Viagem

Voltei Pessoal, sentiram minha falta? Porque eu senti a falta de vocês!

O quarto ainda estava mergulhado em uma penumbra aconchegante. Lena suspirou suavemente, seu corpo dolorido e deliciosamente exausto da noite anterior. Ela sentiu o calor de Kara ao seu redor, um abraço firme e protetor que a mantinha segura em seu sono profundo.

Lentamente, Lena começou a despertar, piscando algumas vezes antes de abrir totalmente os olhos. Seu rosto estava deitado no pescoço de Kara, e ela sentia o perfume natural da esposa misturado ao leve aroma amadeirado do quarto. A pele quente de Kara contrastava com o frescor dos lençóis de seda espalhados pelo colchão macio.

Sem pressão, Lena deslizou os dedos pela barriga exposta da Suprema, testando a firmeza dos músculos sob sua pele. Um sorriso brincou em seus lábios ao lembrar-se da intensidade da noite anterior, da forma como Kara a tomou para si repetidas vezes, marcando seu corpo de todas as formas possíveis.

Ela se afastou apenas o suficiente para olhar para sua esposa. Kara estava linda, sua expressão serena e satisfeita. Os cabelos dourados estavam um pouco bagunçados, e seu peito subia e descia em um ritmo tranquilo. Lena passou os dedos suavemente pela mandíbula da amada antes de se inclinar e deixou um beijo leve no pescoço dela.

Kara resmungou algo inaudível e a apertou mais de forma protetora contra si, seu instinto ainda ativo mesmo em seu descanso. Lena soltou uma risadinha baixa e continuou depositando beijos delicados pelo rosto e pescoço da esposa.

"Amor..." murmurou Lena contra a pele de Kara.

Kara resmungou novamente, apertando um pouco mais os braços ao redor de Lena.

"Hm... Fica mais um pouco..." a voz de Kara saiu rouca e cheia de sono, e Lena sentiu um arrepio delicioso percorrendo sua espinha.

"Eu preciso ir ao banheiro..." Lena riu baixinho, tentando se mover.

Kara abriu um olho preguiçosamente e suspirou, mas, relutante, afrouxou o aperto.

"Só porque eu amo você..." murmurou.

Lena sorriu e se afastou, saindo da cama completamente nua, sem nenhuma pressa em se cobri. Afinal, estava em sua casa, com sua esposa, e não havia mais motivos para pudores entre elas.

Enquanto caminhava até o banheiro, sentia as pernas trêmulas e percebia o leve incômodo entre as coxas, uma lembrança evidente de quanto sua noite de núpcias havia sido intensa.

Ao se olhar no espelho, Lena arregalou os olhos ao ver as marcas pelo seu corpo "mordidas, chupões e arranhões espalhados por sua pele como um lembrete do desejo incontrolável de Kara por ela. Seu olhar então desceu para o pulso, onde a marca da união estava agora cravada em sua pele."

"Você está admirando as minhas marcas em você, Luna?" a voz de Kara era baixa e mais firme.

Lena estreitou os olhos e encontrou o reflexo de Kara no espelho. Sua esposa caminhava até ela, completamente nua, os cabelos levemente bagunçados, o corpo alto e esculpido exibindo a marca recém-formada em seu braço direito.

Braços fortes rodearam sua cintura, puxando-a para perto, e Lena suspirou ao sentir o calor da pele de Kara contra a sua.

"Eu só estava observando como você me marcou completamente" Lena sussurrou.

Kara deslizou os lábios pelo ombro da esposa, distribuindo beijos suaves.

"Porque você é minha. Para sempre."

Lena deslizou os dedos sobre a marca em seu pulso, sentindo o leve formigamento que a percorreu ao tocá-la. Seu olhar se voltou para a imagem cravada na pele de Kara, o lobo branco sobre a neve segurando uma rosa vermelha. Era algo completamente diferente do que você já tinha visto antes.

"Kara..." Lena murmurou, virando-se nos braços da esposa para encará-la. "Ninguém nunca teve uma marca assim antes, não é?"

Kara franziu levemente a testa, observando as marcas.

