Capítulo 07
Alguém quer Betito ai???? Haa.. muito obrigada pelas estimas de melhoras, amo você! Desculpem se houver erros e bora, bora!!
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Beto Cabral
Estou paralisado feito um idiota observando Augusto indo em direção a saída da mansão, tento mais uma vez chamar seu nome e isso faz com que ele pare por um momento e olhe na minha direção. O que tinha no seu olhar me fez dar um passo para trás, o que eu acabei de ver nos seus olhos foi uma tristeza tão profunda que fez o meu próprio coração doer. Eu o conheço há seis anos, sempre o via nas festas produzidas pela família Aandreozzi, mas eu nunca vi essa tristeza. Eu não vou negar que sentia que ele precisasse de um amigo, por que Nardelli sempre foi tão sério e tão raivoso, mas essa tristeza? Essa tristeza eu nunca realmente tinha visto e Deus, isso doeu muito.
Tento entender o que acabou de acontecer, tento muito duro mesmo, mas não consigo chegar a nenhuma resposta. Aquele beijo que compartilhamos foi algo totalmente inesperado para mim. Eu nunca senti em toda a minha vida o que estou sentindo agora, mas para falar a verdade eu não sei muito bem o que estou sentindo. Merda! Mesmo com toda essa confusão desembestada que está a minha cabeça, eu posso dizer com muita certeza que eu gostei do beijo. Não, gostei não, eu caralho adorei esse bendito beijo. Mas por que isso está acontecendo comigo justamente agora? Como eu posso ficar tão louco com um beijo dando por um homem? Eu não sei a resposta, principalmente por que eu nunca me senti atraído por nenhum homem antes.
Isso mesmo, eu nunca me vi beijando um homem, eu nunca senti um tesão absurdo ao sentir o gosto de outro homem na minha boca. Ah cara, para! Como eu poderia sentir qualquer merda de sabor sendo que eu nunca fiquei com um cara, não é mesmo? Tudo bem, eu posso admitir que eu já fui muitas vezes paquerado por homens, homem que me queriam na sua cama, mas eu nunca, nunca em toda minha vida sentir uma fagulha se quer. Chega até a ser engraçado isso, por que tenho certeza que qualquer um que me visse do jeito que estou, com o pau duro e perdido, poderia dizer que estou de brincadeira com sua cara. Mas juro que isso não é verdade, porque eu não sou homem de mentiras.
- Beto! Beto, meu amigo! - Ouço a voz de Luti me chamar e só consigo olhar para ele de forma confusa.
- Beto, você está bem? - Sinto o toque de Ângela no meu ombro direito.
- Eu... eu acho que estou. - Falei após piscar várias vezes.
- O que acabou de acontecer aqui? – Luti me pergunta e eu nego com a cabeça.
- Eu não faço a mínima ideia. - Dou um sorriso sem graça e Angel me olha de forma estranha.
- Amigo, vimos Nardelli sair daqui com pressa. - Ela disse e eu assinto com a cabeça.
- Sim, eu tentei chamá-lo. mas ele não parou. - Falo ainda desnorteado.
- Você vai nos dizer o que aconteceu aqui? - Luti perguntou e eu respirei fundo.
- Dizer o que Luti, se nem eu ao menos sei o que acabou de acontecer. – Indaguei abrindo os braços e ele assentiu olhando para Angel.
- Vimos quando Nardelli te puxou para longe das pessoas e ficamos com medo que ele pudesse... - Angel não continuou a falar por que eu a impedir levantando a mão.
- Que ele pudesse me machucar? - Perguntei e ela concordou. - Ele não faria isso comigo, eu sei disso, eu sinto isso. - Tive uma súbita vontade de defendê-lo para que não restasse dúvidas.
- Tudo bem, eu tenho certeza que não. - Luti disse e eu relaxei imediatamente. - Então você vai conversar sobre isso? - Luti perguntou e eu olhei para ele tentando achar um jeito de me esquivar, mas acho que não será impossível.
