Conhecendo o Mundo Humano

O carro percorreu a estrada suavemente, e os olhos de Lena brilhavam ao ver as paisagens que passavam rapidamente pela janela. Tudo na vida dela havia mudado desde que Kara entrou em seu destino, arrancando-a de um lugar onde era maltratada, julgada e considerada inferior. Agora, ela era feliz. Agora, ela era casada com sua companheira de alma.

Kara, ao volante, dirigia com a tranquilidade de quem conhece aqueles caminhos como a palma da mão. De tempos em tempos, desviava o olhar da estrada para observar sua esposa. Lena estava encantada, e a felicidade estampada em seu rosto fazia o coração da suprema se aquecer. Discretamente, Kara esticava a mão e apertava levemente a coxa de Lena, um gesto silencioso de carinho e conforto.

À medida que o carro avançava, Lena sentia algo diferente no ar. Um arrepio percorreu sua espinha, e sua pele formigou. Era como se algo invisível se rompesse ao seu redor. Um frio na barriga surgiu, e ela instintivamente segurou o braço de Kara.

"O que foi isso?" Disse, a voz compartilhada de surpresa.

Kara respondeu, sem desviar os olhos da estrada.

"Cruzamos a barreira do sobrenatural" ela explica. "Agora estamos no mundo humano."

Lena piscou algumas vezes, tentando assimilar o que estava acontecendo. De repente, tudo ao redor mudou significativamente. O cheiro puro da natureza deu lugar ao aroma de gasolina e concreto. As árvores foram substituídas por construções imensas, arranha-céus que se erguiam imponentes contra o céu. O ar parecia mais pesado, características da vida urbana.

"É tão... diferente" Lena murmurou, os olhos fixos na paisagem desconhecida.

Kara assentiu, mantendo uma expressão serena.

"Sim. Aqui, a natureza tem menos espaço. Os humanos constroem e constroem, sem perceberem o que perdem no processo."

Lena continuou olhando fascinada. A ausência da ligação com a magia do seu mundo era estranha, mas, ao mesmo tempo, aquele novo ambiente despertava sua curiosidade. Ela estava, pela primeira vez, fora dos limites do sobrenatural, explorando um território onde sua existência era apenas um mito.

E, apesar da estranheza, uma certeza cresceu dentro dela: onde quer que fosse, enquanto estivesse ao lado de Kara, ela estaria sempre segura.

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Estar no mundo humano era uma novidade para Lena, os betas e os guardas que os acompanhavam, mas para Kara, aquele ambiente já era familiar. Os Supremos costumavam ter investimentos no mundo humano, e Kara não era exceção.

Ela é dona de uma das maiores empresas automobilísticas do mundo, um império construído durante os séculos em que vagou sem rumo, procurando por sua Luna. O negócio prosperou sob sua liderança, mas, diferente dos magnatas humanos, Kara sempre operou nas sombras. Ninguém sabia quem era a verdadeira dona da empresa. O nome da fundadora era mantido em sigilo absoluto, garantindo que sua identidade nunca fosse descoberta.

É por isso que Kara sempre teve acesso aos carros mais luxuosos e modernos, como o que dirigia agora. Enquanto Lena olhava tudo ao redor com fascínio e seus betas e seguranças observavam atentamente cada detalhe desse mundo desconhecido, Kara permanecia tranquila. Ela já tinha cruzado essas ruas antes, já tinha andado por essas cidades e feito parte desse universo.

"Você parece bem confortável aqui" Lena comentou, notando a tranquilidade da esposa.

Kara sorriu de canto, mantendo os olhos na estrada.

"Eu conheço esse mundo há muito tempo. Quando eu te procurei, passei alguns séculos aqui, sem saber onde você estava. Então decidi-me estabelecer, pelo menos em parte."

Lena arqueou uma sobrancelha.

"O que você quer dizer?"

Kara soltou um leve riso.

"Eu tenho uma empresa aqui."

Os olhos de Lena se arregalaram.

"O quê?!"

"Uma fabrica de automóveis" Kara explicou. "Foi uma forma de ocupar meu tempo enquanto esperava o destino me guiar até você."

Lena ficou em silêncio por alguns segundos, absorvendo aquela informação.

"E ninguém sabe que você é uma dona?"

Kara negou com a cabeça.

