RELATO 1

      Nasci dia 25 de dezembro, todos os dias eu me pergunto por que nasci nessa data, por que exatamente esse dia. Já formulei diversas respostas mas nenhuma trouxe certeza a minha dúvida.

    Vinte e cinco  de dezembro é a data mais especial do ano, o mundo para na espectativa de festejar a chegada do grande Salvador, Eu deveria me sentir honrado em ter nascido na data mais simbólica do ano pois  nesse dia muitos corações são modificados, as pessoas deixam de lado as diferenças e se entregam  ao  famoso espírito natalino.

       Eu queria sentir essa magia, eu queria ser tomado por essa onda de energias positivas que muita gente fala, eu queria entender a minha origem e  razão de está aqui. Mas ainda não  entendi acho que  não me adaptei a essa realidade, a esse mundo,  não me adaptei a essa oportunidade de viver.

       Não me recordo de quando exatamente começou, eu tinha tudo pra ser um garoto normal, tinha família, com mãe, pai, irmãos, tios, tias, primos avós, Eu tinha    amigos e tudo mais  para fazer ser uma vida perfeita, não entendo o que deu errado.

      Minha mãe sem exagerar é a melhor mãe do mundo, meus irmãos são as pessoas que todos deveriam ter do lado, e meu pai, bom esse é um caso extra da história.

       Eu amava minha vida, eu amava o lugarzinho que fui criado. Eu era cheio de sonho, queria ser tanta coisa quando eu crescesse que várias noites fui dormir pedindo para acordar logo grande.

       Eu queria que o tempo passasse mais rápido, queria deixar logo de ser criança e ganhar minha suposta liberdade. Eu imaginava que crescer seria ter tudo que eu tinha com uma dose extra de emoção, imaginei que crescer me deixaria  livre pra fazer tudo, não ter restrições de nada e viver como se tudo fosse perfeito.

Completei meus 12 anos e foi aí onde tudo começou, me tornei adolescente.

       Caizom Marcelino, natural de Itapecuru, moreno, olhos castanhos, 1,46 em crescimento e apaixonado por livros.

       Caizom, é o quarto em uma família de cinco  irmãos, ele é adorado pela mãe, e pelos  irmãos excerto pelo pai que é uma  pessoa autoritária e não aceita ser contrariado.

       Tudo começou após um jogo, seu João de 46 anos pai de caizom, saiu para mais uma  partida de baralho coisas comuns  na nossa cidade nos finais de semana.

     Por ser uma cidade pequena de interior todos os habitantes se conhecem, e como já é quase  uma tradição, os homens mais velhos se encontram embaixo de uma  árvore e conversam  e jogam  baralho o dia todo.

      Cresci admirando aquela cena, vários senhores reunidos se divertindo e falando de tudo um pouco, relembra  amores antigos, o início das amizades, os momentos bons e todos os laços que criaram ao longo da vida já vivida.

       Eu queria viver aquilo, eu queria futuramente sentar em um banco qualquer fazer uma rodinha com amigos e relembrar tudo que vivemos.

      Eu  queria me  lembrar de tudo, cada sorriso, cada palavra, relembrar tudo que vivi com meus amigos e em especial tudo que desejei viver ao lado de Laila que é minha melhor amiga e a moça que desejei casar e ter filhos.

       O relógio marcava 9:00hs, meu pai saiu e foi ao encontro dos amigos, eu fiquei em casa, peguei um livro e fui para meu lugar preferido no quintal.

       Os pássaros cantavam sonetos  e o sol estava radiante, deitei embaixo da minha árvore favorita e fiquei a ler e viajar no meu  livro. A hora passou depressa e nem percebi que o relógio já marcava 13:00 horas, fechei o livro apressado e sai correndo em direção a nossa casa  seguindo para a cozinha.

     Minha mãe estava preocupada, nem eu nem meu pai havia ido almoçar, cheguei e logo  meu pai chegou também, seu semblante  estava diferente, não estava sorrindo e com uma aparência irritada.

       Minha mãe falou que o almoço já estava servido e ele fez pouco caso do que ouviu, uma raiva fuminava dos seus olhos e quando chega nesse estado é melhor nem falar com ele. Meu pai era uma pessoa agressiva, bebia descontroladamente e não respeitava mais a família, nem a esposa e nem os filhos.

       Eu já não aguentava mais aquela situação, estava cansado de ver minha mãe ser maltratada com palavras pelo homem que um dia lhe prometeu, amor, companheirismo, e junto com isso felicidade.

       Eu estava faminto, ainda não havia almoçado, meu  pai foi no banheiro tomou um banho rápido e se dirigiu a mesa onde estava servido o almoço, meus irmãos não estavam em casa somente eu meu pai e minha mãe.

       Ela estava de pé  ao lado da mesa e eu alocado do seu lado, meu pai abriu a panela e não gostou da comida que ela havia preparado e como um animal feroz pegou a panela e jogou na parede. Minha mãe tremia, ela já sabia o que a esperava, meu pai se levantou se dirigiu para mais perto dela.

      No primeiro momento achei que ele fosse bater nela,  mais ele  não foi tão a fundo, mais começou a agredi-la verbalmente, não imaginei que ele falaria tamanhos insultos com ela.

       Eu fiquei em choque ao ver aquela cena, queria partir pra cima dele e fazer ele calar a boca, minha mãe não era uma qualquer pra ele falar aquilo,  ela não merecia  ouvir aquilo dele e nem de ninguém.

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