O Vínculo Se Completa
Estou muito boazinha hoje em! 3 capítulos, quero ver muitos comentários.
Lena despertou em um sobressalto, o peito arfando, os olhos arregalados e o coração batendo tão forte que parecia prestes a morrer. O som dos monitores disparou em alerta, com seus batimentos cardíacos acelerados, ecoava pelos corredores do hospital. O quarto branco e estéril a cercava como uma prisão, desconhecido, ameaçador.
"Onde estou? O que está acontecendo?"
Ela tentou se mover, mas uma dor lancinante percorreu seu corpo. Seus músculos protestaram, e ela sentiu cada ferida, cada osso ainda se curando, como se estivesse sendo rasgado de dentro para fora. O desespero começou a crescer, seu peito apertado, a respiração ficando curta.
E então, uma voz suave e firme sussurrava em sua mente:
"Lena, calma... Estou aqui."
Lena arregalou os olhos ainda mais, o ar preso na garganta. "Quem disse isso?" Seu olhar se movia freneticamente pelo quarto, procurando alguém, mas não havia ninguém ali além dela.
"Não tenha medo. Sou eu, Aurora."
A voz estava dentro de sua cabeça.
"Não... Não... Isso não pode estar acontecendo..." O pânico tomou conta dela, e seu corpo reagiu, se debatendo instintivamente contra as cobertas, os fios e os aparelhos presos a sua pele. Seu coração disparou ainda mais, e o som do monitor cardíaco tornou-se um alarme ensurdecedor.
Da sala de espera, Kara congelou. O som do coração de Lena descompassado atingiu seus sentidos como um golpe brutal. Sua respiração ficou presa na garganta, e sua loba rugiu dentro dela, exigindo que fosse até seu ômega.
"Lena..." murmurou, sua voz falhando.
Sem hesitar, ela se virou para os Luthor, sua expressão tensa e tomada por urgência.
"Ela acordou... E está em pânico."
Os Luthor não precisaram de mais nada. Lionel, Lilian, Lex e Samantha partiram em disparada pelo corredor, recebendo um aceno imediato de permissão de Eliza, que já havia sentido a tensão no ar. O desespero nos olhos deles era palpável. Depois de tantos anos separados, agora que finalmente estavam juntos, Lena estava em um estado de puro terror, e eles não sabiam o que fazer para ajudá-la.
Kara ficou para trás. Seu instinto gritava para correr até Lena, para segurá-la, acalmá-la, protegê-la. Mas ela sabia que não era o momento. Lena precisava sentir sua família primeiro.
Dentro do quarto, Lena viu as portas se abrirem, e quatro pessoas entraram apressadas. Seus olhos passaram por cada um deles, mas nenhum rosto lhe parecia familiar. O medo tomou conta dela como um veneno.
"Lena, querida, está tudo bem..." Lilian tentou se aproximar, sua voz transmitindo sua emoção.
"Fique longe de mim! Quem são vocês?! Onde estou?!"
O desespero em sua voz fez Lionel dar um passo atrás, chocado. Ele esperava que Lena ficasse assustada, mas não assim.
"Lena, sou eu... o Lionel. Seu pai." Sua voz falhou no final, como se ele temesse que ela não acreditasse.
"Pai?! Eu não tenho pai!" Sua voz saiu quase como um grito, o pânico tornando-se insuportável.
Lex e Samantha olham um para o outro, angustiados. Samantha deu um passo à frente, as mãos erguidas em um gesto pacífico.
"Lena, somos a sua verdadeira família... Você está segura agora. Nós estamos aqui..."
Mas Lena balançou a cabeça freneticamente, lágrimas escorrendo de seus olhos.
"Mentira! Vocês estão mentido! Onde estão os Vargas? O que vocês fizeram comigo?!"
A cada palavra dela, os Luthor sentiram seus corações se despedaçarem. Eles passaram a vida sonhando em tê-la, mas agora, diante deles, era uma jovem quebrada, que não sabia quem era, que nunca tinha sentido amor ou segurança, apenas dor e medo.
E então, uma voz voltou a subir dentro da mente de Lena.
"Lena... Você está segura. Deixe eles ajudá-la."
Ela grita.
"Sai da minha cabeça! Sai!"
Seus braços se ergueram em um movimento desesperado, derrubando os fios e sensores presos ao seu corpo. O pânico estava consumindo tudo.
Do lado de fora, Kara ouviu tudo. Sentiu cada fragmento do desespero de sua predestinada como se fosse seu próprio. Ela abriu os punhos com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.
Ouvia a respiração acelerada de Lena. Ouvia seu coração batendo em ritmo caótico. Ouvia seus gritos, sua dor.