- Eu não sei como aconteceu, ou por que aconteceu, mas o Augusto me beijou. - Falei com o cenho franzido e pude perceber que meus amigos ficaram quietos.
- Beijou!? - A pergunta de Luti não saiu bem como uma pergunta. Ele olhou para Ângela com expectativa e eu não me contive a pergunta.
- O que foi? - Perguntei olhando entre eles.
- Nada, amigo, é porque bem, nós meio que esperávamos isso. - Ângela disse e Luti confirmou.
- Mas não sabíamos que fosse acontecer assim. - Luti completou e eu olhei para eles sem entender nada.
- Como? O que vocês estão dizendo? - Perguntei dando um sorriso sem graça, por que estou realmente achando que eles estão de brincadeira.
- Beto, por favor, acho que você era o único que não notava que aquela raiva de Nardelli era muito mais do que aparentava. - Luti disse revirando os olhos.
- Isso não quer dizer nada, eu sei que ele é um homem difícil e tudo mais, mas para você dizer que ele sente algo por mim é um pouco demais, não acha? - Perguntei e Ângela soltou um som descontente.
- Não Beto, realmente não é, e eu espero que você possa saber disso em breve. - Angel disse dando um sorriso de lado.
- Não, eu tenho namorada! - Exclamei negando com a cabeça. – E foi isso que eu disse a ele quando ele me beijou. – Lembrei ouvindo um arfar dos meus amigos.
- Coitado de Nardelli. - Luti sussurrou tristemente. A tristeza na sua voz chamou minha atenção.
- Por que você está dizendo isso assim? - Perguntei olhando para ele fixamente.
- Nada, não quero dizer nada. - Luti negou com a cabeça e eu me vi ficando irritado.
- Por que você não quer me dizer, o que há de errado com o Augusto? Por que você não me fala? - Perguntei começando a ficar irritado de verdade.
- Beto, olha bem dentro dos meus olhos e fala que você não sentiu nada quando o Nardelli te beijou. - Ângela me encarou com aqueles olhos bonitos e muito irritantes agora. Fiquei parado olhando-a por um tempo, mas depois me vi negando resignado.
- Eu não posso dizer isso. - Respondi negando fervorosamente e os dois sorriram.
- Então amigo, eu posso te dar um conselho? - Luti perguntou e eu assenti rapidamente.
- Vocês dois são os meus melhores amigos, claro que eu aceito os seus conselhos. - Respondi sentindo os dois se aproximarem de cada lado do meu corpo.
- Meu conselho é que você pense com carinho em tudo o que está acontecendo, e principalmente pense nesse tempo todo que você conhece Nardelli. Quero que você quebre dentro de você todos os tipos de rótulos que você mesmo se colocou e olhe mais para frente. Você é muito mais do que pode esperar, amigo, não é force nada dentro de si, mas passe a olhar com um pouco mais de carinho. Tudo bem? - Luti disse com tanta calma que foi impossível não concordar.
- Tudo bem. - Falei em tom baixo.
- E Beto, antes de mais nada, quero que você reveja esse seu relacionamento com essa mulher. Ela não te merece, e você sabe que não estou falando isso da boca para fora, por que podemos ficar aqui listando vários motivos para que ela seja chutada da sua vida. Mas não vamos fazer isso, isso deve vir de você. Você merece alguém que te ame, seu cabeça dura, mas você também precisa saber o que é amar de verdade. Se joga, Beto, mas antes de qualquer coisa se resolva. - Angel disse em um tom tão sério que foi impossível não concordar.
- Eu estou tão confuso. - Expliquei olhando para os dois que sorriu assentindo.
- Claro que você está, isso é muito normal. - Luti disse e eu respirei fundo.
- O que diabos há com esses italianos nós pegando tão desprevenidos desse jeito? - Perguntei confuso e eles negaram.
