Aurora

Perdão pessoal, estou tão cansada esses dias que errei, a primeira parte da história termina nesse capítulo e vocês entenderam o porque!

Eu não gosto de deixar pontinhas soltas nas minhas histórias, isso deixa a leitura muito ruim, imagina vocês estão lendo uma história, e estão doidos para saber o porque aquilo aconteceu, mas o autor(a) não revelou. Fico revoltada com isso kkkk

Agora que a verdade veio à tona e tudo foi esclarecido, todos retornaram para a sala de espera. O hospital, antes tomado por tensão, parecia respirar mais aliviado, mas ainda havia um peso no ar. O peso das revelações, das feridas que o tempo não apagou, mas que finalmente estavam sendo cicatrizadas.

Kara foi a última a entrar. Por um momento, ela parou na porta, seu olhar percorrendo a sala como se o tempo estivesse desacelerado. Pela primeira vez em séculos, sua humanidade parecia querer voltar, como se aquela sala estivesse trazendo-a de volta para quem ela já foi um dia.

Seus olhos pousaram em Lilian, que estava abraçada a Lionel, seu rosto ainda úmido de lágrimas, mas com um semblante um pouco mais calma. O marido a segurava com força, como se tentasse protege-la de toda a dor que ela já havia sentido.

Em outro canto, Samantha estava deitada no ombro de Lex, e os dois conversaram baixinho. Lex segurava a mão da irmã com carinho, enquanto Samantha, com um sorriso pequeno, já começava a planejar o que fariam quando Lena se recuperasse. Eles estavam sonhando com um futuro juntos, algo que eles haviam sido roubados por duas décadas.

Do outro lado da sala, Oliver e Barry riam de algo, cutucando um ao outro como dois irmãos que nunca perderam a chance de se provocar. Eles pareciam tão leves, tão despreocupados, que aquilo arrancou de Kara um suspiro.

Foi então que os olhos de Kara resgataram Eliza. Ela estava sentada em uma das cadeiras, abraçada pelas suas filhas, Nia e Alex. O olhar de Eliza encontrou o de Kara, e naquele instante, algo se mexeu dentro da Suprema. Não havia necessidade de palavras. O olhar de uma mãe que encontra o de uma filha dizia tudo.

Eliza estendeu o braço para ela, um convite silencioso. Nia e Alex fizeram o mesmo, abrindo espaço para ela entre elas. Kara sentiu um calor diferente se espalhando por seu peito. Por séculos, ela foi fria, distante, fechada em sua própria dor e solidão. Mas agora... agora ela tinha uma família.

Seus lábios se curvaram em um sorriso pequeno, tímido, mas genuíno. Ela caminhou até elas e se deixou envolver no abraço que lhe foi oferecido. Um abraço quente, seguro, cheio de amor.

Ela fechou os olhos por um momento, absorvendo aquela cena, naquele instante. Pela primeira vez desde que voltou, sentiu que estava onde deveria estar. Não apenas como Suprema, mas como filha, amiga... e em breve, como companheira.

Porque agora ela sabia. Tudo isso, todas essas emoções que estavam vindo, tinham um nome.

Lena.

Sua predestinada.

E nada a impediria de tê-la em seus braços.

Uma prova para ninguém duvidar

Todos estavam ali, presos em suas próprias emoções, refletindo sobre tudo o que havia acontecido. O silêncio na sala de espera era denso, carregado de sentimentos conflitantes, mas ao mesmo tempo, havia uma sensação de encerramento, de justiça finalmente sendo feita.

Foi quando um enfermeiro apareceu na porta, segurando um envelope pardo em suas mãos. Seu semblante era neutro, mas todos sabiam o peso do que ele trazia.

"Senhor Luthor?" ele chamou. "O teste de DNA está pronto."

Contudo, a família Luthor se reuniu, como se formassem um escudo ao redor de si mesmos. Lionel estendeu a mão e pegou o envelope com um agradecimento. Era um simples pedaço de papel, mas o impacto que ele carregava era maior do que qualquer coisa que pudesse imaginar.

A Suprema e sua família estão um pouco atrás, respeitando aquele momento. Sabiam que aquela era uma ferida que só os Luthor poderiam fechar.

