BÔNUS - ENTREVISTA COM OS PERSONAGENS + EXTRA: PERFIS DO TWITTER
"Adoro ler e assistir à entrevistas. É tão excitante! Você nunca sabe o que os entrevistados podem responder e isso só torna tudo ainda mais divertido."
Rascunho do Diário de Amélia,
Agosto de 2015.
PRIMEIRA ENTREVISTA:
ZADEN E ALISON
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» Perfil dos entrevistados no Twitter:
Alison Walters.
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Zaden LeBlanc.
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AÇÃO!
— Vamos logo com isso! - exclamou Kimmie, acenando para que os primeiros entrevistados se sentassem nas poltronas de veludo branco à sua frente. - Senhorita Walters, senhor LeBlanc, sejam bem vindos ao nosso especial Saiba tudo sobre a vida por trás dos bastidores dos... Personagens de Relatos de uma garota que não liga pra você? Estranho, não era isso que estava escrito aqui... Humpf, que seja!
- Primeiro de tudo, gostaria de agradecer às minhas fãs pelo bom gosto e por serem tão atenciosas. - o rapaz loiro começou, com uma expressão solene. - Carregar os meus amigos nas costas no quesito charme e carisma é uma atividade bastante cansativa, além do que...
- Pfft, que piada - Alison zombou, cruzando as pernas.
- Além do que...
- Silêncio, Senhor LeBlanc. Estamos no meio de uma entrevista, não no pós show da sua banda - a garota de cabelos ruivos e cacheados ralhou, erguendo seu bloco de perguntas direcionadas a Zaden. Então sorriu para a câmera: - Muito bem, vamos começar. A nossa equipe fez um levantamento e aproximadamente quinze meninas acabaram por enviar a mesma pergunta.
Zaden se animou, curioso.
- E qual seria essa pergunta?
Kimmie leu algo em seu questionário e deu uma risadinha.
- As fãs querem saber, senhor Le Blanc, se você aceitaria se casar com elas - ela declarou, com bastante dignidade até, ao passo que Alison disse Deus salve essas pobres almas em volume baixo.
Zaden também riu.
- Parece que eu não posso evitar ser tão popular, não é mesmo? Meninas... precisa perguntar? - o rapaz tirou uma mecha loira dos olhos e piscou para a câmera. - Obviamente que a minha resposta é sim, para todas vocês. Aqui tem Zad pra todo mundo!
Alison revirou os olhos.
- Sinceramente...
- Senhorita Walters, a próxima pergunta é pra você. - Kimmie pigarreou, passando para outro questionário. - Você já se meteu em alguma confusão por causa do seu jeito sincero?
- Bem, nunca me meti diretamente numa confusão por conta de algo que eu tenha dito, mas tenho certeza de que várias pessoas me acham chata porque não sou dada à falsa adulação. - ela cruzou as mãos sobre o colo. - Enfim, é o preço que se paga por falar a verdade.
Zaden engasgou uma risada.
- O que significa isso? - Alison se virou para ele, irritada, algumas tranças de seu cabelo deslizando por cima de seu ombro.
- Nada, nada. É só que, quero dizer, todo mundo sabe que você é meio... - ele abaixou a voz. - Esquentadinha.
- Deixa eu ver se entendi direito - ela semicerrou os olhos castanhos na direção dele. - Você está me chamando de barraqueira?
- Não foi isso o que eu disse - Zaden prontamente se retificou.
- Mas foi o que você quis dizer.
- Não, não foi. Eu só falei porque... você lembra de quando a gente se conheceu? Tínhamos por volta de catorze anos e eu tinha ido à sua casa esperar o Chuck para irmos andar de skate. E só porque eu te pedi um copo de água, você disse: "você não pode se levantar e ir pegar não, seu europeu mimado e fedorento?"
Kimmie conteve uma risada alta por trás de seu cartão de perguntas.
Alison sorriu com a lembrança.
- Talvez eu não tenha sido a melhor das anfitriãs, mas o que você esperava? Não era a primeira vez que você vinha à minha casa e você sabia muito bem onde era a cozinha. Em contrapartida, era a primeira vez que você falava comigo, e foi para pedir que eu te servisse. Nem um "oi, tudo bem?" antes disso. Você foi mal educado. Eu só dei a resposta que você merecia.
Zaden desviou o olhar do dela, todo vermelho.
