17 - Confessionário
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Renesmew fechou os olhos ao sentir o neto em seus braços pela primeira vez, num misto de emoções invadindo seu espírito. Ela inspirou profundamente, como se pudesse absorver a essência daquele momento. Aquela sensação trouxe à tona memórias adormecidas de quando ela mesma embalava Devimyuu, ainda recém nascido, em noites tranquilas sob a luz do céu estrelado de seu reino natal, na ilha refúgio do Mundo Puro.
Os dedos dela deslizaram pelos cabelos pretos sedosos do neto, tão parecidos com os de seu filho quando criança — uma característica herdada do próprio pai dela, um dos reis do passado de Nova Homsafetown que havia sido praticamente a personificação da beleza em toda sua realeza fádica.
— Ah, meu querido netinho... — murmurou ela, a voz embargada, mas doce, enquanto afagava os cabelos dele com um carinho quase reverente. — Você tem os mesmos olhos curiosos e destemidos do seu pai. O mesmo brilho travesso... E esse cabelo... — Ela fez uma pausa, os olhos brilhando com lágrimas não derramadas. — É exatamente como o dele... tão lindos e vivos, assim como os do seu bisavô…
Mewdarthe sentiu cada palavra dela como um calor que preenchia os cantos mais frios de sua alma desencarnada. Ele não sabia que ainda era capaz de experimentar algo tão tangível, tão físico. O toque dela era diferente de tudo o que já havia sentido em sua forma espectral. Era mais que um abraço; era como se todo o amor que ela tinha por ele e por seu pai estivesse sendo transmitido diretamente em sua essência.
Por um momento, o pequeno príncipe até se esqueceu de que era um fantasma, desprovido de um corpo físico. Ele sentiu o toque da mão dela acariciando seu rosto, a suavidade de sua pelagem, o calor de seu carinho… Era como se todo o peso que carregava desde que morreu tivesse sido dissolvido naquele abraço. Lágrimas surgiram em seus olhos, e embora ele não tivesse certeza de como era possível em sua forma espectral, ele não se preocupou em contê-las.
— Vovó... — Sua voz saiu baixa e emocionada. — Eu... eu não sabia que podia sentir isso de novo. Eu senti tanta falta de ser abraçado assim outra vez…
Renesmew o apertou ainda mais forte, como se quisesse compensar todos os abraços que ele havia perdido. Seu coração se enchia de tristeza ao pensar em tudo o que ele havia passado. Ela sabia que seu neto havia deixado o plano físico cedo demais, e a ideia de que ele estava preso entre mundos, sem as mesmas sensações que antes o faziam feliz, partia seu coração.
— Meu querido Mewdarthe, filho do meu princípe... — disse ela, afastando-se levemente apenas para segurar o rosto dele entre as mãos, seus polegares limpando as lágrimas que escorriam. — Eu sinto muito por tudo, por você ter passado por tanto, e principalmente, por eu não ter podido protegê-lo e evitar que tivesse esse destino… Eu espero que um dia possa me perdoar, meu docinho…
Mewdarthe a encarou sentindo o peito apertado de emoção. Não havia o que perdoar, pois jamais sequer passou por sua cabeça atribuir-lhe qualquer culpa, assim como não culpava seu pai por não ter chegado a tempo de salvá-lo. Além do mais, nada disso importava para ele naquele momento, pois aquele encontro, aquele abraço, era a única coisa digna de importância para si. Pois ali, nos braços amorosos da mãe de seu pai, sentia como se por mais uma vez, ele estivesse vivo.
— Não precisa pedir perdão, vó. Eu… não sei direito o que aconteceu, só lembro que eu estava doente e com muito medo por alguma razão, e daí, quando eu percebi já era um fantasma. Mas não tem problema. Eu sinto falta de algumas coisas, mas pelo menos nessa forma eu posso ficar com a Lef. E eu nunca culparia você ou o papai por não terem conseguido me salvar, porque sei que fariam se pudessem. E também se eu não fosse eu fantasma, eu não teria te conhecido, e tô muito feliz por isso!