"Não. O mundo humano não pode saber sobre nós. Tudo é feito de forma discreta."

Lena se recostou no banco, ainda processando aquilo. Sua esposa era, além de suprema, uma empresária bem sucedida no mundo humano.

"Você sempre me surpreende..." murmurou, olhando para Kara com admiração.

Kara esticou a mão e acariciou a coxa de Lena de leve.

"E vou continuar te surpreendendo, minha Luna. Isso é só o começo."

Nos outros três carros que seguia atrás, as reações à transição para o mundo humano eram variadas.

No carro dos Betas da Suprema

Oliver, Alex e Barry estavam sentados no carro mais próximo ao de Kara e Lena, e os três observavam atentamente a paisagem ao redor. Arranha-céus, grandes avenidas movimentadas, ao ar livre e o barulho constante de motores e buzinas eram completamente diferentes do que estavam habituados no seu mundo.

"Então esse é o mundo humano..." murmurou Barry, com os olhos brilhando de curiosidade.

"É menor do que eu imaginava" comentou Oliver, cruzando os braços. "A gente tem florestas e territórios infinitos, e eles se apertam nesses prédios gigantes de pedra e vidro."

"Mas é fascinante" disse Alex, observando um grupo de pessoas atravessando uma faixa de pedestres. "Eles não sentem o perigo como nós. Vivem suas vidas sem precisar olhar por cima do ombro o tempo todo."

Barry soltou um riso.

"Talvez porque eles não tenham uma sociedade cheia de lobos gigantes e guerreiros prontos para desafiar uns aos outros."

Oliver concorda.

"E nem um mundo dividido entre Supremos e Alfas tentando manter a ordem."

Alex desviou o olhar para o carro de Kara.

"Mas Kara parece confortável aqui. Isso é o que mais me impressiona. Ela é uma guerreira nata, uma líder no nosso mundo, e ainda assim conseguiu construir uma empresa e se infiltrar nesse universo sem levantar suspeitas."

"Sim, isso eu admito que é impressionante" Oliver responde com admiração.

"Aposto que ela nunca contou porque queria ver nossa reação" Barry brincou, sorrindo.

Os três riram observavam o mundo humano passar pela janela, ainda fascinados pela novidade.

Nos carros dos guardas da Luna

Nos dois veículos seguintes, os melhores guerreiros da Alcateia Suprema estavam em alerta máximo. Eles não estavam tão preocupados com o mundo humano como os betas, mas sim preocupados com a segurança de Lena, ordens da Suprema.

"Esse lugar fede" reclamou um dos guerreiros, franzindo o nariz.

"Muito metal e um pouco verde" outro falou. "Não sei como a Suprema conseguiu ficar tanto tempo aqui."

"O que importa é que precisamos proteger a Luna. Humanos não parecem ser uma ameaça real para nós, mas qualquer renegado escondido pode tentar algo."

"Você acha que renegados poderiam estar no mundo humano?"

"Quem sabe? Eles são imprevisíveis. E agora que sabemos que a Alcateia Lírios está em perigo, nada pode ser descartado."

O lobo no banco da frente concordou.

"Fiquem atentos. Não estamos aqui para admirar o mundo humano, mas para garantir que a Suprema e sua Luna cheguem ao destino sem problemas."

Todos no carro concordaram, ajustando suas posturas. Para os guerreiros de Kara, essa viagem não era um passeio, mas uma missão.

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Depois de horas de viagem, finalmente eles chegaram à Cidade de National City, uma das poucas cidades humanas que mantinha um equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação ambiental. Diferente das metrópoles que que Kara esteve antes, essa cidade possuía mais áreas verdes, árvores espalhadas pelas ruas e parques que contrastavam com os prédios altos.

Lena observava tudo com fascínio.

"Aqui parece diferente... Mais vivo."

Kara concorda, mantendo uma das mãos no volante e a outra sobre a coxa de sua esposa.

"Sim, por isso escolhi esse lugar. Há um pouco mais de respeito pela natureza aqui."

Eles avançaram por um bairro mais afastado do centro, onde a intensidade da cidade era menor. O carro seguiu por um longo caminho pavimentado e arborizado até parar diante de uma imensa propriedade cercada por altos muros de pedra e portões de ferro fundido.