- Eu era... tímido. E estava com muita vergonha. Charles não chegava nunca e você... você sabe que é intimidante.
- Sou? - Alison arqueou uma sobrancelha escura e bem desenhada, surpresa. - Ninguém nunca me disse isso antes.
- Por que será, né? Talvez por que você tenha dado um daqueles seus olhares e os afugentado?
- Tenho que concordar com ele, você é mesmo bem intimidadora quando quer. - Kimmie assentiu com a cabeça, a seguinte pergunta já em mãos. - Zaden, você não parece alguém que se abala facilmente. Já houve alguma situação na qual você se sentiu muito afetado?
O rapaz ficou em silêncio por um minuto antes de responder:
- Pouquíssimas vezes. Algo só consegue me afetar se tiver as pessoas que eu amo envolvidas.
- Interessante. O que nos leva à nossa próxima pergunta - disse a ruiva. - Como você se sentiu ao contar para os seus pais que queria seguir carreira na música? Chegou a cogitar não fazer isso?
Dessa vez a resposta foi rápida e resoluta:
- Nunca passou pela minha cabeça não contar para eles. Minha família é tudo para mim, mas quando se trata da minha vida, gosto de ter controle total, porque sei que a minha felicidade só depende de mim mesmo. Meu pai e eu chegamos a brigar por causa disso, mas nada que não pudéssemos resolver depois de uma boa conversa no estilo LeBlanc - sorriu.
- Fico feliz em saber disso. - Kimmie sorriu de volta, olhando para Alison desta vez. - Então, senhorita Walters, as pessoas gostariam de saber qual é a sua cantora pop favorita.
- A Beyoncé é absolutamente TUDO. Ela é uma total inspiração para mim. Who run the world?
- Girls! - todos os presentes, inclusive Zaden, completaram em uníssono.
- Agora citando algumas mensagens enviadas à senhorita Walters pelos nossos internautas, temos aqui pedidos de amizade, gente que diz adorar você e a sua personalidade e que até te chamaram de deusa!
Alison riu, surpresa e lisonjeada.
- Sério??? Muito obrigada, eu adoro todas vocês também! Vocês são incríveis!
- Por motivos de o tempo da nossa entrevista estar estourando, para finalizar vamos direto a pergunta que não quer calar, a qual todos estão loucos para saber: Zaden e Alison, é verdade que toda essa aversão que vocês demonstram um com o outro em público é só encenação para esconder a verdadeira natureza do relacionamento de vocês?
- O quê? Que absurdo!
- Quem diria um disparate desses? Essa gente inventa cada coisa...
- Boatos totalmente falsos - Alison declarou.
- Completa e inteiramente falsos - Zaden acrescentou, estalando a língua. - Mas se eu quisesse, ela me queria.
- Seu... (censurado)
- CORTA!
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SEGUNDA ENTREVISTA:
MELODY E GERALD RUSCHEL
» Os entrevistados não possuíam uma conta no Twitter, - mas Melody pareceu bastante empolgada em criar uma.
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- Bem vindos, senhor e senhora Ruschel! Um casal carismático e bem amoroso como vocês dois conquistou a todos os leitores do Davencrown's Jounarl, e os nossos leitores querem saber um pouco mais de vocês. - Kimmie trocou seu bloco de perguntas anterior pelo atual e sorriu para os dois. - Prontos?
- Já nasci pronta, querida. - Melody sorriu, recebendo um olhar divertido do marido.
- Adorei! A primeira pergunta vai para o senhor Ruschel, de algumas fãs de A Rainha Vermelha. Elas querem saber se o coração do senhor também se partiu ao descobrir a verdade a respeito de Maven Calore.
- Para dizer a verdade, eu não me surpreendi nem um pouco ao saber que ele era um traidor. Ninguém que é criado em meio a uma corte cheia de intrigas como aquela seria tão bonzinho como ele se mostrou ser no início. Além do que, - prosseguiu Gerald, com um sorriso discreto - todo mundo pode trair todo mundo.
- Com essa frase de efeito, agora até eu fiquei interessada no livro. - Kim deu risada. - Muito bem, a próxima pergunta é para a senhora Ruschel: sendo o cupido oficial do casal Amestian, quando haverá outro jantar na sua casa no qual o nosso Sebastian poderá comparecer?
