Desespero
O resto do estágio passou voando. Aprenderam bastante sobre espionagem. Foram em mais algumas missões de patrulha noturna.
Luisa conseguiu se acalmar um pouco e começar a colocar a cabeça no lugar. As idas à psicóloga realmente estavam ajudando.
O estágio acabou. Se saíram bem.
E tinha que voltar para a UA. E rever os colegas. E fingir que era Ajira Kayami, uma menina doce e despreocupada. Que não havia revivido e começado a sofrer as consequências do que fez em seu passado obscuro.
A garota tentava não surtar no banco da limusine, fitando a tornozeleira prateada delicada e bem feminina que nem parecia ter um rastreador oculto.
— Respira que vai dar tudo certo!
— Com que cara eu vou encarar o Iida ...? — murmurou, apavorada.
— Com a cara de alguém que vai fazer de tudo pelos amigos e consertar o que fez!
— Eu nunca vou conseguir fazer o irmão dele andar de novo, Kirishima.
— Você entendeu o que eu quis dizer.
Suspirou pesarosamente. Negou insistentemente com a cabeça, segurando o choro.
— Eu não consigo.
— Consegue, sim!
— Red, eu não vou conseguir ...
Sentia o sangue ferver de desespero e correr por suas veias. Conseguia ouvir perfeitamente o "tum-tum" de seu coração em sua cabeça.
— É claro que vai! Eu acredito em você! — incentivou, sorridente.
Começou a ter falta de ar. Sua respiração ficava irregular de pouco a pouco.
— Red, eu não vou conseguir fazer isso! N-não!
— Confie em mim! Vai dar t- ... Você 'tá bem!?
Não. Não estava.
Hiperventilava.
Antes, sua visão era apenas nublada pelas lágrimas. Agora, também escurecia aos poucos.
Tremia como uma britadeira.
Seus olhos estavam vidrados.
As pupilas contraídas.
Suava frio.
Estava cada vez mais pálida.
Kirishima conhecia bem aqueles sintomas. Ela estava tendo um ataque de ansiedade.
E dos brabos.
— Calma. Respira fundo, Zaza. — pedia, se aproximando e abraçando-a lenta e cuidadosamente.
Fechou os olhos. Tentou raciocinar. Abraçou o maior com força, o corpo vibrando e fazendo-a bater o queixo. Sentia que estava entrando em combustão. Sua garganta estava seca e raspava. Fincava suas unhas no braço alheio inconscientemente.
Nunca sentiu tanto desespero em sua vida.
Puxou o ar com força, sentindo-se asfixiada. Deu uma espécie de tossido, sentindo como as lágrimas começaram a escorrer.
Tudo porque sua mente não parava de jogar imagens de Iida olhando para si com desprezo e cenas onde seus colegas demonstravam ódio em relação a si, dizendo "monstro", "aberração", "culpada" e "assassina".
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