A Chegada da Família Suprema
Gente eu adoro os seus comentários, quanto mais vocês comentam e votam eu me sinto inspirada e consequentemente eu posto mais capítulos.
Agora eu estou conseguindo postar todos os dias, mas posso passar dias sem postar, eu faço mestrado então as vezes ficou muito sobrecarregada.
O tempo dentro da alcateia Lua de Sangue parecia se arrastar para Lena. Um mês se passou desde aquele dia... Desde o dia em que, por um breve momento, ela ousou olhar além das paredes que sempre a permaneceram prisioneiras.
Ela se lembrava perfeitamente da sensação do vento frio tocando sua pele, do sol tímido iluminando seu rosto. Foi uma fração de segundo... Mas foi o suficiente para seu irmão a notar. O suficiente para ele agir.
Lena fechou os olhos e respirou fundo. Mesmo agora, o simples ato de respirar era uma tortura. Suas costelas ainda estavam sensíveis, um lembrete cruel do que aconteceu naquela dia. Ela não precisou implorar. Não precisou se defender. Para Henrique, sua existência já era um erro, um peso que ele carregava contra sua vontade.
Os ossos e os cortes demoraram a cicatrizar. Diferente dos outros lobos, que se curavam com rapidez, ela era apenas um ômega sem ligação com sua loba, sem qualquer poder de regeneração. Então, dia após dia, a dor a acompanhava como uma sombra inseparável.
E as punições não paravam.
Qualquer erro, por menor que fosse, era respondido com tapas, chutes, palavras cortantes. Derrubar um copo? Punição. Andar mais devagar do que Henrique queria? Punição. Respira muito alto? Punição.
Lena já não sabia o que era viver sem dor.
Deitada em seu colchão fino e velho, sentiu o próprio corpo estremecer ao tentar se virar. Cada movimento traz uma nova onda de agonia. O cheiro de sangue ainda impregnava seu quarto, misturando-se com o de ervas que ela tentava usar para aliviar os hematomas.
Ela abriu os olhos, olhando para o teto de madeira.
Um dia... Um dia isso vai acabar?
Ela não sabia como, nem quando, mas algo dentro dela sussurrava que seu sofrimento tinha um limite. E quando esse dia chegasse, Henrique e sua família pagaria por tudo. (Estou doida para postar o destino dessa família)
Lena apenas não sabia que esse dia estava mais próximo do que jamais imaginou.
A chegada da família suprema
Lena estava na cozinha, lavando as panelas com movimentos automáticos. A água fria escorria por suas mãos trêmulas, e ela mordia os lábios para conter qualquer expressão de dor. Seus braços ainda doíam devido às punições dos últimos dias, mas ela já havia aprendido a ignorar a dor.
Enquanto terminava de enxaguar uma panela, ouviam-se as vozes de sua família na sala de jantar.
"Eu sabia que a suprema não viria" a voz arrogante de Henrique, seu irmão mais velho, ecoou pela casa. "Afinal, ela nunca aparece. Deve estar escondida como sempre."
"Concordo" murmurou seu pai, com um tom desdenhoso. "Falsa e falha. Todos falam dela como se fosse uma lenda, mas até agora, não vi nada além de palavras vazias e nunca a vi também para saber se ela é verdade ou não."
Lena abriu os olhos ao ouvir tanta arrogância. Eles falavam com tanta confiança, tanto desprezo... Mas algo dentro dela dizia que eles estavam errados.
Seu pai pigarreou, mudando um pouco o tom:
"Mas fiquem quietos. Os betas dela podem chegar a qualquer momento, e não quero problemas."
Lena permitiu um pequeno sorriso amargo. Ah, então ele tem medo de alguma coisa.
E como se o destino quisesse responder às palavras de seu pai, o som de carros foi ouvido ao longe. O silêncio tomou conta da casa por alguns segundos.
Lena parou de lavar a panela e olhou para a janela. Seu coração deu um salto.
Eles chegaram.
O silêncio após o som dos carros foi interrompido pela voz firme do pai de Lena.
"Lena, fique onde está" ele falou, sem sequer olhar. "E não faça barulho. Nem pense em sair dessa casa."
Ela abaixou a cabeça e continuou lavando a panela, como se nem tivesse ouvido. Mas por dentro, seu coração batia forte.
"Não quero que eles vejam essa aberração" ele acrescentou com frieza, os olhos duros sobre ela.
Lena sentiu um aperto no peito. Não era surpresa ouvir aquilo, mas cada vez que as palavras eram ditas, o corte era um pouco mais fundo.
