Relato 5
Eu não podia apagar essa imagem da vida dele, e o meu pai o adorava.
Eu que era a ovelha negra da família eu que não prestava pra ele.
Eu não podia fazer isso com meu irmão, e não queria correr o risco de me separar dele.
Meu irmão nunca soube que meu pai não gostava de mim, ele sempre perguntava por que eu nunca ia brincar com ele e papai e eu sempre inventava uma desculpa.
Duas semanas havia se passado, meu rosto já havia melhorado, ficou uma marca mais nada que entregasse que havia sido uma surra, e aos poucos fui ficando curado.
No dia seguinte do ocorrido meu havia viajado, ele não se lembrava de tudo que havia acontecido, ele estava bêbado no dia, assim não sei se o esquecimento foi proposital ou foi a maneira que ele encontrou para se safar do que ele havia aprontado.
Ele chegou e minha mãe estava na cozinha, eu e meu irmãozinho Caio estávamos na área, quando ele viu nosso pai saiu correndo e o abraçou.
A cena foi linda de se ver, eu queria de novo aquela felicidade em rever nosso pai, por um momento desejei ser o Caio .
Ele pegou ele nos braços levantou pra cima e rodopiou.
Caio sorria a cada balanço e ver a felicidade dele me deixou feliz também.
Meu pai entrou com o Caio nos braços e eu estava sentado no chão, continuei no mesmo local onde eu e Caio brincávamos de jogar bolinhas de gude.
Com o Caio no colo ele adentrou a casa e fez de conta que não me viu.
Fiquei tenso por alguns segundos, ainda não havia me acostumado totalmente com o desprezo, eu estava me sentindo estranho ao presenciar aquela cena e com isso nem se quer me levantei .
Minha mãe havia ficado muito brava, mas após eu falar que não era pra denunciar ela foi esquecendo o ocorrido.
Não sei o que ele prometeu pra ela nas conversas ao telefone, só sei que o ocorrido não era mais lembrado excerto por mim que me torturava com a cena ocorrida todas as noites.
Ainda tenho pesadelos....
No sonho vejo eu brincando alegremente e uma pessoa se aproximando.
Eu fico apavorado e grito por socorro mais ninguém me houve, ninguém vem me ajudar.
No sonho um homem aparece com um cinto na mão e começa a me bater e quando estou quase desmaiando eu acordo assustado, não dá pra ver o rosto mas isso me persegue todas as noites.
Me levantei de onde estava sentado e adentrei para meu quarto, peguei meu livro favorito e sai novamente.
Passei do lado da cozinha e ouvi meu irmãozinho.
- O que você trouxe pra mim papai ? Perguntou ele com uma voz de ansiedade.
- Trouxe um carro de polícia que anda sozinho. Falou meu pai com uma voz entusiasmadora.
- Eu quero ver papai.
- Ele tirou a mochila das costa e de dentro um carro vermelho e entregou para o Caio.
- Que lindo papai, obrigado. E pro Caizom você trouxe o que ?
- Seu irmão já está grande, ele não gosta de presente.
O coração bateu mais forte e uma vontade de chorar fluía de dentro de mim.
Não sei explicar o motivo só sei que ouvir aquilo me deixou muito mal.
Troquei o livro de mão e fui para meu lugarzinho sagrado.
Ela estava lá........ dei um abraço em minha árvore e comecei a conversar com ela.
Aos poucos uma onda de energia boa começou a acalentar meu coração, esqueci tudo que estava me fazendo mal e deitei embaixo da minha potira "Potira era o nome de minha árvore".
O sol estava radiante e o céu cheio de nuvens brancas.
Fiquei admirando o esplendor daquele dia e comecei a brincar com as mesmas.
Aos poucos elas iam se transformado em tudo que eu imaginava, carros, animais eram o que mais enfeitava minha imaginação.
Eu amava aquele lugarzinho, me sentia a pessoa mais sortuda do mundo quando estava ali.
Parei de brincar com as nuvens e deitei sobre a grama que cobria o solo embaixo da Potira.
Eu comecei a ler e em pouco tempo adormeci.
Acordei com uma mão acariciando meu rosto e como em um sonho fui abrindo os olhos lentamente.
Vi a moça mais linda do mundo ali do meu lado, no começo achei está sonhando mesmo, mas quando abri os olhos ela de fato estava ali.
- Nunca mais some desse jeito. Falou Laila me sufocando em um abraço.
Não tive coragem de responder nada, eu não poderia prometer que não sumiria mais, eu sou estranho demais pra prometer isso e sabia que não poderia cumprir essa promessa .
Eu a abracei fortemente e ficamos ali deitado por um bom tempo.
Desejei que aquelas horas não passasse nunca, desejei viver ali pra sempre.
A tarde seguiu depressa
Conversamos sobre várias coisas e quando o sol estava já se pondo resolvemos ir pra casa.
Eu me levantei primeiro e depois peguei as duas mãos dela e a ajudei a se levantar.
Ela se levantou e a boca dela veio na direção da minha.
Meus olhos se encontraram com os delas e nos encaramos por alguns segundos até que eu desviei a vista.
- Nem vi o tempo passar, minha mãe deve já está preocupada.
- Então vamos não quero que ela brigue com você.
- Vamos .
Quando ela virou pra começar a andar eu segurei em sua mão e ela me olha de uma vez .
E..........
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