Capítulo 6
"O paradoxo do amor consiste em dois seres que se tornam apenas um e, no entanto, continuam sendo dois".
(Erich Fromm)
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Carlos para o carro de Sean na garagem improvisada cercada nos três lados de sua casa por árvores, um céu escurecendo e longe da rua, Sean ergue os olhos, reúne coragem apertando suas mãos, e fecha a distância entre eles beijando Ortiz levemente. Seu coração bate mais rápido, sangue ruge nos seus ouvidos e seus dedos formigam com o tipo de expectativa que não sentia desde que era um garoto na primeira descida na montanha-russa. O toque dos lábios é elétrico, macio, mas não hesitante e Ortiz não o afasta. Depois de alguns segundos, Sean puxa para trás para ver o rosto moreno, querendo ver sua reação. Essa abertura quente está lá no ligeiro sorriso dos seus lábios, e embora não possa ver seus olhos muito bem no escuro, eles parecem brilhar no reflexo das luzes do painel.
— Eu não tenho ideia do que estou fazendo, mas eu não quero parar — Sean sente perder o pouco do que resta da sua racionalidade.
Carlos sorri, sua mão cobrindo a de Sean com um aperto rápido. — Então me convide a entrar em sua casa.
Entraram pela porta dos fundos que dava na cozinha e o ambiente conhecido acalmou um pouco Sean. Ortiz olhava em volta como se constatasse alguma coisa. – É uma casa pequena. A cozinha é um dos meus lugares preferidos.
— Está muito diferente do tempo de Christina. — Os olhos de Ortiz ainda varrem o ambiente simples, mas com uma certa nostalgia. – Isso me alivia um pouco. Não gosto de lembrar das coisas daquele tempo. – Ele coloca as chaves do carro no balcão enquanto Sean acende a luz. – Christina foi minha primeira paixão. Eu era um moleque de doze anos. E quando descobri que ela era um cara isso não mudou nada pra mim. Mas, mudou pro meu pai e os outros anciãos da matilha. Vi em primeira mão o que faziam com gente como Chris e fiquei com medo. Eu era uma criança no final das contas.
— Posso perguntar uma coisa? — Sean dá um passo para perto de Ortiz, parando a dois passos, tentando deixar sua voz casual e sem cobrança. Enfiou as mãos nos bolsos, de repente tímido e inseguro de si mesmo. Ele balança a cabeça, tentando não parecer estar cauteloso, mas sendo difícil sustentar o olhar. — Eu entendo o medo de uma criança. O que eu não entendo é por que depois de adulto, alfa e tendo a autoridade que tem, não mudou essa porra? Por que continuou vivendo uma mentira?
Ortiz olha para ele, em seguida solta um suspiro. — Não é tão simples. O Alfa não é um imperador despótico. Temos um conselho. Fora que outros alfas podem me desafiar para uma luta até a morte. Isso sim, mudei há 73 anos. Agora a luta é até a derrota ou desistência de uma das partes. Eu perderia a credibilidade como líder.
— Vem cá. — Sean estende a mão puxando Ortiz para perto. Eles são da mesma altura, e os olhos castanhos avaliam os verdes escuros. O calor infiltra através das roupas, e Ortiz descansa as mãos no quadril de Sean. — Deve ser um inferno viver sua vida. Se, negar o que eu sentia por uma semana foi uma tortura, imagina séculos. — Sean apoia a cabeça no peito largo do Alfa. – Temos que dar um jeito nisso. Eu não quero sofrer por séculos. Eu prefiro vivenciar o que eu sinto por você e morrer cedo do que passar a vida toda pensando... "e se...".
Lentamente, Ortiz se inclina para Sean, aproximando seu rosto e mais uma vez os lábios se encontram. As mãos do lobo na parte inferior das costas do humano, puxando para mais perto. Os braços envolvem ao redor de seus ombros, e passa os dedos em seu cabelo acima da nuca. Como um garoto de quatorze anos sem controle algum o pau de Sean estremece, o próprio pensamento de beijar Ortiz enche sua mente de uma forma que nenhuma outra fantasia nunca fez antes.