- Não faço ideia, mas eu estou casado com um. - Luti disse dando uma piscadela marota e levantando a sua grossa aliança de casamento.
- Minha mulher é espanhola, mas é tão impulsiva quanto. - Angel disse com um sorriso apaixonado pela sua ruiva.
- Ei vocês, o jantar já está sendo servido. - Jade apareceu nós chamando.
- Já vamos amor! - Angel disse e Jade confirmou com a cabeça.
- Sim, Luna mandou eu vir antes que o irmão dela muito ciumento viesse atrás do marido. - Jade explicou dando um largo sorriso meu amigo revirou os olhos.
- Esse Ursão é terrível! - Luti reclamou, mas eu podia ver o seu sorriso.
-Até parece que você não gosta. - Angel disse meu amigo deu um sorriso malicioso.
- Claro que eu gosto, e eu gosto muito. - Luti respondeu e eu me vi pensando no beijo que Nardelli me deu. Oh merda, não ainda não posso pensar nisso.
- Vamos amigo, vamos jantar! - Angel me chamou e eu fui de bom grado.
Fui andando em direção a grande sala de jantar dos Aandreozzi em pleno modo automático. Meu corpo poderia estar aqui, mas a minha mente estava totalmente em outro lugar. Mais precisamente em um homem grisalho, turrão e totalmente mal-humorado, que me pegou totalmente desprevenido com aquele beijo voraz. Se eu fechar meus olhos eu vou conseguir sentir todas as sensações de antes, de como o toque forte no meu pulso fez com que descargas elétricas passassem por todo o meu corpo. Também de como seu olhar estava tão intenso, carregando uma raiva que nunca vi enquanto ele falava para eu me afastar, e principalmente de como meu corpo reagiu a ele. Foi tudo tão intenso que nem sei explicar direito, eu nunca senti isso em toda a minha vida. E fora que Nardelli nunca tinha me tocado nesse anos, hoje foi a primeira vez, e uma grande primeira vez eu posso dizer.
Durante o jantar eu posso ouvir as conversas animadas que somente um jantar da família Aandreozzi pode ter. É sempre assim e muitas das vezes eu estou no meio dessas conversas que nos rende muitas risadas durante as refeições, mas hoje à noite eu não consigo focar em mais nada. Tenho certeza que deve estar sendo super estranho para as pessoas ao meu redor me ver tão quieto, mas minha mente não para um minuto sequer e isso chega a ser ridículo. Sinto os olhos de Luti, Angel, Nonna, Enzo e algumas outras pessoas em mim, mas eu não dou um segundo olhar para eles. Isso tudo por que eu não sei exatamente o que posso transmitir na minha expressão, então acho melhor evitar qualquer olhar. É o melhor a fazer, tenha certeza disso. Aquele... aquele homem maldito está mexendo com a porra da minha cabeça. O que diabos é tudo isso?
Não sei quanto tempo passou, mas quando dei por mim o jantar chegou ao fim. Fiquei um tempo conversando com Jade, Angel e Giovanna, mas tudo o que eu mais queria era subir para o quarto que senhora Arianna sempre disponibiliza para mim e deitar. Sim, eu precisava sair de todo esse mar de pessoas felizes com seus relacionamentos, me afastar um pouco para poder pensar. Caralho, onde foi parar a minha cabeça? Eu não faço a mínima e infeliz ideia. Por que tudo o que conseguir pensar é na voz de minha mãe dizendo que falta brilho em mim, que um dia eu iria encontrar com a pessoa que me traria esse brilho e tals. Puta caralho, será que esse meu brilho é aquele... não! Não é possível, não é? Eu sou hetero, eu sempre fui um homem que se interessa pela beleza feminina, não tem condições disso está acontecendo comigo aos 29 anos, não é?
- Eu tenho que ir dormir. - Falei fazendo todos olharem na minha direção com o cenho franzido.
- Mas já? - Giovanna perguntou e eu assenti com a cabeça.
