21 - Talvez a Metade do Caminho

Com a Rainha Suprema também ausente, e felizmente, sem mais o intragável Heimewdall usurpando o cargo de vice-rei supremo que há décadas já não lhe pertencia, tanto o palácio como o reino agora estavam sob os cuidados de Diamewd. Sendo ela a mãe do Kin e detendo o título de rainha-mãe, tinha o pleno direito de exercer sua função como governante interina no lugar de seu filho e nora quando ambos não estivessem presentes. 

Uma declaração formal ainda precisava ser realizada junto aos demais trâmites burocráticos exigidos nesses casos. Entretanto, tais detalhes diplomáticos poderiam ser tratados posteriormente, pois a urgência da situação pedia que Diamewd tomasse seu posto imediatamente.

Esse foi o motivo de Diamewd ter ido tratar de alguns assuntos cotidianos governamentais, quando Anmyuu precisou ir ao templo encontrar-se com Kin. Sendo assim, a rainha-mãe pediu licença a Mewhicann e disse para que ele se sentisse à vontade para passear pelo palácio ou descansar em algum dos aposentos para convidados de honra que quisesse, enquanto ela cuidava de terminar as tarefas daquela manhã o mais rápido possível. 

Obviamente, o magistrado reverso também tinha a opção de simplesmente retornar para Nova Homsafetown se assim desejasse. Com um simples feitiço de teleporte, ir e voltar da ilha não seria problema algum. Entretanto, algo em seu âmago lhe fez sentir nas palavras e no olhar de Diamewd que ela gostaria que ele ficasse; pois sua companhia não era apenas necessária para ela como também desejada.

E, por sua parte, pela primeira vez Mewhicann não sentia a menor vontade de retornar para a penumbra de seu lar excluso e vazio, e se isolar. Ele realmente queria ficar. Fosse ali no palácio Supremo em Nihsies ou no cintilante palácio da família de Diamewd em Cristábia, o qual ele já visitara uma ou duas vezes — o local era irrelevante. Ele simplesmente queria estar onde Diamewd também estivesse.

Decidido a seguir a sugestão dela, resolveu se aventurar pelas alas do palácio; seria interessante conhecer melhor o lugar onde seu filho cresceu, sabendo o quanto ele foi amado e feliz dentro das paredes reluzentes daqueles cômodos luxuosos mas também acolhedores, que compunham o que se tornou seu lar. Gostaria de imaginar em qual deles Devimyuu passava mais tempo, quais seriam suas alas favoritas e que inúmeros tipos de brincadeiras deveria ter feito junto Kinmyuu em cada uma delas.

Contudo, o palácio era enorme, e Mewhicann não fazia ideia de por onde começar. Foi então que se lembrou que o diário de Devimyuu estava consigo. Depois de toda a confusão com Mewthazar, Anmyuu o pegou de volta e cuidadosamente devolveu ao Magistrado, achando mais do que justo que o objeto ficasse em sua posse.

Aquilo lhe deu uma ideia.

Retirando o precioso caderno que havia guardado no interior de seu sobretudo, Mewhicann o encarou por uns instantes, alisando a capa suavemente com os dedos. 

O diário de Devimyuu possuía uma capa obsidiana que parecia absorver sutilmente a luz ao redor, dando-lhe um brilho quase imperceptível, como o céu noturno antes do primeiro raio lunar. No centro, um círculo prateado cravado representava a lua cheia, rodeada por intricadas runas sombrias gravadas em relevo, que pareciam pulsar com um brilho espectral roxo, conforme os dedos de Mewhicann deslizavam sobre elas. No canto inferior direito, havia um pequeno lótus púrpura, o símbolo de sua linhagem mágica, gravado discretamente, de forma quase oculta.


As bordas eram presas com pequenos aros de prata encantados que reluziam, enquanto o fecho se tratava de uma fina corrente de sombras entrelaçadas, reforçadas por um feitiço de selamento que impedia qualquer um que não fosse o dono legítimo — ou alguém com sua permissão, como Mewrogue por exemplo —  de lê-lo.

Mewhicann alisou pela capa uma vez mais, sentindo o resquício da energia mágica do filho impregnada ali.