Melody bateu palmas.
- O mais rápido possível! Como avó inteligente que sou, minha missão é cuidar para que a minha neta não deixe de jeito nenhum esse partidão escapar!
Kimmie ergueu as sobrancelhas.
- A senhora é realmente enérgica! - Então olhou de Melody para Gerald. - Como vocês se conheceram? E qual um momento antigo que gostariam de reviver?
- Melodie e eu nos conhecemos no colegial, aqui nesta mesma escola, inclusive. - o senhor Ruschel iniciou, parecendo de fato revisitar o passado. - Ela era presidente do clube de poesia e eu era mais um daqueles garotos caladões com óculos fundo de garrafa e boas notas.
- Não acredite no que ele diz, ele era muito mais do que isso. Olhe só esses olhos, não são lindos? - a senhora Ruschel suspirou alto. - E ele sempre foi tão gentil e atencioso comigo... Além disso, Gerald era o melhor musicista na classe de música da nossa época. E quando eu resolvi me matricular na matéria para aprender a tocar violino, que sempre achei um instrumento mágico, ele foi designado pelo professor para ser o meu monitor.
Gerald sorriu, as linhas de expressão ao redor dos olhos dele se tornando um pouco mais marcantes.
- Àquela altura eu já estava muito apaixonado por ela. Sempre a tinha olhado de longe, quando estava rindo com seu grupo de amigas ou lendo seus sonetos com um fervor cômico nos saraus do Instituto. Ah, e Melodie sempre vivia dançando pelo corredor quando achava que ninguém estava vendo. Ela era péssima.
Melody gargalhou.
- Eu sabia alguns passos!
Gerald olhou para ela com carinho, estendendo a mão para segurar a dela.
- Claro que sabia, querida.
Ela revirou os olhos.
- O resumo de toda a história é que começamos a nos conhecer e a querer estar cada vez mais perto um do outro. Pouco mais de um mês depois, esse homem que vocês estão vendo me pediu em namoro e hoje já vamos fazer trinta anos de casados. - disse Melody, encostando a cabeça no ombro do marido.
- E tenho certeza absoluta de que se pudéssemos voltar no tempo, nós dois só teríamos escolhido nos aproximar antes, porque não há melhor maneira de se viver que não ao lado da sua alma gêmea. - Gerald completou.
- Disse tudo, querido. Disse tudo.
Kimmie enxugou uma lágrima do canto do olho disfarçadamente.
- Produção, eu preciso de lenços! - ela pediu, abanando o rosto. - Não vou conseguir prosseguir com essa entrevista sem eles! ALGUÉM TRAGA UMA CAIXA DE LENÇOS!
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AVISO: A ENTREVISTADA A SEGUIR SERIA ELOISE RUSCHEL, MAS ELA PREFERIU NÃO COMPARACER.
SEGUIMOS PROGRAMAÇÃO NORMAL.
Atenciosamente, Equipe de Edição do Davencrown's Jounarl.
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TERCEIRA ENTREVISTA:
CHARLES E LOREN
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» Perfil dos entrevistados no Twitter:
Charles Walters.
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Lorenzo Ferrara.
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AÇÃO!
- Senhor Walters, a primeira pergunta da nossa lista é para você. As fãs querem saber, qual é a sua altura?
Charles, se ajeitou na poltrona em que estava sentado, a perna cruzada sobre o joelho.
- Aprendi a não questionar o motivo por trás das perguntas que recebo das minhas fãs - então olhou direto para a câmera. - Eu tenho 1,89 de altura.
- Uau, não é por menos que você é bom no basquete - se surpreendeu Kimmie.
- Na verdade, os profissionais do basquete costumam ser bem mais altos do que eu. Esportes no geral não têm muito a ver com tamanho, mas sim com a habilidade do jogador. - sorriu, todo polido.
- Tem toda a razão. - se inclinando na direção de Loren, a entrevistadora leu a pergunta da vez: - Uma grande quantidade de pessoas parece querer saber a respeito da sua orientação sexual, senhor Ferrara. O senhor é gay?
Loren tirou a liga que tinha em seu pulso e prendeu o cabelo, achando graça.
- As pessoas são engraçadas. Por eu não ter namorada e prezar pelos meus amigos quer dizer que eu sou gay? - ergueu as sobrancelhas. - Não, não sou gay. Só não gosto de gente que finge ser o que não é para conseguir a atenção de outrem.
