Capítulo 03
Esse italiano.. hum... eu não sei não viu!! Me desculpem se houver erros e vamos lá!!
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Augusto Nardelli
Fogo. Quente. Morte. Gritos. Dor. Inferno!
Acordo com a mesma sensação terrível de todos os dias fodidos. Afasto os lençóis encharcados de suor e levanto pulando da cama, tateio o criado mudo a procura do meu cigarro. Assim que encontro o maço e o isqueiro sigo para a varanda do meu apartamento, mesmo vestindo somente uma cueca boxer. Tento controlar o tremor das minhas mãos para conseguir acender a porcaria do meu cigarro, mas falho algumas vezes. Soltou um suspiro irritado e tento novamente até que finalmente consigo controlar a chama na ponta do cigarro. Puxo a fumaça para dentro dos meus pulmões, fazendo meu corpo relaxar imediatamente. Isso é uma merda! Tudo isso é uma verdadeira merda, já se passaram tantos anos e eu continuo tendo o mesmo pesadelo. De novo, de novo e de novo.
É como a porcaria de um ciclo vicioso cheio de coisas fodidas, onde eu tenho certeza que nunca vão parar de acontecer. Vai ser sempre assim, e eu já deveria ter me acostumado, mas porra se não é difícil demais. Mas eu sei o que é isso, eu sei o que é esse sentimento. É a simples e inevitável culpa. Sim porra! A culpa que sinto é tão densa que me destrói a cada dia, eu não consigo parar esse sentimento, não tem como parar. Foi minha culpa que perdi as pessoas mais importantes para mim, se eu pudesse voltar no tempo eu iria fazer tudo diferente. Foda-se aquelas pessoas que dizem que se pudesse voltar, faria tudo de novo. Eu não! Eu não sou essas pessoas, eu sou diferente disso, eu sou um homem assombrado por suas escolhas ruins e eu faria diferente sim.
Uma brisa fria faz os pelos do meu corpo se arrepiarem e eu solto um bufo cheio de fumaça densa do meu cigarro. Ignoro totalmente o frio e continuo na minha maré de ressentimentos, eu ainda tenho alguns minutos antes de enfrentar mais um dia de trabalho. Por isso eu fico no meu canto, aproveitando o meu cigarro rezando para morrer de câncer de pulmão ou garganta. Dou uma risada rouca com o meu pensamento, por que eu sou um verdadeiro infeliz por pensar em uma loucura dessas. Eu tenho muito trabalho para fazer, não posso pensar em mortes, principalmente se essa morte for a minha. Eu decidi, desde o momento, que havia perdido minha família que minha vida seria voltada a caça e extermínios dessas organizações criminosas e é isso que vou fazer.
- Olá, você está bem? - Me assusto com uma voz atrás de mim.
- Oh, olá! - Viro minha cabeça brevemente para ver o pequeno barman que trouxe ontem para casa.
- Você levantou correndo da cama, fiquei preocupado. - Ele disse coçando a nuca sem jeito.
- Não, não se preocupe. Estou bem, só vim para um cigarro. - Falei de modo sério balançando o cigarro entre meus dedos.
- Posso ver. - Ele disse dando um sorriso sem graça.
- Desculpe, mas eu não lembro seu nome. Como se chama mesmo? - Perguntei tentando não soar ignorante.
- Tudo bem, eu imaginei que você não lembraria meu nome. - Ele disse dando de ombros e eu cerro os olhos.
- Por que você diz isso? - Pergunto ainda concentrado na sua linha de expressão.
- Isso é muito simples. - O garoto deu uma risada sem graça. - Você não havia me perguntado e para falar a verdade nem eu perguntei o seu. - Ele deu de ombros e eu assenti voltando a olhar para frente.
- Você aceita? - Perguntei mostrando o maço de cigarros e ele faz um som esquisito com a boca.
- Essa porcaria faz mal à saúde. - Ele disse com um tom de voz de julgamento e eu dei de ombros.
- É o que dizem! - Exclamei simplesmente e pude ouvir um bufo.
- Nós vamos nos ver novamente? - O garoto me pergunta e meu corpo fica rígido na mesma hora.
- Acho melhor não. - Respondi duramente e ele soltou um suspiro.
- Imaginei isso. - Concordei com a cabeça por força do hábito. - Então eu acho melhor eu ir embora. - Continuei a olhar o nascer do sol.