- Sim, Giozita, amanhã tenho voo cedo para Lisboa. - Falei dando um sorriso e ela assentiu.
- O Chefe dele é muito chato e desgastante. - Lucca provocou Filippo que fez um som de irritação.
- Chato e desgastante é um o meu soco nessa sua cara, bastardo. - Meu chefe resmungou fazendo seu irmão rir.
- Você não faria isso Ursão. - Luti disse e Lucca soltou beijo na sua direção.
- Luc adora mexer com Filippo sabendo que ele realmente não faria isso. - Luigi disse e Filippo revirou os olhos.
- Não tente a sorte, cunhado. - Enzo brincou e Luigi riu.
- Beto? - Luna chamou e eu olhei na sua direção.
- O que foi, Lunita do meu coração? - Perguntei lhe dando total atenção.
- Aconteceu alguma coisa? - Sua pergunta fez meu corpo ficar rígido, mas tentei relaxar.
- Não, eu acho que estou preocupado com o trabalho de amanhã. - Menti descaradamente e ela franziu o cenho. - Por que a pergunta?
- Acho que minha esposa está perguntando isso por que você não provocou Filippo como de costume. - Laila disse acomodando Hope no seu colo.
- Isso mesmo, é bem estranho, ele nunca deixa uma passar. - Andrea concordou e eu sorri.
- Acho que decidir dar um descanso ao meu chefe e deixar seus irmãos fazerem o trabalho de atormentá-lo. - Suspirei dramaticamente. - Apesar de que eu não o atormento eu só distribuo o meu amor e carinho para ele. - Falei fazendo todos rirem.
- Bastardo irritante! - Filippo resmungou.
- Bastardo e irritante que te ama patrão! - Falei fazendo coração com minhas mãos.
- Onde foi o Nardelli, Zuco? - A pergunta de Luna a Enzo me deixou totalmente rígido novamente e sem piscar.
- Ele teve que ir embora, estava fugindo. - Enzo disse em um tom que sabia muito mais do que estava falando. Eu olhei para Luti que sorriu largamente dando de ombros.
- Fugiu de que mesmo? Ele deve ter ido para alguma missão. - Andrea disse e eu engoli em seco.
- Eu adoro ver Beto provocando aquele grande homem, é realmente muito engraçado. - Giovanna falou e alguns assentiram. Levantei às pressas do sofá e dei um sorriso para todos. Espero que meu sorriso não seja assustador.
- Bem, eu tenho que ir, meu voo é cedo pela manhã. Tenho uma reunião importante na empresa. - Falei me desculpando para sair, mas a parte da reunião é verídica.
- É a reunião com os holandeses? - Filippo perguntou e eu assenti.
- Sim, eles mesmo, minha secretária já me mandou o e-mail confirmando. - Contei e meu chefe concordou com a sua carranca seria de sempre.
- Dê o seu melhor, Roberto! - Ele disse me incentivando e isso me fez dar um largo sorriso.
- Seu incentivo e amizade verdadeira toca o meu coração, chefe. - Falei sorrindo e ele soltou um som de frustração.
- Vai se foder, bastardo maldito! - Ele disse e isso fez seus irmãos e cunhados rirem.
- Corajoso e suicida, isso te resume realmente Beto. - Lucca disse rindo e eu sorriu de volta.
- Tenho que ir. Muito obrigada pelo convite, eu realmente adoro está com vocês. - Falei me virando para sair.
