RELATO 42
- Posso falar com o senhor?
- O que você quer comigo?
- Você é meu pai , e mesmo não gostando de mim o senhor vai ter que falar comigo.
- Então fala logo e me deixa queto no meu canto.
- Qual é a sua versão da história ?
- Do que você está falando ?
- Eu ouvi sua conversa com a mamãe.
- Isso não é assunto pra criança, saia daqui agora.
- Eu não sou criança, não sei se percebeu mais eu cresci pai, pelo que ouvi a criança aqui não sou eu.
- Saia daqui moleque, não me provoque se não eu.....
- Você o quê? Vai me bater?
- Você quer que eu te bato ?
- Não faz diferença, eu queria que você me amasse, que fosse meu amigo e meu herói de novo. Falei e a expressão dele mudou.
- O que aconteceu pai ?
- Eu não sei.
- Olha pai, você sabe o quanto eu lhe amo, e o quanto eu sempre lhe admirei, sinto muito que nossa família está terminando assim, eu não queria ir embora, eu não queria que você e mamãe se separasse , não queria que o Caio crescesse sem você, mas a vida tem consequências e não sei o que aconteceu de fato entre você e a mamãe pra ela tomar uma decisão tão precipitada.
- Não quero que sinta pena de mim.
- Sinto pena é de mim e do Caio que não teremos um pai e de minha mãe por ter perdido um marido. Mas pensando bem vai ser bem melhor pra ela.
- O que disse?
- Isso mesmo, vai ser bem melhor pra ela, pois ninguém merece viver ao lado de uma pessoa que despreza o próprio filho.
- Você não é meu filho. Falou ele e meu rosto ficou vermelho.
- O que você disse ? Falou minha mãe entrando repentinamente na sala.
- Ele não é meu filho, Helena me disse que o marido dela tinha um caso com você, e foi por isso que eu me envolvi com ela, pra me vingar de você e do meu amigo.
- Eu não estou ouvindo isso, por que não me falou, por que não foi embora quando ficou sabendo disso?
- Por que eu amo Caio e não queria ficar longe dele, eu queria que você fosse embora por isso comecei a tratar Caizom mal , por isso voltei a beber aquele período .
- Você não devia ter feito isso.
- Eu sei, e no dia em que Afonso morreu ele disse que nunca me trairia , que sempre seria leal a mim e a nossa amizade.
- E depôs ?
- E depois ele se matou, não foi acidente a morte dele, ele que disse que não poderia mais ser meu amigo e não viveria em mundo em que eu não estivesse.
- Como você conseguiu se perdoar ?
- Eu não consegui, e foi por isso que eu não consegui me entender mais com Caizom, na minha cabeça ele vai ser sempre o culpado de tudo.
- Você é um monstro, vamos embora Caizom, vamos sair daqui agora, não aguento um segundo mais perto desse psicopata .
- Por favor não vai, eu te amo.
-Me ama ? Olha o que você fez da nossa vida por uma mentira, olha o que fez com nosso filho ? Você é um doente.
- Não vai.
- Eu sim te amei, eu dediquei minha vida toda a você, sempre fui fiel, aguentei suas brigas e suportei até o que fez com meu filho. Mas a partir de hoje não quero mais olhar na tua cara, e nem pense em me procurar só nos encontraremos na presença de um advogado. Falou minha mãe e saímos do escritório.
Eu estava em choque, é muita informação pra ser digerida, pegamos nossas malas mamãe chamou um táxi e fomos para um hotel.
Não consegui dormir aquela noite, não era justo tudo aquilo está acontecendo, meu pai não tinha esse direito, de fazer isso com a nossa família .
Eu não queria ir embora, como me comunicaria com Laila , se eu não responder as cartas ela vai achar que eu a esqueci. Fiquei com isso na mente até as lágrimas descerem.
Chorei feito uma criança, os raios de sol invadiram a janela e o relógio já marcava 6:00 HS. Tomei uma banho e tentei mudar as feições do rosto pra minha mãe não perceber.
Pegamos as malas e fomos para o aeroporto, pegamos o primeiro vôo e por volta de 11:00 HS estava sobrevoando o aeroporto internacional de santo Drumond no rio de janeiro.
Pra mim estava sendo difícil, mas não pude de deixar escapar a cara de encanto quando vi a imensidão do mar.
Vi o pão de açúcar , e a visão do Corcovado , Cristo Redentor de bracos abertos e imensos prédios esculpido entre o mal e as montanhas.
Agora entendo a frase do samba que diz "O Rio de janeiro continua lindo"
Me inclinei na poltrona e chamei Caio para olhar também ele ficou encantado assim como eu.
Subiu um frio na barriga e a aeromoça avisou que o avião estava se preparando pra pousar, o pouso foi feito com sucesso, saímos da sala do desembarque e minhas duas irmãs nos esperava.
Me mãe chorou quando as abraçou e nada pude dizer só saímos elas abraçadas com minha mãe e eu empurrando o carinho com Caio sentado nas malas até o vão de fora do aeroporto.
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