Kara sorriu e olhou para Lena.

"Seja bem-vinda à sua casa no mundo humano."

A mansão diante delas era uma verdadeira obra-prima da arquitetura moderna, harmonizando-se com a paisagem mais verde de National City. Embora não fosse tão grandioso quanto a residência na alcateia suprema, ainda exalava imponência e sofisticação.

O portão de ferro fundido abriu-se automaticamente assim que Kara se moveu, revelando um caminho de pedras bem estruturado que levava até a entrada principal. O jardim frontal era amplo e bem cuidado, com árvores frondosas que proporcionavam sombra e arbustos floridos cuidadosamente podados. Havia uma fonte de mármore ao centro, de onde a água cristalina fluía elegantemente.

A mansão em si era uma fusão de design clássico e contemporâneo, com grandes colunas sustentando a estrutura e janelas de vidro que refletiam o céu e o telhado ao redor. As paredes externas eram compostas por pedra natural e painéis de madeira escura, conferindo-lhe um elegante e acolhedor.

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Lena, ainda atônita, abriu levemente a mão de Kara enquanto observava cada detalhe.

"Isso... isso é realmente nosso?" Lena disse, surpresa, olhando para a esposa.

Kara sorriu, satisfeita com a reação de sua Luna.

"Sim, meu amor. Construí essa casa anos atrás, antes mesmo de encontrá-la. Eu sabia que um dia traria minha companheira para cá. Agora ela é sua tanto quanto minha."

Os betas e os guerreiros estacionaram os carros atrás deles, e saíram para avaliar o perímetro, garantindo a segurança da Luna sobre ordens da Suprema.

Lena saiu do carro lentamente, seus olhos explorando cada detalhe da mansão. Ela viu varandas espaçosas, perfeitas para contemplar o pôr do sol, e um enorme quintal nos fundos, onde tinha uma vista deslumbrante de uma área de lazer.

"Isso é maravilhoso..." Lena murmurou, ainda absorvendo a grandiosidade do local.

Kara colocou a mão na cintura da esposa com um abraço e depositou um beijo suave em sua têmpora.

"Vamos entrar. Você ainda não viu nada."

Com um sorriso ansioso, Lena concordou, pronta para explorar sua nova casa no mundo humano.

Assim que entrou, Lena se surpreendeu novamente. O interior da casa era sofisticado, mas sem exageros. Os móveis eram de linhas retas, em tons neutros como branco, cinza claro e amadeirado, criando uma atmosfera tranquila.

A sala de estar tinha sofás amplos e confortáveis, uma lareira embutida e grandes janelas de vidro, permitindo que a luz natural iluminasse o ambiente. Uma estante de madeira exibe alguns livros e objetos decorativos minimalistas.

Kara segurou sua mão e guiou pelo espaço.

"Queria que fosse um lar de verdade, um refúgio para nós duas, quando visitássemos esse mundo."

Lena apertou a mão da esposa.

"E você conseguiu."

Seguiram para a cozinha, que era moderna, mas funcional. Bancadas de mármore branco, armários em madeira clara e eletrodomésticos de última geração.

"Aqui podemos tentar cozinhar juntas... ou deixar que os profissionais cuidem disso." Kara Brindou.

"Acho que podemos arriscar algumas receitas." Lena riu, já imaginando o desastre culinário que poderia causar.

Subiram para o andar superior , onde ficavam os quartos. O principal era simplesmente perfeito. As paredes eram de um tom suave de azul acinzentado, transmitindo calma. A cama king size tinha uma cabeceira estofada e lençóis de linho macio.

O closet era espaçoso e organizado, e o banheiro privativo possuía um chuveiro duplo e uma banheira ampla, ideal para momentos relaxantes.

Lena suspirou, sentindo-se acolhida por aquele espaço.

"Definitivamente, posso me acostumar com isso."

Kara a abraçou por trás, descansando o queixo em seu ombro.

"Fico feliz que gostou."

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Todos já foram instalados na mansão de Kara e Lena no mundo humano. Os betas e os guerreiros se acomodaram nos quartos preparados para eles, enquanto a casa era ajustada para receber seus novos ocupantes temporários.

No quarto principal, Kara e Lena aproveitavam um momento só delas.