- Antes de sair me espere, não posso deixar você sair sozinho. - Falei lembrando de algo importante, mas acho que o garoto interpretou de um modo diferente.
- Eu vou adorar me despedi de você. - Ele disse iluminado e eu me controlei para não revirar os olhos.
- Não é isso! - Cortei logo sua esperança e isso o fez murchar. - Se eu deixar você sair sozinho Yuma vai achar que você é um intruso.
- Quem é Yuma? - Perguntou o garoto com os olhos arregalados.
- Minha fiel companheira. - Respondi observando-o me olhar de forma estranha.
- Tudo bem, então eu acho que vou pegar minhas roupas. - Ele disse apontando com o dedão para o quarto e pela primeira vez eu percebi que ele usava uma cueca boxer curta branca.
- Sim. - Olhei abertamente para seu corpo bonito e bem trabalhado em exercícios.
- Você vê algo que gosta? - O garoto me pergunta e eu curvo a cabeça devagar para observa-lo melhor. Parei um tempo pensando na hipótese de levá-lo para a cama novamente, mas desisti na mesma hora.
- Você é um belo ragazzo, mas tenho que está no trabalho logo. - Menti descaradamente e o garoto me olhou ofendido.
- Foda-se você! - Ele disse entre dentes e começou a sair, mas parou. - Ah, só para você saber, mesmo que sem interesse. Meu nome e é Jonas. - Assenti devagar e ele me olhou como se esperasse algo.
- Nome legal. - Falei após soltar a fumaça densa do cigarro.
- Sério isso? Eu não acredito que você não vai me dizer seu nome. - Ele disse cerrando os punhos ao lado do seu corpo.
- Se é tão importante para você, meu nome é Nardelli. - Meu tom saiu mais rude do que eu queria. - Agora você pode ir buscar suas coisas? Eu realmente tenho que sair. - Falei e ele assentiu descontente.
Desviei os olhos do meu encontro dessa noite e foquei minha atenção novamente ao nascer do dia. Eu tenho que parar de dizer trazendo esses caras para o meu apartamento, mas trazê-los aqui é mais fácil para mim. Mesmo que na manhã seguinte seja um pouco chato ter que dizer que não estou interessado em me ligar a ninguém, ou ver quem quer que seja novamente em outro encontro. Sempre soube que era bissexual, e minha preferência sempre foi pelo sexo masculino, somente com Fiorella que foi diferente. Também não é pra menos, ela sempre foi e sempre vai ser o único amor da minha vida. Eu sabia que queria Ella desde o primeiro dia que eu a encontrei por acaso na rua, como aqueles romances antigos. Ela era o meu sol, mas infelizmente esse Sol foi apagado de mim e só me resta dor e prazer carnal sem sentimentos. Pelo menos eu achava até algum tempo atrás. Não, eu não posso ir por esse caminho.
Esse sou eu, eu não tenho porque mudar meu modo de ser. Estou velho demais para qualquer tipo de merda e não penso em ter mais ninguém comigo. Por que isso pode significar a morte de mais uma pessoa inocente e eu não estou disposto para amar mais uma pessoa e vê-la morrer na minha frente. Não! Eu não posso mais aceitar esse tipo de dor, perder Ella e o Gabe foi demais para o meu coração. Essa ferida ainda não cicatrizou e tenho certeza que nunca irá cicatrizar. Vivo minha vida como tem que ser vivida, trabalho duro, saiu algumas vezes para encontrar alguém aleatório que queria a mesma coisa que eu. Simples assim, assim ninguém se machuca. E é com esse pensamento em mente que entro no meu quarto para encontrar o Jonas vestido e me esperando.
- Vamos! - Falo caminhando até a porta do quarto.
- Olha, não precisa me levar até a porta eu... - Interrompo seu discurso na mesma hora que começo a me irritar.
- Eu tenho que fazer isso, então por favor me siga. - Falo curto e grosso e o cara suspira com raiva.
- Certo que seja! - Com os braços cruzados ele me acompanha.
Saio do quarto e passo pelo corredor, assim que entro na sala posso ouvir o rosnado da Yuma. Tenho vontade de rir com a mesma maluquice que sempre Yuma me faz passar, mesmo que ela nem mesmo saia da sua cama, ela faz questão de rosnar o mais alto e assustador possível para os meus encontros. A ignoro e levo o garoto, Jonas, para fora do meu apartamento. Ele está com tanto medo de Yuma que seu corpo inteiro começa a tremer, também não é pra menos, por que eu tenho que admitir que Yuma é a porra de um Pastor Alemão grande, peludo e assustador. Deixo o pobre barman sair correndo assustado até a morte pela minha cadela ciumenta e assim que fecho a porta eu olho na sua direção.
