RELATO 3
Laila era perfeita de mais e merecia alguém bem melhor do que eu. Não era justo eu arrasta-la para esse abismo que minha vida havia se tornado.
Os anos foram seguindo e completei meus 15 anos, eu não estava bem mas a convivência com Laila estava me fazendo ficar melhor.
Ela mergulhou em meu mundo, estava deixando todas as suas amizades e dedicando todos os seus dias para mim.
Eu estava amando aquela atenção toda, mais não era justo com ela, não temos o direito de roubar o tempo de ninguém ainda mais por pena.
De todos os sentimentos esse é o que mais tenho medo, não gosto de me sentir um estorvo na vida das pessoas e por mais que a atitude de Laila fosse linda e espontânea era isso que se passava na minha mente.
Eu estava desacreditado do amor, pra mim todos que se aproximava era por pena e passei a me sentia mal quando estava na companhia de alguém.
Eu amava Laila, eu desejava ela, minha primeira paixão, meu primeiro amor.
Nem sabia direito o que sentia naquele tempo só que agora vejo que de fato era amor.
Eu à amei e em nome desse amor eu fui me libertando de alguns sentimentos, e aos poucos fui voltando a ser o garoto sorridente que havia sido um dia.
Não me livrei dos meu pesadelos reais, as brigas lá em casa não cessavam e eu não conseguia me acertar com meu pai.
Minhas três irmã mais velhas viajaram ficando em casa somente eu, minha mãe Maria e meu irmão mais novo Caio .
Eu amava meu irmãozinho mais que tudo, ele me ajudou a suportar aquela vida, eu queria fugir de casa, esquecer que tinha pai e desaparecer, mas nunca tive coragem de deixar meu irmãozinho e minha mãe para trás.
Eu estava deitado em minha cama olhando a lua da janela, a noite estava linda e o céu bem estrelado, meu pai havia saído e minha mãe estava na sala vendo televisão.
A casa estava em um clima ótimo, paz e calma fluía de cada cômodo como se a guerra nunca tivesse feito morada naquele lar.
O relógio marcava 22:00hs eu levantei da cama e fui deitar em uma rede que fica acima da minha cama estava quase pegando no sono quando ouvi barulho de um prato quebrando.
Levantei assustado e fui correndo para ver o que estava acontecendo, cheguei na cozinha meu pai estava de costa gritando com minha mãe e meu irmãozinho chorando.
Minha mãe com a voz trêmula pediu pra mim pegar o meu irmão e ir para o quarto já estava tarde e precisávamos dormir que as aulas começariam logo pela manhã .
- Não posso sair mãe, não vou deixar você sozinha com ele.
- Vai meu filho, leva seu irmão. Falou ela enquanto meu irmão soluçava de chorar.
- Tu pensa que tu é o que seu merda, falou meu pai vindo na minha direção .
- Você está bêbado, deve ir deitar e dormir.
- E quem é tu pra dizer o que tenho que fazer. Falou ele agarrando meu cabelo brutalmente.
- Vou te ensinar a não dizer o que tenho que fazer seu muleque. Falou ele tirando o cinto da calça com uma mão enquanto a outra continuava em meu cabelo.
Eu estava apavorado......
Meu irmão começou a gritar e saiu correndo para o quarto.
- Solta ele, solta ele. Falou minha mãe .
- Cala a boca se não depois dele vou bater em você. Falou meu pai me dando a primeira lapada.
Minha mãe correu e tentou segurar o sinto, mas ele era mais forte e estava possuído pela embriaguez, empurrou a com a mão que segurava meu cabelo e ela caiu, no empurrão bateu a cabeça na parede e desmaiou.
Eu queria fugir, mais não podia deixar minha mãe e meu irmão ali naquela casa com ele, se eu saio correndo ele se voltaria enfurecido e descontaria toda sua raiva nos dois.
Não me lembro quanto tempo ele ficou me batendo, foram tantas que na décima pancada eu desmaiei e acordei só no dia seguinte com minha mãe colocando remédio em meus ferimentos.
Meus olhos estavam inchados, meus lábios cortados e minhas costa toda ferida e com marca da fivela do cinto.
Passei uma semana de cama sem conseguir nem levantar sozinho pra ir ao banheiro.
Minha mãe não aguentou mais aquela pressão.
Ela amava meu pai e queria muito restaurar nossa família, mas ver o estado em que eu estava resolveu que a única solução era o divórcio.
Minhas irmãs ficaram horrorizada quando souberam do ocorrido e queria denunciar para o conselho tutelar.
Minha mãe ficou sem saber o que fazer amava meu pai mas, não estava suportando me ver naquele estado com o responsável em puni mesmo sendo seu esposo.
Minhas irmãs queriam que ele fosse preso e de tanto elas falarem minha mãe decidiu que a coisa certa a fazer era denunciar.
Eu não estava recuperado totalmente, mais já conseguia me movimentar com um pouco de esforço
Levantei da cama devagar e fui até a cozinha, vim que tinha alguém falando ao telefone.
Não queria ouvir a conversa mas sem querer ouvi mencionar a palavra polícia.
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