Uma Mãe que Nunca Desistiu

Amores, a vida da Kara será contada por flashback de outros personagens, ok?

Eliza estava sentada em uma poltrona confortável, em um canto silencioso da grande sala de estar. Um livro descansava em suas mãos, suas páginas viradas com a leveza de quem lê sem pressa. Contudo, os olhos de Eliza estavam distantes, como se o conteúdo do livro não fosse o que a mantinha ali. Ela folheava as páginas sem realmente enxergar as palavras, sua mente vagando para longe, para um tempo que parecia já tão distante.

A saudade apertava seu peito, uma sensação amarga que ela não conseguia afastar. Seus olhos se perderam no vazio da sala enquanto sua mente voltava a um momento específico de seu passado, um tempo em que a vida parecia mais simples, mais pura. E, como um raio de luz, a imagem de Kara surgiu em sua memória.

Flashback On

Era um dia claro e ensolarado, com o campo ao redor da casa de Mariana banhado pela luz suave do amanhecer. Eliza, ao lado de sua amiga Mariana, observava a pequena Kara Zor-El, de apenas cinco anos, correndo alegremente pelo gramado. A menininha parecia uma borboleta, com seu riso contagiante preenchendo o ar enquanto ela corria atrás das borboletas que flutuavam despreocupadas ao seu redor.

Imagem Gerada por IA

O sorriso de Kara era puro, sem maldade, como o sorriso de uma criança que ainda não conhecia as durezas da vida. Seus olhos azuis brilhavam com alegria, e sua energia parecia inesgotável, saltando de um lado para o outro enquanto ria, como se o mundo inteiro fosse seu para explorar. Ela era a luz em todos os momentos, a inocência encarnada.

Mariana, com o olhar suave de mãe, sorria enquanto observava a filha. "Ela é uma alegria, não é?", disse ela, a voz suave, mas cheia de ternura. "Sempre tão cheia de vida."

"Sim," respondeu Eliza, com um sorriso de admiração. "Ela tem algo especial, algo que brilha de dentro dela. É impossível não se encantar."

As duas mulheres trocaram um olhar cúmplice e silencioso. A infância de Kara parecia ser um reflexo da beleza e pureza do mundo ao seu redor. Eliza, em silêncio, desejava que a vida fosse sempre assim para ela. Mais tarde, ela nunca imaginaria o que o futuro reservaria para aquela garotinha com olhos brilhantes e sorriso encantador.

Flashback Off

Eliza suspirou profundamente, a saudade invadindo-a como uma onda. Kara, a menina que ela amava como filha, havia se tornado um líder nata, mas sem os brilhos dos olhos que ela tanto amava ver. E, em silêncio, Eliza se perguntou se algum dia teria a chance de ver aqueles brilhos nos olhos de novo.

Ela fechou os olhos por um momento, sentindo o peso da saudade. A vida de Kara, com seu brilho e alegria, parecia tão distante agora. Eliza se perdeu em seus pensamentos, imaginando o que poderia ter sido e o que ainda poderia ser.

Eliza suspirou profundamente, a saudade apertando seu peito por sua garotinha, que já não era mais uma garotinha há muito tempo. A visão da menina que um dia corria despreocupada atrás de borboletas, com os olhos brilhando de alegria, parecia agora distante, quase irreconhecível. Mesmo assim, Kara sempre a mantinha informada sobre sua vida, mas aquilo não era o suficiente. Não era o que Eliza desejava. Não mais. Ela queria ver a jovem com a mesma luz que um dia preenchia sua vida, mas o que ela via agora era uma mulher marcada pela dor, por uma luta incessante contra um destino cruel.

O que mais doía, no entanto, era o vazio que Eliza sentia ao perceber que a menina que ela um dia conhecera estava perdendo sua humanidade, se tornando cada vez mais fria e distante. A força que a transformava, que a fazia caminhar para longe de sua verdadeira essência, parecia uma tempestade que Eliza não podia impedir. Era como se uma sombra houvesse consumido a jovem que ela amava, apagando o brilho dos seus olhos azuis.

"Por que, Eterniun?" Eliza murmurou em um suspiro doloroso, como se as palavras pudessem alcançar alguma explicação, alguma resposta. "O que aconteceu com aquela garotinha alegre e cheia de vida? Como você pôde permitir que ela se perdesse assim?"

Eterniun era a força maior que regia o destino dos alfas e das alcateias, o poder misterioso que controlava as vidas de todos os seres da espécie. Muitos acreditavam que os caminhos traçados por Eterniun eram intransponíveis, que o destino não podia ser alterado. Mas Eliza se perguntava: por que Kara, uma alma tão pura e cheia de amor, foi escolhida para carregar um fardo tão pesado? Por que ela tinha que sofrer tanto?