- Yuma, você tem que parar com essa merda. - Falo sem calor e ela me ignora. - Agora você para de rosnar e me ignora? - Ela abaixa a cabeça entre as patas.
- Eu estava pensando em te levar comigo hoje, mas vou repensar isso. - Assim que ela ouve isso a mutante fica de pé em vem correndo com o rabo balançando. - Você é uma puta, Yuma! Uma puta canina, mas que papai te ama! - Dei um sorriso de lado e fiz carinho nela.
Fui trocar de roupa para poder levar Yuma para correr um pouco, coloquei uma calça de moletom, uma camiseta preta com a sigla da força especial, meu blusão e meus tênis de corrida. Peguei a coleira de Yuma, mas não coloquei porque eu sei que ela atende muito bem todos os meus comandos. Às vezes eu tenho a sensação que Yuma é melhor em atender meus comandos do que a minha própria equipe de desajustados. Demos algumas voltas e quando me vi cansado e suado o suficiente voltamos para casa. Alimentei Yuma, ligue a cafeteira e fui tomar um banho. Tomei um banho rápido, e fui pegar minhas roupas para vesti, dei uma olhada de desgosto nos meus ternos e os evitei o máximo possível.
Arnold só falta morrer por eu detestar usar terno e preferi o bom e velho couro. O que posso fazer se usar o couro é muito melhor e evita os riscos de foder minha pele, se no caso eu for entrar em um contra-ataque direto. Apesar de não está organizado para entrar em ação hoje, eu prefiro evitar o desgaste de usar um terno. Gosto de seguir a linha pouco convencional, essa foi uma das minhas regras quando eu decidi voltar a cuidar da Força Especial. Eu disse abertamente que as coisas deveriam ser do meu jeito, eu teria que escolher minha equipe e poderia aturar do meu jeito e que eu levaria para o governo a foda dos resultados. E é assim que tem sido, eu faço o meu trabalho, eu deixo a Itália mais limpa dos lixos tóxicos e é tudo do meu jeito.
Com esse pensamento em mente eu termino de me vesti com minha calça jeans preta, camisa da Força Especial limpa, minha jaqueta de couro e minhas botas de combate. Fiz uma breve checada no espelho e pego minha arma, meus cigarros e a carteira. Passo na cozinha, tomo alguns goles do meu café ruim e chamo Yuma para ir comigo. A minha gigante canina se anima e vem ao meu lado, tão bem-comportada como deve ser. Com Yuma ao meu lado eu entro na garagem, ela corre até o meu carro e assim que abro a porta, ela se acomoda no banco do passageiro. Nego com a cabeça pelo seu descaramento e dou a volta para entrar no banco do motorista.
- Só espero que não seja um dia de merda Yu! - Falei colocando a chave na ignição. - Vamos lá! - Seu latido me dá um incentivo para passar a marcha e colocar o carro para andar.
Quando chego no prédio onde está localizado a Força Especial eu aperto o meu volante com força. Sigo para o estacionamento e lá deixo o meu carro na minha vaga, assim que saiu do carro com Yuma ao meu lado alguns agentes que estão seguindo para a entrada me olham de canto e me cumprimentam sem fazer gestos bruscos. Aceno com a cabeça ao passar por eles e peço para que Yuma continue a me acompanhar, ela se comporta como tem que ser e não sai rosnando para os outros agentes. Ela sabe que aqui é o nosso ambiente de trabalho e se precisar ela terá que olhar as minhas costas e a de algum agente que estiver precisando de ajuda no momento. Sim, a minha Yuma é uma grande adição a essa força especial e eu agradeço ao idiota do Enzo por isso. Foi ele que me deu ela de presente e por isso sou bem agradecido.
- Bom dia agentes! - Falo simplesmente e continuo a andar.
- Bom dia senhor! - Eles respondem e eu entro no elevador. Aperto o botão do meu andar e deixo a agitação das outras equipes para trás.
- Yuma! - Chamo e ela levanta a cabeça para me encarar. - Não se jogue em cima de ninguém da equipe, se você fizer isso eu vou te levar para casa. - Ela solta um lamento e eu continuo a encarar com firmeza. - Se comporte garota!