Lionel respirou fundo antes de abrir o envelope. O papel estava ali, perfeitamente dobrado. Seus dedos tremiam levemente ao desdobrá-lo. Um suspense tomou conta da sala, os segundos evidentes se arrastam como uma eternidade.

Então, uma lágrima escorreu de seus olhos.

Ele não preciso dizer nada.

Mas, ainda assim, sua voz saiu baixa, embargada, compartilhada de emoção.

"Deu positivo..."

Eles já sabiam. Todos ali tinham certeza desde o momento em que olharam para Lena, desde que sentiram em seus corações que ela fazia parte deles. Mas ver aquela confirmação oficial, aquela prova que ninguém jamais poderia contestar, trouxe um novo peso à verdade.

Lilian levou as mãos ao rosto, o choro que tentou conter finalmente rompendo suas barreiras. Lionel a segurou com força, e logo Lex e Samantha se juntaram a eles, formando um abraço apertado, um reencontro que demorou 22 anos para acontecer.

Era real.

Lena era deles.

Sempre foi.

A família Luthor se abraçou como se nunca mais quisessem se soltar, sentindo a dor de todos os anos perdidos, mas também a esperança do futuro que poderiam construir juntos.

Kara observou de longe, seu peito aquecido por um sentimento estranho, mas bem-vindo. Aquela cena, aquela reunião de família, aquilo era amor puro, algo que ela não via há séculos.

Ela fechou os punhos discretamente.

Agora que a verdade estava clara para todos, restava apenas uma coisa: garantir que Lena tivesse um futuro seguro, feliz... ao lado de sua família e, se os Deuses permitirem, ao seu lado também.

Eu só quero o melhor para ela

Os exames de Lena estavam prontos. Sobre ordens de Eliza, os enfermeiros os levaram até a sala de espera, onde a família Luthor aguardava ansiosamente.

O momento ainda foi carregado de emoção pela revelação do teste de DNA, e agora tinha em mãos respostas sobre a saúde de Lena.

Mas, antes que alguém abrisse os envelopes, Kara deu um passo à frente e interrompeu.

"Espere."

Sua voz ecoou pelo ambiente, chamando a atenção de todos. Os olhares se voltaram para ela — os Luthor, Eliza, Nia, seus betas, os médicos e enfermeiros presentes.

Ali, diante da família de sua companheira, Kara fez algo que não fazia há séculos.

Ela deixou o seu poder de Suprema de lado.

Naquele momento, não era uma líder temida e respeitada, mas apenas uma loba que, depois de milênios de sofrimento, encontrou aquilo que sempre buscou.

"Eu não sei se todos sabem..." começou, sua voz transmitiu seus sentimentos. "Fiquei séculos, na verdade, mais de um milênio perdida, carregando uma dor que qualquer lobo que não encontre sua companheira sentiria. Só que, para nós, Supremos, a dor é pior."

Seus olhos percorreram o ambiente, vendo cada um absorver suas palavras.

"Eu me perdi. Perdi minha essência, quem eu era. Perdi minha humanidade..."

Fez uma breve pausa, respirando fundo.

"Mas eu a consegui."

Eliza sorriu, assim como Lilian e Nia e seus betas, eles sabiam do que ela estava falando. 

Mas foi quando Kara voltou seu olhar para Lionel que uma grande revelação veio.

"Não quero passar por cima da sua autoridade como o pai de Lena" disse suavemente.

Lionel franziu o cenho, confuso.

"Mas sua filha..." Kara pausou por um instante. "Sua filha é minha Luna."

A sala ficou em silêncio.

Lionel arregalou os olhos, chocado.

Lex e Samantha trocaram olhares, surpresos, enquanto os funcionários do hospital começaram a murmurar em voz baixa.

"A filha dele é companheira da Suprema?"

"Estamos cuidando da futura Luna!"

"Finalmente teremos como líderes a Suprema e sua Luna!"

Muitos sorriram entre si, empolgados com a revelação.

Enquanto isso, Lionel tentava processar a informação. Ele piscou algumas vezes, olhando para Kara como se tentasse encontrar algum sinal de brincadeira. Mas só encontrou sinceridade em seu olhar.

"Eu..." Lionel começou, mas não conseguiu concluir.

Kara então voltou a conversar, agora olhando para Lilian e para toda a família.

