Finalmente a Verdade
Com as punições aplicadas e a ordem de dispersão dada, a Alcateia Lua de Sangue começou a se esvaziar. Alguns lobos partiram sem olhar para trás, aliviados por serem livres das sombras da tirania de Rafael. Outros, hesitantes, ponderavam para onde ir. A oportunidade de viver sob a liderança da Suprema era tentadora – diziam que sua alcateia era um lugar de justiça, equilíbrio e beleza, onde apenas os mais leais e dignos podiam residir. Para muitos, era uma chance única.
Enquanto os últimos lobos saíram, restaram apenas os guerreiros leais à Suprema e seus betas, que se mantinham atentos a qualquer ordem. O silêncio agora dominava o território, modificando os gritos de desespero e a movimentação caótica de antes.
Kara olhou ao redor, seus olhos frios analisando o local. Esta terra, marcada pela dor e crueldade, não merecia mais carregar o nome da antiga alcateia.
"Queime tudo" ordenou com sua voz firme e sem hesitação.
As ordens foram dadas, e sem hesitação, os guerreiros de Kara espalharam tochas acesas pela alcateia. As chamas se ergueram com força, consumindo tudo que um dia pertenceu à família Vargas. A madeira estalava, o fogo rugia, e o vento carregava o cheiro de destruição. Não era apenas uma queima de estruturas, mas o fim de um legado de dor e tirania.
Kara se encontrava imóvel, observando o incêndio com um olhar frio e calculista. Não havia piedade em seus olhos — apenas a certeza de que estava cumprindo sua justiça. Os reflexos das chamas dançavam em sua íris, e por um momento, parecia que seu próprio poder crescia junto com o fogo.
Quando a alcateia já não passava de cinzas fumegantes, Kara finalmente desviou o olhar. Pela primeira vez desde seu retorno, ela voltou para aqueles que sempre estiveram ao seu lado – seus betas, seus irmãos de alma. Alex, Barry e Oliver enfrentariam uma confusão de respeito e ruptura. Eles esperaram por esse momento por tanto tempo.
Sem pensar duas vezes, Kara deu o primeiro passo e os envolveu em um abraço forte. Foi um instante poderoso, onde palavras eram desnecessárias. O vínculo entre eles nunca havia sido rompido, mas agora, depois de tanto tempo, ele se fortaleceu mais uma vez.
"Me desculpe por ter ficado longe por tanto tempo" ela sussurrou, fechando os olhos e sentindo a presença deles como um alicerce firme ao seu redor.
"Você voltou, e é isso que importa" Alex respondeu, segurando o ombro de Kara.
Barry sentiu a energia de Kara pulsar contra ele. Oliver, sempre mais reservado, apenas assentiu, mas o brilho em seus olhos denunciava seu orgulho pela Suprema.
E então aconteceu. O laço entre eles – entre a Suprema e seus betas – começou a se fortalecer. O poder que flui entre eles se expande como uma corrente elétrica. Kara sentiu sua força aumentar, como se uma parte dela que estava adormecida finalmente despertasse. Alex, Barry e Oliver também sentiram a mudança, pois receberam uma nova carga de energia, mais intensa e terrível.
Kara respirou fundo, deixando a sensação tomar conta de seu corpo.
"Agora tudo vai melhorar" ela afirmou, com uma verdade inabalável. "Porque eu finalmente encontrei a coisa mais preciosa do mundo... minha Luna, minha companheira."
Um sorriso genuíno surgiu em seu rosto ao pensar em Lena. Ela sofreu, se atrasou de tudo o que conhecia... mas no fim, o destino a guiou até sua verdadeira felicidade.
O fogo ainda ardia atrás deles, mas agora, pela primeira vez em séculos, Kara sentiu que estava exatamente onde deveria estar, em casa.
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Hora de partir
Os quatro caminharam até o carro da Suprema em silêncio. O cheiro de fumaça ainda pairava no ar, misturado ao aroma fresco da terra e da vegetação. O sol já estava firme no horizonte, tingindo o céu com tons de dourado e laranja, lançando sua luz sobre as cinzas da antiga alcateia.
Antes de entrar no veículo, Kara parou e virou-se para encarar uma última vez aquele lugar agora limitado às ruínas. O cenário era de destruição, mas também de renascimento. Com o tempo, a natureza tomara de volta o que lhe pertence, e aquele solo devastado poderia florescer novamente.
Ela fechou os olhos por um instante, sentindo a brisa da manhã acariciar seu rosto.
"Que a mata recupera esse lugar " murmurou, mais para si mesma do que para os outros. "Que ela tome o que sobrou e o reconstrua com amor. Quem sabe um dia, essa terra seja palco de uma alcateia de verdade, digna desse lugar."