Sem esperar resposta, seu pai e o restante da família saíram pela porta, deixando-a para trás.
Sozinha na cozinha, Lena fechou os olhos e respirou fundo. A suprema não veio, apenas seus betas... Mas por que algo dentro dela dizia que as coisas estavam prestes a mudar?
Sentimento diferente
Lena secou as mãos rapidamente no avental antes de se aproximar da janela, certificando-se de que ninguém a veria. Com o coração acelerado, ela levantou levemente a cortina e espiou os recém-chegados.
A família da suprema... Foi a primeira vez que via qualquer um deles.
Seus olhos percorreram o grupo até que pararam em uma figura específica.
Ao lado de uma mulher loira estava alguém que, ao primeiro olhar, fez algo dentro dela estremecer. Um arrepio percorreu sua pele, e por um momento, sentindo algo que nunca havia sentido antes: conforto.
Foi tão inesperado e intenso que ela se afastou bruscamente da janela, o peito subindo e descendo rapidamente.
Lágrimas inundaram seus olhos.
Tudo o que ela queria era um pouco de conforto... e, por um instante, ela sentiu que ele estava ali, tão perto. Mas isso era impossível.
Engolindo o choro, Lena limpou as lágrimas com as mangas e se tirou da janela, recusando-se a acreditar naquilo. O mundo nunca lhe deu nada além de dor... Por que agora seria diferente?
Família da Suprema
Os carros desaceleraram ao cruzar os limites da Alcateia Lua de Sangue, e o ar parecia mais denso, carregado por uma energia que poucos ali conseguiam perceber. Eliza saiu primeiro, erguendo os olhos para a estrutura imponente da jovem alcateia do sul. Ao seu lado, Lilian Luthor ajeitou o casaco, mantendo sua postura impecável, mas por dentro algo a inquietava.
Nia saiu logo atrás, observando tudo com curiosidade, enquanto Oliver, Alex e Barry, os betas da suprema, mantinham-se atentos, como se esperassem qualquer sinal de hostilidade.
Lilian, por sua vez, sentiu um arrepio inesperado percorrendo sua espinha. Seus olhos foram atraídos instintivamente para uma das janelas superiores da casa principal. Lá, por um breve segundo, um vulto se moveu.
Seus olhos se estreitaram.
Algo dentro dela se abriu de forma calorosa, uma sensação estranha, como se estivesse revivendo uma lembrança que há muito tentava esquecer mas ao mesmo tempo um sentimento materno.
Foi rápido. Assim que a silhueta sumiu da janela, a sensação começou a desaparecer, mas não completamente.
Lilian respirou fundo, tentando ignorar a sensação. imaginando coisas... disse a si mesma, afastando o pensamento.
Eliza notou o olhar distante da amiga e franziu o cenho.
"Está tudo bem?" Disse em um tom baixo, apenas para Lilian ouvir.
Lilian piscou, voltando à realidade, e forçou um pequeno sorriso.
"Sim, só um pressentimento estranho, mas não deve ser nada." respondeu, sem se aprofundar.
Eliza não insistiu, mas continuou observando-a com atenção.
Do outro lado da casa, Lena ainda sentia seu coração acelerado, as mãos trêmulas e a mente confusa. Ela não sabia quem aquela mulher era, mas por um instante, se permitiu sentir algo que nunca sentiu antes: pertencimento.
Um tour pela Alcateia
Alex caminhou ao lado de Eliza e dos demais, ouvindo com atenção enquanto os Vargas apresentavam sua alcateia com orgulho. O alfa de Lua de Sangue falou com orgulhou sobre suas terras, sobre a força de seus guerreiros e sobre como aquela era uma das alcateias mais respeitadas do mundo lupino.
Mas Eliza e os betas da suprema viam algo completamente diferente. Existem milhares de alcateias espalhadas pelo mundo, e a dele era tão recente quanto e precisaria de muita reforma para ser bela.
A infraestrutura era precária. As casas, apesar de amplas, demonstravam sinais de descuido, algumas com rachaduras visíveis. As ruas de terra estavam sujas e não havia sinal de um bom sistema de saneamento. As crianças corriam descalças, suas roupas empoeiradas, e havia um cheiro desagradável no ar que deixava claro que o esgoto não era tratado especificamente.
Foi quando Alex sentiu seu corpo reagir. Uma memória antiga foi ativada, e um flashback tomou conta de sua mente.
Flashback On
1450 anos atrás...
A jovem beta, com apenas 80 anos, caminhava ao lado da suprema, que na época já tinha completado um século de vida. Foi a primeira vez que Kara Zor-El visitou uma alcateia como suprema.