— Então, meu filho… Que tal você mesmo dizer onde eu deveria ir? Se nós… pudéssemos ter nos conhecido… se eu tivesse te encontrado a tempo… o que gostaria de ter mostrado para o seu primeiro pai?

Mewhicann disse aos sussurros, sua voz trazendo cada nuance da profundidade dos sentimentos agridoces refletidos naquelas palavras. 

Seu olhar recaiu sobre a trava encantada, que parecia quase viva, se contorcendo levemente como se a princípio resistisse à sua presença. No entanto, assim que terminou de falar, teve a ligeira impressão de que a ondulação de magia sobre a tranca pareceu amenizar-se.

Ele não precisou de palavras para saber como quebrar o feitiço.

Com um pequeno furo feito por uma das próprias garras retráteis na ponta do dedo, Mewhicann deixou que uma gotícula de seu sangue caísse sobre o relevo de lua prateada. No instante em que o líquido vermelho tocou a superfície, as sombras da trava se retraíram e as runas ao redor do símbolo lunar brilharam em um tom violeta profundo. O feitiço de selamento reconheceu a essência de seu portador — ou quase isso — já que se tratava do sangue daquele de quem Devimyuu havia herdado sua magia.

Após um respeito profundo, Mewhicann fechou os olhos. Ele não escolheu uma página — deixou que seu coração fizesse isso por si.

Não demorou muito para as páginas também negras cobertas pela caligrafia de uma caneta prateada, se moveram sozinhas, parecendo serem folheadas por uma brisa invisível, como se o diário soubesse exatamente o que Mewhicann buscava. 

Até que a escrita de Devimyuu num determinado dia de Sepmewber* do ano de 2999 apareceu diante de seus olhos, marcada por letras inclinadas e enérgicas, como se sua versão de doze anos mal conseguisse conter a empolgação enquanto escrevia.

"Hoje finalmente acertei a manobra perfeita no quarter pipe! Kimu e eu apostamos quem conseguia girar no ar mais rápido, e eu consegui fazer um 540 antes de pousar. Foi incrível! Tá certo que eu usei minha magia pra me ajudar a manter o equilíbrio, mas o Kimu também usa os poderes psíquicos dele com a bike, então tá valendo! E o mais daora foi que quando voltei pra pista, pareceu até que eu tinha voado por um segundo! Ou seja, eu ganhei dele, e dessa vez, sem ele deixar! Porque é, ele faz isso às vezes, dizendo que é o dever dele de irmão mais velho me deixar ganhar e blá blá blá, mas hoje não, haha! Tanto que ele até quis me desafiar de novo, dizendo que conseguia uma manobra mais radical de BMX. Mas não deu tempo porque tava quase na hora do jantar, e hoje é dia de rodízio de pizzas de todos os sabores com sorvete!! (é sempre um máximo quando é o papai quem escolhe o cardápio!) Então vamos ter que fazer nosso desafio revanche outro dia. Tomara que eu ganhe de novo do meu mano na próxima!"

Mewhicann prendeu a respiração por um momento, e sentiu seu coração quase errar uma batida. Era reconfortante ver Devimyuu feliz através daquelas páginas, e devastador ao mesmo tempo saber que ele nunca pôde ser o provedor de sua felicidade. Um alívio indescritível testemunhar o quanto seu filho foi amado, e uma tortura imensurável não ter sido ele a lhe dar esse amor.

Todavia, embora lhe tenha sido tirada a oportunidade de demonstrar, seu amor por Devimyuu esteve presente desde a primeira vez que ouviu seu pequeno coração bater ainda no ventre de Renesmew, e por todos os dias da vida de Mewhicann desde então. Mesmo sendo levado a acreditar que o perdera para sempre uma segunda vez. 

E esse amor era forte o suficiente para não se permitir levar pela melancolia. Para que nenhum resquício de autopiedade ou egoísmo maculasse aquele momento.

Ele não pôde ver o filho crescer. Nunca teve a chance de ensiná-lo, ouvir suas ambições, sonhos e receios, ou poder aconselhá-lo nos momentos mais difíceis. Mas, Devimyuu teve quem fizera isso por ele. Teve todo cuidado, amor e felicidade que qualquer pai dedicado desejaria ao filho. 