Encorajado, Sean coloca a língua contra o lábio inferior de Carlos, convidando para um beijo mais profundo, mais urgente. Ele responde com um suspiro, separando os lábios para permitir a entrada. Eu me perco na sensação de braços fortes, um cume definível de carne pressionando no quadril. Sean dá um gemido, seus quadris involuntariamente esfregando contra o outro. Seu rosto inunda de calor, constrangido pela forma como sem vergonha ele está, mas a reação que provoca nele não é advertência nem mesmo de diversão. Ele simplesmente empurra para trás, suas mãos deslizando para baixo para agarrar a bunda segurando firmemente um contra o outro. Sean engulo em seco, e Ortiz aproveita o momento para deslizar os lábios ao longo do seu queixo dando uma pausa no beijo que os deixou sem fôlego.
Sean Inclina a cabeça para trás, tremendo ligeiramente. Seu pescoço sempre foi um ponto sensível, e isso não está diferente. As mãos de Ortiz liberam sua bunda e desliza entre eles, esfregando o peito enquanto seus lábios serpenteiam em direção a orelha.
— Você gosta assim? — Ele pergunta, sua respiração quente acariciando a minha pele e enviando ondas de choque deliciosas através de mim.
— Mm-hmm, — ele murmura, soltando os braços ligeiramente para dar mais espaço para as mãos do alfa. Ele começa a trabalhar abrindo os botões da camisa quando ele captura sua boca novamente. – "Oh Deus, isso é o que eu quero?". - Sean deixa as mãos irem para a cintura de Ortiz e puxa sua a camisa fora da calça, seus dedos encontrando o calor da sua pele. É a vez dele de tremer, ele se afasta do beijo para olhar para baixo, Sean observa enquanto Ortiz expõe seu tronco polegada por polegada.
— Deus —, ele respira. — Eu nunca fiz isso com um homem antes. Quando descobri que você era meu companheiro fui num bar gay pra testar se minha atração era só por você ou por caras. Claro... não consegui nem beijar um cara. – Sean deu risada.
Ortiz abriu um sorriso. — Bem... não pense que eu fiquei todos esses anos negando meus desejos. Visitei alguns lugares em cidades mais distantes. Não sou super rodado e também não sou um virgem. – Carlos acariciou o rosto de Sean. – Eu te ensino o que eu sei. Não precisa ter medo.
A camisa de Sean está aberta e Ortiz move suas mãos ao longo da sua cintura, a sensação das palmas é tão reconfortante. Arrancam as camisas um do outro jogando pela cozinha. A necessidade de tocar cada polegada de Ortiz toma conta de Sean, e ele faz o máximo que consegue enquanto o lobo lambe ao longo do seu pescoço novamente, arrancando um gemido. Sean acaricia o peito com sentindo os pelos na ponta de seus dedos até chegar nos mamilos. Ele provoca usando o polegar e o dedo indicador de cada mão, amando a sensação deles entre meus dedos. Agora é a vez do lobo rosnar.
Eram beijos, carícias, mordidas. Enquanto andavam até o quarto. Graças aos Deuses que nem Sam nem Trent estavam aqui. Nesse momento Sean não tinha condições de pensar em mais nada a não ser as sensações, o tesão. Ó Deusa Lua, ele sabia que no final disso tudo existia o arrependimento do dia seguinte. Ortiz estava se abrindo para ele. Mas, o abismo entre isso e reivindicar publicamente na matilha o lugar de Sean como seu companheiro era enorme. O Grande Canyon.
Sean não queria pensar em nada disso no momento. Pensamentos impertinentes. Essa era a hora das emoções e não da razão.