- Vai começar - Charles murmurou, olhando descaradamente para o relógio em seu pulso.
- Isso traz uma pergunta à tona: senhor Walters, já sentiu vontade de bater no amigo e colega de banda que está sentado ao seu lado?
Charles soltou um riso grave.
- Se você é amigo ou convive com o Loren e nunca sentiu vontade de bater nele ao menos uma vez, então só pode haver uma explicação: não é o Loren.
- Vou ter que concordar, Charlie. - Lorenzo comentou, cruzando os braços. - Realmente admito que não sou uma pessoa fácil de se lidar, mas não faço nada por maldade.
- Só por falta de noção mesmo. - Charles ajudou.
- Ei, cara. - Loren fez uma careta. - Pega leve.
- Continuando... - Kimmie retomou as rédeas da entrevista, puxando um novo cartão de pergunta. - Senhor Ferrara, por que em seu último encontro com a senhorita Ruschel o senhor se mostrou tão ignorante e até mesmo a ofendeu com uma pergunta grosseira e indiscreta?
Loren respirou fundo.
- Porque eu não vou com a cara dela.
Acho que Amélia Ruschel só se faz de coitadinha e que na verdade é uma fingida - encolheu os ombros. - Vou confessar que me deu um pouco de culpa ter falado o que falei para ela quando descobri que era o dia do seu aniversário, mas em suma, continuo desconfiado dela e sem ter a menor ideia do porquê o meu melhor amigo insiste em correr igual a um cachorro atrás daquela menina. A ex-namorada dele, que por sinal é uma amiga muito querida, era mil vezes mais bonita e interessante. Uma pena que não deu certo, porque eles formavam um casal e tan...
- Esse é um dos momentos em que eu estou sentindo uma forte vontade de agredi-lo. - Charles disse para Kim, cortando o discurso de Loren. - Cara, o Sebastian não estava feliz com ela. A Taylor era legal, mas não era a garota certa pra ele. Eu hein, todo dia esse mesmo papo. Isso é só por que foi você que apresentou os dois? Porque se é, então parabéns, como cupido você é um ótimo baixista. Podemos seguir em frente agora?
Loren fez uma cara emburrada.
- Que seja.
- Obrigado.
- Hmm, a próxima pergunta, senhor Walters, é a respeito da sua opinião sobre a relação entre o seu amigo e colega de banda Zaden Le Blanc e a sua irmã Alison Walters.
- A minha opinião é a de que tanto ele quanto ela vivem se provocando porque ainda não entenderam como realmente se sentem. - ele empurrou o óculos mais para cima no nariz. - Se pode observar um comportamento semelhante em crianças de oito a quatorze anos de idade. Meu palpite é de que em dez anos eles estarão casados. E o seu, Loren?
Ainda um pouco amuado, o rapaz murmurou:
- Quinze. O Zaden vai perceber que gosta dela primeiro e a Alison vai fazer ele suar durante cinco anos até finalmente dar o braço a torcer.
- Pensando bem, você tem razão.
- Pois então, a última pergunta é para o senhor Ferrara. Uma internauta perguntou: como é que a sua mãe fica ao saber que te carregou durante nove meses pra você nascer e ser tão idio... - Kimmie ficou vermelha como um pimentão. - Meu Deus, essa pergunta não deveria estar aqui.
Loren se inclinou na direção da câmera e disse:
- Respondendo a pergunta: minha mãe não fica de nenhum jeito, porque ela morreu seis anos atrás. Obrigado. - então se levantou da poltrona e saiu da sala.
- PODE CORTAR! VAMOS, ALGUÉM DESLIGA A CÂMERA!
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QUARTA ENTREVISTA:
ASTRID E PAMELA
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»Perfil das entrevistadas no Twitter:
Astrid Gaillard.
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Pamela Taylor.
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- Bom, senhorita Taylor, antes de mais nada, iremos fazer um esclarecimento a respeito do seu nome. - disse Kimmie, organizando sua lista de perguntas e focando na câmera que agora estava gravando no modo automático. - A Taylor que namorou o senhor Dubrov dois anos atrás se chama Taylor Pharrells. Já a senhorita Pamela Taylor é uma outra pessoa totalmente diferente sem nenhuma correlação com a indivídua citada anteriormente. Dúvida sanada, iremos começar.
