Capítulo 5
"Quem ama, cuida" (Filosofia de boteco)
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Trent começou a notar coisas que antes não tinha percebido em relação a Sam. Nesses três dias em que seu compañero estava encarregado de sua fisioterapia e outros cuidados sua condição melhorou muito mais rápido do que nos últimos meses. As engrenagens de seu cérebro giravam alucinadas.
Dormiam abraçados, coisa que não fizeram na casa de Sean, e ele nem sabia o porquê. Provavelmente foi alguma idiotice de sua cabeça. De que ele tinha que estar inteiro. Andando. Mudando em seu lobo. Para assim, ser digno do amor de Sam.
Mas, o resultado disso tudo era; já conseguia ficar de pé com pouco apoio. Não andava, contudo, via essa possibilidade cada vez mais perto. Degrau por degrau estava subindo do fundo do poço de auto piedade em que ele tinha se jogado. E agora era hora dele assumir sua responsabilidade. Sam era dele para amar, era dele para cuidar. Essa é a única verdade imutável de sua vida. Trent não permitiria mais a Sam sofrer.
Devia ser o final do terceiro dia na cabana das montanhas. Quando estava em casa mandou um torpedo para o Dr. Nolan, dizendo que se em duas semanas ele não mandasse uma mensagem era para o doutor ir busca-lo na cabana. Seu subconsciente sabia que isso iria acontecer.
Através dos reflexos dourados de sol que filtravam pela janela da cozinha, o lobo observava o pequeno fênix preparando o jantar. O lobo estava com fome pelo gosto e a sensação do fênix. Comida era a última coisa que passava em sua mente. Tinha esperado tempo suficiente. Anos. Décadas. Uma eternidade. Era hora de reivindicar o que era seu uma vez por todas.
Era hora de destruir o veneno que circulava entre eles. Era hora de possuir, amar e ser amado. O pequeno nariz bonito do fênix se contraiu e ele virou a cabeça. Medo, anseio, e necessidade nadavam nos olhos verdes lindos. Sam estava paralisado diante da intensidade dos olhos de avelã de Trent. Eram como um imã. A atração tornara-se irresistível.
-- Sam, vem cá! – Sam sabia que no segundo em que ele se deixasse tocar por Trent não teria mais volta. Mesmo assim, seu corpo traidor se moveu em direção ao lobo... seu lobo. – Eu fiz um monte de escolhas erradas, cariño. – As palavras fizeram o interior de Sam vibrar. – Eu vou reivindicar você, vou te marcar, meu coração é seu... minha alma.... quero liga-la a você, Sam...
A respiração de Sam prendeu quando grandes mãos o puxaram pela cintura. E quando uma delas se deslocou para o seu rosto ele se inclinou. Precisava sentir o calor do toque. Ele sentiu tanta rejeição. Meses atrás foi resgatar seu amante e encontrou um estranho que o afastava fisicamente e com palavras. Depois das cartas ele achou... Deuses como ele soava idiota... ele achou que ficariam juntos, dormiriam abraçados, fariam sexo... finalmente seriam acasalados. Mas, ele continuou dormindo no chão.
Trent roçou seu nariz no pescoço de Sam sentindo o perfume do seu compañero. A outra parte de sua essência. A pele do fênix arrepiou. Sentiu sua ereção juntar-se a dele. Seus lindos olhos pareciam duas pequenas fogueiras verdes. Combinavam com o desejo que sentia queimar nos seus. – Primeiro eu vou morder você, depois vamos fazer amor até essa cama cair. – A voz rouca no ouvido de Sam enviavam choques elétricos na base da coluna.
Antes que Sam pudesse protestar, que era o que ele queria fazer, lábios duros cobriram os seus, capturando-os com um beijo que deixou a boca do estômago do fênix em um turbilhão selvagem. O beijo foi surpreendentemente suave durante todo o seu furor.
Separando os lábios, Sam tocou a língua de Trent com a sua. Esta foi a primeira conexão de verdade que tinham compartilhado nos últimos meses. O beijo cantou em suas veias, fazendo com que se sentisse colando os pedaços. Isso era perigoso. Se Sam fosse rejeitado de novo, enlouqueceria.
— Oh, meu amor — Trent sussurrou enquanto movia os lábios, arrastando beijos sobre a pele quente de Samuel, sua boca deixando um rastro ardente de desejo. — Meu companheiro. Como eu senti sua falta.