A dor no peito de Eliza aumentava a cada segundo que passava. Ela conhecia bem a história de Kara, sabia das dificuldades, dos traumas, das batalhas internas que sua filha de coração enfrentava. Mas mesmo assim, ver aquela transformação, aquele afastamento de tudo o que um dia ela fora, era algo que Eliza ainda não conseguia aceitar. Kara parecia perdida, sem saber onde ir, sem saber como se encontrar novamente. E isso devastava Eliza, como um veneno que corroía seu coração.

A imagem de Kara, tão distante e fria, vinha à sua mente novamente. Eliza se perguntava se um dia, quando a jovem alfinetasse suas feridas e enfrentasse suas sombras, ela seria capaz de se reconectar com a pessoa que era antes. Eliza desejava com toda a sua alma que Kara pudesse se lembrar de quem era, da força do amor que ainda existia dentro dela, embora adormecida.

"Eu sei que você é mais forte do que isso, Kara," Eliza sussurrou para si mesma, como uma promessa, uma súplica. "Você só precisa se lembrar. Você ainda é aquela garotinha sorridente, cheia de amor. Eu sei que é."

Mas por enquanto, Eliza só podia esperar. Esperar que algum dia, algum sinal, algo acontecesse para trazer Kara de volta para quem ela realmente era. Até lá, ela permaneceria ali, no silêncio da mansão da Suprema em Solaris, aguardando o retorno de sua filha, mesmo que fosse um retorno difícil, cheio de dor e escuridão. Ela nunca desistiria de Kara, não importa o quanto o tempo e a distância se colocassem entre elas.

Eliza foi tirada de seus pensamentos pela porta se abrindo suavemente. Oliver, o segundo beta de Kara, entrou na sala com um semblante sério, mas ainda assim, havia algo de solene em sua postura. Ele tinha nas mãos um envelope lacrado, o qual estendeu até Eliza com um aceno de cabeça.

"É um convite da Alcateia Lua de Sangue," Oliver disse, sua voz grave, como sempre, mas com uma leveza que só surgia quando ele estava perto de Eliza, alguém que sempre considerara uma figura materna. Ela tomou o envelope com um gesto suave, reconhecendo a cera vermelha do selo da alcatéia do Sul. O convite estava marcado para a cerimônia da primeira transformação dos jovens lobos, um evento que aconteceria durante a estação das colheitas. Eliza olhou para o convite por um momento, seus olhos se perdendo nas palavras escritas, mas logo ela se forçou a focar.

"Obrigada, Oliver," Eliza respondeu, abrindo um pequeno sorriso, que logo desapareceu à medida que seus pensamentos retornavam a Kara. Ela olhou para ele, de repente, com um olhar que misturava dor e esperança. "Você tem notícias dela? Já faz algum tempo que não sei nada sobre ela."

Oliver hesitou por um momento, como se procurasse as palavras certas para falar, mas a sombra em seus olhos dizia tudo. "Lamento, Eliza," disse ele, a tristeza refletida em sua voz. "Não tenho notícias da suprema há três semanas. Nada. Nem sinal dela, nem qualquer comunicação."

O coração de Eliza apertou, e a tristeza se espalhou por seu peito como uma dor profunda e imensa. Três semanas. Era muito tempo. Ela havia se acostumado com os silêncios longos, mas isso parecia diferente. Esse silêncio... esse vazio, parecia um presságio. Uma parte de Eliza queria acreditar que Kara estava apenas afastada, tentando encontrar um caminho, mas outra parte, mais sensível e atenta, temia que algo terrível tivesse acontecido.

"Eu entendo," Eliza respondeu, a voz vacilante. Ela forçou um sorriso, tentando esconder a frustração e a dor que a consumiam. "Obrigada por tentar. Eu sei que você sempre esteve lá para ela, assim como nós."

Oliver acenou com a cabeça, um gesto respeitoso. "Farei o possível, Eliza. A suprema... ela é nossa força não importa em qual momento ela esteja, todos nós estamos aqui para ela. Mesmo que ela não queira, mesmo que se afaste. Nunca a abandonaremos."

Eliza observou-o, sentindo uma onda de gratidão, mas também de tristeza. Ela sabia que Oliver, junto com a alcatéia, faria o que fosse preciso para manter Kara segura. Mas... isso não a impedia de se sentir sozinha, com a saudade e a angústia a consumindo. "Espero que ela saiba que estamos esperando por ela, e que, onde quer que esteja, ela não está sozinha."