Mewhicann seria eternamente grato por isso, assim como era grato por através dali, nas palavras rabiscadas no diário que transmitiam cada um de seus pensamentos e emoções, conseguir ouvi-lo. Conseguia sentir sua animação, sua juventude, sua paixão. Acompanhar cada momento importante de cada dia ali registrado.

O felin bruxo deixou seus olhos percorrerem aquelas palavras mais uma vez. Inspirou e respirou profundamente, deixando exalar um suspiro sutil enquanto recompunha suas emoções.

Fechando o diário com cuidado, ele sabia exatamente aonde ir, se deixando guiar pelo chamado silencioso que encontrou naquela página.

Levado por essa conexão invisível, Mewhicann começou a caminhar pelas vastas alas do palácio nihsiano, deixando seus passos o guiarem até a mencionada pista de skate, onde seu filho havia celebrado uma de suas pequenas, mas preciosas vitórias de infância.

Sabia que desde a perda trágica de Devimyuu, diversos ambientes do palácio precisaram ser mudados drasticamente para acompanhar o selamento das memórias de Kinmyuu.

Contudo, o Magistrado Reverso tinha a esperança de que a pista de skate não fosse uma delas. Afinal, pelo que Diamewd já tinha contado sobre o neto, sabia que o Rei Supremo tinha um filho que curiosamente detinha o mesmo gosto que seu tio perdido para o esporte sobre rodas.

***

E, falando no príncipe, o mesmo ainda deslizava pelos corredores na procura frenética por seu novo heroi. Ele passou despreocupadamente pelo escritório do pai, sem se preocupar em estar quebrando a regra de nada de skate dentro do palácio, já que Kin não estava lá. No entanto, o menino desconheci a do fato de que agora era a avó quem estava ali, cuidando dos assuntos diários pertinentes do reino. E as portas estavam entreabertas o suficiente para que ela ouvisse o som característico das rodinhas de polímero sobre o piso de mármore branco e liso dos corredores da área administrativa do palácio. 

A rainha-mãe então saiu do escritório do filho e parou frente às grandes portas duplas ornamentadas em ouro do mesmo, pegando Akenmyuu no flagra.

— Caham! — Ela limpou a garganta para chamar a atenção do neto. — Ora, ora, o que temos aqui? Ake, querido… eu tenho certeza de que a sua mãe tem uma regra bem específica sobre andar de skate aqui dentro… Ou será que estou errada?

Perguntou com um sorrisinho irônico, encarando o filhote de braços cruzados.

— Vovó! — Aken virou-se de supetão, e descendo do skate, correu até ela para antes de tudo dar-lhe um beijo e um abraço apertado. — Vó, você viu o Magistrado Mewhicann?! Eu PRECISO saber onde ele tá!

O garoto foi direto ao assunto de sua maior preocupação no momento.

Diamewd ergueu uma sobrancelha, intrigada com com a ansiedade gritante na pergunta de Akenmyuu.

— Eu sugeri que ele desse uma volta pra conhecer melhor o palácio enquanto esperava eu terminar aqui… Mas por que quer tanto achá-lo? E você não respondeu minha pergunta implícita sobre o motivo de estar de skate aqui dentro, mocinho… 

Vendo que não poderia escapar de ter sido pego em flagrante, o filhote soltou uma risadinha sem graça, com uma expressão adoravelmente culpada em seu rosto.

— É que…eu esqueci por um momento da regra da mamãe, foi mal…Mas é que era uma emergência, vovó! Eu tô com muita pressa pra encontrar o Magistrado, por isso eu tô de skate… Será que isso não podia ficar entre nós só dessa vez? Por favorzinho, vaaai?

E ali estava o olhar pidão que nenhuma avó no mundo resistiria.

— Miai… sorte sua que eu não resisto a essa carinha, e que sua mãe também não está… Vamos fazer assim. Eu não vou contar nada pra ela, mas acho melhor você guardar seu skate, porque se por acaso ela chegar e te pegar, eu vou ter que fingir que não sabia de nada, e não vou poder aliviar sua barra, docinho. Estamos combinados? 

— Tá, é justo. — Assentiu Aken, conformado.

— Esse é o anjinho da vovó! — disse Diamewd, não resistindo a apertar levemente aquelas bochechas lilases — Mas, agora me fala, porque está com tanta pressa de encontrar o Hic… q-quer dizer…! O… Magistrado Mewhicann?