Kara estava sobre Lena na grande cama, beijando-a com intensidade, como se cada toque fosse uma promessa silenciosa. As mãos firmes da suprema percorriam o corpo da esposa por cima da roupa, apertando alguns pontos estratégicos, arrancando pequenas gemidos de Lena.

Lena suspirou entre os beijos, sentindo seu corpo esquentando a cada toque de Kara. As mãos delicadas da ômega estavam entrelaçadas na nuca da esposa, puxando-a para mais perto, como se quisesse que esse momento durasse para sempre.

O beijo foi se tornando mais lento, até que Kara parou e descansou sua testa contra a de Lena, respirando fundo.

"Se continuarmos assim, não vamos sair dessa cama tão cedo..." Kara murmurou, um sorriso brincalhando em seus lábios.

Lena abriu os olhos lentamente, um brilho divertido dançando em seu olhar.

"E isso seria um problema?" Ela disse, mordendo os lábios inferiores, sabendo exatamente o que isso causava em Kara.

A suprema soltou um grunhido baixo, seu lobo interior queria mais, mas respirou fundo para se controlar.

"Sim, porque eu quero te levar para um jantar aqui no mundo humano."

Lena arqueou uma sobrancelha, claramente intrigada.

"Jantar? Aqui no mundo humano?"

Kara assentiu, deslizando a mão pelo braço de Lena de forma carinhosa.

"Sim, quero que experimente a culinária deles. Escolhi um restaurante que acredito que você vai amar."

Lena sorri, tocando o rosto de Kara com carinho.

"Se é um desejo seu, então vamos. Mas... você já sabe que não resisto a você, então espero que esse jantar não demore muito."

Kara riu baixo, segurando o queixo de Lena entre os dedos e depositando um selinho provocante antes de se levantar da cama.

"Prometo que assim que voltarmos, eu compenso qualquer tempo longo."

Lena se sentou na cama, observando a esposa com um sorriso malicioso.

"Ótimo, porque eu definitivamente quero que me compense."

Kara piscou para ela antes de seguir para o armário, e Lena riu, sentindo-se completamente feliz ao lado de sua esposa.

Agora, tudo o que restava era se arrumarem e aproveitarem sua primeira noite juntas no mundo humano.

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Kara e Lena desceram as escadas da mansão, prontas para a primeira noite no mundo humano. Kara vestia um elegante terno azul-marinho com uma camisa preta por baixo, sem gravata, deixando o primeiro botão aberto. Seu cabelo dourado estava preso em um coque baixo, e o perfume amadeirado que usava preenchia o ambiente.

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Lena, por sua vez, vestia um longo vestido verde-esmeralda de alças finas, que abraçava suas curvas de forma sofisticadas. O tecido cintilava levemente sob a luz suave da mansão, e seus cabelos ficavam soltos, caindo em ondas naturais. Seus olhos verdes brilhavam de expectativa.

Imagem Gerada por IA - Esse é o vestido da Lena

"Você está... deslumbrante, meu amor." Kara disse, oferecendo o braço à esposa.

"Você também não está nada mal, Sra. Zor-El." Lena respondeu, aceitando o braço e lhe dando um beijo demorado no rosto.

Elas seguiram até a entrada da mansão, onde um dos carros já aguardava. O motorista abriu a porta e Kara ajudou Lena a entrar antes de se acomodar ao lado dela. Durante a trajetória, Lena olhou pela janela, fascinada com o movimento das ruas, as luzes vibrantes e a diversidade ao seu redor.

"É tão... agitado. Tudo parece tão vivo." comentou Lena, os olhos fixos nas luzes neon que iluminavam as calçadas.

"O mundo humano é assim: sempre correndo, sempre buscando algo. Mas, ao mesmo tempo, há uma beleza única nisso." Kara apertou de leve a mão da esposa. "E essa cidade é especial para mim. Foi aqui que morei enquanto buscava por você."

Lena feliz, emocionada com a confissão, e logo o carro parou diante de um restaurante luxuoso.

O letreiro em dourado sobre uma fachada de vidro iluminada exibindo o nome: "La Bella Notte". O edifício tinha uma arquitetura moderna, com paredes de vidro que permitiam uma visão clara do interior sofisticado. Lustres de cristal pendiam do teto, refletindo a luz em tons suaves dourados. As mesas estavam dispostas de maneira espaçosa, com toalhas brancas impecáveis, velas aromáticas e delicadas flores vermelhas no centro.