Quando vi que Luti e Angel estava levantando também eu passei uma mensagem com o olhar para eles, e graças a Deus eles me entenderam perfeitamente. Por que assim que lancei o meu olhar dizendo: "Por favor eu preciso colocar os parafusos soltos no lugar" eles me entenderam e me deixaram ir sem nenhum empecilho. O meu quarto aqui na mansão da família Aandreozzi é duas vezes maior que o meu em Lisboa e o meu em São Paulo. Tudo é tão bonito, muito bem decorado e aconchegante que eu sempre fico encantado a cada vez que me hospedo aqui. Mas hoje eu não estava ligando muito para nada, tudo o que eu queria era dormir, por que quem sabe assim amanhã a minha cabeça melhore do turbilhão de sentimentos confusos que Augusto me deixou. Oh porcaria, agora eu só quero chamá-lo de Augusto! Qual é a porra do meu problema? E é com essa irritação que tiro a minha roupa e deito na cama, para uma noite turbulenta sem pregar os olhos.
Na manhã seguinte eu levantei cedo como deveria, aproveitei que Senhor Donatello e Senhora Arianna estavam acordados e me despedi de ambos. Senhora Arianna ficou tentando me fazer aceitar a carona em um dos seus jatinhos, mas eu recusei, pois não tinha por que disso já que eu havia comprado a minha passagem. Eu tentei desviar da corona até o aeroporto, mas o olhar que senhora Aandreozzi me lançou me fez aceitar na mesma hora. Deus me livre, era o mesmo olhar que Dona Vera me lança quando eu não devo discutir sobre determinada coisa. Então como eu tenho amor a minha vida eu aceitei a corona até o aeroporto. Eu não conhecia o segurança que me trouxe até o aeroporto e mesmo sem ele ter me lançando um segundo olhar ou uma palavra, eu fui o mais educado possível.
A viagem até Lisboa foi sem nenhum problema, durou um pouco mais de duas horas. E eu agradeci a minha estrela da sorte por já está vestido com o meu terno, por que assim eu pude ir direto para a empresa. O lugar não é tão grande com a Aandreozzi SPA de Madri, São Paulo ou Chicago, mas é tão produtiva quanto. Saiu do táxi e assim que olho para a fachada da empresa eu dou um sorriso satisfeito, por que eu vi esse lugar crescer. Eu estive aqui trabalhando duro para podermos chegar onde estamos hoje e isso é muito satisfatório.
Assim que entro no local sou recepcionada com sorrisos e bom dia de alguns funcionários. Passo por eles retribuindo os seus cumprimentos e vou direto para o elevador. A partir do momento que o elevador chega até o meu andar eu vejo Ofélia trabalhar a todo vapor na sua mesa.
- Ofelita amor da minha vida inteira, vamos nos casar? - Falo alto enquanto vou me aproximando até sua mesa.
- Senhor Cabral! - Ela fala se assustando com a minha chegada, colocando a mão no peito.
- Eu te assustei meu amor todinho? Sinto muito Ofelita! - Falo sentido e ela solta um bufo assim que se recupera do susto.
- Deixe de brincadeiras, o seu dia hoje está bem corrido. - Ofélia fala em tom firme e eu olho para ela fazendo uma careta dramática.
- A pessoa chega aqui, cheio de amor para dar e é assim que você me trata? - Perguntei em tom de ofensa fingida.
- Você realmente vai quer saber? - Ela perguntou focando seus olhos cor de mel em mim e eu neguei.
- Não, não Ofelita, mesmo você sendo dura comigo eu te amo, viu. - Falei dando um fugo exagerado e ela revirou os olhos.
- Coloquei na sua mesa alguns documentos que o senhor deve assinar e sua reunião é daqui a... - Ela olha no relógio. - Trinta minutos. - Completa ela e eu sorrio agradecido.
- Obrigada minha noiva, você é incrível. - Brinquei indo dar um beijo na sua testa e ela me deu um tapa fraco no braço.
- Quero que o meu Túlio saiba que você anda me pedindo em casamento. - Ofélia sorriu maldosamente e eu arregalei os olhos.
- Deus me livre, mulher! Túlio é casca grossa, amedrontador mesmo e fora que é um lenhador. - Veio em minha mente Túlio usando seu machado em minha cabeça e meu corpo estremeceu. - Não, muito obrigado! - Falei seriamente e ela sorriu.