Oliver deu um passo para trás, compreendendo a dor de Eliza. "Ela sabe," ele disse com convicção, antes de se retirar, deixando Eliza sozinha novamente em seus pensamentos.

Eliza olhou para o convite em suas mãos, ainda sem saber se deveria ir ou não à cerimônia da alcatéia Lua de Sangue. Mas, mais uma vez, a sensação de que algo estava prestes a mudar a invadiu, uma sensação de que Kara estava mais próxima do que nunca. E, no fundo, Eliza sentia que talvez as coisas pudessem ser diferente.

Eliza ficou absorta em seus pensamentos por mais alguns momentos, as lembranças de Kara misturadas com a preocupação crescente. Ela passou os dedos pela capa do livro que ainda estava em suas mãos, mas seus pensamentos estavam longe, mais uma vez voltando à sua filha de coração. A ausência de Kara se fazia mais presente a cada dia que passava.

Foi quando a porta da sala se abriu, e Alex, sua filha primogênita e primeira beta de Kara, entrou, seguida por sua caçula Nia Danvers, que logo percebeu o envelope em cima da mesa. Nia, com sua energia vibrante e curiosidade, não perdeu tempo e se aproximou com um sorriso, seus olhos brilhando ao ver o que Eliza estava segurando.

"Isso é um convite para a cerimônia dos novos lobos e lobas da alcateia Lua de Sangue?" Nia perguntou, com o entusiasmo de sempre. Ela já sabia que, como parte da família de Kara, a presença da família Danvers era obrigatória nessas ocasiões, mas havia algo especial nesse convite, talvez fosse o fato de ser a primeira transformação de jovens lobos na estação, ou talvez a sensação de estar mais perto de Kara, mesmo sem sua presença física.

Eliza, com um suspiro pesado, estendeu o convite para Nia. A jovem pegou o envelope e o abriu com rapidez, seus dedos ansiosos para ver o que estava escrito. Quando os olhos de Nia caíram sobre as palavras escritas com uma letra formal, seu sorriso se alargou.

"O convite é para a família da suprema," Nia leu em voz alta, e Eliza a observou com um misto de orgulho e preocupação. "A cerimônia da primeira transformação de jovens lobos. E... claro, a suprema também foi convidada, como de costume."

Nia, claramente empolgada, olhou para sua mãe com uma expressão que, de certa forma, refletia o sentimento de alívio que ela esperava. "Então vamos? Vamos representar Kara, mãe? Ela ia querer que a gente estivesse lá, não é?"

Eliza respirou fundo, sua mente já processando as implicações do convite. Ela sabia o que isso significava. Significava que, mais uma vez, ela teria que tomar o lugar de Kara, representá-la como sua mãe de coração. Não seria a primeira vez, mas a saudade da jovem suprema e a dor de vê-la tão distante a tornavam ainda mais difícil.

"Sim, Nia," Eliza respondeu suavemente, com a resignação de quem sabia que não havia outra escolha. "Nós iremos. Representaremos Kara, como sempre fizemos."

Nia sorriu de volta para a mãe, compreendendo, mesmo que ainda não soubesse exatamente o peso que essa responsabilidade carregava. Ela estava animada, claro, mas não entendia completamente o vazio que se formava dentro de Eliza a cada vez que ela tomava o lugar de Kara.

Alex, que estava quieta até então, observava com seus olhos perspicazes. Ela sabia o que esse convite significava para sua mãe. Sabia que, embora Eliza nunca dissesse em voz alta, o peso da ausência de Kara era algo que se manifestava em cada movimento de sua mãe.

"Eu vou começar os preparativos, então," Alex falou, sua voz firme, como sempre. "E vou acompanhar vocês na viagem para Lua de Sangue. Precisamos estar prontos, seja para honrar Kara, seja para qualquer coisa que nos esperem por lá."

Eliza assentiu, sem palavras para expressar o turbilhão de emoções que a invadia. A saudade de Kara era forte, mas havia algo ainda mais profundo, algo que ela sabia ser inevitável. Ela representaria Kara, mas sua mente e seu coração estavam com ela, onde quer que ela estivesse.

"Sim," Eliza respondeu finalmente, sua voz suave, mas determinada. "Vamos fazer isso. Por Kara."

A dor em seu peito não desapareceu, mas ela se sentiu mais forte. Porque, acima de tudo, a família Danvers sempre fora uma só. E enquanto Kara estivesse distante, o elo que os unia se manteria firme, como sempre.