Sam tinha sentido falta de Trent também, mas jurou a si mesmo que nunca mais iria falar essas palavras. Isso não quer dizer que não iria absorver cada toque dos lábios de Trent em sua pele, ou o furor que o toque suave das mãos do homem sobre seu corpo causava.
—Trent. — Ele arqueou-se para o toque doce, desejando-o mais do que o ar. Estava desesperado, precisando de cada pequena carícia antes de sua fantasia explodir e ir embora.
— Eu vou cuidar de você, cariño.
Sam sentiu aquecer por dentro. A profundidade dessa declaração o atingiu como um raio. A ligação entre eles sempre foi forte. Desde pequenos. A indiferença e a recusa de Trent de deixa-lo entrar o despedaçou. Sam queria ceder à necessidade rastejando sobre sua pele, fazendo com que ele tremesse do topo da cabeça até os dedos dos pés.
Trent estava sentado na beira da cama e Sam de pé encaixado entre suas pernas. – Sam... vou precisar de ajuda. Ainda me falta força nas pernas. – Começaram a tirar as roupas um do outro quase rasgando os tecidos em sua ânsia de estarem mais próximos. Quando Trent estava devidamente deitado na cama, nu, Sam rastejou até o meio de suas pernas. Claro que Trent sabia das intenções do ruivo. Levantou o tronco erguendo o rosto de Sam até os olhos estarem alinhados. – Eu quero te preparar pra mim, cariño. Fique por cima de mim com seu lindo traseiro na minha cara.
Sam rolou para suas mãos e joelhos, empinando a bunda no ar e jogando sua dignidade pela janela enquanto mexia o traseiro para seu lobo. Orgulho não tinha lugar entre os dois, não esta noite, nem nunca mais. Samuel mordeu o lábio, esperando a reação de Trent para a sua oferta. Gemeu quando sentiu um dedo molhado entrar nele.
— Você é meu. Nunca se esqueça disso. — As palavras de Trent estavam trêmulas pelo tesão. Sam abocanhou o pau duro de seu companheiro, seus olhos rolando para trás, o prazer que seu lobo estava lhe dando enquanto sentia a invasão de seus dedos.
—Trent — ele gritou quando um outro grande dedo escorregou para dentro dele. Ele não ia aguentar. Já estava perdendo sua mente, e tinham acabado de começar. Logo Trent teve um terceiro dedo no traseiro de Sam, movendo o facilmente. Samuel choramingou quando sentiu os dedos de Trent deslizar fora de sua bunda. Ele não queria que deixassem seu corpo novamente.
-- Vire pra mim, Sam. - Um grito alto encheu o ar quando o comprimento espesso de Trent entrou e Sam estava viajando demais nas sensações para se importar se era ele ou Trent que estava sendo tão barulhento, embora suspeitasse que fosse ele. Só que se sentia maravilhoso, e não se importava se todo mundo ouviu ou se seus gritos ecoavam além das montanhas até Bitter Creek.
O coração de Samuel acelerou quando Trent empurrou profundamente. — Sim!
Trent riu quando uma mão pousou no quadril do fênix. — Sentiu minha falta?
— Claro que sim — ele ofegava enquanto balançava sua bunda. — Agora, me fode.
— Que boca suja. — Trent descansou as mãos nas costas de Sam, os lábios a meros centímetros de sua orelha. — Eu vou foder esta bunda forte e rápido —, Trent disse enquanto se afastava e, em seguida, empurrou.
— Sim —, Sam choramingou. — Por favor, forte e rápido. - Seus dedos se enroscaram quando Trent fez exatamente isso. A pélvis do lobo bateu em seu traseiro, fazendo Samuel gemer ainda mais. Ele iria perder a consciência, oh sim, iria. Se Trent mantivesse este ritmo, Sam iria estar desmaiado por uma semana inteira.
— Você é meu— Trent rosnou enquanto empurrava seu membro mais fundo na bunda de Sam. — Se esqueceu isso, eu não tenho nenhum problema lembrando. Trent rugiu quando afundou seus caninos no pescoço de Sam, seus quadris batendo na velocidade da luz. Garras apareceram a partir das extremidades dos dedos e ele deslizou-as nas costas do fênix, nunca diminuindo seus movimentos. — Meu —, Trent disse enquanto puxava seus caninos fora. — Reivindique-me, compañero.