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O motorista abriu a porta, e Kara desceu, estendendo a mão para Lena.

"Bem-vinda ao 'La Bella Notte', meu amor." disse Kara, sorrindo.

Lena aceitou a mão e desceu, olhando ao redor com os olhos brilhando.

"É incrível... tão diferente de tudo o que conheço."

Elas caminharam até a entrada, onde o maître as recebeu imediatamente.

"Boa noite, Sra. Zor-El. Sua mesa está pronta." O homem inclinou-se levemente a cabeça e levou o casal a uma mesa perto da grande janela com vista para a cidade iluminada.

Lena deslizou o olhar pelo ambiente, absorvendo cada detalhe. As taças de cristal, o suave som de um piano ao fundo, o aroma irresistível que pairava no ar.

"Você já veio aqui antes?" perguntou Lena, ajeitando o guardanapo no colo.

"Não. Na verdade, essa é minha primeira vez aqui. Queria que fosse especial para nós." Kara segurou a mão da esposa sobre a mesa.

O garçom chegou e apresentou o cardápio. Lena franziu o cenho ao ler alguns pratos.

"Risoto... Ravioli... Nhoque... tudo parece delicioso, mas... eu não faço ideia do que escolher."

Kara riu suavemente.

"A comida italiana é uma das melhores. Se quiser, posso escolher por nós."

"Por favor. Estou confiando na sua experiência."

Kara pediu um risoto de frutos do mar para Lena e um nhoque para si. Também pedi um vinho tinto italiano para acompanhar.

Enquanto aguardavam, Lena olhou novamente pela janela.

"É estranho estar aqui. Parece outro mundo."

"E é, de certa forma." Kara entrelaçou os dedos nos dela. "Mas, independentemente de onde estivermos, desde que eu tenha você ao meu lado, tudo parece certo."

Lena corou, apertando a mão da esposa.

Logo, os pratos chegaram. Lena se inclinou sobre o prato, sentindo o aroma rico do risoto.

"Isso cheira tão bem."

"Experimente." Kara incentivou.

Lena pegou a primeira garfada e levou à boca. Seus olhos se arregalaram assim que o sabor preencheu seu paladar.

"Nossa... isso é maravilhoso!" exclamou, pegando outra garfada.

Kara riu com a reação da esposa.

"Eu sabia que você gostaria."

"Estou me sentindo um pouco boba... Tudo isso é novo para mim."

"Não há nada de bobo nisso, Lena. Você passou a vida inteira presa naquele lugar horrível. Agora, o mundo é seu para descobrir. E eu estarei sempre ao seu lado."

Lena estendeu a mão, tocando o rosto de Kara com carinho.

"Você sempre consegue fazer tudo parecer mágico."

"Porque você é a minha magia, amor."

Elas brindaram, sorrindo, enquanto a noite seguia tranquila. Era apenas o começo de muitas aventuras no mundo humano.

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Depois de um jantar delicioso e repleto de descobertas, Kara pagou a conta e, ao invés de dirigir direto para casa, foi por uma rua ladeada por árvores iluminadas por luzes suaves. Lena olhou curiosamente pela janela, tentando adivinhar o destino.

"Não vamos para casa?" Disse ela, divertida.

"Ainda não. Quero te mostrar um dos meus lugares favoritos na cidade."

Lena ficou feliz, empolgada, e apertou a mão de Kara que descansava no câmbio. Alguns minutos depois, o carro entrou em uma alameda cercada de árvores frondosas, cujas copas formavam um túnel natural. Ao final, um portão de ferro, com o nome "Parque da Serenidade" em letras elegantes.

"Parque da Serenidade?" Lena leu em voz alta.

"Sim. Esse parque tem algo especial. Quando cheguei aqui pela primeira vez, perdida e sem rumo, era o único lugar que me acalmava."

O portão se abriu, e Kara estacionou o carro. As duas desceram e seguiram por uma trilha de pedra iluminada por postes antigos que emitiam uma luz âmbar suave. O ar era mais fresco ali, e Lena se aqueceu profundamente, sentindo o cheiro da terra úmida e da vegetação.