- Já era para ter começado. - Astrid resmungou, mascando chiclete.
Fingindo que não ouviu e sem perder a pose, Kimmie prosseguiu:
- Senhorita Gaillard, a senhorita sabia que inúmeros internautas ficaram sabendo da agressão que você cometou contra a sua colega de classe, a senhorita Ruschel?
A morena respirou fundo.
- Não.
- Pois foi o que aconteceu. Eles querem saber o que motivou esse ataque e se você já pensou em fazer terapia. - complementou Kimmie, sorrindo docemente. (E falsamente também, devo ressaltar).
- Eu... - ela começou, nervosa. -Bater em Amélia não foi um ato intencional. O meu dia tinha sido um lixo e eu também havia tido... alguns problemas familiares em casa. Tento separar as coisas e descontar a minha raiva durante os treinos do time de lacrosse, mas então eu tinha acabado de receber uma bronca do meu treinador por causa do episódio que aconteceu no bar...
- Que também envolvia a senhorita Ruschel. - Kimmie relembrou.
- Sim. - Astrid assentiu. - Exato. E então eu esbarrei com ela no corredor bem nesse momento, onde eu só queria alguém que não a mim mesma para culpar e... bem, aconteceu o que aconteceu. Foi um erro que eu não deveria ter cometido, e que é injustificável, mas do qual me arrependo.
- Compreendo - Kim refletiu. - Mas isso não explica o porquê de você ter tentado tomar o diário da senhorita Ruschel no bar.
- Aquilo foi só uma brincadeira, ok? Uma... amiga disse que seria legal tirar sarro dela e eu fiz isso só para me divertir.
- Pelo que vejo, você tem que rever com muito cuidado as suas amizades.
- Eu não vim aqui ouvir sermão de você, Kimmie.
- Mas deveria ouvir alguém. - rebateu Pamela, antes que a ruiva pudesse responder. - Quem sabe a voz da razão, Astrid.
- E você deveria aprender a se meter somente nos seus assuntos, Pamela. O que foi? A sua namoradinha não sabe se defender sozinha?
- Já chega. - Kim cortou a discussão, um sorriso robotizado colado no rosto. - Senhorita Taylor, se não estou enganada, a senhorita ganhou destaque entre nossos leitores ao se posicionar em favor de um personagem literário bastante famoso entre as bookstans.
- Sim! Algum tempo atrás eu fiz uma amiga ler Corte de Espinhos e Rosas e fiquei chocada quando ela disse que preferia o Tamlin ao Rhysand. Uma total loucura!
- Nhenhenhenhê. - Astrid debochou, fazendo o gesto de um boca se movimentando com a mão. - Sei que a pergunta não foi para mim, mas eu já li esse livro e não vejo o motivo de idolatrarem tanto o Rhysand. Sim, ele é legal e gato e tudo o mais, mas caiam na real!, ter apoiado a Feyre e dado a ela espaço e reconhecimento é tipo o mínimo que um ser humano pode fazer pelo outro. Não tem razão para endeusarem o cara.
- Sabe o que também é o mínimo que um ser humano pode fazer pelo outro? - Pamela alfinetou. - Não sair por aí batendo nas pessoas para esquecer os seus problemas. Ninguém tem culpa se nem a sua família gosta de você.
- Uau, Pamela. - Astrid soltou um riso estrangulado. - Parabéns. Você também consegue ser cruel. - disse, se levantando tão abruptamente que a cadeira arranhou no piso.
A sala quase tremeu quando ela bateu a porta ao sair.
Kimmie suspirou.
- Você foi mesmo cruel.
- Eu não quis...
- Quis sim - refutou. - Agora apaga esse vídeo da câmera e chama os próximos a serem entrevistados.
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QUINTA E ÚLTIMA ENTREVISTA:
SEBASTIAN E AMÉLIA.
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» Perfil dos entrevistados no Twitter.
Sebastian Dubrov.
Tweet mais recente, em resposta a uma citação:
Amélia Ruschel.
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AÇÃO!
- Devo dizer que estou dando graças a Deus pela minha última entrevista ser com vocês e não com certas personalidades problemáticas com as quais tive que lidar hoje. - disse Kimmie, visivelmente estressada.