A Suprema Alfa

Kara Zor-El, em sua forma lupina, estava no alto de uma colina isolada, olhando a vastidão à sua frente. O vento gelado acariciava sua pelagem negra, que parecia se fundir com a escuridão da noite. Ela estava sozinha, como sempre, mas agora havia algo diferente em sua solidão. Havia uma sensação de vazio ainda mais profundo, que se instalara em seu coração após tantos séculos de busca infrutífera.

"Olá de novo, Solaris", ela murmurou, sua voz carregada de pesar. Seus olhos, com uma intensidade fria, estavam fixos no horizonte, mas seu pensamento estava distante. Ela sabia que sua ausência por tanto tempo era algo que não poderia ser ignorado, e sabia também que estava ferindo aqueles que ainda se importavam com ela, como Eliza, Nia, Alex e seus betas. Mas, ao mesmo tempo, precisava disso. Precisava desse distanciamento. Precisava afastar-se de tudo e todos.

"Peço perdão pelo meu sumiço", ela continuou, as palavras mais duras do que gostaria. "Mas eu precisei. Preciso lidar com isso... a dor que nunca vai passar."

Kara fechou os olhos, sentindo o peso da sua própria existência. A dor de viver sem a mulher que estava predestinada a ser sua, a dor de nunca tê-la encontrado, de nunca ter sentido aquele vínculo que tanto buscara. Era como uma sombra que a consumia aos poucos, e mesmo com todo o tempo que passara, o vazio ainda parecia insuportável.

"Eu sei que não posso continuar assim para sempre. Eu vou... aprender a lidar com isso. Com o fato de nunca tê-la encontrado. A dor de não ter tido essa oportunidade, essa chance..." Kara murmurou para si mesma, sentindo uma mistura de raiva e tristeza tomando conta de sua alma. A falta de sua companheira não poderia ser superada, mas talvez, com o tempo, ela conseguisse lidar com o peso dessa ausência.

Ela olhou para a lua, refletindo sobre a longa busca, a busca que durava mais de mil anos. Sua compaixão por seus próprios sentimentos estava esgotada. Ela havia se perdido por tanto tempo, tão cega pela dor de não encontrar sua alma gêmea, que havia se afastado de tudo e todos, tornando-se uma sombra de si mesma. Ela não sabia mais o que seria dela, mas uma coisa era certa: ela precisava voltar.

Ela precisava encontrar o caminho de volta para sua alcatéia, para quem ainda acreditava nela, porque o que mais ela poderia fazer senão tentar seguir em frente, por mais difícil que fosse?

"Eu vou ter que aprender a lidar com isso", Kara disse em voz baixa. "Aprender a seguir sem ela, sem a minha alma predestinada. Não é fácil. Nunca será. Mas é o que restou. E se isso significa continuar sozinha... eu encontrarei a força dentro de mim para suportar."

Ela deu um longo suspiro, sentindo a dor pulsando em seu peito, mas sabendo que, por mais que isso a corroesse, não poderia voltar atrás. Ela estava fadada a enfrentar a ausência de sua companheira por mais tempo, mas era algo que ela teria que aprender a carregar, mesmo que fosse o maior peso de sua existência.

Ainda em sua forma lupina mais pura, Kara Zor-El se ergueu, um lobo alto e negro como a noite. Seus músculos estavam tensos, mas não pela luta, e sim pela decisão que havia tomado. Ela olhou ao longe para o horizonte, onde Solaris, sua alcatéia, permanecia distante, como uma lembrança dolorosa e ao mesmo tempo uma promessa de que ela ainda pertencia àquele lugar. A realidade de sua busca, e o que ela precisaria enfrentar, começava a se concretizar em sua mente.

Imagem Gerada por IA (Nossa, até a IA deixou a imagem transparecer a tristeza de Kara. Amei!!)

Foi então que, de algum modo, ela se conectou novamente com sua própria essência. A força, a raiva, a dor – tudo que ela vinha segurando por tanto tempo – finalmente se uniu em uma só palavra. Ela falou com a sua loba, a única parte de si que nunca a abandonou, a única que ainda sentia a chama da verdade.

"Estamos de volta a Solaris, Safira", Kara disse com uma intensidade profunda, sentindo a energia de sua loba pulsar junto à sua. "Está na hora da suprema alfa retornar ao seu posto."