Logo, chegou a um lago cristalino, que refletia o céu noturno como um espelho. A água estava tão calma que as estrelas flutuavam sobre a superfície. No centro, uma pequena ponte arqueada de pedra conectava duas trilhas, e ao redor, bancos de madeira ofereciam descanso sob salgueiros que tocavam quase a água com seus galhos longos.

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Uau... é lindo, Kara. Parece mágico."

"É. Aqui, o tempo parece desacelerar."

Elas se aproximaram do lago, e Lena se ajoelhou na beira, tocando a água gelada com os dedos. O movimento suave criou pequenas ondas que distorceram o reflexo das estrelas.

"Quando eu era criança, imaginava que os lagos escondiam segredos, mundos inteiros submersos." Lena comentou, perdida em pensamentos.

"Talvez não esteja errada. O mundo esconde mais segredos do que imaginamos." Kara se ajoelhou ao lado dela, abraçando-a pela cintura. "Assim como o nosso."

Ficaram ali em silêncio, absorvendo a calma do momento. Kara inclinou-se e beijou o pescoço de Lena.

"Agora que o mundo humano conhece você, esse parque também é seu."

Lena sorriu, encostando a cabeça no ombro da esposa. Após alguns minutos, levantaram-se e seguiram de volta para o carro, voltando para a mansão.

De volta à mansão

Ao chegarem, subiram direto para o quarto. Lena trocou o vestido por um pijama confortável e deitou-se na cama, enquanto Kara se livrava do terno.

"Amanhã começa nossa aventura na Europa. Preparada?" perguntou Kara, deitando-se ao lado dela.

"Preparada e curiosa." Lena suspirou. "Ainda não consigo acreditar que amanhã estarei na Irlanda."

"E é só o começo, minha luna." Kara acariciou seu rosto. "Agora, durma. Amanhã sairemos cedo."

Lena assentiu e fechou os olhos, adormecendo rapidamente sob o toque suave da esposa.

Manhã seguinte – Partida para a Irlanda

O sol ainda não havia surgido no horizonte quando a mansão já estava em movimento. Os lobos encarregados da segurança organizaram as malas e verificaram os carros. Os betas — Alex, Oliver e Barry — conversavam em tom baixo, checando rádios e discutindo estratégias de segurança.

No andar de cima, Kara e Lena terminavam de se arrumar. Kara vestia uma jaqueta de couro preta e calça jeans, enquanto Lena optou por uma blusa de lã creme e uma calça confortável.

"Tudo pronto?" perguntou Kara, pegando as malas.

"Sim, só preciso de um café forte." brincou Lena.

Desceram juntas, e os betas as cumprimentaram com respeito.

"Tudo certo, Suprema?" perguntou Alex.

"Tudo. Vamos para o aeroporto."

Os carros saíram da mansão ainda sob a penumbra da madrugada, seguindo pela avenida principal em direção ao Aeroporto Internacional de National City.

O aeroporto era uma estrutura moderna e imponente, com uma fachada de vidro que refletia as primeiras luzes do amanhecer. O movimento era intenso, com passageiros apressados, malas rolando pelo chão e anúncios constantes ecoando pelos alto-falantes.

"É assim que os humanos viajam?" Lena falou, olhando a multidão com curiosidade.

"Sim. Eles dependem dessas máquinas de metal para atravessar o mundo." Kara explicou, apontando para os aviões estacionados além das enormes janelas. "Para eles, isso é tecnologia. Para nós, é apenas um meio discreto de viagem."

O grupo se direcionou direto para uma área reservada, onde um jatinho particular os aguardava. O avião era branco, com detalhes dourados e o símbolo discreto de uma lua crescente na lateral, marca registrada da alcateia suprema.

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"Esse é o nosso?" Lena perguntou, surpresa.

"Sim. Vantagens de ser casada com a suprema alfa." Kara piscou, divertida.

Lena riu e subiu as escadas. O interior da aeronave era luxuoso, com poltronas de couro bege, janelas amplas e uma pequena abertura no fundo.

Assim que todos se acomodaram e o piloto recebeu autorização para decolagem, Lena segurou a mão de Kara.

"Próxima parada: Irlanda."

Kara sorri.

"E a alcateia dos Lírios."

O avião acelerou pela pista e, em poucos segundos, já cortava o céu em direção ao desconhecido.

Continua...

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