Alex, Barry e Oliver observavam em silêncio. Sabiam que, por trás da postura firme e impiedosa, Kara ainda carregava um senso de justiça maior do que qualquer um poderia imaginar.
Por fim, ela respirou fundo, virou-se e entrou no carro. Suas mãos firmes no volante demonstravam a determinação em seus olhos.
"Temos uma última missão antes de eu finalmente reencontrar minha ômega."
Os três concordaram, já sabiam qual era o próximo passo.
"Descobrir quem foi o responsável por separa-la de sua família biológica, os Luthor." Kara concluiu, sua voz transmitiu com a promessa de justiça e da a sua ômega a felicidade que a foi tirada.
Sem mais palavras, ela ligou o motor e partiu em alta velocidade rumo ao Solaris. O amanhecer iluminava a estrada à frente, e no coração de Kara, uma certeza crescia: nada a impediria de descobrir a verdade.
A Luna chega ao onde nunca deveria ter saído
Já era noite e a estrada para Solaris era tranquila, iluminada apenas pelos faróis do carro e pela lua que brilhava intensamente no céu. Dentro do veículo, o silêncio era pesado, carregado pela preocupação e pelo cansaço do dia exaustivo.
Eliza olhava de tempos em tempos para Lena, ainda desacordada, seu rosto pálido contrastando com a respiração calma, mas instável. Lilian segurava a mão da filha com força, como se seu toque pudesse a manter segura de qualquer coisa. Nia, ao lado, mantinha os olhos fixos na paisagem noturna, sua mente cheia de pensamentos, mas nenhuma palavra era dita.
O motorista, um homem experiente e leal à alcateia suprema, compreende a importância de sua missão. Ele sabia que no banco traseiro do carro está a futura Luna, a mulher destinada a governar ao lado de Kara. Com essa consciência, manteve a direção firme e a velocidade controlada, garantindo uma viagem segura até o hospital de Solaris.
Ao longe, as luzes da imponente alcateia começaram a surgir no horizonte. Solaris era diferente de qualquer outra Alcateia. Majestosa, estruturada, com tecnologia e tradição entrelaçadas de maneira única. Ali, o poder da Suprema era absoluto, e todos respeitavam suas leis.
Eliza respirou fundo quando avistou os primeiros edifícios. Não havia tempo a perder.
"Vá direto para o hospital" ordenou com sua voz firme. "Lena precisa de cuidados imediatos."
O motorista apenas concordou, acelerando um pouco mais.
Dentro do carro, Lilian beijou a testa da filha, murmurando palavras de conforto.
"Você está quase em casa, minha menina. Tudo vai ficar bem..."
E com essa promessa, o carro passava pela estrada iluminada, atravessando os obstáculos da alcateia suprema.
A Suprema ainda estava a caminho, mas sua Luna já havia chegado.
Uma Suprema que pensa no seu povo ao invés de poder
Enquanto o carro se aproximava do hospital, Eliza olhou pela janela, observando a paisagem ao redor. O peso do que estava acontecendo ainda estava latente, mas havia uma sensação de alívio misturada com a angústia. Ela sabia que, naquele momento, o único lugar onde a jovem ômega poderia receber o melhor cuidado era ali, na Alcateia Suprema — Solaris. Kara, com sua visão única, foi a responsável por trazer à vida um hospital totalmente inovador, um local que combinava o melhor dos cuidados médicos humanos com o entendimento profundo das necessidades das criaturas sobrenaturais.
"Graças a Deus", pensou Eliza. "Se não fosse pelo sonho de Kara de construir a alcateia suprema, um hospital nem existiria no nosso mundo. Eu não saberia onde encontrar outro lugar tão bem equipado."
Kara, durante a sua viagem pelos séculos, havia moldado e transformado a Alcateia, fazendo com que ela não fosse apenas um refúgio, mas também um centro de inovação e cuidado.
Ela se lembrou de como Kara, durante sua ausência, buscou fontes de conhecimento dos humanos para garantir que sua alcatéia poderia sobreviver e se proteger. E foi justamente esse conhecimento que ela trouxe, sem deixar de lado as tradições de sua raça. Apenas Kara, com sua força, determinação e habilidade única, poderia ter feito uma transformação tão grandiosa, um hospital construído com base a expertise dos humanos, mas mantendo a conexão essencial com a natureza dos lobos.
A supremacia de Kara não era só de poder, mas também de sabedoria. Ali, naquela estrutura, havia todos os recursos necessários para tratar até mesmo os casos mais complicados, como o de Lena. Eliza, com um aperto no peito, sabia que a presença de Kara na alcateia suprema fazia toda a diferença — e ela mal podia esperar para vê-la em breve, para enfim unir sua família de vez.