Essas palavras ressoaram como um comando, um chamado para o recomeço, e o silêncio da noite foi quebrado pela sensação de um novo despertar. Safira, sua loba interior, que havia permanecido em um estado de tranquilidade durante toda a dor e desolação, sentiu as palavras de Kara e imediatamente sua presença se intensificou dentro dela. Era como se a loba acordasse de um longo sono, percebendo a necessidade de agir, de voltar àquilo que sempre fora dela por direito.

A loba respondeu, uma onda de energia forte e pura invadindo o corpo de Kara, e de repente, o peso do passado não pareceu tão esmagador. A dor continuava, mas agora, mais do que nunca, ela sabia o que precisava fazer.

"É hora de voltar, suprema", Safira respondeu, uma voz dentro da mente de Kara, serena, mas carregada de poder. "É hora de reivindicar o que é seu."

Sem hesitar, Kara deu o primeiro passo, sentindo a terra fria sob suas patas. Sua jornada de volta começaria, mais uma vez, mais longa do que ela gostaria. Mas com Safira ao seu lado, a dor parecia mais suportável. A cada passo dado, ela sentia que estava mais próxima de Solaris, mais próxima de seu posto, mais próxima de ser quem ela realmente era. A suprema alfa de todas as alcateias lupinas existentes.

"Sim", Kara pensou, sua determinação agora renovada. "Será uma longa viagem. Mas não importa o quanto demore. Eu voltarei."

E com isso, ela disparou para a noite, os ventos a acompanhando enquanto ela percorria o caminho de volta para a alcatéia, um longo e doloroso dia de viagem à sua frente.

No Dias Seguinte

Quando Kara finalmente chegou ao portão de Solaris, sua alcatéia, ela deu um último olhar para o vasto território à sua frente. O ar estava denso, carregado de um cheiro familiar, mas também impregnado de saudade. Ela sentiu a pressão no peito, a sensação de voltar a um lugar que, por tanto tempo, parecia ter perdido o direito de chamar de seu. Ela havia esperado por esse momento, mas não sabia como se sentir agora que estava finalmente de volta.

Kara caminhou pelo portão da alcatéia Solaris, seu coração pesado, mas determinado. A presença dos guardas a fez lembrar o peso do posto que ela carregava, o peso de ser a suprema alfa, o ser que deveria proteger todos ali. Ao se transformar de volta para sua forma humana, sentiu a transição ser mais difícil do que o normal, como se seu corpo já estivesse acostumado a outra realidade, a solidão. Os guardas se curvaram diante dela, sorrisos discretos, mas ela não retribuiu. Apenas acenou com a cabeça, seguindo com passos firmes, mas com o olhar vazio, distante.

Tudo ali estava familiar e, ao mesmo tempo, estranho. As árvores que cercavam a alcatéia, o ar fresco e cortante, o cheiro da terra e do mato, tudo parecia lembrar-lhe que ela estava de volta ao seu lugar. Mas não era um retorno que trazia alegria. Era um retorno marcado pela dor de sua busca interminável. A dor de nunca ter encontrado sua predestinada.

Ela não sabia o que a aguardava ali dentro, não sabia ainda da ausência de seus betas e família, mas algo, uma sensação inquietante, crescia em seu peito. Algo estava diferente.

E então, enquanto ela caminhava, uma pequena e silenciosa voz dentro de sua mente lhe sussurrou: "O que você tanto procurou está mais perto do que nunca."

Aquelas palavras penetraram em sua alma de forma profunda. Ela já havia experimentado a solidão, o vazio de não ter a companheira predestinada. Por mil anos, buscou por ela, e agora, algo a dizia que ela não estava mais tão distante. Ela se forçou a ignorar, mas algo dentro de si soube que era verdade. Sua predestinada, a chave para sua humanidade perdida, estava mais próxima do que nunca.

Ela precisaria dela tanto quanto a sua companheira precisaria dela. O destino, que por tanto tempo parecia cruel e distante, agora parecia preparar o palco para um reencontro que mudaria tudo. Kara não sabia como, ou quando isso aconteceria, mas ela sentia a força da verdade em seu peito. A dor da busca, a solidão que sempre a acompanhou, estavam prestes a dar lugar a algo que ela não poderia mais ignorar. Ela não estava mais sozinha.

E o que o futuro reservava, ela não sabia, mas seu destino estava prestes a ser reescrito, e ela não poderia mais fugir do que estava predestinado para ela.

Continua...

A escolha é de vocês!
Kara G!P ou não?

Eu estou colocando poucas imagens, pois vocês vão ver esse mundo pelos olhos de Lena!

Vocês estão gostando das Imagens? A IA é top né, eu descrevo como quero minhas imagens e ela faz, as vezes me faz passar raiva, mas vale a pena!

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