Assim que chegou, Alex viu a expressão de Kara mudar instantaneamente. Abrindo seus olhos de forma sombria e séria.
"Isso... é nojento" Kara murmurou, sentindo ânsia ao observar o estado degradante da alcateia que visitavam.
O cheiro era horrível, as ruas estavam cobertas de lama e sujeira, e as crianças brincavam descalças em locais imundos. Foi um descaso total com os membros da Alcateia.
Kara não perdeu tempo. Após a sua visita aquela alcateia e com sua presença imponente, reuniu todos os alfas de todas as alcateias existentes e decretou sua primeira grande regra como suprema:
"A partir de hoje, todas as alcateias sob o meu comando terão um sistema de saneamento básico adequado. Nenhuma criança crescerá pisando na sujeira. Nenhuma família viverá em condições precárias. Eu mesmo me certificarei de que isso será feito."
Os alfas ficaram em choque. Nunca antes um supremo havia se importado com algo tão "trivial". Para eles, força e poder eram o que definiam uma alcateia, sem infraestrutura ou qualidade de vida. Mas Kara era diferente.
E ela fez acontecer.
Flashback Off
Alex piscou algumas vezes, voltando ao presente. Seu olhar se estreitou ao perceber que, mesmo depois de tanto tempo, algumas alcateias ainda ignoravam as regras da suprema.
Eliza, percebendo a ocorrência da beta, sussurrou ao seu lado:
"Memórias?"
Alex concordou, cruzando os braços.
"Sim. Se Kara estivesse aqui..." Ela parou, olhando ao redor com uma confusão de frustração e impaciência. "Ela odiaria ver isso."
Eliza suspirou, concordando silenciosamente.
O passeio pela alcateia continuava, e enquanto Eliza caminhava ao lado de Lilian, trocavam cochichos baixos sobre a situação do lugar. Os betas se dispersaram para avaliar a estrutura da alcateia, acompanhados pelo primogênito do alfa, Henrique. Já Nia foi convidada por Victória, filha do alfa, para conhecer algumas de suas amigas.
Foi então que, no meio do caminho, Eliza e Lilian testemunharam um momento especial.
Um jovem casal de lobos estava vivenciando seu primeiro vínculo. Seus olhos brilhavam em sintonia, o mundo ao redor parecia desaparecer enquanto suas almas se conectavam de forma única. Era o laço dos predestinados, o encontro de duas metades destinadas a caminhar juntas.
Lilian de forma gentil, se emocionou com a cena, mas ao seu lado, Eliza congelou. Seu coração aberto, e então...
Um flashback veio com força avassaladora.
Flashback On
Mais de 1529 anos atrás...
Era um dia importante. O dia da primeira transformação de Kara.
Diferente dos lobos comuns, que passavam por essa experiência aos 16 anos, os supremos tem seu despertar aos 21. Além da dor intensa da mudança, é também o momento em que eles sentem pela primeira vez o cheiro de sua alma gêmea, uma pessoa destinada a caminhar ao seu lado para sempre.
A clareira estava iluminada pelo luar, e todos os presentes aguardavam ansiosamente.
Kara, de pé no centro, sente o corpo em ordem. O processo de transformação foi cruel, e seus ossos começaram a se quebrar um por um. O som era ensurdecedor, os gritos ecoavam na noite.
Eliza com a pequena Alex de 1 ano no colo estava ali, observando e a apoiando em silêncio.
Kara caiu de joelhos, suas mãos se cravando no chão enquanto todo seu corpo se contorcia em agonia. Seu rosto se contorcendo para o céu, a respiração ofegante. Suas unhas cresceram, seus dentes se alongaram e, então, com um último estalo brutal...
Um enorme lobo negro surgiu.
Seus pelos brilhavam sob a luz da lua, e seus olhos — olhos intensos e azuis como o oceano — refletiam poder e grandiosidade.
Imagem Gerada por IA
Todos prenderam a respiração. Era uma forma magnífica, digna de uma suprema.
Mas Kara não parecia feliz.
Ainda arfante, experimentando sua nova forma, seus olhos lupinos escaneavam o ambiente. Ela girou o corpo, cheirou o ar com desespero, os músculos de sua forma lupina tensionados.
E então, um silêncio pesado tomou conta da clareira.
Não havia cheiro algum. Nenhum sinal de sua predestinada.
O peito de Kara se contraiu, e em um instante, sem hesitar, ela disparou pela floresta.
Eliza, preocupada, correu atrás dela.
No topo do penhasco...