- Acho que eu e Amélia somos possivelmente as segundas pessoas mais calmas que você vai entrevistar na sua vida - falou Sebastian, com um sorriso tranquilo. - As primeiras, obviamente, são o senhor e a senhora Ruschel.
Kim sorriu com a lembrança do doce casal de idosos.
- Você tem razão. Seus avós são uns amores, me fizeram chorar e tudo.
- Eles te falaram alguma coisa sobre alma gêmeas, não foi? - Amélia chutou, sorrindo. Ela já conhecia essa história.
- Na mosca! - a outra riu. - Bom, então vamos ao que interessa. Senhor Dubrov, por que demorou tanto tempo para se declarar para Amélia?
- Na verdade, nem eu sei direito - disse ele, um tanto constrangido. - No começo eu achei que fosse só uma paixonite besta que ia passar e deixei pra lá. Os anos foram passando e Amélia foi se tornando cada vez mais fechada e na dela, e eu conhecendo mais e mais gente por causa da banda e da popularidade que veio com ela. Daí eu entrei em um relacionamento com uma garota que tinha conhecido há algum tempo e me forcei a sufocar qualquer sentimento que tivesse por Amélia. - Sebastian coçou a nunca. - Bem, eu não consegui. E essa foi a razão pela qual terminamos. Desde então, tirei um tempo para entender os meus sentimentos e assim que o fiz, resolvi tomar uma atitude.
- Espero que dê tudo certo no final. Agora, para a senhorita Ruschel, a pergunta é: quando você pretende beijar o Sebastian de novo e deixar rolar, talvez quem sabe, uma mão boba?
Amélia sentiu seu rosto esquentar com força e balançou a cabeça negativamente, indicando que não queria responder.
Ou que não conseguia, já que estava morrendo de vergonha.
Sebastian sufocou o riso, esfregando as costas dela carinhosamente.
- Calma, meu coração, não precisa ficar assim. Foi só uma brincadeira dos leitores.
- Coitadinha, alguém traz um copo de água pra ela. Vamos pular essa pergunta, sim? - Kimmie indagou, ao passo que Amélia assentiu, logo após beber um grande gole de água. - Senhor Dubrov, qual a sua música favorita?
- Depende muito do meu humor. - disse ele, pensativo. - Acho que a música favorita de alguém é aquela que toca o coração da pessoa no momento em que ela ouve. E muitas músicas têm esse efeito sobre mim, por isso seria injusto escolher só uma.
- E você, senhorita Ruschel? Tem alguma música favorita?
Amélia, já mais recuperada de seu ataque agudo de timidez, balançou a cabeça afirmativamente.
- Apesar de pensar o mesmo que Sebastian, no momento a minha música favorita se chama Rainbow, da Kacey Musgraves. A letra é... nossa, muito linda. E conforta o meu coração.
Sebastian ergueu as sobrancelhas, parecendo atordoado por um segundo.
- O que foi? Você não gosta? - Amélia perguntou, franzindo a testa.
- Não, não é isso. É que a minha mãe também adora essa música.
Os dois trocaram um olhar estranho.
Esses casais apaixonados, Kimmie pensou, contendo um sorriso.
- Senhor Dubrov, qual o seu maior medo?
- Ficar preso a um destino que não quero.
- Que objetivo. Já deve ter pensado um bocado nisso, pelo visto. - comentou Kimmie, surpresa pela resposta rápida. - Senhorita Ruschel, como foi quando você começou a morar com seus avós? Como você se sentiu?
- No começo foi bem difícil, porque foi uma total mudança de ares. - ela começou, relembrando a sensação de entrar na casa que hoje era o seu lar pela primeira vez. - Meus avós sempre tiveram um padrão de vida elevado, muito diferente do qual eu levava quando morava com os meus pais. Tudo me era estranho. E para que eu realmente passasse a me sentir segura com eles, foi preciso quase um ano de convivência e incontáveis sessões de terapia. Não foi um processo de adaptação fácil.
- Nossa, nem imagino como deve ter sido estressante para você. Ainda bem que a terapia foi capaz de te fazer se abrir para outras pessoas novamente.
Amélia concordou, enxugando uma palma suada no uniforme antes que a palma de Sebastian entrasse em contato com a sua e seus dedos se entrelaçassem.
- Senhor Dubrov, seus fãs querem saber: quais causas sociais você apoia?