Renesmew sorriu, um sorriso cheio de amor e serenidade, e passou os dedos levemente pelo cabelo dele mais uma vez.
— Olhe só para você, um garotinho tão corajoso e que se importa tanto com nossa família…! Eu estou tão orgulhosa, e, mesmo que preferisse que fosse em circunstâncias onde ainda pertencessemos ao mundo físico com todos que amamos, também estou muito, mas muito feliz de finalmente conhecê-lo, meu bruxinho. Você, sua irmã, e seu irmãozinho, são uma parte de mim, assim como seu pai. E quero que saiba que tudo o que vocês sentem... tudo o que vocês são, meu pequeno, é muito especial para mim, não importa em que plano meu espírito esteja.
Mewdarthe assentiu, ainda com os olhos marejados. Ele sentiu que aquele momento havia não apenas reconectado os dois, mas também acendido uma chama em seu espírito, como se a força da avó tivesse o envolvido e fortalecido. Se sentindo renovado e mais determinado do que nunca a não se deixar abalar por sua condição pós mortem, o menino enxugou os olhos, assumindo uma nova postura.
— Valeu, vovó, você também é muito especial pra gente. Mas então… já que você tá aqui, eu meio que tenho algumas perguntas…
Disse Darthe, já demonstrando o costumeiro sorriso travesso.
— Pode fazer todas que quiser, meu bem.
Respondeu Renesmew docemente.
— Primeiro é que, você é um biotipo fádico, né? Por isso o papai protege os fádicos e eles o admiram tanto. Foram eles que construíram aquele lugar onde a gente tava, não foi?
— Você está certo. Seu pai e os fádicos desse mundo tinham uma aliança de lealdade antes mesmo dele se tornar rei. Então foram sim. E quanto a mim, na realidade, sou metade fada e metade bruxa.
Disse ela, enquanto de mãos dadas, caminhava com o neto pelo piso etéreo e anuviado do interior do Soríbia, no pequeno subplano de magia espectral criado por efeito de seu espírito ter feito dali seu receptáculo.
— Ah! Então aposto que a fadinha lá fora é sua! Você quem mandou ela pra nos ajudar no santuário sinistro do papai, não foi?
— Não é como se ela fosse minha. Existem fadas de vários tipos, cada uma com sua função, e aquela é uma fada da alma. São bastante raras, e é mais raro ainda aparecerem no plano físico e se envolverem com mortais. Aquela em especial se conectou a mim desde que executei o ritual que selou meu espírito dentro do meu cetro mágico.
Mewdarthe a encarou de olhos arregalados.
— Eu já ia perguntar mesmo como você veio parar aqui! Então, você mesma se selou? Mas por quê?!
— Porque eu precisava me certificar de que o seu pai ficaria bem, e não posso ir para o meu descanso final enquanto ele não estiver. Houveram momentos em que ele realmente esteve, mas meu selamento só terá fim quando ele encontrar o pai dele. Foi essa a condição que impus nesse feitiço.
Naquele momento, o choque de Darthe foi tão grande que ele soltou de sua mão e parou estático diante da avó.
— Pera aí! O nosso avô… TÁ VIVO?! Mas como assim?! O papai disse que ele morreu há muito tempo, pra proteger vocês dois, quando ele ainda era bebê!
Para Renesmew, estava claro que seu neto não descansaria enquanto não obtivesse respostas. E talvez, não haveria momento mais oportuno do que aquele para revelar a verdade por trás do passado de seu filho para seus próprios filhotes. Além disso, a sensação de que eles poderiam ser parte essencial do que libertaria Devimyuu das correntes da Escuridão de uma vez por todas, se tornava mais pungente a cada instante, gritando de cada fibra que compunha o interior de sua alma.
Ela resolveu começar da maneira mais impactante possível.
