A Luz (Poema)

Chegando, saindo
Correndo, gritando
Depressa, se apressa
Passa logo e atravessa.

O tempo corrido,
No relógio contido
Tudo certo e rapidinho
Saia, saia do caminho!

E quando para!
Continua.
Olha a lua!
Ninguém repara...

A escuridão permeia
Pela mente desperta, vagueia
Tanta coisa que se faz
Ninguém encontra mais a paz

Então, de repente, uma luz se acende
Uma conversa rápida e corrida,
Mas da qual a felicidade depende
Ilumina, não só o rosto, mas a vida.

...

Este poema precisa de uma nota.  Foi em homenagem ao meu irmão, de oito anos.

Ontem, antes de dormir, ele deitou ao meu lado, enquanto eu corrigia meu livro, e ficou um tempo me observando.

Fez algumas perguntas sobre o texto, sobre os risquinhos coloridos que o word mostrava, e, então, do nada, disse o seguinte:

– Eu acho que quero ser escritor.

Ao que eu perguntei:

– Por quê?

E ele respondeu:

– Por que você gosta de escrever? Escrever é divertido. Eu até gosto de escrever, assim, uns textos, de vez em quando.

Eu sorri e lhe respondi que poderia começar desde já. Que podia criar histórias curtinhas. Não precisava começar com algo longo. Eu comecei com 12 anos!

Então, ele quase me fez chorar, ao dizer o seguinte:

– Eu quero ser escritor porque deve ser legal. Você estuda e trabalha e ainda consegue arrumar tempo para corrigir seu livro. E escrever. Eu quero ser escritor.

É claro que, muitas vezes, os irmãos mais novos nos veem como exemplos, mas, naquele momento, eu percebi que ele não só me via como exemplo, mas me admirava pelo que eu fazia. Crianças são extremamente sinceras, então aquilo me marcou muito. Aqueceu meu coração e me deixou muito feliz. 

A Luz de que o poema fala é a sinceridade encontrada no coração de uma criança.


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