"Eu quero dar a Lena uma vida feliz. Mas, depois de tudo que descobri, depois de tudo que vimos, sei que agora o mais importante é que ela fique com vocês. Vocês precisam desse tempo"

Ela sorriu suavemente.

"Eu não quero afastá-la de sua família. Só quero estar por perto... se assim ela desejar."

O coração de Lilian se aqueceu com aquelas palavras. Ela não poderia ter imaginado uma declaração mais respeitosa e sincera.

Lionel respirou fundo e, enfim, felicidade.

"Você realmente ama minha filha."

"Com todo o meu ser" Kara respondeu, firme.

O patriarca Luthor concordou, antes de abrir os braços.

"Então seja bem-vindo à nossa família, Suprema."

Lilian não hesitou e o acompanhou, e, naquele instante, Kara foi recebida não apenas como a Suprema, mas como parte da família Luthor.

Ao redor, os funcionários do hospital continuaram a sussurrar, empolgados com a notícia. Afinal, agora tinham certeza: estavam cuidando da futura Luna da Suprema.

O estado de saúde de Lena

Após o momento de união entre Kara e a família Luthor, a Suprema voltou para Eliza e, com gentileza, pediu:

"Você pode abrir os exames e nos relatar os resultados?"

Eliza hesitou por um segundo. Sentia um leve medo do que encontraria ali. Mas respirou fundo e assentiu.

Pegou os envelopes e começou a abri-los um por um, colocando os papéis sobre o balcão à sua frente. Foram muitos exames, muitas informações.

A sala ficou em silêncio absoluto enquanto ela analisava os primeiros resultados.

Começou pelos raios X.

Seus olhos percorreram atentamente as imagens, examinando cada fratura registrada.

"Muitos ossos quebrados..." murmurou, mordendo os lábios.

Os Luthor prenderam a respiração.

"Há várias fraturas, algumas mais graves que outras. Mas é possível cicatrizar completamente com o tempo e o tratamento adequado. Ela poderá ter uma vida normal."

Um suspiro de alivio percorreu a sala.

Eliza contínua. Pegou outro exame, desta vez o de sangue. Seu olhar se tornou mais sério.

"Os níveis de hemoglobina estão baixos..." murmurou. "Ela está com anemia preocupante."

Lilian segurou a mão de Lionel, tensa.

"Ela também está desidratada. O corpo dela passou por um estresse físico extremo e isso comprometeu sua recuperação."

"Mas..." Kara abriu os punhos, aguardando mais detalhes.

Eliza então pegou o último laudo, leu atentamente, e seus ombros relaxaram.

"Ela está fora de perigo."

Todos prenderam o fôlego, absorvendo aquelas palavras.

"O corpo dela só está descansando" Eliza explicou, sua voz de emoção. "É por isso que ela ainda não acordou."

Lilian deixou escapar um suspiro de alivio, escondendo o rosto no peito de Lionel. Lex passou a mão pelo rosto, enquanto Samantha transmitiu alivio.

Kara fechou os olhos por um instante, permitindo-se sentir o peso da tensão se dissipando.

Lena estava fora de perigo.

E agora, tudo o que eu precisava era esperar que ela acordasse.

Explicações pendentes

O momento de alivio por Lena estar fora de perigo foi quebrado pelo olhar atento de Eliza. Ela folheava os laudos médicos, analisando cada detalhe, até que uma dúvida surgiu em sua mente.

"Eu sou a mais velha aqui e nunca presenciei algo assim em toda a minha vida..." murmurou, pensativa.

Ela direciona o olha para todos ali, mas é Alex que pergunta primeiro. 

"Por que a transformação foi tardia?"

"Sim, isso não é comum. A maioria dos lobos passa pela primeira transformação aos 16 anos... Por que com Lena foi diferente?" refletiu Lionel

Eliza, ainda com os laudos em mãos, suspirou e respondeu:

"Os anos de maltrato nas mãos dos Vargas tiveram um impacto profundo nela. O corpo de Lena sofreu abusos extremos, e eu vi nos exames marcas de feridas antigas que nunca cicatrizaram completamente. Isso acabou impedindo sua transformação e com a chegada da Kara provavelmente despertou sua loba"

A sala ficou em silêncio. O peso das palavras de Eliza ressoava em todos ali.