No Hospital
O carro parou suavemente em frente ao hospital de Solaris. As luzes brancas da fachada iluminavam a entrada, refletindo a urgência silenciosa naquela noite.
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Eliza foi a primeira a sair, com Nia ao seu lado, seu olhar experiente avaliando cada detalhe ao redor. Lilian veio logo atrás, mantendo-se próxima à filha, seu coração apertado de preocupação.
O motorista, consciente da importância do momento, virou-se para as duas mulheres com respeito antes de falar:
"Com licença, senhora Eliza, senhora Lilian."
Eliza concordou, permitindo que ele se aproximasse do carro para retirar Lena. Mesmo sendo um homem forte, ele se moveu com delicadeza, como se estivesse carregando de algo sagrado. Em um gesto de respeito à Suprema e à futura Luna, evitou olhar diretamente para Lena, concentrando-se apenas em segurá-la com cuidado.
Assim que a tirou do carro, uma maca já estava posicionada na entrada, com uma equipe médica pronta para recebê-la. Enfermeiros e médicos da alcateia suprema, treinados para responder rapidamente a qualquer emergência, cercaram o jovem ômega, avaliando seu estado antes mesmo de se mover para dentro do hospital.
Eliza acompanhou cada passo com atenção, assumindo a liderança natural da situação.
"Levem-na para a UTI. Quero exames completos imediatamente" ordenou.
Os médicos assentiram e rapidamente conduziram Lena para dentro. Lilian segurou o braço de Eliza por um momento, seus olhos cheios de angústia.
"Ela vai ficar bem, não vai?"
Eliza colocou a mão sobre a de Lilian, oferecendo um olhar firme.
"Eu farei o meu melhor, e sim farei o possível para ela ficar bem."
Enquanto a porta do hospital se fechava atrás da equipe médica, trazendo Lena para os cuidados que ela precisa, Eliza, Lilian e Nia se concentraram ali por um instante, sentindo o peso do momento.
A futura Luna estava onde deveria estar. Agora, restava esperar... e confiar.
Desconfianças
Eliza entrou no hospital com passos firmes, determinados a assumir o controle da situação. Seus olhos experientes varreram rapidamente o ambiente até pousarem em Beatriz, que caminhava apressada na direção de Lena.
Um sentimento de desconfiança tomou conta de Eliza no mesmo instante. Algo dentro dela gritava que aquela mulher tinha alguma ligação com o que aconteceu com jovem ômega. Sem hesitar, Eliza cortou o caminho de Beatriz, posicionando-se à frente da maca onde Lena estava.
"Esse caso é meu" declarado, sua voz firme e inquestionável.
Beatriz arregalou os olhos, surpresa com a atitude.
"Mas doutora Eliza, eu apenas..."
"Eu disse que esse caso é meu. Você já fez o suficiente."
A tensão era palpável. Beatriz abriu os lábios, mas não ousou questionar a autoridade de Eliza, que tinha o respeito absoluto de todos no hospital.
Eliza respirou fundo e virou-se para Lilian, suavizando um pouco sua expressão.
"Lilian, quero que fique na sala de espera. Eu mesmo vou cuidar de Lena."
Lilian, apesar de preocupada, confiava em sua amiga. Ela concordou, mesmo que seu coração clamasse para não sair dali.
Eliza então falou para Nia, olhando-a com ternura.
"Querida, preciso que vá até a casa dos Luthor e chame Lionel, Samantha e Lex. Eles precisam estar aqui."
Nia compreendeu a seriedade do pedido. Seus olhos brilharam com determinação ao assentir.
"Eu vou agora mesmo, mãe."
Sem mais demora, Nia saiu às pressas, enquanto Eliza acompanhava o olhar dos enfermeiros que levavam Lena para a UTI. Ela sabia que uma grande batalha ainda estava por vir.
O restante da família Luthor
O tempo parecia ter parado dentro daquele hospital. O ambiente clínico contrastava com a tempestade de emoções que assolava cada um dos presentes. Lena estava sendo submetida a uma bateria de exames detalhados. O raio-x e a tomografia computadorizada foram feitos para avaliar possíveis fraturas ou sequelas das agressões sofridas. O exame de sangue analisaria seu estado geral de saúde e possíveis características de substâncias em seu organismo. Mas era o exame de DNA que carregava o peso do destino: a confirmação de sua verdadeira origem, uma prova para ninguém questionar.
Na sala de espera, Lilian estava sentada em uma das cadeiras, com as mãos tremendo apoiadas aos joelhos. Seu rosto estava pálido, os olhos marejados denunciando uma avalanche de emoções que a tomava.