- O senhor não muda nunca. - Ela sorriu carinhosamente. - Será que aceita um café? - Ela perguntou e eu não pude negar.
- Eu aceito sim. Muito obrigada, Ofelita! - Agradeço e ela assentiu. Virei para entrar na minha sala, mas parei quando Ofélia me chamou. - Oi melhor secretária do mundo!
- É sempre bom tê-lo por aqui, Senhor Cabral! - Ela disse e eu não pude deixar de sorrir.
- É sempre bom está aqui também, Ofélia. - Falei dando um sorriso curto e ela assentiu antes de ir pegar o meu café.
Entrei na minha sala e sorri ao ver a foto dos meus pais descansando na minha mesa. O meu lugar pode não ser tão grande quanto alguns escritórios que vejo por aí, mas eu gosto dele do jeito que é, e Ofélia o arruma da melhor maneira possível. Ao lembrar de Ofélia é impossível não sorrir, por que ela foi a primeira pessoa aqui nessa empresa que começou a confiar no meu trabalho de olhos fechados. Quando eu percebi que precisava de uma secretária para me ajudar a colocar o trabalho em dia, eu passei muito tempo a procura. Mas nenhuma das jovens e lindas mulheres que queriam o trabalho estavam chamando a minha atenção. Para falar a verdade, elas queriam mais chamar a minha atenção do que realmente lidar com o trabalho duro. Mas daí veio a minha senhora fofinha e com cara de general, brasileira que se casou com o português amor da sua vida, mãe de dois filhos e eficiente como uma máquina. Ofélia, Ofelita para os íntimos, assim que bati meus olhos nela eu sabia que ela era o meu anjo de guarda. E estamos trabalhando juntos desde então.
Balanço a cabeça para tirar as lembranças da minha cabeça e entro no modo empresário que precisa ganhar o pão nosso de cada dia. Eu preciso trabalhar porque assim eu não vou ficar pensando no beijo, o mesmo beijo que não me deixou dormindo a noite inteira por causa da minha ereção infeliz. Foco Beto! E é pensando assim que volto minha atenção aos papéis que Ofélia tinha me dito assim que cheguei.
Meia hora depois, Ofélia e eu já estávamos indo para a sala de reuniões, onde iria acontecer a videoconferência com os holandeses. Eu preciso desse contrato, e eu vou conseguir por que eu sou Roberto Cabral o pupilo de Filippo Aandreozzi.
- Hallo heren, ik hoop dat ik u niet te lang heb laten wachten. (Olá senhores, espero não ter deixado vocês esperando por muito tempo.) - Falo seriamente em holandês assim que iniciamos a videoconferência. De frente para mim estão três homens, dois loiros e um ruivo, eles acenam com a cabeça satisfeito por eu ter começado a reunião falando em holandês. Obrigada Google, sua linda!
- We can speak English, it may be good for both of you. (Podemos falar inglês, pode ser bom para vocês dois.) - O homem ruivo sentando no meio fala e eu assinto contente por terem escolhi o inglês. - Eu sou Diederik Van Pilsen, e esses ao meu lado são Hanke e Frans Bakker.
- Anima-me em conhecê-los, senhores. - Falo também em inglês e eles assentem. - Eu sou Roberto Cabral e essa aqui é Ofélia, que irá me auxiliar com essa reunião. - Expliquei apontando para Ofélia que acenou respeitosamente. Eles embolsaram a satisfação com a apresentação.
- Podemos começar? - O senhor Van Pilsen perguntou e todos nós assentimos.
- Sim, vamos por favor. - Confirmei e assim demos início a nossa reunião.
