas eu te valorizo acima de qualquer coisa, não vou te usar e depois te descartar assim. - Minha voz saiu dura e ela me olhou como se estivesse realmente louco.
- Não é possível que estás a falar isso para mim. - Diana deu um passo para trás.
- Sim Diana, eu estou falando muito sério. - Concordei com a cabeça.
- Roberto, podemos conversar, podemos nos resolver. O Fábio disse que você e eu poderíamos casa na primavera, o que achas? - Diana falou piscando algumas vezes e eu soltei um som frustrado.
- Diana, entenda o que estou te falando. - Fiz uma pausa. - Eu não vou me casar com você e muito menos darei continuidade a esse relacionamento falido. Eu mereço mais que isso, você merece mais que isso.
- O que está dizendo? Mais do que? O que é esse mais? - Diana perguntou confusa e irritada.
- Amor, Diana, esse é o mais. Amor, você entende? - Gesticulei para tentar faze-la entender e ela começou a rir.
- Amor, Roberto? Sério mesmo? - Ela gargalhou forte.
- Eu falo tão sério que nem você mesma é capaz de entender. - Dei um sorriso sem graça fazendo sua risada cessar.
- Eu não vou deixar você terminar comigo assim. - Ela disse com seu rosto transformado em raiva.
- Você não tem que deixar ou não deixar nada Diana. Acabou! - Falei firme e ela negou com a cabeça.
- Eu não sou uma mulher que é abandonada assim, eu não aceito isso. - Diana disse e foi a minha vez de rir.
- Você ainda não entendeu, não é? - Perguntei ainda rindo, mas logo meu sorriso morreu. - Eu não amo você, eu não vejo futuro em nós dois e eu não vou ficar em um relacionamento só por que você quer. - Falei calmante e ela fez um som de repulsa.
- Já sei exatamente o que você estás a fazer. Isso, agora eu sei! - Ela disse irritada, apontando o dedo na minha direção.
- O que? - Perguntei confuso.
- Não sei como, mas você sabe que eu descobri que você foi para as bodas dos patriarcas da família Aandreozzi e não teve a decência de me levar como sua namorada. - Diana começou a divagar e começou a andar de um lado para o outro na minha sala. - Não sei por que você quer esconder dessa família tão importante na Europa sobre o nosso relacionamento, acho que é por que você quer ficar com toda a atenção, estou correta? - Diana perguntou pingando ódio.
- Mas que porra você acabou de dizer? Você não pode estar falando sério. - Olhei para Diana de forma estranha
Fiquei esperando que Diana começasse a dizer que era uma brincadeira, uma brincadeira totalmente sem graça, mas uma brincadeira. Só que nada disso aconteceu, ela estava realmente acreditando em cada palavra que saia de sua boca, e isso estava deixando de ser um término de namoro para se transformar em uma besteira sem tamanho. Mas foi aí que a realidade caiu sobre mim como uma merda muito pesada e pronta para me lavar a morte de forma rápida. Diana não está comigo por causa de quem eu sou, de como eu posso ser um cara legal para ela, não, ela está comigo para usar a fama mundial que a família do meu chefe tem para subir na sua carreira. Mas que merda é essa? Como foi que eu nunca vi isso? Como eu vivi isso? Como foi que me deixar levar por esse namoro maluco com uma mulher controladora e totalmente egoísta? Mas que merda de homem eu sou porra? Não é possível que eu esteja me sentindo tão no fundo do poço que me deixei levar por toda essa merda. Eu não consigo lidar com tudo isso assim, por que eu insisto em dizer que não sou um cara ruim, mas ser trouxa já é demais.
Eu não posso permitir que as pessoas me usem dessa maneira, por que se eu sou o que sou agora. Ou se aquela família reconhecida mundialmente confia em mim ao ponto de me auxiliar em ser o profissional que sou hoje é por que eu mereci e fiz por onde. Foda-se toda essa merda! Eu não sou mais aquele manobrista que não tinha nada, somente a vontade que querer ser. Não! Eu jamais vou deixar que alguém me use de escada para subir, eu fui muito bem-criado e amado pelos meus pais para deixar que uma modelo em ascensão abuse de mim dessa forma. Diana pode ser uma das mulheres mais lindas que já conheci na minha vida, mas sua beleza acabou de cair por terra quando notei a quão tóxica ela é. E é com esse pensamento em mente que vou decidido até a minha mesa e ligo para Raúl o chefe de segurança da empresa.