Mas então, a própria Eliza fez uma pergunta que ela mesma, com toda a sua experiência, não sabia responder:

"O que eu não entendo é... Por que a transformação dela foi tão dolorosa?"

Ela olhou para Kara, que ficou em silêncio por um momento antes de respirar fundo e começar a explicar:

"Vocês sabem por que todos os jovens se transformam pela primeira vez aos 16 anos?"

Os olhares se voltaram para ela. Os presentes trocaram olhares confusos, mas ninguém respondeu.

Kara então continua:

"Isso acontece porque, nessa fase, o corpo ainda está em desenvolvimento. Os ossos não são completamente rígidos, e as estruturas ainda estão em transição. Quando nos transformamos pela primeira vez, nosso corpo consegue se adaptar melhor à mudança, tornando o processo menos doloroso."

Ela então dirigiu-se diretamente para Eliza.

"Mas Lena... Ela já tem 22 anos. Seu corpo está completamente formado, seus ossos são rígidos e estruturados. Isso torna uma transformação extremamente dolorosa, porque a loba dentro dela precisa romper essas barreiras físicas para emergir."

Houve um silêncio pesado na sala.

"E o pior" contínuo Kara, "é que nem todos sobrevivem a uma transformação tardia."

Lilian levou a mão à boca, assustada.

"Mas Lena sobreviveu" completou Kara, sua voz compartilhada de gratidão. "E agora ela está aqui, com a gente."

Os Luthor se entreolharam, absorvendo aquela revelação.

Lena tinha passado por algo inimaginável. Mas, contra todas as probabilidades, ela resistiu.

Agora, tudo que restava era esperar que ela acordasse e finalmente pudesse viver a vida que sempre mereceu.

No quarto

Enquanto todos discutiam sobre Lena na sala de espera, sua vida e sua transformação, na ala médica, deitada em uma cama sob a penumbra suave das luzes do hospital, Lena permanece em um sono profundo. Seu corpo, ainda imerso em medicamentos para aliviar sua dor, estava ali, parada e silencioso. Mas sua mente... sua mente era um turbilhão de energia.

Nos recantos mais profundos de sua consciência, onde o mundo físico não alcançava, algo despertava.

Uma presença suave, etérea, como um vento matinal percorrendo um campo de flores silvestres sob o luar.

"Lena..."

A sensação foi delicada, quase como uma brisa acariciando sua alma.

Lena franziu o cenho inconscientemente, seu corpo reagindo ao chamado silencioso.

"Lena, acorde..."

A voz era familiar e ao mesmo tempo estranho. Não era uma voz humana, mas algo ancestral, algo que sempre esteve ali, adornado, esperando o momento certo para despertar.

Então, no limiar entre o sonho e a realidade, Lena viu.

Diante dela, em um espaço que não pertencia ao mundo físico, estava sua loba .

Majestosa, com pelagem de um branco como a neve mais pura, os olhos brilhando como duas luas cheias, mesclando tons de verde vibrantes e profundos. Ela não falava com palavras, mas com sentimentos, com a conexão pura de suas almas entrelaçadas.

Lena sentiu a dor da loba, o tempo perdido, a luta para emergir. Mas, acima de tudo, sentiu o amor incondicional, a proteção, a força que sempre esteve ali dentro dela, esperando para ser libertada.

A loba deu um passo à frente, encostando o focinho na testa de Lena.

Imagem Gerada por IA

"Eu sou Aurora, sua loba. Tão branca como a neve, com olhos tão verdes quanto a aurora boreal."

Um calor percorreu o corpo do jovem, como uma onda de energia dourada que começou a reparar ou que estava quebrada. Ossos que ainda cicatrizavam foram fortalecidos, músculos exaustos estão sendo restaurados. Sua loba estava ajudando na cura, acelerando o processo para que finalmente se tornasse uma só .

Lena sentiu uma força pulsar dentro de si, uma energia nova, um renascimento.

O mundo ao seu redor começou a se dissipar, e a última coisa que ouviu foi a voz de Aurora, suave e cheia de certeza.

"Em breve, estaremos juntas. Em breve ..."

E então, Lena abriu os olhos.

Continua...

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top