Então, a porta de recepção foi aberta, e Lionel Luthor entrou acompanhado de Samantha e Lex. O patriarca andava a passos firmes, mas a expressão de tensão denunciava sua ansiedade. Assim que seus olhos pousaram sobre Lilian, toda sua autoridade e frieza desmoronaram.
"Lilian..." Sua voz saiu embargada antes que ele se apressasse para alcançá-la.
Ao vê-lo, Lilian não conseguiu mais conter as lágrimas. Assim que Lionel se envolveu em um abraço forte, o pranto veio de vez.
"Ela está aqui, Lionel... nosso bebê está aqui e viva." Lilian chorou, agarrando-se a ele como se precisasse se ancorar em algo sólido para não desabar por completo.
Samantha e Lex não hesitaram. Em questão de segundos, os três estavam abraçando Lilian, compartilhando um momento que, até pouco tempo atrás, parecia impossível.
"Eu não posso acreditar..." Samantha sussurrou entre lágrimas. "Ela sempre esteve viva..."
Lex não conseguiu dizer nada. Apenas segurava a mãe e a irmã, sentindo o peso da revelação afundá-lo em um turbilhão de emoções.
Lionel, por sua vez, manteve Lilian firmemente em seus braços, mas quando o se olhar passou pelo ambiente, encontrou Eliza observando-os.
"Onde ela está?" Ele disse, tentando manter a calma.
"Está passando por exames. Precisamos avaliar o estado dela por completo" respondeu Eliza.
Lionel concordou, mas a tensão em seus olhos era visível. Ele olhou ao redor, como se buscasse respostas no ambiente. Então, seus olhos se voltaram para Beatriz, que estava mais afastada, observando tudo com um semblante impassível.
Eliza também notou o olhar de Lionel e, sem dizer nada diretamente, deixou que sua expressão falasse por si só. Havia algo naquela mulher que a fazia suspeitar. Algo que não se encaixava perfeitamente nessa história.
"Isso não deveria ter acontecido, eu nunca devia ter saído do hospital aquele dia." Lionel murmurou, sua voz carregada de frustração.
Lilian, ainda abalada, limpou as lágrimas e se recompôs.
"Só quero vê-la... só preciso vê-la."
Eliza concorda.
"Assim que os exames forem concluídos e ela estiver estabilizada, eu mesmo a levarei vocês, até ela."
O silêncio tomou conta da sala novamente. A espera era angustiante, mas agora havia uma certeza que nunca antes existiu: Lena estava ali, tão perto deles. E, em breve, a verdade viria à tona.
A chegada da Suprema
A estrada se estendia diante de Kara enquanto ela acelerava o carro com pressa, sua mente focada apenas em uma coisa: Lena. Ela sentia cada segundo que passava, uma ansiedade crescendo à medida que a distância entre ela e Solaris diminuía. Alex foi informada de que Lena estava sendo tratada no hospital, mas a inquietação de Kara ainda não estava passando. Ela sabia que deveria estar ao lado do seu ômega, da sua Luna.
À medida que os minutos se arrastavam, a alcatéia Solaris aparecia no horizonte, com seus altos portões visíveis que simbolizavam a entrada para um novo capítulo. Kara não hesitou, entrou na alcatéia com seu poder inconfundível, fazendo com que todos os olhos se voltassem para o seu carro luxuoso. A primeira vez que muitos a viam depois de séculos — e era impossível não sentir a presença de sua força. Cada um que a observava sentia uma mistura de fascínio e respeito, algo que Kara sabia ser natural, mas que sempre a fazia sentir-se mais conectado com sua alcatéia.
Ela desceu do carro e entrou no hospital, sendo seguida pelos betas, e sua postura era firme, decidida. Quando chegou à sala de espera, o ambiente estava carregado de uma tensão silenciosa. A família Luthor estava toda reunida, e ao lado deles estavam Eliza e Nia, ambas visivelmente preocupadas. O momento parecia suspenso no tempo, com todos aguardando as notícias sobre a jovem Lena.
Kara entrou na sala de espera com sua postura imponente, acompanhada pelos betas. Seus passos firmes ecoavam, e todos na sala, incluindo a família Luthor, sentiram sua presença como uma onda de poder. Foi a primeira vez que a viam depois de tantos anos, e o respeito e a admiração ficaram estampados nos olhares dos presentes.
Assim que Kara entrou, Lionel se manifestou rapidamente em um abraço com gratidão. Ele sabia que fora Kara quem trouxe Lena de volta. Kara retribuiu o abraço com firmeza, seus braços envoltos ao homem que sempre foi uma presença forte em sua alcatéia.
Depois do abraço, Kara se afastou e seus olhos procuraram por Eliza, sua mãe e também a médica responsável por sua ômega Lena. Ela com um olhar preocupado perguntou:
"Eliza, como ela está?"