- Raúl, por favor, venha até minha sala. Agora mesmo! - Pedi como o chefe que sou e ele confirmou do outro lado da linha.
- Estás a me ouvir, Roberto? - Diana gritou e eu respirei fundo e neguei.
- Não Diana, eu não tenho mais nada para dizer ou ouvir de você. - Falei tão calmante que fez ela arregalar os olhos. - Agora quero que você use de todo o respeito que lhe dei durante o nosso relacionamento e me respeite ao ponto de sair daqui. - Pedi e ela franziu o cenho.
- Como é? Estou a ouvir corretamente? - Ela perguntou e eu assinto.
- Sim, eu quero você longe da minha empresa, e principalmente longe de mim. Não posso aceitar ficar no mesmo ambiente de uma pessoa como você. - Falei colocando os meus braços para trás.
- Você não pode fazer isso comigo! - Diana disse com o rosto vermelho de raiva.
- Eu tanto posso que vou. - Nessa hora ouço um toque na porta e Raúl entrou com toda sua forma grande e musculosa. - Obrigado por vir Raúl.
- Estou à disposição Senhor! - Ele disse de modo profissional e Diana olhou de Raúl para mim.
- O que significa isso? - Diana pergunta e eu soltou um suspiro leve.
- Raúl está aqui para te mostrar a saída, Diana. E a partir do momento que você sair quero que você lembre que eu não sou nenhum tipo de trampolim para te fazer alavancar. E que a nossa história termina aqui, se é que teve alguma história. - Falei seriamente e ela começou a negar com a cabeça, mas eu a ignorei totalmente.
- Raúl, por favor. - Falei apontando para Diana que começo a se descontrolar.
- Vamos senhora! - Raúl dá um passo para frente e Diana se afasta.
- Não toque em mim! - Ela grita e Raúl olha na minha direção e eu assinto com a cabeça enquanto sentava na minha cadeira.
- Me solte! - Diana grita, mas Raúl começa a tira-la da minha sala. - Isso não ficará assim Roberto, escreva o que estou te dizendo. - Ela falou com raiva e eu respirei fundo.
- Adeus Diana! - Falei cansado.
Observei os seguranças, juntos com Raul, tirar Diana da minha frente e fechar a porta do meu escritório. Assim que me vejo sozinho eu fecho os olhos e coloco a cabeça entre minhas mãos. Que merda!
- Senhor Cabral, o que acabou de acontecer aqui? - Ofélia entra na minha sala com os olhos arregalados.
- Oi Ofelita! - Falo sem calor, dando um sorriso sem graça.
- Aquela ela a senhorita Teixeira? - Ela pergunta e eu confirmo com a cabeça.
- Sim, parece que ela não aceitou nosso término tão bem assim. - Dei de ombros Ofélia me olhou sentida.
- Entendo, mas ela não te merecia. - Ofélia fala e eu olho na sua direção.
- Você também acha isso? - Perguntei me sentindo um idiota.
- Claro que sim, Senhor! Ela é uma mulher muito estranha. - Ofélia disse e meu corpo inteiro se arrepiou. - Fico feliz com isso, Senhor!
- Obrigada Ofelita! - Agradeci apertando minhas têmporas.
- O senhor chegou a almoçar? - Ela indagou e eu neguei. - Então volto já com o seu almoço, tudo bem? - Ela disse de modo maternal e eu assenti.
- Muito obrigada Ofelita, você é um anjo. - Dei um sorriso de lado e ela sorriu também.
- Volto logo. - Ela disse e saiu logo em seguida.
Tentei me concentrar em outra coisa que não seja na minha decepção com Diana, mas nada me fazia esse feito. Principalmente quando o meu celular começou a apitar com mensagens e mais mensagens de uma Diana muito furiosa. Olhei para a tela do meu celular e decidi desligar o aparelho para evitar mais frustrações. Quero evitar de me irritar com pessoas que não merecem isso de mim, sendo assim me afastar é o melhor. Pouco tempo depois Ofélia voltou trazendo meu almoço e eu estava com tanta fome que demorei em pouco minutos. Quando terminei meu almoço eu pedi a Ofélia que não me passasse ligação de ninguém, por que eu tinha que estudar bastante o contrato com os holandeses. Eu precisava focar no meu trabalho e não me preocupar com outras coisas sem importância agora. E como eu tenho a melhor secretária do mundo, ela simplesmente me deixou o mais em paz possível.