- Todas as que posso. Como ser humano, é muito importante para mim que, quem sabe num futuro não tão distante, todo mundo possa ter os mesmos direitos perante a sociedade. Direito de amar quem quiser, de ter a sua cultura respeitada, de poder ser quem é sem sofrer discriminação por isso, direito a ter uma educação de qualidade... o que posso fazer para ajudar, eu faço. Como alguém que nasceu privilegiado, é meu dever apoiar essas minorias e usar toda a voz e visibilidade que eu tenho para que aqueles que nunca são levados em conta sejam ouvidos e vistos.
- O que deveria ser feito por todos que têm condições de ajudar, mas que na maioria das vezes apenas fecham os olhos para o mundo de injustiça e desigualdade no qual vivemos porque não precisam saber o sofrimento que outras pessoas passam. - Amélia completou, revisitando em sua mente a casa mal aquecida em que viveu durante quase oito anos, que quase nunca tinha energia ou comida na mesa. Realidade que ela não vivia mais, mas que sabia que era a vida de muitas crianças mundo a fora.
- Concordo com absolutamente tudo que vocês dois disseram. É importante que todos tomem partido nessas causas, sejam elas coisas pelas quais você passe ou não. Lutar pelo que é certo é a única forma de mudarmos o mundo. - Kimmie anuiu, passando para o próximo bloco de perguntas. -
Amélia, já pensou em escrever um livro baseado em seus diários?
- Não que eu pense que alguém de fato iria achar os meus relatos interessantes, mas...
- Como assim? Eu daria a vida para saber o que você passou tantos anos escrevendo nos seus diários! - Sebastian contradisse, ofendido.
- Você não conta. - então continuou falando para Kimmie: - Mas sim, já pensei sim. Escrever é o que eu mais amo fazer no mundo, então é claro que já pensei em publicar um livro que fosse meu. Acho que depois da escola vou fazer escrita criativa na universidade e quem sabe me tornar escritora?
- Uau, que máximo! Eu com certeza compraria um livro seu - a entrevistadora apoiou.
- Como eu não conto, então nem vale a pena dizer que eu também compraria.
Amélia apertou de leve o nariz de Sebastian, animada com as possíveis possibilidades.
- Deixa de bobeira.
- Senhor Dubrov, as internautas estão em polvorosa para saber: você teria algum irmão gêmeo? Ou quem sabe, cinco deles?
Sebastian gargalhou.
- Lamento dar essa notícia, mas sou filho único - se desculpou.
- Senhorita Ruschel, uma mulher que te inspira?
- Minha avó - a garota de cabelos claros respondeu, sem pensar duas vezes. - Ela é uma heroína para mim. Com uma força capaz de vencer qualquer obstáculo e uma alegria capaz de afastar qualquer tristeza. Minha avó é uma força da natureza. Tudo o que eu quero é um dia ser igual a ela.
- Tenho certeza de que você a deixa muito orgulhosa. - Kimmie sorriu, achando a admiração da neta pela vó inspiradora. - Senhor Dubrov, para concluir, qual a característica da senhorita Ruschel você acha mais bonita?
- Amélia é toda linda. - começou Sebastian, encarando-a fixamente sem um pingo de descrição. - No entanto, há algo especial no modo como ela me olha. - ele respondeu, com um sorriso crescendo no canto da boca. - É incrível, porque nunca é o mesmo. Desde a primeira vez que a vi, senti a profundidade que havia por trás do olhar dela. É um abismo que não parece ter fim. Mas... o mais bonito de tudo é que, quando eu a olho nos olhos, o abismo que há dentro de mim parece se encaixar direitinho no dela. Como se de repente, depois de muito tempo... estivesse completo.
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E esse foi o extra com a resposta dos personagens às perguntas de vocês, estrelinhas! Espero que tenham gostado, passei desde a tarde até agora (02:08 da manhã) escrevendo. Obrigada a todo mundo que participou, vocês são incríveis!!!!
p.s.:¹ caso queiram ouvir a música que a Amélia citou nesse capítulo, vão na bio do meu perfil e cliquem na playlist de relatos de uma garota que não liga pra você, no spotify.
p.s.:² todas as perguntas que deixei de responder a respeito da mãe da Amélia e do passado dela foram unicamente para não dar spoilers que logo mais serão pontos chaves no decorrer da história.
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