O elevador chega ao meu destino e assim que as portas são abertas eu posso ver as divisórias de cada mesa dos meus agentes. Pela calmaria do lugar, posso imaginar que ninguém chegou ainda, mas ao me concentrar um pouco mais eu consigo ouvir o barulho das teclas de computador. Revirou os olhos por que só pode existir uma pessoa que pode estar batendo nas pobres teclas com tanta empolgação e essa pessoa é ninguém menos que Tommaso Vitali. Caminho entre as divisórias a procura da mesa de Tom e quando o encontro não consigo deixar de franzi o cenho. Tudo isso por que Tom está usando a mesma roupa de ontem, mas dessa vez a sua camisa de botão ostenta uma macha ridícula de molho de tomate. Há também vários copos plásticos espalhados por toda a sua mesa, ou seja, uma verdadeira bagunça.
- Tom! - Chamo, mas ele não consegue me ouvir. - Tom, porra! - Chamo novamente e percebo que ele está usando fones de ouvido, sem perder tempo eu puxo os fones do seu ouvido o fazendo arregalar os olhos assustado.
- Caspita, o senhor me assustou! - Ele grita colocando a mão no peito.
- Assustado estou eu com a sua aparência de mendigo de rua. - Reclamei apontando para ele que olhou para si mesmo.
- Oh isso? Ah sim! - Ele disse dando de ombros e eu cerro os olhos na sua direção.
- Como assim: "Oh isso?" - Imitei a sua voz e ele me olhou estranho.
- Eu falo assim, chefe? - Ele perguntou ficando com as bochechas vermelhas.
- Tom! - Falei com o meu melhor tom de repreensão e ele se assustou.
- Desculpe, chefe! - Ele deu um pulo ao se desculpar e eu neguei com a cabeça.
- Tom, você não foi para casa ontem certo? - Perguntei e ele assentiu envergonhado. - Posso saber por que diabos ficou aqui a noite inteira, Tommaso? - Nesse momento mais um da minha equipe apareceu.
- Nossa carcamano, se o chefe chamou você pelo nome inteiro, saiba que está em uma grande enrascada. - Gian disse rindo fazendo Tom de encolher.
- Se eu fosse você eu ficava quieto. - Falei seriamente sem olhar na sua direção.
- Chefe, o senhor não pode tratar mal a pessoa que acabou de trazer o café da manhã. - Gian disse de modo dramático e eu o ignorei.
- Você trouxe o meu chocolate quente? - Tommaso pergunta a Gian que dar uma risada divertida.
- Tommaso! - Chamo impaciente e ele arregala os olhos. - Eu te fiz uma pergunta, certo? - Perguntei e ele assentiu.
- Chefe, eu estou meio lerdo, sinto muito. Eu passei a noite inteira tentando decodificar os arquivos que Apollo mandou. Isso vai levar mais tempo do que eu poderia imaginar. - Ele disse com um ar de tristeza e Gian apareceu trazendo o que ele pediu. E depois voltou sua atenção a Yuma que já se animou com a sua chegada.
- Eu não esqueço de você, garota! - Gian diz a Yuma que balança o rabo com mais empolgação. - Seu café, chefe! - Ele coloca o copo na minha frente e eu pego rapidamente, não vou dispensar um bom café. Após tomar um bom gosto do néctar abençoado eu virei novamente para Tom.
- E por isso você ficou aqui? - Perguntei e ele mordeu os lábios assentindo. - Não se mate tanto, Tom, já falamos sobre isso ragazzo. - O repreendi levemente.
- Eu estive quase perto de decodificar, muito perto mesmo. - Ele disse agitado e eu soltei uma respiração.
- Eu sei que sim, agora vá pra casa, tome um banho e tente dormir um pouco. - Falei e ele me olhou com sofrimento.
- Eu posso tomar banho aqui e descansar nos dormitórios. - Ele disse de forma rápida e eu o encarei de forma crítica. - Prometo descansar e não ir para frente de nenhum computador.
- Não acredite no nosso menino, chefe. - Gian disse fazendo Tom ficar vermelho.
- Fica na sua Barbieri! - Tom disse para Gian sem tirar seus olhos de cervo medroso de mim.
- Bom dia família feliz. - Resmungou Tiziano ao passar pelas divisórias.
- Sua cara está uma merda, cara. - Gian apontou o óbvio e recebeu o dedo do meio dele em resposta.