No final do dia eu estava bastante cansado, mas ao mesmo tempo bastante realizado com o meu trabalho feito. Percebi que tinha chegado a minha hora de ir embora e por isso me despedi liberando Ofélia para ir para sua casa também. Tive que chamar um táxi para poder ir embora, por que como eu vim direto do aeroporto para cá eu não tive como deixar o meu carro em outro lugar. Eu até pensei antes de decidir ir para São Paulo em deixá-lo aqui na garagem da empresa, mas eu tinha desistido da hipótese. Agora eu me arrependo amargamente, mas é a vida. O táxi não demora muito a me levar para casa, assim que olho a fachada do prédio onde moro eu me sinto satisfeito por estar em casa.
- Olá senhor Peixoto! - Falo com o meu zelador e ele abre um sorriso ao me ver.
- Olá Senhor Cabral, fez uma boa viagem? - Ele pergunta e eu sorrio assentindo.
- Sim, foi tudo ótimo. - Contei e ele sorriu largamente. Lembro de algo e minha expressão fica séria. - Peixoto, eu queria te dizer que a senhorita Diana Teixeira não é mais autorizada a subir para o meu apartamento. - Ele me olhou de forma confusa por um tempo, mas depois voltou a sorrir.
- Tu bem senhor, estou sob aviso agora. - Ele disse de forma prestativa,
- Muito obrigado, agora tenho que ir, preciso descansar. Hoje o dia foi muito cansativo. - Falei soltando um som cansado.
- Tenha um bom descanso senhor. - Peixoto disse e eu acenei agradecido enquanto virava para ir em direção ao elevador.
Ao chegar no meu apartamento eu larguei minha mala em qualquer lugar e fui tirando o meu terno de trabalho, jogando-o no meu sofá muito confortável da cor cinza. Olho em volta do meu lugar e suspiro triste por perceber que o meu lugar é muito lindo, masculino e prático, mas de qualquer jeito ele está tão vazio quanto estou me sentindo no momento. E isso é tão triste que chega a beirar o ridículo. Soltou um bufo com os meus pensamentos solitário e vou selecionar uma música para tocar no meu incrível aparelho de som. Vestindo somente a minha cueca boxer preta eu vou selecionar uma playlist para tocar enquanto vou tomar um banho. Gosto muito de ouvir música e quando estou no conforto do meu lar solitário a primeira coisa que faço é ligar o meu som para me distrair.
A primeira música que começou a tocar foi Convivência - Verso de Nós, soltei um bufo indignado com a escolha aleatória da música, mas também não quis ter o trabalho de tirar. Por que eu gosto muito dessa música para que o meu termino com Diana mude isso. Aumentei o som e fui tomar meu banho, eu precisava tirar todo o estresse do dia de hoje e a amargura que as palavras que minha ex-namorada deixou em mim. Eu sou muito forte para me deixar abater por palavras como as dela, que me fez sentir como um objeto, um brinquedo que as pessoas podres como ela podem usar como bem entender. Não, eu não sou isso, eu não sou assim! Balanço minha cabeça para me livrar de tudo isso e balanço o meu corpo ao som de Pouca Pausa - Clau. Ainda cantando e dançando eu vou até o meu quarto por que eu preciso tomar um banho.
Assim que entro no meu banheiro, tiro minha cueca, jogando-a em qualquer lugar e entro debaixo da ducha quente. Meu corpo relaxa na mesma hora ao sentir a água bater na minha pele, mas quando fecho os meus olhos sou surpreendido com a imagem nítida de Nardelli. Oh caramba! Um arrepio sobe na minha espinha quando a lembrança do seu beijo vem com tudo em minha mente traidora, consigo sentir as mesmas sensações que ele me deixou e isso é tão estranho, mas ao mesmo tempo tão quente e acalentado. O desejo que esse homem transmitiu para mim somente com um beijo foi tão arrebatador e fascinante que meu pau fica duro na mesma hora. E como uma infeliz coincidência começa a tocar a música Seus Sinais - Di Ferrero e minha mente viaja mais ainda em Augusto Nardelli, no seu corpo, no seu cheiro, no seu toque forte e principalmente no seu olhar de dor.