Eliza olhou para Kara com um sorriso suave, embora sua expressão ainda carregasse um peso de preocupação. Ela sabia da importância de Lena para Kara, e não queria dar falsas esperanças, mas também tinha confiança no trabalho realizado até ali.
"Lena está passando por uma série de exames, mas estou confiante, Kara", respondeu Eliza, com um tom de profissionalismo que tentava equilibrar com o calor materno. "Os primeiros sinais são bons. Eu sei que ela vai se recuperar, mas é claro, ainda há muito a ser feito." Ela pausou por um momento, sentindo a força de sua filha e a dor por ver Lena tão fragilizada. "Eu confio na medicina que temos aqui, você sabe disso. Vamos cuidar dela, e ela vai melhorar."
Kara concordou com um olhar determinado. Ela sabia que Eliza era uma das melhores médicas que conhecia, e confiava completamente nela. A esperança começou a crescer dentro de si, apesar das dificuldades.
"Ela vai ser bem cuidada", Kara afirmou com certeza. "Eu tenho fé nisso, Eliza."
A atmosfera na sala, antes de passar a tensão, parecia respirar um pouco mais fácil. Apesar da dor e da incerteza, havia um laço de confiança que se formava, não apenas entre Kara e Eliza, mas entre todos os presentes. Lena estava viva e é isso que importava.
A verdade vem a tona
Kara olhou para a família Luthor ainda reunida na sala de espera. Lionel, Samantha e Lex tentavam confortar Lilian, que, mesmo tentando se manter forte, não conseguia esconder a dor nos olhos. A revelação de que sua filha estava viva e tão perto depois de tantos anos era avassaladora.
Mas Kara precisava de respostas. Precisava entender o que aconteceu naquela noite em que Lena nasceu e foi separada de sua família.
Com um olhar sério, ela se virou para Eliza e fez um leve movimento com a cabeça, indicando que queria falar a sós. Eliza entendeu de imediato e, sem chamar atenção, seguiu Kara para uma área mais afastada do hospital. Era um corredor tranquilo, longe do burburinho da sala de espera.
Kara se encostou na parede e cruzou os braços, respirando fundo antes de encarar Eliza nos olhos.
"Me conta tudo, Eliza. O que aconteceu naquela noite? Como Lena foi parar longe da família dela?"
Eliza suspirou, passando a mão pelos cabelos. Ela já imaginava que Kara faria essa pergunta, e a culpa que carregava por não ter estado presente naquele momento voltou a pesar em seu peito.
Eliza lhe contou cada detalhe daquela noite. Kara ouvia tudo atentamente e perguntou no final.
"Então, você deixou Lilian nas mãos de outra médica?"
"Sim," Eliza confirmou. "Minha melhor médica, alguém em quem eu confiava completamente. Passei todas as instruções, fiz questão de garantir que Lilian estivesse bem antes de sair. Mas depois disso... eu não sei o que aconteceu. Quando voltei, tudo já estava feito. Lilian havia dado à luz, e a criança que todos acreditavam ser Lena estava morta."
Kara estreitou os olhos. Algo não fazia sentido.
"Você nunca desconfiou de nada?"
Eliza hesitou por um momento antes de responder.
"Na época, eu achei estranho, pois a gravidez Lilian era saudável, mas nessas circunstância tudo pode acontecer. Eu não tinha motivo para desconfiar. Mas agora, com tudo isso vindo à tona... Me pergunto se algo aconteceu naquela noite. Se houve um erro... ou algo pior."
Kara viu o peso da culpa nos olhos da mãe, mas não deixaria que Eliza se culpasse por algo que estava fora de seu controle. Ela se aproximou e a puxou para um abraço apertado.
"Você fez o que precisava ser feito, mãe. Salvou vidas naquela noite. A culpa não é sua."
Eliza fechou os olhos por um momento, deixando-se confortar pelas palavras de Kara.
"Obrigada, minha filha," ela sussurrou.
Kara se afastou levemente e a encarou com seriedade novamente.
"Quem era essa médica? Eu preciso falar com ela."
"Era Beatriz," ela disse, finalmente. "Ela era uma das mais talentosas da nossa equipe na época... Mas depois daquela noite, algo mudou. Ela pediu para não trabalhar mais com partos, pedindo para ser transferida para o setor de traumas. Nunca entendi por quê."
Os olhos de Kara brilharam com determinação.
"Então é nela que eu vou focar agora," disse, com firmeza. "Eu preciso falar com Beatriz e descobrir toda a verdade. E se o erro foi proposital, ela não trabalhará mais como médica."
Eliza assentiu, sabendo que, se havia alguém capaz de desvendar esse mistério, era Kara.