- Não te perguntei nada, porra! - Tiziano disse irritado sentado na sua cadeira, cruzando as pernas sob a mesa.
- Quem urinou no seu café, Tizi? - March perguntou ao entrar na sala. - Bom dia pessoal! - Cumprimentou March ajeitando seu terno caro antes de se acomodar na sua mesa.
- Meu deixe em paz você também, eu não dormi nada na noite passada. - Tiziano disse com muita irritação.
- O que houve dessa vez, Tizi? Foi o seu vizinho outra vez? - Tom perguntou e como qualquer um de nós é incapaz de ser ignorante com Tommaso, ele o respondeu.
- Sim, ele mesmo! Eu juro por tudo que há de mais sagrado que vou descarregar o pente da minha arma na sua cabeça e não sobrará nada para a identificação do corpo. - Tiziano disse com tanto fervor que eu comecei a acreditar.
- Não mate seu vizinho, Esposito. Será difícil te livrar de um processo. - Apontei o óbvio e ele deu de ombros.
- Me empresta a Yuma hoje para eu assustar aquele demônio disfarçado de músico. - Tiziano pediu acariciando Yuma e eu neguei.
- Você sabe que isso nunca iria acontecer. - Resmunguei e ele deu de ombros.
- Ter esperança não é pecado. - Ele disse fazendo Gian rir.
- Antes que vocês digam que eu não avisei, Petra está chamando todo mundo para jantar lá essa noite. - March disse chamando a atenção de todos.
- Tenho certeza que Petra te ameaçou para convidar a todos nós. - Gian disse e March jogou uma bola de papel nele.
- Falando dessa maneira parece que não gosto de ter vocês perto de mim o tempo todo. - March disse em um tom fingido fazendo os outros rirem.
- Não March, você não gosta. - Tom apontou e March confirmou.
- E você tem razão, Tom! - Brincou ele piscando um olho para Tom.
- Chega de merda todos vocês e comecem a trabalhar. - Exclamei começando a andar a até minha sala.
- Sim chefe! - Responderam ao mesmo tempo e eu olhei para Tom.
- Ir descansar primeiro, Tom! - Mandei e ele assentiu envergonhado. - Se souberem de mais alguma novidade de Apollo, não deixem de me manter informado. Falta pouco para podermos invadir o lugar onde ele está disfarçado. Não fodam com isso! - Lembrei e eles assentiram.
- Pode deixar chefe! - Eles responderam em uníssono e eu olhei para eles por um tempo antes de chamar Yuma.
- Vamos Yuma! - Chamei e ela trocou até mim.
Fui com Yuma em direção a minha sala e lá eu tentei focar no meu trabalho. Como eu sou o chefe nessa merda eu também tenho que ficar com a porcaria da papelada e ter que lidar com a burocracia me tirar do sério muitas vezes. Minha equipe nada convencional é formada por cinco marmanjos, todos desajustados e totalmente fodidos. E eu estou reclamando por eles serem assim? Nem fodendo! Gosto da minha equipe do jeito que é, foi eu que escolhi cada um para estar ao meu lado e fiz a melhor escolha com certeza. Esses cinco caras de personalidade peculiares me ajudam a fazer o meu trabalho e eu só tenho a agradecer. Tem o Tiziano Esposito, vamos dizer que ele é como o meu segundo em comando. Por que todas as vezes que estou em falta, eu o escolhi para me substituir sem pensar duas vezes.
Conheci Tiziano quando eu estava implantado no Afeganistão, ele era um bom soldado e já havia salvado minha bunda mais vezes do que eu queria admitir. Tiziano pode ser um resmungão e explosivo, mas é um excelente cara. Depois vem o Marchiori Russo, March veio da Toscana e trabalhou sendo polícia militar de lá por 15 anos. Ele foi um grande policial, mas teve que se afastar quando descobriu um grande esquema de corrupção no seu departamento e não pode fazer muita coisa a não ser denunciar. March foi uma grande adição a minha equipe, ele é bom no que faz. Falar em cara bom no que fez e não lembrar de Gian, fica meio complicado, por que Gian e a porra do melhor cara em combate que já vi na vida.