"Foi quando eu parecia estar
Indo pra nenhum lugar
Numa noite eu te encontrei
Mas não sabia o que falar
Sugeri um outro Bar
Você riu e disse ok
Andamos sem perceber
E numa esquina qualquer
Envolta da gente o céu
E A lua como um farol
Mas você brilhava mais
E toda a cidade
Acordou só pra te ver passar
Eu fico aqui pensando se seus dias são iguais..."
Ao terminar a música eu percebo uma coisa, que eu quero sentir o que eu sentir com ele novamente. Sim, é tão complicado pensar nisso logo após o término do meu namoro com Diana, mas é isso o que estou sentindo e não posso negar isso a mim. Não é mesmo? Fecho os meus olhos com força e desligo o chuveiro, por que eu não posso mais ficar aqui, por que se assim for eu vou ficar pensando em coisa que agora eu não deveria pensar. Então é melhor dar uma pausa, comer alguma coisa e depois ver o que será melhor para mim. Se eu devo fingir que nada aconteceu ou correr atrás para saber exatamente o é esse misto de sentimentos que esse homem turrão deixou em mim.
- Beto, porra! - Ouço alguém me chamando e fortes batidas na minha porta. O que é isso? - Vamos lá seu idiota, abra a porta! - Espera, eu conheço essa voz.
- Lutito? - Falo confuso e dou uma pausa no som e caminho até a porta com a toalha amarrada na cintura.
- Beto, eu quero te matar por desligar a merda do seu celular e não retornar a porra da minha ligação seu maldito bastardo! - Luti disse irritado assim que abro a porta do meu apartamento. Arregalo os olhos ao perceber que ele não está sozinho.
- Mas o que aconteceu? - Pergunto como um abestalhado e olho para os outros. - Oi gente! - Atrás de um Luti muito irritado está Ângela, Giovanna, Laila, Andrea e até mesmo a Nonna Francesa.
- Onde está o seu celular, Beto? - Ângela pergunta e eu arregalou os olhos.
- Oh cara, eu desliguei o celular por que Diana estava me enchendo o saco porque terminei com ela. - Expliquei rapidamente e a expressão de todos mudou de curiosos e irritados para feliz.
- Você terminou com a Diaba, quer dizer, Diana? - Luti perguntou e eu não pude deixar de rir. Dei passagem para todos entrarem, mesmo me sentindo muito confuso com a presença deles tão repentina.
- Menos uma porra de pedra piranha no caminho. - Nonna disse passando por mim e pedindo para eu abaixar para ela deixar um beijo na minha bochecha.
- Apartamento legal! - Ouço Andrea falar e Laila concordar ao seu lado.
- Muito bom gosto, Beto. - Laila fala e eu agradeço.
- Olha, não é que eu não esteja feliz em ver vocês aqui e tudo mais, apesar de ser bem estranho, mas o que está acontecendo? Eu não estou entendendo nada. - Falei totalmente confuso e Giovanna soltou uma risadinha.
- Coitado, está bem confuso. - Ela fala rindo e Nonna Francesa toma a frente para explicar.
- Olha só Beto, eu não sou uma mulher de ficar enrolando. E adoro ver de camarote quando um casal resolve finalmente tirar a cabeça para fora da bunda para poder se resolver. Mas quando eles são muito lentos e medrosos alguém tem que tomar a iniciativa. E esse alguém somo nós. - Ela apontou para todo mundo e eu cocei a minha nuca.
- Sim, acho que entendo, não sei. - Falei tentando entender.
- Não meu lindo você não sabe, mas tenho certeza que agora você vai saber. - Nonna disse me olhando de modo malicioso.
- Beto, olha, eu te liguei mais cedo para dizer que Enzo foi informado que Nardelli, depois que saiu apressado do jantar, ele sofreu um acidente e levou um tiro. - Ao ouvir isso o meu corpo inteiro ficou rígido e coração começou a acelerar de modo louco.
- Como é? Ele levou um tiro? - Perguntei de forma histérica e todos assentiram. - Ele está bem? Como isso aconteceu? Onde foi esse tiro? Por que ele levou um tiro assim? - Desembestei a perguntar.
- Ei homem, calma! - Andrea disse e eu olhei na sua direção.
- O que Enzo disse? - Perguntei com o cenho franzido e Andrea negou.