— É que ele foi levado a acreditar nisso, e por um tempo, foi inevitável que fosse assim. Mas, sabe, querido, vocês têm dois avôs na realidade. E mais uma avó, também. E não estou me referindo aos pais daquela… mulher… que deu a luz a vocês…
Ela queria a atenção de Mewdarthe e conseguiu. O filhote a encarava mais confuso do que nunca, incapaz de sequer bolar uma frase antes que ela o apanhasse nos braços e começasse a dar a tão necessária explicação sobre o que acabara de dizer.
— Eu sei bem que o seu pai não fala muito do passado dele, além do tempo que viveu com a mentora druidesa na Floresta Maldita. Mas, já está na hora de vocês saberem, e quem sabe assim, podem ajudar a vovó a ajudá-lo.
Ela começou dizendo, enquanto sentava-se com Mewdarthe sobre seu colo.
***
Enquanto isso, não mais do que apenas alguns minutos haviam se passado do lado “de fora”. Mewleficent ainda tentava entender o que poderia ter acontecido ao irmão, procurando se recompor. Até que a pequena fada da alma se aproximou dela, novamente pairando com suas asas luminosas e tremulantes diante da princesa, deixando que as partículas brilhantes que emavam delas ao batê-las, chovessem delicadamente sobre o focinho da menina.
E, por um efeito praticamente instantâneo, aquilo trouxe a Mewleficent uma sensação calmante vinda direto de seu âmago. A filhote respirou fundo e enxugou as lágrimas de seu rosto.
— Está tentando me dizer que eu não devia me preocupar e que o Darthe está bem? — A fadinha continuou a encará-la, piscando lentamente seus grandes olhos de brilho estrelado — Bom, ele disse que é o espírito da vovó chamando de dentro desse cetro mágico, e que ela quer nos ajudar. Talvez ele esteja aí com ela e estão só… conversando? É, acho que tem razão, e se o espírito da nossa avó continua por aqui, acho que quer dizer que a ceifeira não vem nesse lugar. Tudo bem, você me convenceu. Mas o que eu faço enquanto espero ele voltar?
A pequena fada sorriu suavemente, inclinando a cabeça como quem quisesse guiar a atenção de Mewleficent para algo mais. Ela voou ao redor da princesa, espalhando um rastro de luzes cintilantes, e pousou delicadamente sobre um dos cristais que circundavam o círculo mágico no piso ao redor da árvore de cristal e do altar. O cristal era uma peça lapidada naturalmente por magia fádica, e seu núcleo pulsava com um brilho espectral que parecia ter vida própria.
A fadinha ergueu sua mão minúscula, apontando para o cristal como se dissesse: Toque aqui.
Mewleficent hesitou, sentindo seu coração acelerar levemente. Ela não sabia o que aconteceria, mas algo em sua intuição lhe dizia que não havia motivo para temer. Caminhando lentamente até o cristal, ela estendeu a mão hesitante, sentindo a pulsação mágica intensificar conforme se aproximava. Quando finalmente tocou a superfície lisa e fria, uma onda de energia percorreu seu corpo, fazendo com que as pontas de seus dedos brilhassem momentaneamente com uma luz prateada.
A magia reagiu, e o cristal começou a projetar uma luz etérea que subia como uma névoa cintilante, ganhando forma no ar. As partículas se organizaram, e em poucos instantes, Mewleficent percebeu que estava olhando para uma memória viva, capturada como se o próprio tempo tivesse sido preso dentro daquele cristal.
A cena mostrava o Lorde das Trevas, seu pai, bem mais jovem, ajoelhado diante do altar e da árvore de cristal. Ele segurava o cetro Soríbia, em suas mãos, o apertando como se fosse uma âncora em meio à tempestade de suas emoções, enquanto seus olhos dourados brilhavam com lágrimas não derramadas.
