Há 3 anos, quando deixou esse mundo, eu nunca imaginei que fosse sentir aquele amor de novo. E para piorar, trouxeram outra. Uma outra muito semelhante, mas tão, tão diferente.

Aquela criatura, que parecia um sapo feio, chegou com olhos esbugalhados, corpo magro e com medo até da própria sombra. Subiu nos meus materiais de inglês e dormiu ali, me impedindo de estudar.

Eu prometi para mim mesma que não amaria aquilo, que nem sequer iria gostar, apenas aturar para o bem de todos.

O tempo foi passando e tudo que eu fazia era dar comida e limpar sua caixa de areia. Não dava carinho como todos os outros habitantes da casa.

E mesmo assim, ela me escolheu.

Para ela, não importava que eu a deixasse trancada no banheiro para dormir, ou que esquecesse de lhe dar comida às vezes, mas sim que estava ali todos os dias para fazer isso.

Aos poucos esse bichinho foi crescendo e encorpando, a porta do banheiro já não a segurava mais. Passou a dormir no sofá, depois, na minha cama.

E sempre que eu estava triste e queria esconder isso do mundo me isolando em meu quarto, ela estava lá. E quando eu estava alegre e cantava feito louca, ela estava lá. Até mesmo quando eu passava mal e ela não fazia ideia do que estava acontecendo, ficava sempre ao meu lado.

Quando sua irmã mais nova foi resgatada e trazida para casa o ciúmes reinou e ela chegou até a me atacar. Nesse dia eu chorei. Achei que estava com raiva de mim e que não gostava mais de mim. Foi triste.

Só que com o tempo ela aprendeu a aceitar a presença da mais nova e hoje chega até a protegê-la, mesmo não gostando de brigar.

E quando eu chego da faculdade ou do trabalho ela está ali esperando, não só porque quer comida, porque mesmo que eu coloque ela fica me seguindo pela casa até o momento em que entro no banheiro (onde estão os potes de comida) e ela finalmente vai se alimentar.

Todo aquele ódio que senti pelas pessoas que tiraram a vida da minha primeira amiga felina foi transformado em amor por essa segunda, que mesmo tendo chegado para "tapar um buraco" fez muito mais que isso e conquistou por completo meu coração.

Há quem diga que gatos são insensíveis, mas eu discordo completamente. Marrie (falecida), Luna e Mel, minhas gatinhas, são exemplo de puro amor felino.

Inclusive, a Mel está a me observar nesse instante esperando eu ir dormir, pois enquanto não durmo ela fica me esperando, velando meu sono, protegendo e confortando meu coração e equilibrando minhas energias.

Amor de Pet também é amor!

Mel

Luna