- Ele não disse nada, somente que Nardelli levou um tiro. - Andrea dar de ombros e eu começo a andar de um lado para o outro. Como assim o velho homem turrão levou um tiro? Por que estou me sentindo tão incomodando com isso?
- Eu tenho... - Parei de falar quando percebi o que ia sair da minha boca.
- Você o que, Beto? - Angel perguntou e eu olhei para ela e Luti.
- Sim amigo? - Luti me incentiva a falar.
- Oh caralho! Eu quero ver aquele homem ignorante e turrão que me beijou e fugiu como se eu tivesse uma doença. - Soltei irritado e isso fez todo mundo rir do modo que eu falei.
- Grazie a Dio, eu pensei que ia ter que chutar seu traseiro bonito, meu menino bonito! - Nonna Francesa disse soltando um assobio.
- Finalmente! - Angel e Luti disseram ao mesmo tempo.
- Se eu fosse você eu trocaria de roupa para podermos ir. - Laila diz apontando para mim e eu me dou conta que estou de toalha.
- Ai caramba, esqueci! - Falei e ela fez um gesto de desdém. Me virei para ir em direção ao meu quarto, mas parei abruptamente. - Eu não posso largar a empresa assim, tenho um contrato importante para negociar com os holandeses. Eu não... - Não terminei de falar por que Luti estava levantando a mão para me impedir de continuar.
- Pode ficar tranquilo com relação a isso, Filippo disse que amanhã você ligar para ele e vocês resolvem isso. - Luti disse e eu olhei para ele de forma estranha.
- Amigo, você não fez seu marido, muito exigente, me liberar do trabalho, não é? - Perguntei cerrando os olhos e Luti negou sorrindo carinhosamente.
- Não amigo, acredite quando eu digo que até o Ursão quer que você e o Nardelli resolvem isso de vocês de uma vez por todas. - Luti disse me deixando confuso demais.
- Vai amigo, coloque uma roupa e faça uma mala, temos um lugar para te levar. - Angel disse e eu dei um pulo.
- Eu te ajudo, a arrumar suas coisas. - Nonna disse e eu olhei para trás.
- Mentira, a senhora que ter a oportunidade de ver o meu corpo nu. - Brinquei e ela sorriu alegremente.
- Fui pega no pulo! - Nonna disse colocando a mão no peito e todo mundo caiu na risada.
Sem pensar em mais nada eu corri para o meu quarto, peguei uma calça jeans qualquer, uma camisa gola v de manga comprida, coloquei meus velhos tênis, passei os dedos nos fios rebeldes do meu cabelo e pronto. Decidi pegar a mala que já estava pronta na sala, pois todas as roupas estavam lavadas por minha incrível mamãe, então com isso decidido somente pegar minha mochila para poder levar meu notebook, celular, carregadores e outras coisas que preciso. O que será que aconteceu com o Augusto? Ninguém me disse nada exatamente, mas tudo o que eu consigo pegar é que eu preciso está com ele. Isso é uma loucura, só pode ser. Paro de repente e tomo a decisão de deixar tudo para lá e ir para onde eu quero ir. Foda-se tudo!
Saio de casa totalmente de modo automático e quando dou por mim estou sendo arrastado para dentro do jatinho. As duas horas passaram como um martírio para mim, mesmo com a conversa animada entre Nonna Francesca, os cônjuges de seus netos, Gio e Angel, eu estava tão desligado de tudo que não prestava atenção em nada. Mas enfim chegamos em Milão, assim que aterrissamos já tinha a nossa espera uma leva de carros e seguranças para nos escoltar até o nosso destino. Destino esse que não faço ideia de onde seja, mas como confio muito nessas pessoas eu me deixei ser guiado por eles. Chegamos em um prédio bonito, localizado um pouco mais afastado do centro da linda Milão, mas um bom lugar. Sou surpreendido quando ninguém além de Andrea sai do carro, olho para Luti que sorri e me incentiva a ir com o anjo de Enzo.
- Beto, ali é o apartamento de Nardelli. - Andrea fala assim que saímos do elevador. - Ele chegou hoje à tarde do hospital, e como é um homem muito teimoso não deixou que ninguém fique perto por muito tempo. - Andrea explicou e eu somente assenti distraído.
- Certo! - Falei em tom firme e perdido e ele deu um sorriso curto.