Nesse momento o corpo de Sam entrou em combustão, mas invés das chamas alaranjadas de sempre eram chamas azuis, brilhantes, lindas, Sam puxou os ombros de Trent até que a pele suada de seu lobo estava em seus lábios. Ele lambeu uma longa linha de seu pescoço, sentindo Trent arrepiar-se antes de cravar os dentes. Trent gritou enquanto seu sêmen quente espirrou dentro do traseiro de Sam, seus movimentos tornando-se erráticos. O lobo empurrou a mão para baixo entre eles, agarrando o pênis de Samuel, acariciando-o até que ele gozou, sêmen pintando seus corpos.
Samuel tirou os dentes do pescoço de Trent e lambeu a ferida da mordida que fechou em seguida, cobriu o rosto de Trent com seus cabelos vermelhos. Não era habitual para um fênix morder para reivindicar seu companheiro, e Sam não sabia por que a súbita vontade tinha batido nele, mas deixou-se levar. — Trent —, sussurrou.
Trent sorriu quando levantou a cabeça longe o suficiente para olhar para Sam. — Você é meu agora, e eu sou seu, e nunca vou te deixar ir.
Sam suspirou. Seu coração estava em paz. Sua alma sentia a de Trent iluminando todos os cantos que estavam escuros. Trent sentiu o cheiro de Sam mudar. Abraçou seu compañero e resolveu deixar isso para depois.
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Sean estava há três dias saindo depois das oito da noite da oficina. Ele era o especialista em adaptar motores novos em carros clássicos. Ele ouvia o som maravilhoso do motor que acabava de montar. - "O verdadeiro artista busca a plenitude, nunca a perfeição" – Ele nem lembrava de onde tirou essa frase... plenitude era o que sentia com esse trabalho.
Então, por que estava tão frustrado? Olhou para o escritório de Ortiz. Desde que voltou a trabalhar ele não chegou perto. Não provocou. Nada... esse nada era frustrante. Até uma briga física, uns bons socos, seria melhor que isso. Olhou para o visor do celular, já era oito da noite. E ele iria parar para uma bebida ou duas no restaurante de Bonny.
Chegando lá ele senta no lugar habitual no balcão. – Oi Bonny! – Ela já coloca a cerveja da marca que ele gosta, gelada, na sua frente. – Obrigado, linda.
-- Você tem trabalhado até tarde esses dias, como se sente voltando a ficar tão perto de Ortiz? – Ebony pergunta com um tom preocupado. Ela realmente gosta de Sean, como amigo. Ele aliviou sua solidão por um tempo. Mas... ela ouviu que Connor estava voltando. Ela lembrava bem das festas que ele costumava dar em seu salão. Um sorriso impertinente quase surgiu.
-- É uma merda. Ao mesmo tempo em que minha mente e o meu corpo parecem receber um choque de energia, meu coração fica apertado. A ponto de despedaçar. É horrível. – Deu um longo gole direto do gargalo. Bonny antecipando o pedido coloca na frente dele um Steinhaeger.
O barulho da porta da frente abrindo e passos ecoam pelo salão quase vazio. Alguns clientes pedem a conta. – Vou me despedir dos clientes e trancar a porta da frente. Fiquem à vontade. – Ebony falava em tom alegre com os clientes enquanto se despedia e fechava a porta.
Uma presença esmagadora sentava ao lado de Sean no balcão com uma cerveja e uma dose de Tequila, sal e limão. Ele já tinha tomado umas quatro cervejas e duas doses de Steinhaeger. Sim... estava meio chapado. Vai ver que é por isso que ao sentir o toque quente de sua mão no ombro o coração de Sean deu piruetas no peito e o sotaque sexy em sua voz fez alguns circuitos cerebrais derreterem.
— Se importa se me juntar a você, McLean? — Olha para o rosto de Carlos Ortiz e sente sua respiração gaguejar, então simplesmente balança com a cabeça, apontando para a banqueta ao seu lado. – Imagino que a casa está vazia demais sem a presença dos meninos, já que está aqui depois de um dia duro de trabalho.
Sean afirma com a cabeça. – Me afeiçoei muito a eles. São como filhos pra mim. Como Tom. Sinto falta da bagunça, das conversas até de madrugada. Até das brigas dos dois.