Perguntou logo em seguida, por pouco deixando escapar naturalmente a intimidade que compartilhavam ao quase se referir a Mewhicann pelo apelidinho costumeiro, na frente de Aken.

A empolgação do filhote voltou para o estágio máximo novamente.

— Por quê?! Vovó, não precisa fingir que não sabe, heh! O pessoal da guarda não fala de outra coisa, e o meu amigo Mewrichter já me mostrou e contou tudo! O Lorde Mewhicann salvou o Mewthazar e o nosso palácio sendo o felin mais badass que eu já vi! Ele é um verdadeiro anti-heroi, vó! Eu tenho MUITO que falar com ele! 

Diamewd piscou com um meio sorriso, balançando a cabeça com diversão. "Anti-herói, é? Ai, ai, esse menino…" Pensou, enquanto bagunçava os cabelos platinados do neto com carinho.

— Então o Magistrado Mewhicann agora tem um fã-clube? Interessante… Mas só por curiosidade, posso saber porque um anti-herói e não um super-herói ? É por que ele não usa nenhuma capa?

Ela perguntou, erguendo uma sobrancelha e cruzando os braços, tentando segurar uma risada sutil.

Os olhos de Aken brilharam estando prestes a dar aquela explicação. Qualquer pergunta sobre herois era definitivamente seu tópico favorito, que ele teria prazer em responder.

— Não exatamente, tem vários herois que não usam capa, como o Iron Mew, o Capitão Mysticat… Mas, o Lorde Mewhicann tá mais pra anti-heroi porque ele tava com aquela arma mágica gigantesca! O que não deixa de ser irado, mas super-herois geralmente não usam armas, é tipo uma regra deles. Só que os anti-herois não ligam pra isso porque eles são justiceiros que têm suas próprias regras e geralmente salvam o dia, mas exatamente do jeito que eles querem!

Diamewd inclinou a cabeça para trás não conseguindo conter uma risada satisfatória.

— Hahaha! Entendi! É, você realmente não poderia ter definido o Magistrado Mewhicann melhor! E olha, infelizmente a vovó não faz ideia de onde ele pode estar. Então, acho que como o mais novo fã mirim dele, só vai restar a você continuar a procurá-lo, docinho. — Ela se inclinou um pouco para aproximar-se da altura de seus olhos, e encarou o neto com um olhar divertido — O Hic pode ser bem esquivo mas, pense na sua busca como o se… o filho do Capitão Mysticat estivesse tentando encontrar o Batmew. Daí quem sabe você o acha? 

Ela finalizou com uma piscadela.

— Eles são de universos diferentes, mas entendi e adorei a ideia! Tá aí um crossover que com certeza eu adoraria ver! Eu vou indo nessa então, obrigado pela dica, super vovó!

Sendo assim, com sua animação contagiante, o príncipe partiu para continuar sua busca; caminhando, com o skate seguro nas mãos dessa vez, fazendo com que sua avó voltasse ao trabalho com um sorriso no rosto. Em meio as muitas provações que caíram sobre sua família recentes e simultaneamente, e na espera pelas demais que ela sabia que ainda estariam por vir, era bom ver que apesar de tudo, a luz de Akenmyuu mantinha o brilho intacto através dele.

A maneira como seu neto encarava o mundo, com aquela energia vibrante e fé inabalável, parecia tornar tudo um pouco mais leve, como se, por um instante, o peso do que enfrentavam não fosse tão esmagador. Ele era um lembrete de que, mesmo em tempos de provação, ainda havia espaço para sorrisos genuínos, para a esperança renovada e para a certeza de que a Luz permanecia os guiando e protegendo, e que seguir em frente definitivamente valeria a pena.

Entrementes, noutro canto do palácio, Mewhicann caminhava em silêncio até que seus passos o guiaram para uma área mais afastada dos arredores internos. O ambiente ao redor tornava-se cada vez mais amplo, e, ao cruzar um portal metálico ornamentado com o brasão real e letreiros holográficos vibrantes, ele finalmente chegou ao que só podia ser a área do skatepark.

Assim que pisou no local, sentiu o vento passar por seu sobretudo, misturando-se ao leve cheiro de concreto e metal aquecido pelo sol. A paisagem era um contraste curioso entre tradição e modernidade, refletindo não apenas a tecnologia avançada da era, mas também o espírito jovem e apaixonado de quem frequentasse aquele espaço.