- Você quer um conselho de um homem que é casado a quase seis anos? - Andrea perguntou e eu engoli em seco concordando com a cabeça. - Seja você mesmo! - O sorriso dele se alargou e eu me vi relaxando de repente.
- Pode deixar! - Minha voz saiu mais segura e Andrea apertou meu ombro.
- Boa sorte, amigo! - Ele disse e foi entrando no elevador logo em seguida.
Respirei fundo várias vezes até que comecei a andar em direção a porta que Andrea me indicou. Assim que chego em frente eu levando a mão para bater, mas desisti na mesma hora. Por que isso é tão difícil? Estalo os dedos algumas vezes, ando de um lado para o outro pelo corredor, xingo baixinho algumas vezes. E quando sinto minha barriga roncar eu decidi parar com o meu pequeno surto, por que eu estou morrendo de fome e esse homem turrão terá que arcar com a responsabilidade de me alimentar. Ele me beijou, ele me deixou confuso e de pau duro, então ele tem que se responsabilizar. E com essa nova onda de coragem eu bati várias vezes na madeira da porta, começo a ouvir uns choramingos caninos no outro lado e franzo o cenho, mas não perco tempo e bato novamente na porta.
- Ti risponderò, diavolo! Calmati, cazzo! (Já vou atender, inferno! Acalme-se porra!) - Ouço a sua voz rouca e carregada com seu sotaque e um sorriso largo se abriu no mesmo momento.
Não respondo o que homem turrão disse e volto a bater na porta, ele solta mais algumas maldições e de repente a porta é aberta e lá está ele. Engulo em seco ao perceber que Nardelli está usando somente uma calça de moletom escura, com seu peitoral amplo recheado de pelos grisalhos, com algumas tatuagens espalhadas entre seu peito e seus braços. Levanto minha cabeça após a averiguação sem receio que eu dei no seu corpo, e o que encontro no seu rosto é confusão com uma mistura eletrizante de raiva contida. Ignoro sua raiva e foco no machucado no seu ombro, ao notar que ele realmente levou um tiro quem fica irritado sou eu.
- Roberto, que merda você está fazendo aqui? - Ele fala em um forte italiano e eu reviro os olhos.
- Eu estou aqui para que você assuma a responsabilidade por ter me beijado tão bem daquele jeito, me deixando duro feito pedra, para que logo depois me deixasse a ver navios, e indo levar um maldito tiro logo em seguida. - Falo entre dentes e ele se assusta dando um passo para trás.
Aproveito o seu afastamento repentino e aproveito para entrar no seu lugar como se estivesse sendo perseguido por vários moribundos assustadores. Ouço um rosnado baixo e viro a cabeça para encontrar a porra do maior e mais lindo Pastor Alemão que já vi na minha vida. Dou um sorriso para o enorme animal e dou minha mão para ele cheirar, assim que fareja o meu cheiro o danado começa a abanar o rabo como um louco.
- Mas quem é a coisinha mais linda e assustadora do mundo inteiro? Vem cá coisa linda! - Falo feliz da vida, ignorando Augusto e minhas bagagens totalmente, para me abaixar e apreciar esse lindo espécime canino. - Mas olha, você é uma garota! - Me surpreendo quando a linda garota vira a barriga para que eu a acariciei.
- Yuma! - Ouço a voz de Augusto e viro sorrindo para ele, que olha sem entender para a sua cadela.
- Esse é o nome dela? Uma grande garota, para um grande nome. Olá Yumazita! - Falo de modo apaixonado para a Yuma que começa a me lamber.
- Dio onnipotente! Não é possível que isso esteja acontecendo, porra! - Nardelli resmunga irritado e eu levanto virando na sua direção.
- Não adianta resmungar, Nardellito, eu não vou sair daqui até resolvermos isso entre nós. - Falo seriamente e vejo ele trincar o maxilar e cerrar o punho direito.
Olho para esse homem que anda mexendo com minha cabeça e me pergunto se foi uma boa ideia ter vindo para cá. Mas quando o focinho gelado e molhado de Yuma toca a palma da minha mão eu sorrio a perceber que sim. Foi uma ótima ideia!
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EU TÔ GRITANDO COM A CORAGEM DESSE BETITO!! KKKKKKKK..
Ai minha gente, eu espero que vocês tenham gostado do capitulo, eu vou estar esperando por você no nosso próximo encontro.
Um grande beijo turbulento e amo você Biscoitinhos!!!
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