Virando a tequila Ortiz faz uma careta depois de chupar o limão. – Sim. Depois que temos uma casa viva é difícil voltar para uma casca vazia.
Sean puxou Ortiz pelos ombros fazendo com que se encarassem. – Por que?
Carlos sacode as mãos de Sean de seus ombros. – Porque o que? Quantas cervejas você já bebeu, McLean?
-- Por que você está aqui, com essa conversa pra boi dormir? Por que não me deixa em paz? Por que eu sinto falta do seu cheiro? Por que tudo o que eu mais quero é sentir o calor do seu toque, do seu beijo e ao mesmo tempo eu odeio tudo isso por causar uma angustia tão grande que parece que vou morrer no instante seguinte. Merda! – Sean vira para o balcão apertando as mãos em punho ao redor da garrafa de cerveja.
Antes de conseguir pegar a garrafa e dar um gole, dedos quentes acariciaram seu rosto que nem ele percebera, estava molhado. Ah! Como ele era patético. Chorando como uma adolescente deslumbrada e inclinando ao toque dele como uma cadelinha. Quando ele virou esse trapo humano?
-- Você não é o único que sofre, McLean. – Sean não queria ouvir. Ele estava cansado. Seu coração era um pedaço de pano pendurado por um prego enferrujado. – O seu cheiro me enlouquece. Meu lobo está zangado por negar seu desejo por tanto tempo. O som da sua voz, da sua risada faz meu coração acelerar a ponto de parecer sair do peito. A necessidade de te tocar, te confortar, torna-lo meu é tão grande que ameaça rasgar minha alma.
Sean pensou em jogar a brincadeira do gato e rato.... Mas, ele, simplesmente, atirou o bom senso pela privada. Virou agarrando a camisa de Ortiz. Seus olhos verdes intensos, ardiam com uma mistura de raiva, desejo e algo mais. Puxou o moreno pra perto, seus narizes se tocando, o hálito misturando naquele espaço que era agora tudo o que existia. – Já que isso tudo é uma loucura eu quero beber a insanidade direto da tua boca. – Era um beijo com fome, intenso.
Quando o beijo acaba, Sean se inclina para Carlos apoiando a cabeça em ombro. – É bom saber que não enlouqueço sozinho, meu compañero. – Ortiz acaricia os cabelos castanhos mel de Sean. Ele chama Bonny e paga as bebidas. Joga as chaves de sua moto para ela e pede para guardar em sua garagem até amanhã. – Vamos sair daqui, Sean.
Calor espalha através das entranhas de Sean e seus nervos disparam de uma só vez quando o som de seu nome nos lábios dele. Nunca pensou que era tão importante um detalhe desses. Essa intimidade. — Mostre o caminho, Carlos. Eu já não sei pra onde ir.
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Tradução da música na mídia
Las palabras de amor (Queen)
As Palavras De Amor
Não me toque agora
Não me abrace agora
Não quebre o encanto, querida
Agora você está perto
Olhe nos meus olhos e fale para mim
Aquelas promessas especiais que eu quero ouvir
As palavras de amor
Deixe-me ouvir as palavras de amor
Lentamente meu amor
Me ame devagar e gentilmente
Um mundo tolo, tantas almas
Arremessadas sem sentido
No frio interminável
E tudo por medo, e tudo por ambição.
Fale qualquer língua
Mas pelo amor de Deus nós precisamos
As palavras de amor
Deixe-me ouvir as palavras de amor.
Lentamente meu amor
Deixe-me saber, esta noite e sempre
Este quarto está vazio
Esta noite está fria
Nós estamos muito distantes e estou envelhecendo
Mas enquanto vivermos
Nós nos encontraremos novamente
Assim então, meu amor
Poderemos sussurrar uma vez mais
"É você que eu adoro"
As palavras de amor
Deixe-me ouvir as palavras de amor
Lentamente meu amor
Toque-me agora
As palavras de amor
Vamos compartilhar as palavras de amor
Para sempre (para sempre)
Para sempre
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Eaê bruxarada!!! Caramba... que capítulo intenso. Tô amando. Mas, ainda acho que Sean tinha que dificultar um pouco. Sei lá.. tocar o Carlos de casa de pau duro. huahuahuahua.
Gostaram do capítulo? Clica na estrelinha. Deixe seu comentário. O feedback dos leitores dá um gás legal pra escrever mais. ^^
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