Conversando com Beatriz
Kara caminhava pelos corredores do hospital, seus passos ecoando no chão enquanto seu olhar atento procurava por Beatriz. Quando a encontrou, a médica estava organizando alguns prontuários, mas congelou ao perceber a presença da Suprema.
"Beatriz," chamou Kara com suavidade, mas com a firmeza de alguém que não aceitaria mentiras.
A médica hesitou por um momento, mas então acenou com a cabeça, conduzindo a Suprema até uma sala mais reservada. Assim que entraram, Beatriz fechou a porta e respirou fundo, parecendo reunir coragem.
"Suprema..." começou, sua voz trêmula. "Eu já imaginava que esse dia chegaria."
Kara cruzou os braços, mantendo uma expressão neutra.
"Não estou aqui para julgá-la sem ouvir sua versão," disse com calma. "Mas preciso saber o que aconteceu na noite em que Lilian Luthor deu à luz."
Assim que Kara mencionou o nome da matriarca Luthor, Beatriz se encolheu, lágrimas já se formando em seus olhos.
"Eu sinto muito," murmurou, sua voz carregada de culpa. "A culpa me consome até hoje. Mas... eu não fiz por mal."
Kara manteve o olhar fixo nela.
"Então me conte."
Beatriz limpou uma lágrima do rosto antes de começar.
"Aquela noite... foi um caos," começou, sua voz embargada. "O hospital estava lotado, muitos lobos chegando gravemente feridos. Eu sou especialista em trauma, e estava indo de um lado para o outro tentando salvar o máximo de vidas possível."
Ela respirou fundo, tentando manter o controle.
"Então... Eliza foi chamada para ajudar na alcateia vizinha e me pediu para cuidar da senhora Luthor. Ela já estava em trabalho de parto, mas tudo parecia bem. O bebê estava saudável, nada indicava complicações. Eu garanti que ela estivesse confortável antes de mandá-la para a sala de parto."
Kara assentiu levemente, aguardando mais detalhes.
"Mas então algo aconteceu, não foi?"
Beatriz fechou os olhos por um instante, seu corpo tremendo levemente.
"Sim," admitiu. "Naquele momento, um lobo chegou em estado crítico, entre a vida e a morte. E eu... eu sou especialista nisso. Se eu não ajudasse, ele morreria."
Ela olhou para Kara, como se pedisse compreensão.
"Lilian estava bem, então pedi a um médico recém-chegado para assumir o parto. Ele era novo, um novato na area da saúde e inexperiente, mas já estava ajudando em outro nascimento e parecia sobrecarregado. Mesmo assim, gritei para ele e ordenei que fizesse o parto. Então fui salvar o lobo ferido, acreditando que tudo daria certo."
Beatriz levou as mãos ao rosto, lágrimas escorrendo por seus dedos.
"Mas eu estava errada..."
Kara permaneceu em silêncio, esperando que ela continuasse.
"Aquele médico... ele me procurou no final do turno," disse Beatriz, sua voz trêmula. "Eu nunca vou esquecer o olhar dele... ele estava pálido, assustado. Me disse que o hospital estava uma bagunça, sem médicos suficientes para ajudá-lo. Ele estava sozinho em duas salas de parto ao mesmo tempo."
Kara sentiu sua mandíbula travar, mas continuou ouvindo.
"Ele disse que as crianças eram muito parecidas," Beatriz continuou, sua vergonha evidente. "No meio do caos, ele se confundiu... e trocou os bebês."
O silêncio que se seguiu foi sufocante.
Kara sentiu um frio percorrer sua espinha.
Beatriz fechou os olhos com força antes de completar:
"Quando ele percebeu, já era tarde. Uma das mães chorava porque sua filha havia morrido, enquanto o outro casal já havia deixado o hospital com o bebê."
Kara sentiu seu peito apertar.
"Ele queria contar a Eliza," disse Beatriz, sua voz apenas um sussurro. "Mas eu... eu não deixei."
Kara estreitou os olhos.
"Como assim, não deixou?"
Beatriz abaixou a cabeça, incapaz de encarar a Suprema.
"Eu o impedi de contar a verdade," confessou, seu corpo tremendo. "Pedi que guardasse segredo. Disse que ninguém podia saber. Mas ele não achava certo... queria contar a Eliza..."
Kara sentiu um rosnado subir por sua garganta.
"Então como conseguiu impedi-lo?"
Beatriz apertou as mãos em seu colo, os olhos marejados.
"Ameaçando-o," admitiu com um fio de voz. "Disse que ele nunca mais trabalharia em nenhum hospital se falasse algo. Ele era novo, inexperiente... ficou apavorado. Eu sabia que, se a verdade viesse à tona, minha carreira estaria arruinada. Então fiz o que achei necessário para proteger minha reputação."