Passei boa parte da minha manhã em reunião com os holandeses, e mesmo sendo uma reunião bastante intensa ela foi imensamente produtiva. Fiquei bastante satisfeito com o decorrer de tudo e tenho certeza que mais uma reunião eu estarei fazendo com que a SPA de Lisboa possa fechar negócios com esses homens. Eles não são fáceis de se conversar, querendo tudo do jeito deles, mas eu mostrei como o jeito de Beto Cabral poderia ser e assim tudo poderia sair como tinha que acontecer. Tenho certeza que esse contrato grande é meu e de mais ninguém.
- Você pode ir almoçar que eu mesmo vou buscar o meu almoço, Ofelita. - Falo assim que saímos da sala de reuniões.
- Tem certeza, eu posso ir buscar, você tem bastante trabalho hoje ainda. - Falou e eu sorri carinhosamente para ela.
- Pode ficar tranquila, Ofelita, vá tricotar com suas amigas fofoqueiras da empresa. - Dei uma piscadela e ela negou horrorizada.
- Eu e as meninas não somos fofoqueiras! - Ofélia se defendeu e eu revirei os olhos.
- Tudo bem, tudo bem, Ofélia do meu coração, você é só um artigo informativo. - Brinquei com desdém e ela deu risada.
- Senhor Cabral, o senhor não existe. - Disse ela e saiu em direção ao elevador. Dei risada enquanto Ofélia saia, mas o toque do meu celular me trouxe a realidade. Olho para a tela e o nome e a foto de Luti todo sujo com o molho de tomate apareceu me fazendo rir.
- Eu ainda dou risada com a foto que tirei de você todo sujo com o molho de tomate caseiro de Rita. - Falo rindo e meu amigo faz um som irritado.
- Você deveria ter apagado essa merda, Beto. - Ele diz irritado e isso me faz rir mais ainda.
- Não seja assim, Lutito. - Provoco indo em direção a minha sala.
- Vá a merda, seu ridículo. - Ele resmunga e eu continuo a sorrir. - Beto, eu te liguei porque tenho algo sério para te contar. - Luti fala e eu franzo o cenho.
- O que... - Tento falar com Luti, mas toda a minha atenção se volta para algo fora do lugar dentro da minha sala. - Diana? - Pergunto cerrando os olhos ao vê-la sentada na minha cadeira.
- Beto! - Luti me chama, mas infelizmente eu não consigo entender por que eu estou atento ao olhar furioso de Diana.
- Você me deve uma explicação, Roberto. - Ela diz entre dentes e dessa vez eu não consigo controlar a minha irritação.
- Amigo, eu posso te ligar mais tarde? Eu tenho algo para resolver aqui. - Falo seriamente e Luti fica inquieto do outro lado da linha.
- Mas Beto, você tem que saber que... - Ele tenta novamente, mas eu não consigo desviar minha irritabilidade de Diana invadindo meu local de trabalho.
- Luti, por favor, daqui a pouco eu te ligo. Até mais amigo! - Falo desligando a ligação logo em seguida e guardando o meu celular no bolso interno no paletó.
- Agora estas disponível para poder... - Diana começou a falar, mas eu dei um passo para frente e levantei minha mão, impedindo que ela continuasse a falar.
- Não Diana! - Minha voz saiu tão séria que eu mesmo me surpreendi. - Essa é minha vez de ter uma conversa séria e definitiva com você. Não há mais espaço para enrolar então eu vou logo ao assunto. - Falei e ela arregalou os olhos.
- O que tu estás a dizer? - Diana falou com os olhos arregalados.
- Eu estou terminando com você e dessa vez é em definitivo. - Falei com firmeza e ela ficou me olhando assustada.
Acho que chegou a hora de começar a pensar realmente em mim e na minha felicidade. E para isso eu tenho que terminar com Diana Teixeira de uma vez por todas.
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Bem, bem, bem.. as coisas estão meio loucas por aqui sim, Betito? kkkkkkkk... Diaba, quer dizer, Diana apareceu! kkkkkk..
Espero que vocês tenham gostado do capitulo, vejo você no nosso próximo encontro. Até mais meus Biscoitinhos, Amo vocês!!!!
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