-- Pare. – Ortiz estava olhando diretamente nos olhos verdes escuros. – Você está pensando demais.
— Você é um leitor de mente? — Sean pergunta, estremecendo enquanto Ortiz abaixa seu zíper, suas calças caindo em torno dos quadris.
— Seu rosto é tão aberto, é fácil ver o que está escrito lá. – Tirando o resto das roupas. Os corpos nus. Pele com pele.
— Oh Deuses —, Sean McLean sussurra, enquanto é abraçado em direção ao colchão, Ortiz o segura perto, enquanto o beija, observando cada contração muscular. Sean divide-se entre a visão do pau de Ortiz passando por sua mão e o desfile de expressões em seu rosto. Prazer, prazer descontraído, e o profundo entendimento de como ele está se sentindo no súbito clarão de sua mente de estar com um homem pela primeira vez. Quer dizer, ele e Carlos já tinham se beijado, chupado, batido uma punheta. Mas, era sua primeira vez. Deusa... ele sentia a adrenalina o deixando tonto.
— Eu quero você. — Ortiz murmura contra os lábios de seu compañero. Para reforçar o pedido, ele mói os paus juntos, a sensação rasgando um suspiro de Sean que tenta levantar as mãos para agarrá-lo, para acariciar seus músculos magros ou envolver seus dedos em torno de ambas as ereções, mas ele não me deixa, um olhar sério cruzando seu rosto. Ele se afasta o suficiente para olhar nos olhos. — O que você quer? — Ele pergunta suavemente.
Dizer tudo para o Alfa em cima dele poderia significar mais problemas do que podia lidar no momento. Mas, gosta da fantasia, no entanto, e sai de sua boca antes que possa parar para pensar se estava pronto. - Eu quero que você me foda. Quero que você me marque. Me reivindique como seu companheiro.
— Você tem certeza? — Ele sussurra, sem mover um músculo.
— Sim. Não. Oh deusa, sim, sim, eu tenho certeza —, balbuciava Sean. Ortiz levanta uma sobrancelha para ele, o canto dos lábios inclinando-se.
— Isso não é algo que você pode pegar de volta. Uma vez que é feito, está feito.
— Eu quero isso. Com você. Eu quero você — ele diz, tremendo de nervosismo e expectativa. Felizmente, antes que ele possa afundar muito longe em seus pensamentos, Ortiz o beija deixando sem fôlego, soltando suas mãos e passando sobre o seu corpo de forma protetora.
— Eu vou fazer isso ser bom para você —, diz ele, os lábios provocando a garganta de Sean novamente. Ele gemo e empurra para ele, esperando transmitir que quer isso mais cedo ou mais tarde. Sean está fazendo isso. Ele está fazendo isso de verdade. Sexo, real, com um cara.... Com seu companheiro.
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Frank não acreditava em sua sorte. Há uma semana ele recebeu um telefonema que mudou todo o seu planejamento. Frank H. Carpenter ouviu as histórias da família por toda a sua curta vida de trinta e dois anos. Sobre seres fantásticos, bruxos, homens que se transformavam em animais. Numa altura de sua vida ele achou que isso fosse besteira.
Mas, dez anos atrás, quando seu pai reapareceu em sua vida no enterro de sua mãe, tudo tinha mudado. Ele foi jogado nesse mundo de forma cruel e sem preparo. Sua primeira missão tinha sido um fiasco. Sua equipe foi dizimada e Frank viu em primeira mão o quanto selvagem e perigoso são esses seres e ele jurou acabar com todos.
Ele estava divagando em lembranças. Frank fazia muito isso. O telefonema, sim, algo bem inusitado. E agora ele estava com uma equipe em New Forest. E eles iriam atacar essa noite a casa do Alfa de Bitter Creek. A adrenalina já estava em seu sistema. Ele terminou sua dose de uísque, pegou uma sacola dessas de ginástica e saiu para o carro onde seus homens o aguardavam. Ele era agora o segundo em comando do clã de caçadores.