Kara cerrou os punhos, um rosnado profundo saindo de sua garganta, preenchendo a sala com sua presença avassaladora.
Beatriz se encolheu, lágrimas escorrendo livremente por seu rosto.
"Eu sei que errei," sussurrou. "Eu sei que fui cruel. Mas agora é tarde demais... não é?"
Kara deu um passo à frente, sua postura imponente.
"Você traiu não apenas o juramento como médica, mas a confiança de sua alcateia," disse, sua voz baixa e perigosa. "Você condenou uma família à dor por pura vaidade. Isso nunca será aceitável no meu território... em nenhum lugar sob meu domínio."
O olhar de Kara ardia em fúria contida, mas ela sabia que precisava manter o controle.
A verdade finalmente havia sido revelada.
A decisão da família Luthor
Kara não hesitou. Aquilo não era uma decisão que cabia a ela. A única justiça possível viria daqueles que sofreram com a perda e a mentira.
Segurando firmemente o braço de Beatriz, ela a puxou sem piedade pelos corredores do hospital. A médica tentou resistir, suas pernas vacilantes quase tropeçando pelo caminho, mas a Suprema não lhe deu escolha.
O hospital inteiro viu. Nenhum lobo ousou intervir. Todos sabiam que Kara não era impulsiva ou injusta—se ela estava levando alguém daquela maneira, era porque essa pessoa merecia. O olhar de cada médico e enfermeiro se desviava discretamente, mas todos sabiam que aquela cena marcaria a história do hospital.
Ao chegarem à sala de espera, onde a família Luthor permanecia ansiosa, Kara soltou Beatriz com um movimento brusco, jogando-a para frente. A médica caiu de joelhos, sua respiração entrecortada, o rosto pálido de vergonha e medo.
Todos olharam para ela com confusão antes de voltarem a atenção para Kara.
"Essa mulher," começou a Suprema, sua voz firme e cortante, "escondeu de vocês a verdade por todos esses anos."
Os olhos de Lionel se estreitaram. "Do que está falando?"
Kara inspirou fundo antes de responder.
"Foi ela quem permitiu que Lena fosse trocada ao nascer," revelou. "Ela escolheu priorizar outro paciente, deixando o parto de Lilian aos cuidados de um médico inexperiente. Quando ele percebeu o erro, quis contar a verdade, mas ela o silenciou. Ameaçou destruir a carreira dele caso revelasse o que aconteceu."
O silêncio na sala era absoluto.
Lex e Samantha arregalaram os olhos, um choque paralisante os atingindo. Eliza, que até então observava em silêncio, levou uma mão à boca, surpresa e decepcionada com a colega.
Mas foi Lionel quem reagiu primeiro.
Seus olhos ardiam em puro ódio. Sua mandíbula travada, seu peito subindo e descendo em respirações pesadas. Ele deu um passo à frente, sua presença dominando a sala, e Beatriz imediatamente se encolheu.
"Você nos roubou a nossa filha," ele rosnou, sua voz carregada de raiva contida.
Beatriz começou a chorar desesperadamente.
"Eu... eu não fiz por mal! Eu só queria—"
"Queria o quê?" Lionel a interrompeu, sua voz um trovão. "Queria manter sua reputação intacta? Queria fingir que nada aconteceu enquanto minha filha crescia longe de sua verdadeira família?"
Lilian, que até então estava sentada, levantou-se com os olhos marejados.
"Eu chorei todas as noites por uma filha que eu achava que estava morta," sua voz tremia. "E você sabia o tempo todo?"
Beatriz soluçava, incapaz de responder.
Kara observava tudo sem interferir. Aquilo não era dela—era da família que sofreu a perda.
Então ela disse, olhando diretamente para Lionel, Lex, Samantha e Lilian:
"A decisão é de vocês."
Lex fechou os olhos, tentando conter sua raiva. Samantha apertou os punhos, seu corpo tremendo de frustração. Lilian, apesar da dor, parecia mais magoada do que furiosa.
Mas Lionel... Lionel estava tomado pelo ódio.
Ele não perdoaria tão fácil.
E Beatriz sabia disso.
"Por favor," ela implorou, olhando de um para outro. "Eu sei que errei, mas eu juro que me arrependi todos os dias. Me deixem consertar isso de alguma forma."
A família Luthor se entreolhou, o peso da decisão caindo sobre seus ombros.
O silêncio que se seguiu foi pesado.
Lionel respirou fundo, seus olhos ainda carregados de raiva, mas sua voz saiu firme e controlada.
"Eu não quero que ela morra."
Todos na sala prenderam a respiração.
