- Pai.....

- Aqui não é seu pai, sou um agente do corpo de bombeiro.

- Agente do corpo de bombeiro? O que aconteceu com meu pai ?

- Calma ! Tem alguém aí com você.

- Sim! Mas fala logo o que aconteceu ?

- Posso falar com a pessoa que está com você ?

- Pra quê esse mistério, aconteceu alguma alguma coisa com meu pai?

- Por favor deixa eu falar com a pessoa que está com você. Falou o bombeiro e entreguei o telefone para o Caizom.

- Sim! Caizom falando, o que aconteceu?

- Aconteceu um grave acidente e as duas pessoas que estavam no carro não resistiram e faleceram, estou ligando do celular que estava no bolso do Senhor e como o contato tem o nome de minha princesa imaginei que seria de alguém muito próximo.

- É filha deles.

- Então avise ela que os dois pais dela faleceram, eu sinto muito. Falou o bombeiro e desligou.

- O que aconteceu Caizom?

- Não sei como te falar.

- Não enrola aconteceu alguma coisa com meus pais foi isso?

- Laila você precisa ser forte.

- Não, não, não , é um pesadelo só pode ser um pesadelo.

- Laila seus pais sofreram um acidente e infelizmente não sobreviveram.

- É mentira! Meus pais ! Eles não podem está mortos! Eles não fariam isso comigo.

- Oh meu amor nem sei o que dizer.

- Por favor Caizom olha nos meus olhos e diz que é mentira, meus pais estão chegando, minha mãe me disse que chegaria hoje pela manhã.

- Eu queria te dizer que é um pesadelo, uma brincadeira de mal gosto, mas não posso minha princesa.

- O que vai ser de mim agora, não estou preparada pra viver sem meus pais. Falei me derretendo em lágrimas .

- Eu sei que não posso e nem quero subistituir eles mas eu vou está aqui, estarei sempre do seu lado minha pequena .

Falou Caizom e eu abracei, eu estava com medo, parecia que eu tinha caído em um abismo, a escuridão tomou conta do meu coração e eu não sabia como me livrar dela.

Meu telefone tocou novamente Caizom atendeu e outra vez era o número do papai.

- alô!!

- Oi pode falar ....

- Então! estou entrando em contato pra pedir que alguém de maior venha para tomar as providências necessárias para a retirada dos corpos do IML.

- Tudo bem; vou falar com com o irmão do pai dela e ele irá cuidar de tudo. falou Caizom desligou o telefone e foi ligar para meu tio.

Meu tio é mais centrado, não é uma pessoa muito emotiva mas ao chegar em minha casa e me ver naquele estado desequilíbrou sua estrutura de durão.

Meu tio e meu pai não eram muito próximos estavam brigados faziam três meses e agora não teria mais a oportunidade de acertar as diferenças, tudo que restaria era uma mágoa que pouco a pouco iria consumir seu peito.

Meu tio chegou e logo a Mel e meus amigos chegaram também, todos eles vieram me prestar solidariedade inclusive Elloá e Marcelo.

Não sabia como agir , como pensar tudo que eu sabia fazer era chorar e pensar que não teria mais minha mãe e meu pai que amava tanto.

A noite se aproximou e minha dor aumentou ainda mais, um carro preto se aproximou da porta de minha casa e meu coração parecia que ia se rasgar de tanta dor, meu pai minha mãe não podia está ali era um pesadelo aquilo tudo e logo eu iria acordar, era isso que eu queria que estivesse acontecendo.

A nossa casa estava cheia, todos os amigos de meus pais estavam presentes, meus avós havia se mudado de São Luiz para Portugal e chegariam logo pela manhã.

Caizom se manteve a meu lado o tempo todo tentando me confortar mais estava tudo tão obscuro que não conseguia me manter calma.

O carro parou e eu fiquei gelada, minhas pernas tremiam e quando os dois cachões foram tirado do carro eu desmaio.

Não me lembro o que aconteceu depois disso, acordei deitada em meu quarto com todos os meus amigos do meu lado, estavam todos vestindo preto e tive certeza que não era um sonho.

Desci as escadas com a esperança de tudo aquilo ainda for mentira e quando chego na sala vejo os dois cachões expostos no meio da sala e minha querida mãe e meu amado pai dentro.

Uma dor me dilacerou o peito , eu chorei como se fosse uma criança e de fato eu era uma criança que acabou de ficar órfã, eu rezei com toda minha fé para aquilo ser um pesadelo e cada vez que fechava e abria meus olhos era os mesmos rostos sem cor e sem brilho.

A noite foi passando e não consegui me afastar dos cachões, era meu último momento com meus pais depois disso era somente as lembranças e as fotos, nunca mais meu pai me chamaria de minha princesa, nunca mais ganharia o abraço de minha mãe.

- Por que Deus está fazendo isso comigo, por que me deixar órfã tão jovem, eu não sei seguir sozinha, eu preciso dos meus pais traz eles de volta por favor. Foi isso que murmurei a noite toda na esperança de ser ouvida.