"Não..." respondeu em um tom pensativo. "As marcas sempre foram formadas pelas mordidas, mas nunca se manifestaram dessa maneira, como se fossem parte da nossa pele."

Lena deslizou os dedos sobre o desenho no braço de Kara, e um arrepio percorreu a espinha da Suprema. O toque sutil parecia eletrizar sua pele de uma forma inexplicável.

"Você acha que isso significa algo?" Lena questionou, seus olhos verdes brilhando com curiosidade.

Kara respirou fundo, puxando a esposa para mais perto.

"Talvez..." ela murmurou, passando de leve a mão sobre a marca de Lena.

No instante em que seus dedos roçaram o lobo uivando gravado na pele da esposa, Lena estremeceu violentamente, sugando o ar entre os lábios. Um calor intenso percorreu seu corpo, e ela sentiu uma onda avassaladora de emoção e desejo.

Mas o que realmente surpreendeu foi o brilho nos olhos de Kara. A Suprema também havia sentido.

"Kara... você está sentindo isso?" Lena sussurrou, sua respiração acelerada.

Kara arregalou levemente os olhos, piscando algumas vezes.

"Sim" ela admitiu, sua voz em tom de surpresa.

Lena engoliu em seco, encarando a esposa com fascínio.

"Isso... isso nunca aconteceu antes. Posso sentir o que você sente agora?"

Kara concordou lentamente, deslizando os dedos sobre a marca de Lena novamente. Assim que o contato foi feito, um arrepio percorreu ambas ao mesmo tempo. Um calor intenso se divide entre elas, suas emoções se misturam em um turbilhão de sensações compartilhadas.

"Eu acho que... nosso amor é tão grande que até os seres superiores, como Eternium, quisessem que fosse assim" Kara murmurou, ainda assimilando a conexão poderosa entre elas.

Lena sinceramente, sentindo o coração caloroso pela profundidade das palavras da esposa.

"Então agora estamos ligados a todos os sentidos..." ela sussurrou, seus dedos traçando o desenho na pele de Kara.

Kara inclinou a cabeça, roçando os lábios contra os de Lena em um beijo terno.

"Sempre estivemos" respondeu.

Lena sorriu contra os lábios dela antes de se afastar um pouco.

"Mas agora estamos mesmo, de forma literal."

Ambas riram suavemente, ainda tentando entender a grandiosidade da conexão que agora compartilhavam.

Depois de mais alguns instantes se explorando com toques suaves e sorrisos cúmplices, decidiram finalmente tomar banho juntas. O momento foi mais tranquilo, apenas aproveitando a presença uma da outra. Kara lavou os cabelos de Lena com delicadeza, e Lena fez o mesmo por ela, aproveitando cada segundo daquele novo começo.

Quando terminaram, se vestiram com roupas leves e confortáveis ​​e, ao saírem do quarto, perceberam que o sol já estava alto no céu.

"Acho que vamos tomar café um pouco tarde hoje..." Lena comentou com um sorriso divertido.

Kara riu, entrelaçando os dedos aos dela.

"Acho que, na verdade, vamos almoçar."

Com um último olhar cúmplice, as duas desceram juntas, prontas para encarar o novo dia como a Suprema e sua Luna.

Kara e Lena desceram as escadas lado a lado, sentindo o movimento constante dentro da grande mansão. Apesar de ter sido aberto oficialmente há apenas dois dias, os trabalhadores já trabalhavam a todo vapor, garantindo que tudo estivesse em perfeita ordem. O aroma delicioso de comida recém-preparada preenchia o ambiente, tornando o momento ainda mais acolhedor.

Assim que entraram na cozinha, todos os presentes interromperam o que estavam fazendo e se curvaram em respeito à Suprema e sua Luna. Lena, ainda se acostumando com esse nível de reverência, sentiu um leve desconforto, enquanto Kara suspirou suavemente.

"Não precisam fazer isso" Kara disse, sua voz firme, porém gentil.

Lena concordou, reforçando a ideia com um sorriso amigável.

"Estamos todos em casa agora, queremos que se sintam confortáveis."