Uma enorme loba negra estava parada à beira do precipício, olhando para o horizonte, o vento balançando seus pelos escuros.
Imagem Gerada por IA
Eliza caminhou lentamente, observando a respiração pesada de Kara.
"Kara..."
A loba virou a cabeça para ela, os olhos brilhando em angústia. Aos poucos, sua forma lupina se desfez, e ali estava Kara, de joelhos no chão, as mãos trêmulas se fechando em punhos.
"Ela não estava lá, Eliza" sua voz saiu rouca, carregada de dor. "Eu estava esperando tanto por esse momento... e nada."
Eliza se ajoelhou ao lado dela, colocando uma mão firme em seu ombro.
"Isso não significa que ela não existe, Kara. Só significa que ainda não é o momento."
Kara gentilmente olhou para sua mãe de coração, e neles havia um brilho feroz, determinado.
"Eu nunca irei desistir de procurá-la" sua voz é tão firme, contendo informações. "Só foi difícil agora... mas se for preciso, eu procurei por milênios."
Eliza sentiu um aperto no coração diante da promessa da jovem suprema.
Flashback Off
E agora, mais de 1500 anos depois, o destino parecia estar finalmente colocando Kara no caminho de sua predestinada.
Eliza piscou algumas vezes, voltando à realidade. Seu peito ainda estava apertado, o peso daquela lembrança ecoando dentro dela.
Ao seu lado, Lilian vê a mudança na expressão da amiga.
"Eliza, você está bem?"
Eliza forçou um pequeno sorriso e acenou com a cabeça.
"Sim..." Ela olhou novamente para o casal de lobos que acabou de se vincular. "Só me lembrei de algo importante."
Lilian não a pressionou, mas sentiu que era algo significativo.
Mal sabiam que a roda do destino já estava girando, e que em breve, a promessa de milênios de Kara Zor-El seria finalmente cumprida.
Em Solaris
A noite já havia caído quando Kara Zor-El chegou à mansão da família Danvers. Após sua visita à casa dos Luthor, ela pediu um momento de silêncio, um instante só para si.
Ela seguiu direto para seu quarto, sentindo o peso do passado e das memórias que a assombravam desde que pisara novamente em Solaris. Tudo ali carregava ecos de algo que ela nunca teve, de alguém que ela nunca encontrou.
Sem pensar muito, ela foi até a varanda.
O vento frio da noite soprou contra sua pele, fazendo seu cabelo loiro balançar suavemente. Solaris era uma cidade magnífica, construída com a força e o suor de sua liderança, moldada por seus ideais e sonhos. Seus olhos percorreram as paisagens iluminadas, observando os detalhes que nunca deixavam de impressioná-la.
Mas então, seu olhar encontrou um ponto específico.
Bem no centro da alcateia, imponente e grandiosa, estava a Mansão da Suprema.
Sua casa.
Ou, pelo menos, era para ser.
Ela nunca ousou pisar ali. Nunca teve coragem.
Era o lugar que construíra para sua Luna, para sua predestinada. O lar onde viveriam juntas, onde governariam e protegeriam todas as alcateias lado a lado. Mas esse dia nunca chegou. Ela nunca a encontrou.
Um aperto sufocante tomou seu peito.
Seus dedos se fecharam involuntariamente contra a borda da varanda. Seu corpo, sempre tão disciplinado e controlado, fraquejou por um breve momento. Sua força transbordou, e quando viu, o metal que sustentava a sacada ficou deformado sob a pressão de sua mão.
Uma única lágrima escorreu pelo seu rosto.
Milênios de busca, de esperança, de vazio.
Cada rua, cada parede, cada pedra da cidade foram feitas para ela , para a mulher que deveria estar ao seu lado. Mas o destino nunca lhe concedeu essa dádiva, ainda.
E talvez fosse por isso que, um dia, ela foi embora.
Foi por isso que se perdeu pelo mundo, buscando algo que nunca encontrou, fugindo de um lar que lhe lembrava apenas aquilo que lhe faltava.
Kara fechou os olhos e balançou a cabeça, afastando o peso daquele pensamento.
Ela limpou rapidamente uma pequena lágrima antes que outra pudesse cair.
Não.
Ela não poderia se permitir sentir-se assim. Não agora.
Respirando fundo, Kara Zor-El se virou e entrou de volta no quarto, sem olhar para trás.
Hora de Recomeçar
Ao entrar em seu quarto, Kara sentiu o peso da noite sobre seus ombros. Sua mente ainda estava presa à visão da mansão suprema, às memórias do que nunca aconteceu, mas ela não podia permitir que aquilo a consumisse novamente.