"Ela precisa de mim..."
Eliza que vinha pelo corredor a encontrou diante da porta, e então disse com urgência:
"Kara, se ela não se acalmar agora, o estado dela pode piorar. Você precisa entrar. Agora. Você é a única que pode ajuda-la."
Foi o suficiente.
Sem hesitar, Kara empurrou a porta e entrou.
O Vínculo entre Lobos
E então, o tempo parou.
Os olhos de Lena se levantaram, e pela primeira vez, viu Kara.
Verde encontrou azul.
E o mundo silenciou.
Lena sentiu algo dentro de si se acendendo, algo primitivo, algo que sempre esteve ali, mas que nunca havia despertado. Seu coração, que antes estava descontrolado, começou a desacelerar. Sua respiração, antes ofegante, encontrou um ritmo mais tranquilo.
E então, as palavras simplesmente vieram de seus lábios, sem que ela nem percebesse.
"Minha."
O peito de Kara se expandiu com algo indescritível. Seus olhos se tornaram ainda mais brilhante, e a resposta veio com uma certeza tão profunda quanto a do universo.
"Minha."
Mas ali não eram apenas elas. Ali eram suas almas se conectando.
Uma força invisível envolvendo o ambiente. Lena sentiu um cheiro inebriante, algo que nunca havia sentido antes. Primavera. Felicidade. Amor. O cheiro da sua companheira.
Kara sentiu o mesmo. Seu mundo se inundou com um perfume de rosas vermelhas, tão intenso e reconfortante que fez seu coração vibrar em sintonia com o de Lena.
E então, o vínculo se completou.
Os olhos de Lena brilharam com um verde tão intenso quanto esmeraldas reluzentes. Os olhos de Kara brilharam com um azul tão puro quanto o céu mais límpido.
Aurora e Safira se conectaram.
O universo girou em câmera lenta ao redor delas. Era como se apenas as duas existissem naquele momento, como se o mundo tivesse parado para testemunhar algo que não acontecia há mais de um milhão de anos no mundo lupino. O verdadeiro laço de um amor puro.
Os Luthor permaneceram imóveis, hipnotizados pela cena diante deles. Os médicos e enfermeiros que antes estavam em pânico agora apenas observavam, sem palavras.
A conexão era divina.
Kara sentiu seu coração bater em sincronia com o de Lena. Elas estavam entrelaçadas agora, para sempre.
O mundo poderia desmoronar ao redor delas, mas nada jamais as separariam.
Um momento de fragilidade
Uma lágrima solitária escorre pelo rosto de Lena.
Agora ela entendeu.
Por toda a sua vida, nunca imaginou que teria uma companheira. E se algum dia tivesse acontecido, estava certa de que a rejeitaria assim que a visse.
Mas ali estava aquela mulher, tão linda, tão forte, tão dela.
E ela não a rejeitou.
Pelo contrário.
Kara deu um passo à frente, seus olhos azuis brilhando com um carinho imensurável. Com delicadeza, ela segurou a mão de Lena entre as suas, o calor do seu toque trazendo um conforto inexplicável.
"Está tudo bem, Lena. Respira. Estou aqui."
A voz de Kara era um farol no meio do caos.
Lena sentiu seus ombros relaxarem. O medo, a confusão, a dor... tudo começou a se dissipar.
Estava segura.
Porque ela estava ali.
A sua companheira.
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A jovem ômega nunca soube como seria ter uma loba.
Ninguém nunca lhe explicou.
E então, mais uma vez, aquela voz suave e envolvente sussurrou em sua mente.
"Ela é linda, não é? Nossa companheira... Nossa alma gêmea."
Lena arregalou os olhos, o pânico crescendo novamente em seu peito. Ela não entendeu o que estava acontecendo.
"Para... por favor, para..." murmurou, tentando afastar a sensação desconhecida.
Kara continuou ao seu lado, observando cada mínima expressão no rosto de sua companheira. Seu coração se apertou ao ver a confusão e o medo daqueles olhos verdes tão magníficos.
Com um sorriso gentil, ela levou a mão até o maxilar de Lena, tocando-a com delicadeza, guiando seu olhar de volta para o seu.
E por um instante, Kara se perdeu.
"Deuses... quão lindos esses olhos são."
Mas rapidamente se recompôs.
"O que você está ouvindo não é algo para temer, Lena." Kara disse com ternura. "Essa voz é sua loba."
Lena piscou, incerta e ao mesmo tempo esperançosa. Os Vargas lhe diziam que ela não tinha uma.
"Minha...Então eu tenho uma?"