Os empregados trocaram olhares entre si antes de assentirem respeitosamente, voltando ao trabalho, mas ainda demonstrando o respeito que tinham por suas líderes.

Um dos trabalhadores se aproximou de Kara e inclinou a cabeça levemente antes de falar.

"Suprema, o Ancião Jon solicita uma conversa com você. E sugeriu que seus Betas também devem estar presentes quando for possível.

Kara ergueu uma sobrancelha intermediária, curiosa com o que o mais velho da alcateia queria discutir tão cedo. Mas se Jon havia pedido uma reunião, com certeza era algo importante.

"Avisa ao Ancião que já irei para a biblioteca" respondeu, sua postura naturalmente imponente.

O empregado concordou antes de se retirar para entregar a mensagem.

Kara então se virou para Lena, envolvendo sua cintura com os braços e lhe dando um selinho carinhoso.

"Eu já volto, prometo não demorar para almoçarmos juntas" murmurou contra os lábios dela.

Lena sorriu gentilmente, deslizando os dedos pelo braço de Kara.

"Estarei te esperando."

Kara sorriu de volta antes de se afastar, seguindo em direção à biblioteca para encontrar Jon e seus Betas, se questionou sobre o que aquele encontro inesperado traria.

Kara entrou na biblioteca da mansão com passos firmes, sentindo a presença do Ancião Jon e de seus Betas já reunidos. Alex, Oliver e Barry estavam posicionados próximos as prateleiras de livros, suas expressões curiosas e sérias.

O Ancião Jon, um lobo de aparência sábia e imponente, foi anunciado assim que Kara entrou. Ele caminhou até ela e fez uma reverência respeitosa, seguida pelos Betas.

"Suprema" Jon saudou com a voz compartilhada de respeito.

"Ancião Jon, é sempre um prazer" Kara respondeu, assentindo em respeito.

Ela se virou para seus Betas e sugeriu de forma descontraída, mesmo sentindo que o clima da reunião era mais sério do que esperava.

"Vamos direto ao assunto" Jon começou, observando a Suprema com atenção. "Imagino que tenha notado as marcas que surgiram em seu corpo e no de sua companheira."

Kara cruzou os braços e assentiu.

"Sim, e Lena também viu. Nós sentimos algo diferente, uma conexão mais forte do que eu esperava."

O ancião sorri levemente.

"Não é apenas uma conexão mais forte, Suprema. Essa é uma mudança que afetará todas as gerações futuras. A união entre você e sua Lua foi tão poderosa que os próprios seres superiores, como Eterniun, concederam esse novo vínculo. Agora, todos os companheiros destinados às alcateias não serão apenas unidos pela mordida, mas terão suas marcas cravadas na pele, assim como aconteceu com vocês."

Kara piscou, surpresa, sentindo o impacto da revelação. Ela sabia que sua união com Lena era algo especial, mas não imaginava que poderia mudar o curso de toda a sociedade Lupina.

"Então isso significa que... todas as futuras gerações carregarão as marcas de seus companheiros na pele?" Ela perguntou, tentando compreender totalmente o que aquilo queria.

"Exatamente" Jon confirmou. "Vocês estão realizando um novo ciclo. Agora, os lobos não precisarão apenas confiar no instinto, pois suas almas serão refletidas fisicamente em seus corpos."

Os Betas trocaram olhares surpresos entre si. Alex, Oliver e Barry estavam claramente processando a informação quando Jon os espiou com um olhar penetrante.

"Agora, há outra questão que preciso abordar com vocês três" disse ele, voltando sua atenção para os Betas.

Eles imediatamente se endireitaram, atentos.

"Vocês estão ligados diretamente à Suprema, mas nunca se perguntaram por que ainda não encontraram suas companheiras?"

Os três se entreolharam, confusos, e até a mesma personalidade uma sobrancelha.

"Sempre achei que simplesmente não encontramos as pessoas certas ainda" Oliver respondeu.

"E que talvez o nosso destino fosse outro" acrescentou Barry.

"Eu nunca me preocupei muito com isso" Alex admitiu, dando de ombros.

O Ancião Jon soltou um suspiro, cruzando as mãos à frente do corpo.