Com passos firmes, ela foi até o banheiro e parou diante do grande espelho.
Seus olhos azuis percorreram sua própria imagem.
Ela estava feia.
Não no sentido convencional, mas em sua essência. Havia se negligenciado por tempo demais. Seu cabelo estava longo e desarrumado, sua pele cansada, e seus olhos, outrara cheios de vida e determinação, carregavam sombras que não pertenciam a ela.
Ela estendeu a mão e tocou seu reflexo no espelho.
Havia tanto tempo que não se via de verdade.
Passou anos fugindo, escondendo-se, preferindo a forma lupina à humana, pois na pele de seu lobo, as dores eram mais simples de suportar. Mas agora era a hora de recomeçar.
Kara respirou fundo.
Ela pegou uma tesoura e outros acessórios. Com movimentos precisos, comecei a cortar os fios longos e sem forma. A cada mecha caída, sentia-se um pouco mais leve, como se estivesse eliminando não apenas cabelos desgastados, mas também pedaços de sua dor.
Foram duas longas horas.
Ela lavou os cabelos, sentiu a água quente escorrer por sua pele, levando embora a poeira do tempo e as cicatrizes invisíveis da alma. Esfregou cada centímetro de seu corpo, como se pudesse apagar os anos de negligência e mágoas acumuladas.
De olhos fechados, permitindo-se repelir a tristeza na água, deixando que ela levasse embora o peso de tudo o que vivera.
Quando finalmente saiu do banho e se olhou novamente no espelho, viu uma nova mulher diante de si.
Seus cabelos loiros refletiam os raios solares, cortados em um estilo moderno, forte, que lhe caía perfeitamente. Seus olhos azuis estavam vivos outra vez, brilhando com a promessa de algo novo.
Por um instante, sentiu-se como há séculos, como se tivesse de novo nos seus 25 anos.
Kara Zor-El estava voltado.
E dessa vez, ela não ia mais embora, mas também não ia desistir de encontrar aquilo que lhe faltava para ser feliz.
Assim que seu corpo tocou o colchão, um suspiro involuntário escapou. A maciez dos lençóis e o aroma sutil do ambiente trouxeram uma sensação quase esquecida de lar.
O peso das últimas décadas parecia se dissipar enquanto seus músculos relaxavam. Estava exausta — física e mentalmente. Mas dessa vez, ao invés de lutar contra o cansaço, se permitiu dormir.
E dormiu como não dormia há séculos.
Partindo
Quando os primeiros raios de sol atravessaram as cortinas, Kara abriu os olhos. Sentia-se renovada.
Fazia muito tempo que seu corpo não se sentisse tão descansado, tão inteiro. Permaneceu deitada por alguns instantes, ouvindo o silêncio da manhã misturado ao movimento da casa.
Mas então, um som específico fez sorrir.
Barulhos de movimentação, vozes animadas, e a energia vibrante que reconhecia bem.
Lionel já deve ter espalhado a notícia.
Ela revirou os olhos. Claro que ele não perderia tempo.
Com um suspiro profundo, espreguiçou-se antes de se levantar. Caminhou até seu armário e abriu as portas. Tudo estava exatamente como deixara.
Seus ternos impecáveis, seus sapatos alinhados, seus acessórios organizados.
Por um momento, sentiu um aperto no peito.
Eliza.
Ela cuidou de tudo. Mesmo depois de tanto tempo, sua mãe de criação manteve suas coisas intocadas, esperando o dia em que voltaria.
Gratidão é a palavra que a defini, mas logo sua expressão se firmou. Era hora de seguir de agir.
Escolheu um terno impecável, ajustado perfeitamente ao seu corpo. Nunca foi adepta de vestidos, saias ou sandálias. Gostava do que lhe proporcionasse conforto e, acima de tudo, o que demonstrasse poder.
E seu terno exatamente fazia isso.
Depois de se vestir, colocou um relógio no pulso, pegou um óculos escuro e as chaves do seu carro.
Descendo as escadas, cumprimento todos os trabalhadores da casa com um aceno de cabeça. Cada um deles ficou visivelmente surpreso ao vê-la ali, tão renovada, tão inteira.
Abriu a porta da frente e caminhou até seu carro.
A Alcateia Lua de Sangue a esperava.
E Kara Zor-El estava pronta para fazer tudo o que o destino colocasse em seu caminho incluindo principalmente a sua pequena ômega.
Continua...
Por favor não matem a autora, mas o próximo capitulo será doloroso para a nossa digníssima Lena. Sorry!!
Teoria sobre Lilian?
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