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Os Anciãos estavam agitados. O que era essa reunião de emergência no meio da noite na casa do Alfa? E o mais esquisito foi quando os sentinelas entraram e em seguida o beta Rafael Hervaz. A sala de reunião era no subsolo. Para não haver interrupções e controlar a entrada e saída dos "convidados". A grande mesa oval estava com todas as cadeiras ocupadas, menos uma.
Os sete conselheiros entreolharam-se, o mais velho fez menção de levantar e foi parado com uma pesada mão nos ombros. – Bem senhores, acredito que estamos numa situação inédita na história dessa matilha. Uma alfa que se deita com outro homem, que envergonha a matilha e desrespeita esse conselho.
O lobo mais velho que estava preso no aperto do Beta resolveu falar – Rafael, o que você quer do conselho? Apoio para derrubar Ortiz do posto de Alfa? Você esquece de sua origem? Do quão bom foi o Alfa Guilhermo Ortiz em aceita-lo na matilha? – Ao mesmo tempo que o tom de voz era arrogante e seguro, o cheiro do medo estava no ar. Sim... o medo tem um cheiro.
Sangue escorria dos ombros do ancião quando as garras de Rafael perfuraram sua carne. O Beta começou a rir. – Sabe, lobos são engraçados e matilhas como essa são patéticas. A paz dos últimos anos deixou todos vocês confortáveis demais. – Ele sentiu um cheiro no ar. – Ah! Meu convidado chegou.
-- Que porra está acontecendo aqui, Hervaz? – Antes do humano entrar todos ao redor da mesa começaram a falar ao mesmo tempo. Medo, raiva, e algo mais eram os aromas marcantes na pequena sala.
Nesse momento o estrondo de um tiro fez com que todos tapassem os ouvidos e olhar em direção a porta. – Olá, cavalheiros. – O desconhecido estava calmo e isso era estranho dada as circunstâncias. Um humano cercado de lobos deixaria qualquer pessoa normal no mínimo apreensivo. – Agora que tenho a atenção de todos posso explicar porque irão morrer hoje. – Um rugido coletivo se fez ouvir e outro tiro ecoou. – Ops! Esse vai ficar sem explicação. – O baque do corpo sem vida com um orifício na testa causou um fino estremecimento ao redor.
-- Bem, acho que agora tenho a atenção plena de todos. – O humano avançou um pouco mais no interior da sala podendo ser visto por todos. – Vim cobrar com sangue a dívida de vocês para com a organização que faço parte. E, pelo que sei, aqui estão os lobos que fizeram o acordo e que o quebraram. – O caçador, agora era óbvio para os lobos sentados à mesa de que era isso que o humano era, andou lentamente até o lugar onde o corpo do lobo morto jazia meio caído. Ele chegou e empurrou o cadáver sentando na cadeira e olhando para os rostos apreensivos.
-- Sou Frank Carpenter, segundo em comando da Organização dos Caçadores e vim reclamar o sangue de Andrew Hopkins.
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Na cabana da montanha Trent e Samuel seguem alheios ao que acontecia na cidade. - "A vida é alegria. Precisamos brincar para podermos redescobrir a magia que nos cerca". – Esse era o pensamento transbordando do coração de Trent. Sam o levou até ali contra sua vontade e agora não tinha outro lugar na Terra em que queria estar.
O ruivo bocejou virando o corpo pra cima de Trent abraçando com mais força o corpo de seu lobo. Tudo ia ficar bem. Era seu novo mantra.
Tudo ia ficar bem.
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Na mídia a música:
Impossible
De
(James Arthur)
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Olá, bruxarada!!! Mas... gente... o que tá acontecenu? Chegam novos personagens já tocando o terror!! E que trairagem do Rafael. Huahuahua. Nunca confiei muito nesse Beta.
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Até a próxima att.
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