"Acho que foi um erro meu não ter contado antes. Mas perdoem a minha velhice. O fato é que... os Betas dos Supremos só encontram suas companheiras depois que o Supremo encontra a sua."

O silêncio preencheu a sala enquanto todos absorviam aquela informação.

"O quê?!" Alex exclamou, arregalando os olhos.

"Então você está dizendo que... agora que Kara encontrou Lena... podemos encontrar nossas predestinadas a qualquer momento?" Barry disse, ainda atônito.

Jon concorda.

"Sim. Como vocês nunca se preocuparam muito com isso, o assunto acabou ficando esquecido. Mas agora, a qualquer momento, seus destinos podem se cruzar com os de suas companheiras."

Kara piscou, igualmente surpresa.

"Nem eu sabia disso..."

"Não é uma informação amplamente divulgada, pois Supremos nascem poucas vezes em cada geração. Mas é assim que funciona" Jon explicou.

Os três Betas foram claramente impactados pela revelação, suas expressões misturando surpresa e expectativa. Oliver foi o primeiro a quebrar o silêncio.

"Bem... isso definitivamente muda as coisas."

Barry riu nervosamente.

"Agora estou curioso para ver como isso vai acontecer."

Alex cruzou os braços, pensativo.

"Nunca imaginei que nosso destino fosse tão diretamente ligado à Kara..."

Kara, ainda assimilando a informação, transmitiu de canto.

"Parece que o futuro será interessante para todos nós."

O Ancião Jon sorriu, satisfeito por ter compartilhado a verdade.

"Apenas estejam preparados. Quando suas companheiras aparecerem, não haverá dúvidas."

Com essa declaração, a reunião ganhou um novo significado. Não apenas a ligação entre Kara e Lena mudou o futuro das alcateias, mas agora, o destino dos Betas também começou a se desenhar de uma maneira inesperada.

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Os Betas conversavam na biblioteca após a saída do Ancião Jon, e Kara os olhou por um momento antes de cruzar os braços.

"Vocês ainda têm algo a dizer?" Ela disse, arqueando uma sobrancelha. "Porque eu realmente gostaria de almoçar com minha esposa."

Oliver, Barry e Alex trocaram olhares antes de Alex dar um passo à frente.

"Desculpe atrapalhar seu momento com a Lena, mas isso é urgente, Kara."

Kara suspirou, percebendo que o assunto era sério. Ela fez um gesto para que continuassem.

"Ontem, na comemoração do seu casamento, todos os líderes ou enviados representantes das alcateias sob seu comando estavam presentes... menos um" Alex começou.

Kara franziu a testa.

"Qual alcateia?"

"Lírios" Alex respondeu.

O nome fez Kara estreitar os olhos. Lírios era a alcateia da alfa Sara, localizada na Europa, do outro lado do oceano.

"Estranho. Ela sempre envia alguém, pelo menos. Alguma notícia do que pode ter acontecido?" Kara disse, sua voz assumindo um tom mais sério.

"Ainda não temos muitas informações concretas "Barry respondeu. "Mas pelo que ouvimos, parece que eles estão enfrentando problemas com renegados. E sabemos que naquela região eles são numerosos."

"Bruce, da Alcateia Floresta Negra, nos disse que a situação está ficando crítica. Eles estão em apuros" Oliver completou.

Kara soltou um longo suspiro.

"Claro que estão..." Ela murmurou, esfregando a têmpora por um momento antes de erguer o olhar determinada. "Preparem as coisas. Vamos para a Europa em dois dias."

Os três assentiram imediatamente, prontos para seguir suas ordens.

"Passaremos pelo mundo humano e usaremos seus transportes" Kara contínua. Ela então bufou, cruzando os braços com um olhar exasperado. "A vida de uma Suprema sempre tem algum imprevisto."

Os três riram diante do comentário, aliviando um pouco a tensão.

"Algo mais?" Barry perguntou.

Kara revirou os olhos com um meio sorriso antes de voltar à seriedade.

"Quero guardar-nos acompanhando. Lena vai conosco."

Alex arqueou uma sobrancelha.

"Tem certeza?"