À primeira vista, Mewhicann permaneceu parado apenas absorvendo o ambiente. Havia algo quase nostálgico na visão — como se ele pudesse enxergar através do tempo, a presença de Devimyuu e Kinmyuu como dois jovens príncipes que, duas décadas atrás, transformaram aquele lugar em seu santuário radical de desafios e diversão.

O design das pistas era uma fusão harmoniosa entre o clássico e o moderno, mantendo as tradicionais rampas curvas, bowls profundos e corrimãos bem distribuídos, mas incorporando também elementos inovadores. Como por exemplo a área de gravidade zero, com um trecho circular suspenso, onde se podia desafiar as leis da física, executando manobras que seriam impossíveis em qualquer ambiente convencional. As bordas do circuito adornadas com luzes de néon que piscavam em padrões dinâmicos, chamavam a atenção, criando um espetáculo visual à parte.

Mewhicann adentrou mais um pouco, e notou que, além da pista principal, havia um espaço separado para equipamento, onde prateleiras bem organizadas guardavam capacetes, joelheiras e outros acessórios de proteção. Mas o que mais lhe chamou atenção foram os skates pendurados em suportes na parede, exibindo a coleção pessoal de Akenmyuu. Cada um deles era decorado com as temáticas que o atual príncipe ele amava, como estampas de robôs titânicos em meio a batalhas cósmicas, super-heróis em poses icônicas e naves espaciais cortando galáxias vibrantes. Ficava evidente que Aken não apenas praticava o esporte, mas o vivia com toda a intensidade de seu coração aventureiro.

Refletir sobre isso provocou um meio sorriso sutil em Mewhicann. Pois, por mais que o príncipe fosse o filho de Kin, sua total imersão e devoção às coisas que realmente gostava eram muito semelhantes às de Devimyuu enquanto crescia, segundo tudo que Diamewd lhe contou. Sem contar a preferência por ser um skatista como o tio adotivo que sequer sabia que existiu, e não um bmxer como o próprio pai em sua adolescência. 

 — Eu devia saber melhor do que ninguém que laços de sangue são totalmente irrelevantes. É inegável que, de uma forma ou de outra, é possível ver muito de Devimyuu no neto da Rose… Acho que você teria se dado muito bem com seu tio, Akenmyuu… 

Mewhicann sussurrou consigo mesmo.

 
Em seguida soltou um leve suspiro, cruzando os braços enquanto seus olhos percorreram mais um pouco cada detalhe daquele espaço. Ele podia sentir a energia de Devimyuu naquele lugar, como se de alguma forma, mesmo desconhecido, seu legado dos momentos vividos ali permanecesse na existência daquele local, que continuava a ser um refúgio de divertimento para mais uma geração. E Devimyuu certamente ficaria feliz com isso.


Notas da Autora:

* Sepmewber no calendário felin se refere ao mês de Setembro da nossa realidade, e o ano de 2999 é equivalente em costumes e cultura ao nosso ano de 1999.

* O título do capítulo "Talvez a Metade do Caminho" é o mesmo de uma das canções da banda Charlie Brown Jr, numa referência direta/ homenagem a essa banda que vossa autora cresceu ouvindo e era uma grande fã.

Além de alguns trechos da música se relacionarem a partes implícitas e eventos do capítulo, eu consigo ver perfeitamente nossa versão adolescente do Devim ouvindo Charmewlie Brown Jr enquanto andava em seu skate.
E se o Aken um dia encontrar algum velho CD perdido em algum lugar do palácio (depois de perguntar pra algum adulto pra que serve aquele disco translúcido) e escutar, podem ter certeza que ele ia curtir também.

* E por último, como o próprio Mewhicann disse, laços de sangue são irrelevantes. Sendo assim, vocês imaginaram que o Aken teria tantos gostos parecidos com os do titio Devim quando era mais novo? Aposto que não, né? Podem confessar que eu peguei vocês direitinho com essa surpresa, hihihi!

Enfim, muito obrigada por lerem até aqui e por estarem acompanhando o vol. 2 da saga dos nossos felins!
Beijo no kokoro <3

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