“Mãe…” A voz dele ecoou, baixa e carregada de uma certa melancolia
“Eu consegui, eu finalmente vinguei você. Espero que enfim possa descansar agora, principalmente estando nesse lugar. Ficou lindo, não é? Mewlafalle e os outros fádicos realmente se dedicaram muito, e eu serei eternamente grato a eles por terem conseguido fazer algo tão belo mesmo nesse mundo, algo digno de você e de tudo que significa pra mim. Tomara que tenha gostado. E não precisa mais se preocupar comigo. Sou o rei agora, tenho o Mewosek e a Chemewrry ao meu lado, e sei que ficarei bem. E apesar desse mundo ser só trevas e decadência, como rei eu pretendo fazer o melhor que puder pra quem sabe deixar essa merd… quer dizer, esse lugar melhor. Sei que é isso que você e Mewcedrya esperariam de mim, e prometo deixá-las orgulhosas.”
A projeção começou a desvanecer, como um quadro pintado em areia sendo suavemente apagado pelo vento. As partículas de luz que formavam a lembrança se desprenderam, ascendendo como pequenos vagalumes prateados que subiram até o topo da estufa antes de desaparecerem completamente. O brilho do cristal diminuiu, voltando ao pulsar suave e rítmico que havia antes.
Mewleficent permaneceu imóvel, ainda com a mão sobre o cristal, tentando processar tudo o que acabara de ver. O tom melancólico na voz de seu pai mais jovem, e as palavras repletas de emoção e determinação, tocaram um canto profundo do coração da filhote.
A pequena fada aproximou-se novamente, pousando gentilmente sobre o dorso da mão da princesa. Suas asas tremularam, espalhando mais partículas cintilantes que caíram ao redor como neve mágica. Era um convite claro para continuar.
— Tem mais? — perguntou Mewleficent, sua voz um sussurro quase inaudível. A fada assentiu levemente antes de alçar voo, desenhando um pequeno rastro de luz até outro cristal, algumas pedras de distância.
A princesa respirou fundo, sentindo-se ao mesmo tempo nervosa e ansiosa. Ela seguiu a fadinha até o próximo cristal, que começou a brilhar com uma energia familiar e convidativa assim que ela se aproximou. Repetindo o gesto anterior, Mewleficent estendeu a mão e a pousou com delicadeza na superfície fria e reluzente.
O cristal começou a pulsar antes de liberar uma luz intensa e profunda, que gradualmente tomou forma diante dela.
A cena revelava o Lorde das Trevas, agora com 25 anos, um pouco mais maduro e com os traços do rosto enfim livres de qualquer resquício de sua versão adolescente. Ele estava ajoelhado no santuário, diante do altar, com o Soríbia repousando no chão ao seu lado. Suas mãos estavam apertadas em punhos sobre os joelhos, enquanto sua cauda, normalmente controlada e elegante, se movia inquieta. Seus olhos dourados estavam fixos no vazio, carregados de um brilho contido, e sua respiração era irregular, como se cada pensamento o atormentasse.
“Mãe…” Começou ele, com a voz baixa e rouca, ecoando pelo espaço mágico. “Preciso de você. De novo.”
Mewleficent estava percebendo um padrão. A estufa-santuário não era apenas um local reverenciável de descanso para o espírito de sua avó materna. Aquele era o confessionário de seu pai, um local para onde ele vinha em momentos importantes, quando precisava que alguém além de Mewosek e a tal de Chemewrry — seja ela quem fosse, pois a filhote não se lembrava dela, mas sentiu que devia ser uma amiga importante para o pai — pudesse ouvi-lo, e não como o temível Rei Reverso, semideus Arquemônio ou Lorde das Trevas, mas apenas como ele mesmo.
Ali, ele podia revelar todos os seus receios e sentimentos mais profundos livre de qualquer implicação, pois mesmo que não estivesse mais nesse plano, sabia que sua mãe estava consigo, e que sempre o apoiaria.