"Sim. Prometi que ela conheceria o mundo, e ela vai. Além disso, as alcateias precisam conhecer sua Luna pessoalmente."

Os três Betas sorriram diante da afirmação determinada da Suprema.

"Justo" Oliver comentou.

"Então vamos organizar tudo" Barry acrescentou.

Com isso, eles concordaram e se retiraram, deixando Kara sozinha por um momento. Ela respirou fundo, processando as novas informações, antes de decidir que era hora de voltar para sua esposa.

Kara saiu da biblioteca e caminhou pelo longo corredor em direção à sala de jantar. Assim que se mudou, sentiu o cheiro inconfundível de sua esposa e sorriu ao ouvir sua voz suave.

Ao entrar, encontrou Lena sentada à mesa, conversando com uma das empregadas, que permanecia de pé ao lado dela. Lena parecia relaxada, sua expressão serena enquanto ouvia atentamente a mulher falar.

Assim que notou a presença de Kara, a empregada se virou e fez uma leve reverência.

"Suprema, Luna. O almoço já será servido em instantes" disse educadamente.

Kara concordou com um leve sorriso.

"Obrigada, pode ir."

A empregada se retirou, deixando Kara e Lena sós.

Kara caminhou até Lena e, sem hesitar, inclinou-se para deixar um beijo suave em sua têmpora antes de se sentar ao lado dela. Lena sorriu ao toque da esposa e virou-se para olhar-la.

"Então, como foi a reunião?" Lena disse, segurando a mão de Kara sobre a mesa.

Kara suspirou, entrelaçando seus dedos aos de Lena antes de começar a contar.

"Temos um problema. A alcateia Lírios não enviou um representante para o casamento. Descobrimos que eles estão com dificuldades por causa de renegados. Parece que a situação está saindo do controle."

Lena franziu a testa, preocupada.

"Isso é sério... O que vocês vão fazer?"

"Vamos para a Europa em dois dias. Precisamos ver a situação de perto e ajudar como podemos."

Lena concordou lentamente, absorvendo as informações.

"Vamos?"  Ela enfatizou a palavra, olhando para Kara com curiosidade.

Kara gentilmente, apertando suavemente a mão de Lena.

"Sim. Você vai comigo."

Os olhos de Lena brilharam com surpresa e empolgação.

"Eu vou?"

"Prometi que você conheceria o mundo, e as alcateias precisam conhecer sua Luna pessoalmente. Além disso, eu não vou te deixar para trás" Kara respondeu com um olhar determinado.

Lena sorriu amplamente.

"Eu gosto dessa parte."

Kara riu e levou a mão de Lena até os lábios, depositando um beijo ali.

"Então, depois do almoço, podemos começar a organizar as coisas para a viagem."

"Perfeito" Lena concordou, e, naquele momento.

As duas se entreolharam antes de começarem a comer, agora sabendo que uma nova jornada as aguardava.

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Os empregados trabalharam para servir o almoço em pratos delicadamente decorados. A mesa estava repleta de iguarias cuidadosamente preparadas, incluindo carne assada ao molho de ervas, legumes salteados, pães artesanais e uma variedade de frutas frescas. O aroma delicioso preenchia o ambiente, tornando impossível não se sentir faminto.

Kara serviu uma taça de suco de frutas para Lena antes de começar a se servir. Ela notou como sua esposa observava tudo com um brilho nos olhos, ansiosa e curiosa.

"Então..." Lena começou, cortando um pedaço de carne e provando. "Me conte mais sobre essas alcateias espalhadas pelo mundo."

Kara sorriu, adorando o interesse de sua esposa.

"Existem muitas, espalhadas por todos os continentes. Algumas são antigas e tradicionais, enquanto outras são mais modernas e adaptadas ao mundo humano."

Lena inclinou a cabeça, fascinada.

"E como elas se organizam? Tudo o que segue você?"

"Sim, como Suprema, todos me reconhecem como sua líder. Mas cada alcateia tem um alfa ou uma alfa que governa localmente, seguindo as nossas leis e tradições. Alguns vivem em florestas intocadas, longe dos humanos, enquanto outros convivem entre eles, se misturando de forma sutil."