"Sim. Ela faz parte de você. Sua metade. Assim como vocês são a minha."
Kara abriu levemente a mão de Lena entre as suas.
"Confie nela. Ela nunca vai te machucar. Ela só quer te guiar. Não a rejeite, apenas aceite. E eu prometo... tudo será mais leve."
Lena engoliu em seco, sentindo a intensidade naquele momento.
Então, fechou os olhos.
Respirou fundo.
E pela primeira vez ela disse mentalmente... eu a aceito.
Aurora vibrou dentro dela, sua energia pulsando como um raio de luz em meio à escuridão.
"Finalmente..."
A loba estava feliz.
Não... radiante.
Lena sentiu a presença quente e acolhedora de Aurora dentro de si. Pela primeira vez, não tentou afastá-la.
"Oi..." sussurrou mentalmente, ainda um pouco hesitante.
"Oi, Lena." a loba respondeu com carinho.
Lena respirou fundo, sentindo um peso sair de seu peito.
"Me desculpe..." sua voz saiu embargada. "Eu não sabia o que estava fazendo. Eu te machuquei, te rejeitei, e..."
Aurora a interrompeu em compreensão.
"Shh... você não me feriu. Eu sempre estive aqui, esperando. E agora você me aceitou. Isso é tudo o que importa."
Lena sentiu uma onda de calor preenchendo seu coração.
Lentamente, abri os olhos.
E a primeira coisa que viu foi Kara.
Ainda mantendo seu maxilar com carinho, a Suprema a observava com um brilho terno no olhar.
Então, com toda a delicadeza do mundo, Kara se inclinou e depositou um beijo suave na testa de Lena.
"Agora descanse, meu amor." sua voz era gentil. "Os enfermeiros vão aplicar um remédio, e quando você acordar, eu estarei aqui, esperando por você... e com novidades para contar."
Lena, ainda sentindo seu coração acelerar ao ouvir "meu amor" , piscou devagar.
Então, em um tom baixo e preocupado, perguntou:
"Você promete?"
Kara sorriu, passando a mão suavemente pelo rosto de Lena.
"Prometo."
Os enfermeiros se aproximaram com delicadeza, pedindo licença à Suprema. Kara assentiu, dando um passo para trás, mas sem desviar os olhos de Lena. Ela observou atentamente enquanto administrava o medicamento, garantindo que sua companheira não sentisse dor.
Poucos minutos depois, Lena adormeceu novamente, sua respiração se tornou suave e ritmada.
Kara suspirou e, com relutância, soltou sua mão. Então, virou-se para a família Luthor, que a olhou com uma mistura de emoções. Lionel foi o primeiro a se manifestar.
"Obrigado... por estar aqui por ela."
Lillian e Lex assentiram, ainda visivelmente abalados. Samantha, ao lado deles, tinha um brilho de admiração nos olhos.
Kara manteve sua expressão serena, mas sua voz carregava firmeza e compaixão quando respondeu:
"Tenham calma. Lena ainda está descobrindo o mundo. Os Vargas a tiraram o direito de viver, de conhecer sua essência, sua família. Quando ela acordar, eu a apresentarei a vocês da forma correta. Ela merece isso e vocês também."
Os Luthor assentiram em silêncio, absorvendo as palavras da Suprema.
Kara então olhou mais uma vez para Lena, prometendo a si mesma que nunca deixaria que nada a machucasse novamente.
Enquanto os outros se retiravam da sala para a deixar a sós, Kara caminhou suavemente até a cadeira ao lado da cama de Lena. Com um suspiro profundo, ela se sentou, e segurou a mão de Lena em seus dedos, como uma promessa silenciosa de que nada iria separá-las. Ela olhou para o rosto sereno de sua companheira, uma expressão de ruptura misturada com vulnerabilidade.
A Suprema sentiu seu coração apertado, mas também uma paz profunda, sabendo que finalmente encontraria o caminho para trazer a felicidade que Lena merecia.
Com carinho, ela acariciou o dorso da mão de Lena, seus dedos se entrelaçando com os da jovem ômega.
"Eu estarei aqui quando você acordar, Lena. Eu prometo."
As palavras saíram baixas, mas firmes, e Kara se inclinou um pouco para frente, encostando sua testa no leito. O ambiente estava calmo, a única coisa que se ouvia era a respiração suave de Lena e o som distante dos monitores.
Ali, naquele quarto silencioso, com Lena em seus cuidados, Kara finalmente sentiu que tudo estava certo. Quando Lena acordar, ela estaria ao seu lado, pronta para apresentá-la ao mundo, pronta para reconstruir a vida que ela merecia.
Continua...
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