A cena continuou, onde Devimyuu levantou a cabeça e olhou para a árvore de cristal, como se esperasse uma resposta, mas o santuário permaneceu em silêncio. Ele soltou um suspiro pesado e continuou, sua voz irritadiça carregada de frustração.
“O sétimo ano do meu reinado está chegando, junto com uma tal tradição estúpida…” Ele passou a mão pelos cabelos pretos sedosos, bagunçando-os em um gesto nervoso.
“Aqueles bastardos do Septuagi esperam que eu escolha alguém... ou melhor, que aceite quem escolheram pra mim! A geração do próximo herdeiro na linhagem da realeza das Sombras é inegociável. Tenho feito as coisas do meu jeito e ignorado tudo que quiseram propor desde que tomei o trono, mas, sei que se eu ignorar isso, dessa vez não conseguirei erradicar as consequências, e quem irá pagar serão justamente aqueles que estou tentando proteger!"
Devimyuu se levantou abruptamente, começando a caminhar de um lado para o outro, seus passos ecoando pelo chão de cristal.
“Mas como eu poderia aceitar isso?! Não importa que ela esteja a um mundo de distância e que muito provavelmente eu nunca mais a veja, eu jamais trairia a Mewrogue! Não vou me relacionar com alguém que não amo, e eu nunca amarei ninguém além dela…”
Devimyuu fechou os olhos, com as lembranças de sua única amada o invadindo repentinamente como uma punhalada em seu coração, fazendo uma lágrima solitária escorrer por seu rosto, mas ele não a enxugou.
“Mas o problema é que, se eu me negar a isso, posso colocar em risco tudo que meu império representa e o que constituí até agora. O Septuagi não é ameaça pra mim, mas é para todo o resto. Afinal, a conexão desses fanáticos imbecis com Ghanog é inegável, assim como o poder que ganham satisfazendo sua vontade. Se houvesse um conflito, eu sei que venceria, mas às custas de quê, ou melhor, de quem? Prometi a você e Mewcedrya que daria meu melhor, sendo assim, não posso arriscar esse possível desastre, e não estou vendo saída.”
Seguiu-se mais um momento de silêncio. Devimyuu se sentou no piso reluzente da estufa-santuário e abraçou os joelhos, segurando o Soríbia com mais força e fechando os olhos. Após alguns segundos de reflexão que mais pareceram uma eternidade e um longo suspiro, ele os abriu, colocando cuidadosamente o cetro no chão ao seu lado.
“Só que, ao mesmo tempo, no fundo eu não posso deixar de pensar que talvez… ter um herdeiro não seja de todo uma má ideia. É claro que sempre considerarei Mewosek e Chemewrry como parte da minha família, embora eu obviamente nunca vá admitir isso pra ele. Mas é… diferente. Talvez ter a minha própria…não seria tão ruim assim…"
Sua voz quebrou no final, um reflexo claro da batalha interna que travava.
A lembrança então começou a se desfazer, as bordas da projeção tremulando como tinta diluindo-se em água. Logo, a projeção sumiu, deixando apenas o brilho sereno do cristal. Mewleficent permaneceu imóvel, absorvendo o que acabara de ver, na medida que sua percepção de uma criança de apenas 9 anos conseguia compreender.
— Então… papai só nos teve porque aqueles esquisitos malvados do Septuagi mandaram ele seguir um tipo de tradição, senão pessoas importantes pra ele podiam se machucar? Foi isso? Ele não… queria a gente?
A princesa disse para si mesma, enquanto a dúvida e o medo pertinente da rejeição começavam a pairar sobre seu coraçãozinho, prestes a sufocá-lo.
A pequena fada, percebendo a intensidade do momento, aproximou-se mais uma vez, tocando de leve a bochecha de Mewleficent com suas diminutas mãos luminosas para lhe transmitir calma. Ela piscou os olhos brilhantes, como se quisesse dizer que ela não chegasse a decisões precipitadas, pois ainda havia muito para ver.
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