Kara pegou um pedaço de pão e passou manteiga nele antes de continuar explicando:

"Nós lobos conhecemos o mundo humano, sabemos como eles vivem, suas tecnologias, suas cidades. Mas eles não sabem sobre nós. Não podem saber."

Lena arqueou a sobrancelha, curiosa.

"E por quê?"

Kara sorriu de leve, tomando um gole de sua bebida antes de responder.

"Porque nossos mundos não coexistem. Existe uma magia ancestral que impede os humanos de encontrarem nossos lares. Eles podem passar ao lado de um território de alcateia e jamais perceber. Se tentarem cruzar a fronteira, simplesmente darão a volta sem entender por quê. Para eles, é como se nossos territórios nem existissem."

Lena Piscou, impressionada.

"Isso é... fascinante. É muito inteligente."

Kara concorda.

"É necessário. Os humanos não entenderiam o que somos. Alguns poderiam tentar nos estudar, outros tentariam nos caçar. Seria um caos. Por isso, nos mantemos ocultos. Apenas nós podemos transitar entre os dois mundos livremente."

Lena apoiou o queixo na mão, pensativa.

"Então, quando formos viajar, usaremos os meios humanos, mas sem que eles saibam o que somos de verdade?"

Kara respondeu sorrindo de lado com a curiosidade de sua esposa.

"Exatamente. Vamos pegar um avião, como qualquer pessoa comum. Mas ao chegarmos no território da alcateia Lírios, atravessaremos a barreira mágica, e os humanos sequer notarão que desapareceremos do mapa."

Lena riu, achando tudo aquilo incrível.

"Isso parece coisa de filme."

Kara segurou a mão dela com carinho.

"Bem-vinda ao nosso mundo, minha Luna. Você ainda verá muitas coisas que vão te surpreender."

Lena sorriu, sentindo-se cada vez mais parte daquele universo misterioso e fascinante.

Os olhos de Lena brilharam ainda mais.

"Isso é incrível... Eu sempre soube que havia um mundo além do que eu conhecia, mas nunca imaginei que faria parte dele assim."

Kara observou a esposa com carinho, percebendo o que era necessário para ela.

"Você não faz apenas parte dele, Lena. Você é a Luna, minha mulher. Eles precisam te conhecer, e eu quero que você veja tudo com seus próprios olhos."

Lena a olhou, sentindo-se importante e valorizada. Kara sempre soube exatamente como fazê-la se sentir especial.

"Isso significa que vamos viajar bastante, não é?"

Kara riu, tomando um gole de sua bebida.

"Sim, e cada lugar tem suas investigações. A Alcateia Lírios, por exemplo, que vamos visitar primeiro, tem uma cultura muito ligada à história medieval da Europa. Já na alcateia Floresta Negra, do Bruce, vive nas montanhas e é mais isolada, quase como uma sociedade secreta."

Lena suspirou, encantada com a ideia de conhecer tudo aquilo.

"Parece uma grande aventura."

Kara assentiu, segurando a mão da esposa sobre a mesa.

"E será. Mas eu prometo que, em qualquer lugar que formos, você sempre estará segura."

Lena apertou suavemente a mão de Kara, sentindo o peso daquela promessa.

"Eu sei. Porque estou com você."

Kara feliz, satisfeita. Elas aproveitaram o almoço, conversando sobre os diferentes lugares que visitariam. Lena não apenas se sentiu livre, mas também parte de algo muito maior. E tudo isso porque Kara a fazia sentir assim.

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Durante os dois dias que se seguiram, Kara e Lena aproveitaram ao máximo cada momento juntas, entregando-se a um descanso merecido após o casamento e a cerimônia e também aproveitando a curta lua de mel. A enorme propriedade de Kara, com sua arquitetura imponente e elegante, foi o cenário perfeito para o início da vida a dois.

O primeiro dia foi dedicado ao relaxamento e ao prazer da companhia uma da outra. Kara e Lena se perderam nos braços uma da outra, explorando novos territórios, não apenas fisicamente, mas emocionais. As horas se arrastavam sem pressa, e a mansão, antes silenciosa e fria, se esquentava com os risos e as conversas íntimas delas.