Quando o assunto é meter a porrada e sair destruindo tudo sem deixar rastros Gian Barbieri é o seu cara para isso. O seu jeito descontraído e de bem com a vida faz com que muitos o subestimem, mas eu posso afirmar com tudo em mim que Gian e a foda de um membro valioso para mim. Não posso esquecer de falar sobre Apollo Di Marco, ele é o homem mais misterioso que já vi na minha vida. Ele nunca fala sobre o seu passado, mas eu pude ouvir por Arnold que Apollo veio de uma equipe de espiões organizada e treinada pelo governo. Se isso é verdade? Eu não faço ideia, mas pelas características únicas que Apollo tem de se adaptar nos piores lugares eu não duvido de porra nenhuma.
E temos o nosso último e não menos importante membro, o Tommaso Vitali. Tom era só um menino quando foi preso por hackear a segurança nacional com seus colegas de faculdade. Mas desde o momento que olhei para aquele garoto eu vi um grande potencial nele e com isso movi mundos e fundos para trazê-lo para equipe. E não me arrependo disso, nunca vou me arrepender. Todos nós da equipe colocamos Tom sob nossas asas, principalmente quando ele abriu seu coração para nós e contou sua história. Tom é um homem trans, que tem uma família tão fodida que as vezes eu tenho um grande desejo de jogar uma bomba em cada um deles. Mas pelo bem-estar de Tom, evitamos qualquer confronto. E o mais importante é mesmo nós sejamos um bando de bastardos, continuarmos a cuidar dele.
- Porra! - Sou tirado dos pensamentos pelo barulho alto do meu celular tocando. - Que inferno! - Olho a tela e vejo o nome de Enzo Aandreozzi piscar na tela.
- Por que demorou para atender, velho? - O imbecil fala assim que atendo a ligação.
- Você virou meu marido agora, Aandreozzi? - Perguntei irritado e ele deu uma risada rouca do outro lado.
- Deus me livre desse martírio, eu tenho meu anjo na minha vida. - Respondeu o bastardo infeliz.
- Eu tenho pena do anjinho por aguentar sua bunda retardada. - Falei seriamente e podia imaginar a careta que ele está fazendo.
- Não chame o meu marido assim, seu velho safado. - Ele resmungou com ciúmes.
- Eu chamo como quiser, agora pare de atrapalhar meu dia de trabalho e diga por que você me ligou. - Fui logo direto ao ponto.
- Grosseiro, muito grosseiro da sua parte Nardellito. - Enzo me chamou pelo apelido infeliz e eu cerrei o maxilar.
- Não me lembro desse apelido idiota que aquele demônio me chama a cada vez que nossos caminhos se cruzam. - Falei entre dentes e Enzo deu uma risada.
- Não sei por que você implica tanto com Beto, ele é um cara legal. - Engoli em seco e neguei com a cabeça. Essa merda de novo não!
- Eu não implico com ninguém, ele que não entende que não gosto dele. - Resmunguei batendo a ponta da minha caneta várias vezes na mesa.
- Se você está dizendo... tudo bem. - Enzo disse devagar e eu sufoquei um xingamento.
- São anos que ele não entende que o quero longe de mim. - Me defende sem perceber e quis me chutar por isso.
- Você tem certeza disso meu amigo? - Enzo perguntou e eu soltei um pigarro.
- Claro que sim, Enzo! De onde você tirou alguma dúvida nisso? - Falei rapidamente tentando ficar em outro assunto. - Por que ligou mesmo?
- Ah sim, era para te convidar para o jantar de aniversário de casamento dos meus pais. Só terá a família e alguns amigos. - Enzo continuou a falar e eu me vi não querendo ir. - Mamma mandou você vir, ela disse que se você não vier ficará muito chateada. - Oh merda, se Arianna Aandreozzi me íntima assim, fica difícil recusar.
- Tudo bem, eu vou. - Falei resignado, não vou pensar demais nisso.
- E Nardelli? - Chamou Enzo chamando minha atenção.
- O que? - Perguntei a contragosto.
- Beto vai estar no jantar também, prepare seu velho coração. - Enzo disse desligando a ligação logo em seguida. Mas que merda ele acabou de dizer?
- Idiota! - Resmunguei olhando para a tela do meu celular como um retardado.
O que eu tenho a ver com Roberto Cabral? Nada, porra! Se ele ficar longe de mim, para mim está de bom tamanho e será o bem que ele vai fazer a se mesmo e ao meu bom senso.
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Eu particularmente não sei lidar com esse homem!! 🤤🤤
Espero que vocês tenham gostado do capitulo, vejo você no nosso próximo encontro.
Um beijo carinhos para todos.. Amo vocês biscoitinho
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