"Não sou uma pessoa cruel a esse ponto," ele continuou, sua expressão se suavizando levemente. Então, ele olhou diretamente para Kara. "Aprendi isso com a melhor pessoa."
Kara não disse nada, mas manteve o olhar firme no dele, entendendo o peso daquelas palavras.
Lionel então voltou sua atenção para Beatriz, que ainda tremia no chão, lágrimas escorrendo por seu rosto.
"Mas eu quero que você perca sua licença. Quero que nunca mais bote os pés nesta alcateia. E se for possível, quero que ela se torne uma renegada"
Beatriz arregalou os olhos, sua boca abrindo e fechando, mas nenhuma palavra saía.
"Você destruiu nossa família," Lionel continuou, sua voz fria como gelo. "E eu nunca mais quero ver seu rosto."
Antes que a médica pudesse reagir, Lilian caminhou lentamente até ela. Seu rosto estava tomado por dor, sua respiração pesada, e seus olhos cheios de lágrimas.
Beatriz ergueu o olhar, esperando alguma palavra de misericórdia. Mas tudo que recebeu foi um tapa.
Seco.
Rápido.
Direto.
E então veio outro.
E mais um.
Os estalos ecoaram na sala, mas ninguém tentou impedir.
Lilian tremia, sua dor transformada em fúria, sua mão ardendo, mas seu coração ainda mais.
"Você me tirou a chance de criar minha filha," sua voz era um sussurro dolorido. "De ver seus primeiros passos. De ouvir suas primeiras palavras. De protegê-la."
Beatriz chorava ainda mais.
"Eu confiei em você," Lilian continuou, sua voz falhando. "E você me traiu da pior forma possível."
Ela então deu um passo para trás, olhando para Lionel e depois para Kara.
"Eu concordo com ele," disse, sua voz embargada. "Ela não merece estar aqui."
Kara apenas assentiu. Então, voltou-se para Beatriz, que ainda soluçava no chão.
"Você ouviu," disse a Suprema, sua voz cortante. "Está banida. E sem qualquer matilha." Então Kara lhe mordeu e ali ela se tornou uma renegada, uma loba sem matilha, sem proteção de uma Suprema.
Beatriz não ousou contestar. Ela sabia que não havia mais volta.
E assim, o destino da mulher que destruiu uma família foi selado.
Mais uma revelação
Quando Beatriz foi levada para fora do hospital, a notícia de sua expulsão correu rápido pelos corredores. O choque e a indignação tomaram conta de todos. Ela, que por tanto tempo foi considerada uma profissional exemplar, agora era vista como a responsável por uma das maiores injustiças já cometidas na alcateia.
Mas a verdade não parava por aí.
Ao ouvir toda a confissão, Eliza sentiu um aperto no peito ao se lembrar de um acontecimento do passado. Algo que, na época, não fez sentido... mas agora tudo se encaixava.
Vinte e dois anos atrás, um jovem médico recém-formado tirou a própria vida.
Foi um choque para todos. Ele era promissor, talentoso, tinha um futuro brilhante pela frente. Ninguém entendeu o motivo. Não deixou cartas, não deu sinais, apenas... se foi.
O hospital ficou de luto, os colegas lamentaram sua partida, mas o tempo passou, e sua morte virou apenas uma lembrança triste.
Agora, com tudo que foi revelado, finalmente a verdade veio à tona.
Ele não se matou sem motivo.
Ele carregava consigo o peso de um erro irreversível.
O peso de ter trocado duas crianças ao nascer.
O peso de saber que uma mãe chorava pela filha morta enquanto outra criava uma criança que não era sua.
O peso de ter sido ameaçado ao tentar contar a verdade.
Beatriz não apenas permitiu que o erro acontecesse—ela silenciou aquele que queria consertá-lo.
E, no final, esse silêncio custou-lhe a própria vida.
Eliza fechou os olhos por um momento, sentindo a revolta crescer dentro de si.
"O pobre rapaz morreu carregando um fardo que não era só dele..." sussurrou.
Lilian engoliu em seco, apertando a mão de Lionel, que estava paralisado diante da revelação. Lex e Samantha tinham lágrimas nos olhos.
Kara, que observava tudo, manteve a expressão séria, mas por dentro sentia algo profundo e feroz crescer dentro de si.
Beatriz não só roubou anos de felicidade de Lena e sua verdadeira família, mas também destruiu a vida de um homem inocente.
E agora, finalmente, a verdade havia sido exposta.
Continua...
Prontinho pessoal, a primeira parte da história foi finalizada, agora de fato começa o que todos gostam, Lua de sangue, Cio, Apresentações, possessividade, ciúmes, amor, romance e quem sabe uma guerra.
Preparados?
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