Lena, por sua vez, ficou maravilhada com a ideia de ficar finalmente sozinha com Kara, sem as preocupações externas. Ela se sentia segura e amada, algo que sempre desejou, mas nunca imaginou que experimentaria. Elas se entregaram a um amor intenso, explorando cada canto da mansão e de seus corações. O cheiro do perfume de Kara ainda estava nas roupas e na cama, um cheiro que agora era familiar e que se misturava ao perfume natural da própria Lena. 

No segundo dia, o ritmo não foi tão diferente. Elas acordaram tarde, após uma noite sem pressa, e tomaram café juntas, com Kara conversando sobre os planos para a viagem. Lena a escutava atentamente, absorvendo cada palavra, mas também desfrutando da paz que a casa proporcionava. Depois, as duas passaram o dia explorando a mansão, conhecendo mais sobre os cantos que ainda não haviam sido visitados, enquanto desfrutavam do ambiente calmo e privado. Kara, com sua intensidade, fazia questão de tocar Lena, de abraçá-la, de demonstrar o quanto a amava, enquanto Lena retribuía com carinho e atenção, vendo Kara com um estímulo silencioso que transparecia a cada gesto.

À noite, as duas se perderam em mais uma noite de paixão. Lena, com seu corpo delicado, foi completamente envolvida por Kara, que se mostrava tão atenta aos detalhes, tão cuidadosa, mas também tão possessiva em seu jeito de fazer com que Lena se sentisse amada. Aquela noite foi única, repleta de carícias, olhares e suspiros. 

Esses dois dias foram uma pausa, uma chance para se conectarem ainda mais, para consolidar o vínculo que se formou entre elas. Lena observa, ao olhar para Kara, que a vida ao lado dela seria uma série de momentos intensos, desafiadores e inesquecíveis. Mas naquele instante, o único desafio era fazer cada segundo durar para sempre.

Após dois dias aproveitando uma a outra, Kara e Lena estavam prontas para seguir com a viagem que, apesar de ser uma missão importante, ainda era uma oportunidade para explorar novas experiências. As malas estavam prontas, e, mesmo com a insistência de Kara para que Lena não se preocupasse tanto com a aparência, Lena havia decidido que queria se adequar ao novo estilo de vida ao lado de sua esposa. Ela comprou um guarda-roupa novinho, repleto de roupas elegantes, mas com conforto, sem perder o toque de sofisticação. Kara olhou para ela com um sorriso, sabendo que Lena era teimosa e determinada, mas amando a forma como se preocupava com os detalhes.

Elas se despediram de suas famílias, e a viagem estava prestes a começar. No momento da despedida, os betas e os lobos estavam prontos para garantir a segurança de Lena, e isso era uma prioridade para Kara. A Suprema sabia que o mundo estava sempre em alerta, e a proteção de sua esposa era fundamental, especialmente porque eles estavam prestes a embarcar em um território bonito, mas perigoso.

Quando entraram no carro de luxo de Kara, a atmosfera ficou mais séria. Lena estava ao lado de Kara, e os betas seguiram em outro carro, com os lobos acompanhando cada movimento delas. Kara dirigiu com precisão, sem pressa, mas com foco, a missão era importante. As estradas da Europa aguardavam o próximo capítulo da jornada delas.

Enquanto o carro avançava pela estrada, Kara deu uma olhada para Lena, com um sorriso suave, tentando tranquilizá-la. "Nós vamos fazer isso juntas", disse ela, sua voz calma e segura. Lena apenas concordou, sentindo-se reconfortada pela presença de Kara ao seu lado.

A viagem estava apenas começando, mas ambas sabiam que, com o amor e a confiança que tinham, não havia desafios que não pudessem enfrentar. O mundo estava à espera delas, e juntas, elas estavam prontas para escrever sua história.

Continua...

Pessoal aqui a gente finaliza a parte dois dessa história e entramos na fase 3, bora conhecer novas alcateais, novas culturas, novos integrantes, novos casais.

Deixem aqui sugestões de nomes de alcateias que vocês gostariam que eu colocasse na história. Vou escolher as melhores.

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